segunda-feira, 4 de março de 2013

Trabalhadores marcham a Brasília



Por Altamiro Borges

Na próxima quarta-feira, 6 de março, milhares de trabalhadores de vários cantos do país ocuparão Brasília. A manifestação unitária é organizada pelas seis centrais sindicais reconhecidas legalmente – Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical (FS), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB). Ela conta ainda com o apoio de diversas entidades populares, como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Entre outras bandeiras, a “marcha da classe trabalhadora” reivindicará o fim do fator previdenciário; redução para 40 horas da jornada semanal de trabalho sem redução de salários; ratificação da Convenção 158 da OIT e regulamentação da Convenção 151 da OIT; 10% do PIB para a educação; 10% do PIB para a saúde; reforma agrária; e valorização das aposentadorias. O protesto também exigirá do governo Dilma Rousseff maior ousadia no enfrentamento da grave crise capitalista mundial, que já causa impactos negativos no Brasil.

Na sexta-feira passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou os dados oficiais sobre o Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma de todas as riquezas e serviços produzidos no país, em 2012. Ele cresceu apenas 0,9%, totalizando R$ 4,4 trilhões. É o menor crescimento dos últimos anos. Para as centrais sindicais, este “pibinho” confirma que as recentes medidas adotadas pelo governo não foram suficientes para estancar os efeitos da crise mundial. Daí a exigência de maior ousadia da presidenta Dilma!

Para Wagner Gomes, presidente da CTB, o Brasil precisa se livrar urgentemente do que ele chama de “tripé nocivo” – juros elevados, superávit primário e câmbio flutuante. As políticas monetária, fiscal e cambial seriam o principal entrave para o crescimento do país. “A CTB entende que uma das questões que precisa ser revista é a questão do superávit primário. Este é o ralo principal por onde escoa o dinheiro que poderia ser investido em infraestrutura e tecnologia, gerando emprego e desenvolvimento”, afirmou ao portal Vermelho.

No mesmo rumo, Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT, afirma que os cutistas “vão cobrir Brasília de vermelho nesta quarta-feira. A marcha envolve em sua pauta reivindicações que são do conjunto da sociedade brasileira, contribuições para que o Brasil continue avançando. A nossa experiência recente demonstra que o caminho do desenvolvimento passa por mais investimentos públicos, pela inclusão social, por empregos de qualidade e a ampliação da renda. Assim se consome mais, temos mais produção e mais empregos”.

A “marcha da classe trabalhadora” ocorre no momento certo e tem grande importância para definição dos rumos do país. Diante da retração do PIB, setores empresariais voltam à carga para exigir a retirada de direitos dos trabalhadores e cortes nos gastos públicos. No final do ano passado, a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) propôs, em documento oficial, o fim dos direitos trabalhistas previstos na CLT. A desoneração da folha de pagamento, patrocinada pelo governo, não conteve a gula do capital! Ele quer mais!

Além disso, no interior do Palácio do Planalto, ressurgem as vozes ortodoxas que pregam a retomada da alta dos juros e das medidas de austeridade fiscal. Segundo Sérgio Nobre, “essa receita equivocada, que surge dentro do próprio governo, joga o país na crise, na recessão. Este não é o caminho do desenvolvimento”. Neste pesado conflito de interesses, que comprova mais uma vez que a luta de classes não acabou, a marcha a Brasília serve para impulsionar a pauta dos trabalhadores e da sociedade brasileira. 

http://altamiroborges.blogspot.com.br/2013/03/trabalhadores-marcham-brasilia.html

Um comentário:

  1. Na próxima quarta-feira, 6 de março, milhares de trabalhadores de vários cantos do país ocuparão Brasília. A manifestação unitária é organizada pelas seis centrais sindicais reconhecidas legalmente – Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical (FS), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB).

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