quinta-feira, 3 de julho de 2014

CAPITALISMO É RACISMO: Média salarial de negros é 36% menor, aponta Dieese



A pesquisa aponta que um trabalhador negro com nível superior completo recebe na indústria da transformação, em média, R$ 17,39 por hora, enquanto um não negro chega a receber R$ 29,03 por hora
Agência Brasil
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A média do salário dos negros chega a ser 36,1% menor do que a de não negros
Os negros representam 48,2% dos trabalhadores nas regiões metropolitanas. Mas, mesmo assim, a média de seu salário chega a ser 36,1% menor do que a de não negros. As diferenças salariais recebem pouca influência da região analisada, das horas trabalhadas ou do setor de atividade econômica, o que significa que os negros efetivamente recebem menos do que os brancos. As informações são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e foram divulgadas nesta quarta-feira 13.
A pesquisa, realizada entre 2011 e 2012 nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo, além do Distrito Federal, aponta desproporção também em relação à formação educacional.
Dos negros trabalhadores, 27,3% não haviam concluído o ensino fundamental (que vai do 1º ao 9° ano) e apenas 11,8% conquistaram o diploma de ensino superior, ao passo que entre os não negros em atividade 17,8% não terminaram o ensino fundamental e 23,4% formaram-se em uma faculdade. E, segundo o Dieese, esse cenário se reflete nos ganhos salariais.
Ainda de acordo com o Dieese, um trabalhador negro com nível superior completo recebe na indústria da transformação, em média, R$ 17,39 por hora, enquanto um não negro chega a receber R$ 29,03 por hora. Isso pode ser explicado porque “o avanço escolar beneficia a todos promovendo o aumento dos ganhos do trabalho, mas de maneira mais expressiva para os não negros”.
*publicado originalmente em Agência Brasil

Adoção no Brasil: Discriminação ainda fala mais alto

O processo de adoção no Brasil leva, em média, um ano. No entanto, pode durar bem mais se o perfil apresentado pelo adotante para a criança for muito diferente do disponível no cadastro. Confira o passo a passo da adoção no Brasil: www.cnj.jus.br/snnc.

terça-feira, 1 de julho de 2014

A Copa e a ideologia do fracasso


Por Celso Vicenzi, no site da Adital:

Manchete da Folha de São Paulo de domingo, dia 29 de junho, após a vitória brasileira nos pênaltis contra o Chile: "Júlio César e trave salvam Brasil de vexame em casa”.

Há muito tempo - mas cada vez mais - os maiores veículos de comunicação do país têm feito escolhas editoriais que procuram menosprezar os avanços sociais e criar um sentimento de derrota, em todas as áreas. Tentaram de tudo para transformar a Copa do Mundo num pesadelo nacional e não pouparam más notícias. Algumas catastróficas (caos aéreo, imobilidade urbana, violência etc).
A Copa não foi um primor de organização, mas está longe de comprometer o espetáculo. Pelo contrário: os estádios estão cheios, os turistas e torcedores – exceções à parte – só têm elogios para o clima de alegria e fraternidade. Os imprevistos são aqueles comuns a qualquer grande evento em qualquer lugar do mundo.

Os gastos com estádios, que pareciam fora da realidade, revelaram-se bem menos exorbitantes do que a imprensa tentou incutir entre os brasileiros. Segundo a própria Folha, o equivalente a uma semana do que se investe em educação no país. E parte do dinheiro investido é empréstimo e retornará aos cofres públicos.

Quase nenhuma reportagem abordou as vantagens de sediar a Copa, os empregos gerados, os investimentos realizados na infraestrutura, que irão permanecer. E mais do que tudo: quanto vale uma imagem positiva do país, como esta que parece que os turistas e as seleções que aqui estiveram estão levando a seus países? Quanto vale ser o centro da atenção do mundo por 30 dias? Quanto vale mexer com a autoestima de um país? E, aqui, não me refiro ao desempenho da seleção, mas à alegria de receber elogios à nossa hospitalidade, às belezas do país, às virtudes de nosso povo.

Vale muito. E é por isso que a Folha – aqui apenas como exemplo, pois representa o pensamento de boa parte da nossa mídia – exagera e tenta criar na população brasileira, em contraponto à autoestima que vive neste momento, um clima de menosprezo ao seu país.

Perder um jogo, ainda mais em Copa do Mundo, desde que não seja por um placar elástico, nunca foi nem nunca será um vexame. Temos a mania de achar que, sobretudo no futebol, qualquer adversário é fácil de ser batido. Mais do que isso: não basta vencer, é preciso dar show, é preciso dar olé. Nas derrotas, dificilmente o brasileiro reconhece as qualidades do time adversário, preferindo encontrar culpados: o treinador, o goleiro, um ou mais jogadores.

Nesta Copa, o último campeão – a Espanha – não passou da primeira fase e foi fragorosamente derrotado por 5 a 1 na estreia. Depois de vencer a Copa de 1998, no mundial seguinte, a França também não passou da primeira fase, perdendo dois jogos e empatando um. Saiu do mundial sem ter feito um único gol. Imaginem se fosse o Brasil!

A seleção brasileira não tem a obrigação de vencer a Copa porque joga em casa. É apenas um dos favoritos. Das 19 Copas já realizadas, em apenas seis o campeão foi o país sede: Uruguai em 1930, Itália em 1934, Inglaterra em 1966, Alemanha Ocidental em 1974, Argentina em 1978 e França em 1998. Ou seja, ganhar em casa é exceção.

A disseminação do espírito "vira-lata”, como bem o definiu o escritor Nelson Rodrigues, do país que nunca faz nada certo, o exagerado endeusamento de outros países, resquícios de uma nação que foi colonizada, tudo isso ganha amplitude em boa parte da mídia brasileira. A crítica é fundamental, mas a manipulação de fatos com interesses políticos e econômicos torna-se evidente, em milhares de exemplos no cotidiano de boa parte de nossas emissoras de rádio e TV, revistas e jornais – agora também em portais mantidos pelos principais veículos de comunicação.

Temos grandes problemas a resolver no país, entre eles a necessidade de democratizar os meios de comunicação – o que tendenciosamente a mídia traduz por censura, omitindo que vários países democráticos impedem tamanha concentração da propriedade dos meios de comunicação e impõem regras que levam em consideração muito mais o interesse da população do que o dos donos desses veículos.

A ideologia do fracasso, do "vira-latismo” – já quase uma ciência! – gera na população a falsa ideia de que tudo de pior que acontece no mundo ocorre com mais intensidade no Brasil. No entanto, não somos o país mais corrupto, embora sejamos um dos mais desiguais. Segundo a ONG Transparência Internacional, o Brasil ocupa a 72ª posição entre 177 países. Apesar de ser a sétima economia do planeta, é o 12º com maior desigualdade – o quarto na América Latina. E quando se instituem programas como o Bolsa Família, elogiado pela ONU como exemplo no combate à miséria, a desinformação e a omissão da mídia levam boa parte da população a considerá-lo apenas um programa eleitoreiro ou um gasto desnecessário e sem resultado.

Embora não se diga, setores poderosos da economia e da política brasileira, da nossa elite, têm muito a ganhar com a corrupção. A honestidade tem um custo que nem todos estão dispostos a pagar. Gostamos de alardear a meritocracia num país que se notabiliza pelo apadrinhamento das relações, já amplamente estudado por vários sociólogos e intelectuais.

Por vias tortas, o Brasil vive um momento peculiar da sua história, marcada até aqui principalmente por um passado colonialista, escravocrata e ditatorial. Vivemos o mais longo período democrático e estamos aprendendo a enxergar o que de fato impede a criação de um país mais justo e com melhor qualidade de vida. Durante séculos, tentaram culpar o povo – miscigenado, analfabeto, ignorante, malandro – pelo "atraso”. Hoje, está mais claro que nos falta uma elite disposta a empoderar o povo, libertá-lo da opressão e da exclusão em que vive, derrubar privilégios entre os mais ricos e dividir a riqueza para que alcancemos o desejado patamar de um país com mais justiça social, melhores serviços públicos, mais qualidade de vida e menos violência (sem esquecer que a desigualdade social é a maior de todas as violências).

Contra a ideologia do fracasso, das frases feitas do tipo "aqui nada dá certo”, "o Brasil é assim mesmo”, "o governo não faz nada”, "o brasileiro não trabalha”, "o povo não sabe votar” e outros chavões, há que se disseminar um sentimento de construção, de valorização do que temos de melhor, de crítica ao que precisamos mudar, mas, sobretudo, de responsabilidade pelo país que somos.

Sem ufanismo, mas também sem catastrofismo. Para isso, ajuda muito um bom jornalismo.

O artigo mais estúpido sobre a Copa


Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Saiu o artigo mais estúpido sobre a Copa do Mundo e o futebol. E olha que a concorrência é duríssima (das previsões apocalípticas aos bestialógicos fazendo paralelos entre o torneio e o mundo animal, a morte, a vida etc).

Para chegar ao primeiro posto, a celebridade americana de extrema direita Ann Coulter - advogada, colunista, escritora, apresentadora de TV, loira, alta, uma espécie de Sheherazade alfabetizada -, caprichou na caricatura, na ignorância e na tentativa inútil de fazer graça. O artigo é tão absurdo que você se pergunta se não foi produzido no Coxinheitor, o gerador de textos que junta clichês direitosos.

Não é novidade que protoconservadores americanos odeiam o futebol, considerado uma aberração no chamado “excepcionalismo” dos EUA, coisa de imigrantes, pobres, liberais etc. Mas Coulter, num desespero para chamar a atenção no meio da histeria e do ódio (não é só aqui), se superou. Seria uma peça satírica, não fosse ela mesma uma piada.

“Qualquer interesse no futebol só pode ser um sinal de decadência moral de uma nação”, diz ela, se fingindo chocada com a popularidade da Copa nos EUA.

E então vem um apanhado de lixo pseudosociológico:

- A realização individual não é um grande fator no futebol.
- No futebol, a culpa é dispersa e quase ninguém pontua. Não há heróis, não há perdedores, não há responsabilidade e não se machuca a frágil auto-estima de nenhuma criança.
- Todo mundo corre para cima e para baixo do campo e, de vez em quando, uma bola acidentalmente cai dentro do gol. Eu já estou dormindo.
- O beisebol e o basquete apresentam uma ameaça constante de desgraça pessoal. No hóquei, há três ou quatro brigas por jogo. Depois de um jogo de futebol, cada jogador recebe uma fita e um suco.
- Você não pode usar as mãos no futebol. O que diferencia o homem dos animais menores, além de uma alma, é que temos polegares opositores. Nossas mãos podem segurar as coisas. Aqui está uma ótima ideia: vamos criar um jogo em que você não tem permissão para usá-las!
- O futebol é como o sistema métrico, que os liberais também adoram porque é europeu. Naturalmente, o sistema métrico surgiu a partir da Revolução Francesa, durante os breves intervalos quando não estavam cometendo assassinatos em massa na guilhotina.

Graças a Ann Coulter, os artigos de Jabor psicografando Nelson Rodrigues tornaram-se clássicos imediatos.

Os 10 privilégios dos petistas presos

Da Revista Carta Maior

A começar, a prisão foi decretada em uma data toda especial. A última vez que tanta gente foi presa em um 15 de novembro foi em 1889.

Antonio Lassance
Arquivo
É  grande e escandalosa a lista de privilégios a que José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares estão usufruindo em sua estada no Planalto Central.

1) A começar, a prisão foi decretada em uma data toda especial. A última vez que tanta gente foi presa em um 15 de novembro foi na própria Proclamação, em 1889. Os presidiários eram, em sua maioria, da Família Real, os Orleans e Bragança. Ou seja, a data não é para qualquer um.

2) Eles (os petistas, não os Orleans e Bragança) tiveram o privilégio de serem presos antes do fim do processo, o que também não é pra qualquer um.

3) Os três, como poucos, foram presos sem a expedição da carta de sentença, o que constitui uma ilegalidade.

4) A lei determina que o preso deve cumprir a pena em seu estado de origem, a não ser excepcional e justificadamente. Mas eles tiveram o privilégio de serem levados a Brasília, de jatinho, por ordem não de um juiz qualquer, mas de Sua Excelência Excelsa e Magnânima, o presidente do Supremo. A falta de um motivo declarado para essa operação espetaculosa gerou a estranheza de ministros do próprio STF, tamanho o... privilégio.

5) Condenados ao regime semiaberto, foram levados a um privilegiado estabelecimento prisional de regime fechado.

6) O fato provocou a hesitação do diretor do Complexo Penitenciário da Papuda em recebê-los. O impasse garantiu aos condenados o privilégio de ficarem mais de quatro horas dentro de um ônibus, aguardando uma decisão.

7) Para abreviar a demora e poupá-los do cansaço, eles tiveram o privilégio de passar o final de semana naquele mesmo aprazível estabelecimento, contrariando o regime semiaberto. Uma comentarista de TV, sem ruborizar, externou sua opinião de que isso não poderia ser considerado prisão, e sim “custódia”. Valeu pela tentativa.

8) Juristas como Dalmo Dallari, Hélio Bicudo, Ives Gandra Martins e Reginaldo Oscar de Castro consideram que a situação a que José Genoíno foi submetido fere as leis brasileiras e é uma clara violação aos tratados internacionais. Realmente, não é qualquer um que tem o privilégio de ter juristas desse naipe preocupados com suas condições. Não importa quais sejam as condições; o que vale é o privilégio de receber tais comentários.

9) Segundo o Instituto Médico Legal, Genoíno precisa de "cuidados específicos medicamentosos e gerais, controle periódico por exames de sangue, dieta hipossódica, hipograxa e adequada aos medicamentos utilizados, bem como avaliação médica cardiológica especializada regular". Por fazer uso regular de anticoagulante oral, deve ser submetido a exames de sangue periódicos para verificar sua coagulação sanguínea. É mesmo muita mordomia. Estão querendo fazer o Estado de babá.

10) Mas o cúmulo do privilégio quem teve não foi nenhum dos presos, e sim o senhor Henrique Pizzolatto, que garantiu o requinte de ter sua situação relatada pela comentarista de assuntos da Santa Sé, Ilze Scamparini. Graças a ela, veio a revelação de que a pronúncia correta dos zês de Pizzolato é a mesma da palavra pizza (tipo “pitzolato”). A primeira matéria foi feita pela repórter tendo justamente uma “pizzeria” ao fundo. De quem terá sido a tão sofisticada ideia? De todo modo, pelo didatismo, “grazie”!

Presidente do núcleo negro do PSDB é loira



Presidente do núcleo negro do PSDB é loira

Talvez seja preciso instituir cotas para negros dentro do #Tucanafro, que é o núcleo negro do PSDB. A presidente da entidade em Roraima, delegada Candida Bentes, é loira.

É justo que uma pessoa branca abrace a causa racial e também lute, ao lado dos negros, por igualdade de condições e pelo fim da discriminação de cor. Mas parece inusitado que um cargo de liderança para questões raciais seja exercido por uma loira, sobretudo num país repleto de negros, mulatos e mestiços.

A explicação reside no distanciamento histórico do PSDB dos movimentos sociais — movimento negro incluso. Prova disto é que é raríssimo encontrar simpatizantes, filiados, candidatos ou políticos eleitos negros dentro da legenda, até mesmo na Bahia, estado com o maior número de autodeclarados pretos no Brasil.

Fonte: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/05/presidente-nucleo-negro-psdb-e-loira.html

As 13 previsões mais catastróficas, e furadas, sobre a Copa no Brasil

Do Carta Maior

É hora de relembrar, com algumas boas gargalhadas, as previsões mais pessimistas e catastróficas feitas por cartomantes de plantão que previram o caos.


Najla Passos
Arquivo

A Copa do Mundo não resolveu e não irá resolver todos os problemas do país. Aliás, nem é esta a função de um evento esportivo privado. Mas que o mundial atrai turismo e investimentos externos, não há mais dúvidas. Como também não há nenhuma de que ele mexe com autoestima de um país incentivado durante séculos a cultivar um inapropriado “complexo de vira-latas”! 


Por isso, agora que o sucesso do evento já é reconhecido em todo o mundo, que o país já provou que pode ser organizar uma bela copa e que os turistas e os investimentos estrangeiros continuam chegando, é hora de dar boas gargalhadas com previsões mais pessimistas  feitas pelas cartomantes de plantão que tanto torceram contra a realização do mundial.

Das adivinhações às avessas do mago Paulo Coelho à mudança de planos da cineasta que fez sucesso afirmando que não viria ao Brasil, dos prejuízos contabilizados pelo tucanato ao delírio do protesto do chuveiro no “modo quentão”, do mau-humor da imprensa estrangeira à campanha permanente da Veja, confira as 13 previsões mais catastróficas – e furadas – sobre a Copa do Mundo no Brasil!


1 – O mago Paulo Coelho: “A barra vai pesar na Copa do Mundo”

Em entrevista à revista Época, publicada em 5/4/2014, o mago, guru e escritor Paulo Coelho, que mora na Suíça, disse que não viria ao Brasil assistir aos jogos da Copa do Mundo nos estádios, apesar de ter sido presenteado com os ingressos pela FIFA. “A barra vai pesar na Copa. A Copa será um foco de manifestações justas por um Brasil melhor. Os protestos vão explodir durante os jogos porque vai haver mais gente fora do que dentro dos estádios”, afirmou.

O Mago, que “previra” que o Brasil ia ganhar a Copa das Confederações, evita arriscar o resultado para o mundial. E apresenta certezas já desconstruídas pela realidade, como a de que o Brasil deveria disputar a final com a Espanha, eliminada na 1ª fase: “Agora não sei. Certamente o Brasil irá à final com a Alemanha ou a Espanha, duas seleções fortíssimas nesta Copa. A Argentina não. A Suíça vai surpreender. Eu ousaria dizer que a Suíça vai para as quartas. No futebol, você tem que ser otimista, não tem outra escolha. O Brasil tem chances de não ganhar”.

2 – Arnaldo Jabor: “A Copa vai revelar ao mundo a nossa incompetência” 

No dia 6/6/2014, às vésperas da abertura da Copa, o cineasta Arnaldo Jabour, emcomentário para a Rádio CBN, ainda insistia no pessimismo em relação à Copa, com o objetivo claro de influir no processo eleitoral de outubro. “Nós estamos jogando fora a imensa sorte que temos, por causa de dogmas vergonhosos que não existem mais. Estamos antes do Muro de Berlim e a Copa do Mundo vai revelar ao mundo a nossa incompetência”, afirmou.

3 – Veja: “Por critérios matemáticos, os estádios da Copa não ficarão prontos a tempo”

Em 25/5/2011, a Veja previu o fracasso da Copa do Mundo no Brasil. E com a ajuda da matemática, uma ciência que se diz exata desde tempos imemoriais. Na capa, a data da logo do mundial era substituída por 2038. O intertítulo explicava: “Por critérios matemáticos, os estádios da Copa não ficarão prontos a tempo”.

De lá para cá, foram muitas outras matérias, reportagens e artigos anunciando o fracasso do mundial. E mesmo com o início dos jogos, com estádios prontos e infraestrutura à altura do desafio, a revista estampou, na edição desta semana, uma nova catástrofe iminente: “Só alegria até agora - Um festival de gols no gramado, menos pessimismo nas pesquisas, mais consumo, visitantes em festa e o melhor é aproveitar, pois legado duradouro, esqueça”.

Melhor mesmo é torcer para que, quem sabe até 2038, a Veja aprenda a fazer jornalismo!
            
4 – Cineasta brasileira radicada nos EUA: “Não, eu não vou para a Copa do Mundo”

Em junho de 2013, a cineasta brasileira Carla Dauden, radicada em Los Angeles, nos Estados Unidos, fez sucesso na internet com o vídeo “No, I’m Not Going to the World Cup” (“Não, eu não vou para a Copa do Mundo”), que alcançou quatro milhões de curtidas. Mas antes mesmo da bola começar a rolar nos gramados brasileiros, a ativista já era vista circulando pelo país.

No Twitter, ela justificou a abrupta mudança de planos: “Não vim para ver a Copa, vim para falar dela. A Copa nunca vai ser a mesma para os brasileiros. As pessoas não vão se esquecer do que acontecerá por aqui”, diagnosticou, antes da abertura. A frase, de fato, parece fazer sentido. Mas por motivos opostos do que aqueles que a ativista advoga!

5 - Protesto do chuveiro no “modo quentão” vai causar apagão!

Até bem pouco tempo antes do início da Copa, eram muitos os setores que insistiam no risco iminente de blackout no país, da oposição à imprensa monopolista. Um grupo de internautas, porém, levou as ameaças infundadas a sério e decidiu criar uma página no Facebook destinada a acelerar o caos: usar os jogos da Copa para provocar um apagão generalizado no Brasil e, assim, boicotar a realização do evento.

A estratégia definida foi a utilização sincronizada dos chuveiros no “modo quentão”. “Chuveiros devem ser ligados na hora dos hinos nos jogos. A carga elétrica anormal derrubará a energia em bairros, cidades, regiões, estados e o país inteiro, em efeito dominó. Acompanhem os hinos por rádio, para maior garantia de sincronização”, diz a descrição do evento que conquistou pouco mais de 4,5 mil curtidas.

Dado o fracasso do evento, a página agora é utilizada para a troca de memes contra o PT, a esquerda e as pautas sociais e progressistas!

6 – Marília Ruiz: “Vai ser um vexame. Um vexame!”

No dia 26/1/2014, a TerraTV publicou um comentário da jornalista esportiva Marília Ruiz em que ela previa que, se o Brasil conseguisse realizar a Copa, já seria uma grande vitória. A antenada comentarista até admitia que os estádios ficariam prontos. Mas sem qualidade: "Se eu sentaria o meu corpinho numa cadeira recém colocada, com um parafuso a menos? Eu não sei”.

Do alto de sua experiência em cobertura de outras copas e de um etnocentrismo latente, ela também alertava que, mesmo fazendo sua Copa após a da África, o país passaria vergonha. “Eu achei que a gente ia passar vergonha, que nós, brasileiros, que o país ia passar vergonha. Aí eu pensei, é até um alento porque a Copa do Brasil vai ser depois da Copa da África: ninguém vai lembrar muito como foi na Alemanha. Muito menos as pessoas vão lembrar como foi no Japão e na Coreia. E eu posso dizer porque estive lá. É uma vergonha ao cubo!”

Confira o comentário completo e saiba quem é que está passando vergonha!

7 - Álvaro Dias: “O país ficará com mais prejuízo do que lucro”
De todas as aves de mau agouro que bravatearam contra a realização da Copa no Brasil, o tucano Álvaro Dias, senador pelo PSDB, foi uma das mais barulhentas. Previu que o governo amargaria um prejuízo de mais de R$ 10 bilhões com a realização do evento, que os turistas não apareceriam, que os aeroportos não ficariam prontos e não dariam conta do fluxo de passageiros.
 
“O legado da copa do mundo me parece ser um grande fracasso. O país ficará com mais prejuízo do que lucro”, disse ele em entrevista à TV Senado, publicada no Youtube em 7/8/2013. Agora que os turistas chegaram, os investimentos estrangeiros entraram e o país tá fazendo bonito em mobilidade e infraestrutura, o senador desapareceu por completo do noticiário. Não se sabe se está esperando o evento acabar para profetizar outro apocalipse ou aproveitando as férias para curtir os jogos, como fez durante a Copa das Confederações!
 
8 - Ex-presidente FHC: “A Copa do Mundo como símbolo de desperdício”

Em artigo publicado no norte-americano The Wold Post, em 21/1/2014, o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso se referiu à Copa como símbolo do desperdício de dinheiro público. Tal como seu companheiro Álvaro Dias, perdeu a chance de ficar calado.  Segundo a Fipe, só a Copa das Confederações rendeu R$ 9,7 bilhões ao PIB brasileiro. A projeção de retorno da Copa é de R$ 30 bilhões. A Apex-Brasil, aproveitando a Copa do Mundo, trouxe ao Braisil mais de 2,3 mil empresários estrangeiros, de 104 países. A agência estima trazer US$ 6 bilhões em negócios para o Brasil.

9 - Redação Sport TV: do fracasso ao espírito de porco!

No Programa Redação Sport TV de 22/1/2014, o apresentador deu sonoras gargalhadas ao exibir a foto de um estádio da copa ainda sem gramado e fazer previsões catastróficas sobre o evento. Na edição de 26/6/2014, o tom mudou completamente: um outro apresentador mostrou como a imprensa internacional elogiava o evento e ouviu do entrevistado Ruy Castro: “A nossa imprensa foi rigorosamente espírito de porco antes do evento começar”.

Confira o vídeo com os dois momentos e os dois humores do Sport TV


10 – Governo alemão: “O Brasil é um país de alto risco”

Há seis semanas do início da Copa, o Ministério de Assuntos Exteriores da Alemanha divulgou um relatório pintando uma imagem desoladora do Brasil, descrito como um país ode as leis não são respeitadas e o turista corre o risco de ser roubado, sequestrado e se envolver em conflitos entre policiais e criminosos. O documento listava uma série de cuidados que os gringos deveriam tomar, incluindo atenção redobrada com as prostitutas, apontadas como membros e organizações criminosas, e vigilância contínua com os copos, para não serem vítimas de um “Boa noite, Cinderela”.

Pelo documento, até mesmo a seleção alemã estaria em perigo em terras tupiniquins. E não apenas dentro de campo. “Arrastões e delitos violentos não estão descartados, lamentavelmente, em nenhuma parte do Brasil. Grandes cidades como Belém, Recife, Salvador, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo oferecem altas taxas de criminalidade”, ressaltava.

O Ministério ainda não divulgou relatórios sobre o número de alemães que vieram ao Brasil e o que estão achando da experiência. Mas quem circula pelas ruas brasileiras, repletas de gringos felizes e sorridentes, já sabe!

11 - Der Spiegel:  “Justamente no país do futebol, a copa poderá ser um fracasso”

 Um dos principais semanários da Europa, a revista alemã estampou, um mês antes do início da Copa, a manchete “Morte e Jogos”, destacando que, justamente no país do futebol, a Copa poderia ser um fiasco, por causa dos protestos, da violência nas ruas, dos problemas do transporte coletivo, dos aeroportos e dos estádios. Praticamente um alerta vermelho recomendando que os europeus não viessem ao Brasil.

Mas os turistas vieram e estão adorando. A imprensa estrangeira também: o jornal norte-americano The New York Times, fala em “imenso sucesso”. O francês Le Monde, em “milagre brasileiro”. O espanhol El País diz “não era pra tanto” para as previsões catastróficas.  A revista inglesa The Economist,  remenda que “as expectativas, que eram baixas, foram superadas”. A própria Der Espiegel, na edição desta semana, dá destaque para a animação da torcida e admite que os protestos em massa ainda não aconteceram. 

 
12 – Ronaldo, o fenômeno: “Da vergonha à constatação de que a Copa é um sonho”

 Na véspera do início do mundial, o ex-atacante Ronaldo se disse envergonhado com os atrasos das obras da Copa. Mas, membro do Comitê Organizador Local da FIFA que é, defendeu a entidade e culpou o governo Dilma por todos os problemas. “É uma pena. Eu me sinto envergonhado porque é o meu país, o país que eu amo. A gente não podia estar passando essa imagem”, disse à Agência Reuters o cabo eleitoral e amigo do senador Aécio Neves, candidato do PSDB à presidência.

Agora, consolidado o sucesso do evento, tenta mudar o discurso. Em coletiva nesta quinta (26), procurou se justificar. "Não critiquei a organização da Copa, até porque eu faço parte dela. Disse que poderia ser muito melhor se todas as obras de mobilidade urbana tivessem sido entregues”, remendou. ”Vivíamos um clima muito tenso, com a população muito descontente. Começou a Copa, e agora estamos vivendo um sonho", concluiu.
 

13 –  O vira vira lobisomem de Ney Matogrosso

De passagem por Lisboa, em 11/5, Ney Matogrosso resolveu usar a Copa para criticar duramente a política brasileira na TV ATP. Só esqueceu de estudar, primeiro, os argumentos. “Se existia tanto dinheiro disponível para gastar com a Copa, por que não resolver os problemas do nosso país?”, disse ele, desconhecendo que, desde 2010, quando começaram os preparativos para a Copa, o governo já investiu R$ 850 bilhões em saúde e educação, enquanto os investimentos totais no mundial – incluindo federais, locais e privados – atingem R$ 25,6 bilhões.

Foi ácido quanto à construção dos estádios que, segundo ele, irão virar “elefantes brancos” e não serão usados para mais nada. Embolou dados, números e fatos em vários argumentos. Acabou sustentando uma visão preconceituosa sobre as classes populares. Questionado se há uma maior consciência dos pobres em exigir seus direitos, concordou: “O escândalo é tamanho que até essas pessoas param para refletir”.


Créditos da foto: Arquivo

Programa Mais Médicos supera meta e beneficia 50 milhões


 

A presidenta Dilma Rousseff revelou que o programa "Mais Médicos" superou a meta de cobertura e beneficia, atualmente, 50 milhões de pessoas em todo o país. O número inicial estipulado era chegar a 46 milhões de brasileiros. 
Segundo Dilma, todos os pedidos de prefeitos por médicos para suas cidades foram atendidos. O Mais Médicos está presente em 3.819 municípios. São 14.462 médicos (brasileiros e estrangeiros) atuando em postos de saúde no Brasil.
“O Mais Médicos é uma das nossas ações que aumenta a capacidade de atendimento do SUS [Sistema Único de Saúde]. Muitas cidades não tinham sequer um médico. A pessoa que precisasse de atendimento tinha que se deslocar para outra cidade, às vezes, a dezenas e dezenas de quilômetros de distância – de carro, de ônibus e até mesmo de barco, algumas iam a pé.”
No programa semanal Café com a Presidenta, Dilma também comentou pesquisa do Ministério da Saúde que aponta redução de 21% no número de encaminhamentos a hospitais feitos por postos de saúde onde há atuação de profissionais do Mais Médicos.
“Quando a gente trata o problema de saúde lá na base, lá no posto de saúde do bairro, a gente trata as doenças no início. Assim, você consegue controlá-las e até curá-las. E isso desafoga os hospitais e os serviços de urgência. Com o Mais Médicos, conseguimos reduzir em 21% o número de encaminhamento aos hospitais. Os centros mais especializados de saúde estão cada vez mais atendendo apenas os casos mais graves.”

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Complexo do pombo enxadrista

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
conceito psicológico do complexo do pombo enxadrista foi criado na internet como uma ironia especialmente relacionada com debates sobre a questão "Criacionismo versus Teoria da Evolução" dos seres vivos, mas é expansível seu uso como um comportamento em qualquer debate.1 É usado para descrever o comportamento de um dos lados em umadiscussão, onde um lado (invariavelmente o menos provido de referências e embasamento técnico-científico, ouformalismo), sem mais contra-argumentosage com infantilidade.
Seu comportamento é descrito pela seguinte frase:
Discutir com Fulano é o mesmo que jogar xadrez com um pombo: ele defeca no tabuleiro, derruba as peças e sai voando cantando vitória.2
Normalmente em discussões, um dos lados, o mais fraco, quando fica sem argumentos, cai em falácias e começa a agredir verbalmente o interlocutor (propriamente a clássica falácia argumentum ad hominem), para, em seguida, sair "cantando vitória", (falácia da falsa proclamação de vitória).3 Trata-se de uma técnica inferior de erística.