sábado, 9 de fevereiro de 2013

Aldo Rebelo: "O Carnaval morreu. Viva o carnaval!"


Do Portal Vermelho


Já em 1957, a escritora Eneida de Morais, no livro História do Carnaval Carioca, desmontava a ideia de que a grande festa popular brasileira desfila decadência. A lamúria é tão antiga quanto o Zé Pereira. Ainda em 1890, o entrudo de que falava Machado de Assis era dado como sumido pelo cronista Augusto Fabrega, o Tesoura: “Carnaval, onde te escondes? (...)/ Outrora por esse tempo/ tilintavas de alegria”.

Por Aldo Rebelo*


 Carnaval
 Bloco Cordão da Bola Preta arrastou mais de 2 milhões de pessoas

No começo do século 20, quando os monarquistas mexericavam que a República havia embaçado o festejo, outro cronista matou a charada: “É moda, todos os anos, afirmar-se que o Carnaval está morrendo e que o país caminha para um abismo”. Isso em 1906.

Cronista arguta do cotidiano, Eneida observou a relação entre Carnaval e conjuntura: “...na realidade o que com ele sempre aconteceu são fluxos e refluxos determinados por diversas ocorrências políticas ou econômicas”. Ou seja, mesmo sendo o espaço da crítica e superação, do desabafo e alegria, o Carnaval é sempre um palco da liberdade e comemoração – e esta será tão exuberante quanto a sensação nacional de que há o que comemorar. O momento dadivoso que o Brasil atravessa anima os foliões.

A temporada de 2013 parece ser uma das de maior participação popular na história. Além dos bailes e dos desfiles soberbos das escolas (“o maior espetáculo da Terra”), o Carnaval de rua cresce nas praças tradicionais, como Rio, Salvador e Olinda e Recife, e novos blocos fervilham até em São Paulo, que o poeta Vinicius de Morais chamou impropriamente de “túmulo do samba”.

Onde há decadência de uma festa em que apenas um cordão, o Bola Preta, reúne dois milhões de pessoas, o dobro da população da cidade no ano de 1918 em que foi fundado? A multidão que samba ou vê ou aplaude abafa o lamento dora do ritmo dos que acham que o país caminha para o abismo.

*Aldo Rebelo é Ministro do Esporte e deputado federal licenciado pelo PCdoB
Fonte: Diário de S. Paulo

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=205601&id_secao=11

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Os coices e relinchos de Nelson Motta




Por Altamiro Borges

Quando escreve nos jornalões ou fala na tevê sobre cultura e arte, Nelson Motta é uma pessoa civilizada e até dá boas contribuições. Já quando se mete na política, o serviçal da famiglia Marinho adora dar “coices” e “relinchar” – para utilizar duas expressões recentes dele próprio para desqualificar os que não comungam das suas ideias. Hoje, no jornal O Globo, ele abusou da manipulação para atacar os que lutam pelo fim do monopólio privado dos meios de comunicação no Brasil. Parece até preocupado com o seu emprego!


No artigo intitulado “Piadas no salão”, ele cita uma frase do ex-ministro José Dirceu num ato em Brasília – “não podemos permitir que nossa palavra seja cerceada por aqueles que têm o monopólio da comunicação” – para garantir que não há concentração de mídia no Brasil. “Que monopólio de araque é esse com tantas empresas competindo num dos maiores mercados publicitários do mundo? Hoje no Brasil a coisa mais fácil é criar um jornal, site ou revista que apoie o governo incondicionalmente e o PT preferencialmente”.

Sete famílias dominam a mídia no país e embolsam mais de R$ 16 bilhões anuais em publicidade e Nelson Motta, “o ingênuo”, garante que não existem monopólios no país! Até a insuspeita organização não governamental Repórteres Sem Fronteira divulgou recentemente um relatório criticando os “Berlusconis” nativos – mas a mídia monopolizada, que sempre prestigiou a ONG, não deu qualquer destaque para a grave denúncia. Será que o folião da Rede Globo teve acesso ao relatório ou teve tempo para lê-lo?

Mentiroso, Nelson Motta também afirma que “a coisa mais fácil” é criar um jornal ou sítio “que apoie o governo incondicionalmente”. Na verdade, os veículos que se opõem à máfia midiática passam hoje por enormes dificuldades, mendigando publicidade, exatamente porque o governo federal prefere alimentar cobra e concentrar as verbas nos monopólios. A grana das estatais e dos órgãos públicos, mais de R$ 1,5 bilhão por ano, ajuda pagar os régios salários de alguns “calunistas” da mídia – inclusive o de Nelson Motta!

O serviçal da Globo garante que a “imprensa independente” – aquela composta pelos “imparciais” Marinho, Frias, Civita e outros – “não depende de favores do governo e vive de anunciantes privados”. Seja consequente, então! Peça para o governo suspender os bilionários anúncios publicitários nestes veículos “independentes”. Para ele, “um dos relinchos mais estridentes nos blogs políticos é exigir que Dilma corte toda a publicidade estatal da TV Globo”. Repetindo: até parece que ele está com medo de perder seu emprego!

A única coisa aproveitável do “relincho” de Nelson Motta é a marchinha carnavalesca que ele publica no final do seu artigo. “É ou não é piada de salão. Se acha que não é então não conte não”. Serve perfeitamente para o seu patético artigo!

http://altamiroborges.blogspot.com.br/2013/02/os-coices-de-nelson-motta.html#more

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Os comunistas e o samba: Quem não gosta de samba, bom sujeito não é








Martinho da Vila, membro do PCdoB




QUEM NÃO GOSTA DE SAMBA
BOM SUJEITO NÃO É
OU É RUIM DA CABEÇA
OU DOENTE DO PÉ

DORIVAL CAYMMI, SAMBA DA MINHA TERRA 


Dia 2 de dezembro, é o Dia do Samba. A data foi instituída originalmente em 1940 pela Câmara de Vereadores de Salvador. A iniciativa, do vereador Luiz Monteiro da Costa, foi uma homenagem ao grande compositor mineiro Ary Barroso (1903-1964), que foi à Bahia pela primeira vez num dia 2 de dezembro.
A comemoração se alastrou para outros estados brasileiros e em 1963 foi estabelecido o Dia Nacional do Samba, festejado atualmente principalmente nas capitais carioca e baiana. Não restam dúvidas de que o samba é um gênero musical autenticamente brasileiro, com raízes africanas. 

Origem
Teve origem, segundo os historiadores, nas danças acompanhadas de frases melódicas curtas e refrões do samba de roda nascido no Recôncavo Baiano e levado, na segunda metade do século 19, ao Rio de Janeiro pelos negros baianos migrantes. Compreende, em sua trajetória, diversas formas, levadas e estilos, incluindo a bossa nova.

Embora várias composições do início do século 20 tenham sido gravadas como samba, a primeira canção do gênero que ficou reconhecida como tal foi “Pelo Telefone”, atribuída a Ernesto dos Santos, o Donga, em parceria com João da Baiana. A música foi gravada em disco no ano de 1917 e alcançou grande sucesso. Recentemente mereceu uma paródia de Gilberto Gil (Pela internet). 

O samba atravessou fronteiras e encantou os gringos com Carmem Miranda e, depois, outros intérpretes e compositores. Virou um produto nacional de exportação e ainda hoje promove no exterior uma visão idílica do Brasil, associada à alegria, descontração, assim como à boa malandragem que, conforme notou Chico Buarque na ópera O Malandro já não existe mais.

Bambas comunistas
Ao longo de sua história, o Partido Comunista do Brasil manteve uma estreita relação com o samba e os sambistas, com maior intensidade no breve período de legalidade compreendido entre 1945 a 1947, conforme notou a historiadora Valéria Lima Guimarães, mestre em história social pela UFRJ, no artigo intitulado Bambas Comunistas, do qual extraímos parte das informações reproduzidas abaixo.

Na época, inúmeros intelectuais ingressaram na legenda, entre eles Jorge Amado, Dorival Caymmi, Graciliano Ramos, Monteiro Lobato, Edison Carneiro, Cândido Portinari, Procópio Ferreira, Nélson Pereira dos Santos e Oscar Niemeyer.

O diário comunista Tribuna Popular, de circulação nacional, que chegou a tiragens de 50 mil exemplares não publicava matérias apenas sobre o movimento operário e a luta camponesa. Também dava espaço à cultura e ao entretenimento, entendidos como importantes instrumentos de educação política das massas. Falava-se de cinema, teatro, esportes (com destaque para o futebol), música e mesmo notas sociais.

Tribuna Popular
O samba, reconhecido nos anos 40 como uma das maiores formas de expressão artística popular, foi privilegiado pelo partido. Foi amplo o espaço dedicado ao mundo do samba na Tribuna Popular. As colunas "O Povo se Diverte" e "O Samba na Cidade" eram publicadas com regularidade. Notas sobre a agenda e os preparativos dos bailes carnavalescos, cartas de leitores sobre o carnaval, homenagens feitas pelas agremiações carnavalescas à Tribuna Popular, divulgação dos assuntos de interesse da União Geral das Escolas de Samba (UGES) faziam do jornal comunista um espaço de participação e representação do mundo do samba. Um forte vínculo ideológico foi estabelecido entre a UGES e o Partido Comunista.

As escolas de samba eram vistas pelo partido como organismos de concentração das camadas populares e tiveram um importante papel na estratégia de comunicação com o operariado, fiel frequentador dos grêmios recreativos, uma de suas raras opções de lazer. Por caminhos diversos, como visitas às quadras das escolas, realização de festas eleitorais, nas quais as escolas de samba eram as principais atrações, promoção de torneios de futebol com exibição das escolas de samba e visitas de sambistas à sede da redação da Tribuna, o Partido Comunista se aproximava das camadas populares. Na verdade, havia uma negociação recíproca: a aproximação com os comunistas no período da legalidade também aumentava a credibilidade do mundo do samba junto à sociedade.

Em novembro de 1946, no campo de São Cristóvão, o partido organizou um desfile em homenagem a Luiz Carlos Prestes, do qual participaram 22 escolas. A maioria dos enredos exaltava o Cavaleiro da Esperança. Diversos intelectuais comunistas faziam parte do corpo de jurados. Paulo da Portela, eleito Cidadão Samba em 1937, um sambista respeitado por sua luta pela aceitação social do samba do subúrbio, também fazia parte do júri. Sagrou-se campeã a escola de samba Prazer da Serrinha. O samba "Cavaleiro da Esperança", da escola Lira do Amor, de Lourival Ramos e Orlando Gagliastro, recebeu um prêmio especial, não previsto no concurso: "Prestes!/ O Cavaleiro da Esperança/ Um homem que pelo pequeno relutou/ Seu nome foi bem disputado dentro das urnas/ Oh! Carlos Prestes/ Foi bem merecida a cadeira de senador/ Passou dez anos encarcerado/ Comeu o pão que o diabo amassou/ Oh! Prestes."

Carnaval
Percebendo o sucesso junto ao mundo do samba, os comunistas buscam estreitar ainda mais a aproximação com as agremiações carnavalescas. Era comum, quase uma regra, que um jornal organizasse os festejos carnavalescos. Em 1947, foi a vez de a Tribuna Popular pleitear o direito de organizar o carnaval.


O primeiro bimestre daquele ano seria bastante agitado para os comunistas: eleições para a Câmara dos Vereadores, em janeiro, e promoção do carnaval. A campanha eleitoral, bastante lúdica, como reivindicava Mário Lago, utilizava em abundância versões de conhecidas marchinhas populares. "Mamãe, não quero", do comunista Jararaca (da famosa dupla caipira Jararaca e Ratinho), que seria eleito vereador, era uma das mais famosas: "Mamãe, não quero/ Mamãe, não quero/ Mamãe, não quero mais mamar/ Eu já estou grande/ Quero saber em quem é que eu vou votar/ Vota meu filho/ Que és moço e és viril/ Vota pra grandeza e pro progresso do Brasil/ Vota com cuidado/ com cuidado vota/ Dá o teu voto/ A um sincero patriota!/ Não vota, meu filho/ Não crê na marmelada/ Dos que prometem tudo/ E no fim não fazem nada/ Vota com cuidado/ Olhe bem a lista/ Escolha os candidatos do Partido Comunista."


A tradicional eleição para Embaixador e Embaixatriz do Samba, no ano de 1947, foi organizada pela Tribuna Popular. Um ensaio para um outro pleito do qual o mundo do samba, dentro de poucos dias, não poderia se furtar: as eleições de 19 de janeiro, votando nos candidatos do Partido Comunista. A 15 de janeiro, lia-se na Tribuna: "Doraci de Assis conquista o primeiro lugar. A candidata do Prazer da Serrinha é seguida de perto por Tereza Lima e Luciana Batista. João Amazonas, Pedro Mota Lima e Vespasiano Luz, candidatos da Chapa Popular que os sambistas levarão ao Senado e ao Conselho Municipal, assistiram à apuração."

Os planos de organizar os preparativos para o carnaval de 1947, conhecido como Carnaval da Vitória, em alusão à vitória sobre o nazi-fascismo, foram frustrados. Embora se diga que os anos 1945-1964 foram marcados pela democratização no país, permanecia ainda um forte traço autoritário, expresso na repressão da "polícia especial" às manifestações dos trabalhadores; na manutenção da censura; na cassação do Partido Comunista, em 1947; e na suspensão dos mandatos dos comunistas, em janeiro do ano seguinte.


Repressão

O partido, mais uma vez, cairia na clandestinidade. Para diminuir a influência dos comunistas junto às escolas de samba, foi criada uma nova entidade representativa, a Federação Brasileira das Escolas de Samba, que passou a receber a subvenção oficial e a atrair diversas escolas filiadas à União Geral das Escolas de Samba, que foi sendo esvaziada. Acusadas de "subversão", várias escolas de samba foram investigadas pela polícia política. Constam nos arquivos do DOPS documentos relativos à "infiltração" de "elementos comunistas" nas escolas de samba, em pleno período de democratização. "Recomendava-se" a substituição desses componentes, sob pena de cassação das licenças de funcionamento. Durante a ditadura militar, a produção de documentos referentes à "subversão" nas escolas de samba aumenta consideravelmente. A documentação estende-se até o ano de 1983, quando a Unidos de Vila Isabel comemorava o aniversário de 85 anos de Luiz Carlos Prestes. Longe de ser encarado como uma forma de alienação popular, o samba, para os comunistas, foi fundamental para o contato com o operariado. 

O estreitamento dos laços entre o  Partido Comunista do Brasil e as escolas de samba, na segunda metade dos anos 40, consolidou uma parceria bastante sólida. Mesmo durante o novo período de ilegalidade, que se inicia em 1948, a parceria 
Partido Comunista do Brasil /mudo do samba não se dissolveu. Ao contrário, ganhou novo fôlego com o interesse de setores da classe média, especialmente estudantes universitários e classe artística, que buscavam abrir caminho para a participação das camadas populares nas lutas sociais.

Em 1998, Luiz Carlos Prestes foi louvado na avenida pela Acadêmicos do Grande Rio. Dessa vez, não num desfile promovido pelo partido, mas com todo o aparato que cerca o carnaval carioca da atualidade, no desfile oficial. Sinal dos tempos?



Do Portal Vermelho

Saudade do Rei Bola (um pouco de história do Carnaval de Curitiba)


Saudade do Rei Bola (um pouco de história do Carnaval de Curitiba

Do Site Brasil Cultura

Esta completando 30 anos um ato do prefeito Mauricio Fruet, pai de Gustavo Fruet hoje prefeito de Curitiba. Foi em 1983 que de forma subversiva se apontou uma política para a felicidade em especial ao do carnaval. Carnaval, termo usado como sinônimo de folia, de alegria, de dias ou momentos felizes, aliados ou não à subversão de costumes. Adoro subverter.
A história tem a possibilidade de ser escrita pelos homens e mulheres na diversidade das suas
visões do mundo. Para mim, em verdade, carnaval é escola de samba. E quem vive ou viveu uma escola de samba não sofreu com a profunda busca de identidade.
Quem pertence a uma escola de samba ou agremiação carnavalesca tem endereço, raiz, deixa de ser alguém, como diria Caetano Veloso, sem lenço e sem documento.
Eu vivi este tempo de escolas de samba. Era um tempo em que alegorias, fantasias e até boa parte dos instrumentos, como pandeiros e tamborins, eram de fabricação doméstica; e no
qual o que valia era a participação comunitária. Nestas comunidades como a da Vila Capanema compareciam entre outros convidados ilustres, Mestre Maé da Cuíca, Chocolate, Glauco Souza Lobo, Homero Réboli,  Laé di Cabral, Charrão, Mestre Libanio, Picolé, Ceguinho, Amauri, Fernando Lamarão, Pernambuco, Binho, Pelezinho, Mancha e Reinaldo de Carvalho, o Bola, já um grande percussionista.
O mundo do samba de Curitiba, como de resto no Brasil, se estruturava, realmente, como um universo à parte, com regras, usos, costumes e até um vocabulário peculiar. Nesse universo, as células principais eram as escolas, cada uma delas, por sua vez, surgidas em geral de núcleos familiares que as dirigiam e davam suporte.
Embaixadores da Alegria os Davilas (Delci e Edson), Dom Pedro Jubal e família, Mocidade Azul, Afunfa, Charrão e esposa Célia, Colorado, Ismael Cordeiro filhos e irmãos. Soma-se a este universo: Chocolate e Tia Hilda, Marlene e Amauri, Tia Nair Réboli, Marlene e seu Nego Dalvino, família Santos, família Brito, Julio Diabo, José Cadille e muitas outras que tomaram as escolas de samba como espaço-ação no mundo desigual e assim ali, naquele espaço existia entre nós a possibilidade concreta da felicidade.
Fiquei pensando, cá com meus botões, se os carnavais de ontem são iguais aos de hoje.
A conclusão? É claro que são. A festa nunca passa, não muda, vejam o caso de Garibaldes e Sacis no carnaval de hoje,  tem sempre o mesmo significado, mas o que realmente muda são as pessoas, a maneira de brincar o carnaval, de se esbaldar no samba, de vibrar com as cores da sua escola (saudade da Escola de Samba Colorado – Vila Tassi ou Capanema) fazendo bonito no asfalto negro, palco das historias de enredos e sambas.
Fui um solitário nestas coisas de divulgar e promover o carnaval de Curitiba e principalmente quando o assunto era escola de samba, mas vesti acho, com dignidade a fantasia que me
couber pra atravessar a avenida das palavras (e composições que criei) em ritmo de telecoteco, balacobaco e ziriguidum.
A festa do carnaval continua a mesma, porém estamos vendo os valores sendo pervertidos. Já mudaram até o gordinho do Rei Momo. Pode uma coisa dessas? O Rei Momo tem de ser
magrinho por causa da saúde – coisa de: politicamente correto – não que eu defenda a obesidade, mas onde está o lúdico de quem vive o carnaval?
Sempre fui um crítico das políticas culturais da administração municipal com relação às escolas de samba, o nada de sempre que se toma para levar um pouco de diversão e dignidade
às escolas de samba locais que, aos trancos e barrancos, se arrumam como podem para desfilar. Despejaram o carnaval no meio do ralo interminável da indústria cultural e o transformaram apenas em mais um período do ano com algumas festividades.
Nem sempre foi assim.
Lembrei outro dia do meu velho e saudoso amigo Mauricio Fruet.
Mauricio, então prefeito de Curitiba, já vai tempo e tome tempo, atendendo a um pedido meu (era o presidente da Associação das Escolas de Samba) e de Glauco Souza Lobo, seu diretor da Fundação Cultural de Curitiba, assinou um decreto nomeando (sem concurso) Rei Momo do Carnaval de Curitiba o grande Reinaldo de Carvalho o Rei Bola.
Oficializou o gordo, simpático e comunicativo << Bola >> como o Rei Momo de Curitiba,
dispensando qualquer eleição. O mais competente Rei Momo que o carnaval curitibano já teve. Foi há 30 anos!
A história do Rei Momo é mais uma contribuição da mitologia grega. Segundo a lenda, Momo era o deus da galhofa, dos delírios, adorava uma festa, mas fazia tanta bagunça que acabou
expulso do Monte Olimpo. E veio parar justamente no Brasil, mais precisamente em Curitiba, cidade tida como a capital que não tem carnaval!
O Rei Bola era simpático, agitado, bonita voz, conhecendo todo o repertório de marchinhas e sambas carnavalescos, foi responsável por grande parte da alegria no carnaval de Rua de Curitiba na década de 80. Foi, ao lado de Homero Réboli, Nelson Santos e Carlos Mattar, meu parceiro em inúmeros sambas. Durante muito tempo, pertencer ao seleto grupo de compositores de uma escola de samba era um privilégio e uma honra. Assim, fui da Ala de Compositores da Mangueira do Rio de Janeiro, como a de inúmeras outras aqui de Curitiba.
Vencedor como interprete por duas vezes do Festival Abre Alas, um concurso de músicas de carnaval que criei, coordenei e apresentei pela Secretaria de Estado da Cultura. Bola adorava cantar.
Bola vai ao Rio de Janeiro, depois de ser por anos nosso Rei Momo e lá obtém grande prestigio sendo coroado nos seguintes anos: 1987, 1988, 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1994,
1995. Nenhum foi rei como Reinaldo de Carvalho, o Bola – o mais famoso dos momos que já desfilaram na cidade do Rio de Janeiro.
Bola morreu em 1995 e até hoje é lembrado com carinho.
Existe em Curitiba uma rua que leva seu nome: Rua Reinaldo de Carvalho (Bola) localizada no bairro de Ganchinho.
Bola sabia que para a felicidade, como para tudo na vida, é preciso se libertar, se plenificar para o prazer. E como tinha prazer estar ligado ao samba e ao carnaval. Sambava lindo que só vendo mesmo com seus 265 quilos!
Só pode experimentar a felicidade aquele ou aquela que se liberta da submissão.
Se nos é possivel o acesso ao mundo da felicidade, se esta é uma opção que esta à nossa frente, o minimo que podemos fazer é buscá-la como fez com sua alegria o Rei Bola: de forma subversiva sem submissão no carnaval!
Cláudio Ribeiro
Jornalista-Compositor
Ouça aqui a primeira gravação do Carnaval Curitibano – Atenção: para ouvir pare o som da web radio Brasil Cultura.
http://www.brasilcultura.com.br/cultura/saudade-do-rei-bola-um-pouco-de-historia-do-carnaval-de-curitiba/

"Alckmin enquadrou o traiçoeiro Serra?"


 




A jornalista Julia Dualibi, do Estadão, publicou ontem uma notinha curiosa. “O ex-governador José Serra está cotado para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do governo de Geraldo Alckmin. Aliados do governador já sondaram o tucano sobre a possibilidade de ingressar no governo, mas Serra ainda não teria se manifestado sobre o assunto.

Por Altamiro Borges, em seu blog



O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com quem Serra se encontrou na semana passada, é entusiasta da ideia e passou a defendê-la nos bastidores”.

Hoje, no Painel da Folha, Vera Magalhães insinuou que a coisa é mais complicada do que parece no ninho tucano. Segundo a repórter, “Serra tem reclamado, em privado, de aliados que sugerem sua nomeação para a Secretaria de Desenvolvimento de São Paulo. Diz que o movimento ocorre à sua revelia e o indispõe com Geraldo Alckmin”. Quem será que está certa? Talvez ambas! Alckmin talvez tenha tentado enquadrar Serra, oferecendo-lhe uma boquinha no governo. Mas o traiçoeiro tucano parece que não gostou da proposta!

O clima no PSDB não anda nada amigável. As bicadas são cada vez mais sangrentas. Serra não abandonou a sua obsessão de ser novamente candidato a presidente. Tanto que ele virou um estorvo para o cambaleante Aécio Neves. Até lembra os bafômetros da polícia carioca. Ele também não confia em Geraldo Alckmin. Afinal, Serra o rifou na eleição da prefeitura paulistana, em 2008, quando traiu o PSDB e apoiou o ex-demo Gilberto Kassab. Teme sua “vingança maligna” e não toparia virar mero auxiliar do governador.



http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=6&id_noticia=205423

Leci Brandão é eleita presidenta da Comissão de Educação da Alesp




Do Portal Vermelho

A deputada Leci Brandão (PCdoB) foi eleita, por unanimidade, nesta quarta-feira (6), presidente da Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).


A Comissão, composta por 11 deputados, têm o objetivo de discutir e apreciar projetos de lei, emendas e outras proposições relacionadas aos temas de educação e cultura, antes de sua votação em Plenário. A comissão também tem a prerrogativa de convidar ou convocar autoridades públicas para prestar esclarecimentos e realizar audiências públicas, dar parecer sobre proposições referentes aos assuntos de sua especialização, promover estudos sobre problemas de interesse público relativos à sua competência, acompanhar as atividades da Secretaria de Estado e receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades públicas e convocar Secretários de Estado. 

Nesta quarta, antes da eleição, a deputada protocolou um requerimento solicitando audiência pública para debater a política de cotas nas Universidades públicas de São Paulo. Na terça-feira (5) Leci participou de duas plenárias organizadas por entidades do movimento negro e dos movimentos sociais para discutir a proposta do governo em relação ao assunto.

Desde que assumiu seu mandato na Assembleia Legislativa, a deputada Leci Brandão compõe a Comissão de Educação e Cultura e a Comissão de Direitos Humanos e, em 2011 assumiu a presidência da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura.

Com informações do gabinete da deputada estadual Leci Brandão

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=205378&id_secao=1

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Morre Lino Oviedo, político paraguaio de reputação controversa


Do Portal Vermelho


O Paraguai viveu um dia de luto nesta segunda-feira (4). Lino Oviedo, 69, faleceu no sábado (2), após a queda de seu helicóptero. Oviedo, que teve participação no golpe que terminou com a ditadura de Alfredo Strossner, é suspeito da morte de um presidente e foi a favor da destituição do presidente legitimamente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, em junho de 2012. Tentou toda sua vida aspirando chegar à presidência e concorria mais uma vez pelo partido União Nacional de Cidadãos Éticos (Unace).


AFP/Norberto Duarte
Lino Oviedo
Lino Oviedo, candidato à presidência do Paraguai
A viúva de Oviedo, Raquel Marín, pretende liderar o partido Unace. Um dos principais objetivos da medida é impedir a migração de votos dos "oviedistas" para outros partidos, especialmente no Legislativo. O primeiro turno das eleições paraguaias serão disputadas em 21 de abril.

De acordo com um porta-voz do Partido Liberal, Raquel Marín expressou sua intenção de tomar o lugar deixado por seu marido e liderar a campanha política da Unace. Ela teria, inclusive, cogitado compartilhar com os liberais o plano de governo preparado por Oviedo.

Segundo as leis eleitorais paraguaias, o candidato à vice-presidência pela Unace, Alberto Soljancic, deve assumir a candidatura principal e aguardar um novo nome para integrar a chapa.

O helicóptero de Oviedo caiu na região do Chaco, ao norte de Assunção, quando retornava à capital após um comício em Concepción. Aparentemente, o piloto desviou sua rota pelo mau tempo.


Biografia
“Sua máxima ambição foi chegar ao poder. Tentou isso por todos os meios, tanto lícitos, quanto irregulares, até o último momento de sua vida”, escreveu o jornal paraguaio Ultima Hora. Oviedo morreu na mesma data em que ganhou destaque político há 24 anos, em 3 de fevereiro de 1989 quanto prendeu pessoalmente o ditador Alfredo 

Su máxima ambición fue siempre llegar al poder. Lo intentó por todos los medios, tanto lícitos como irregulares, hasta el último minuto de su vida. Hoy, un trágico accidente aéreo pone fin a su convulsionada carrera política, paradójicamente en la misma fecha en que la había iniciado hace 24 años, el 3 de febrero de 1989, cuando saltó a la fama al arrestar personalmente al dictador Alfredo Stroessner, no dia do golpe militar do qual foi um dos principais articuladores. 

Sua participação neste episódio e algumas sublevações posteriores o levaram a se auto-definir, quase ironicamente, como “golpista democrático”. Em abril de 1996, com o apoio de soldados leais, declarou rebeldia contra o presidente Juan Carlos Wasmosy e se negou a acatar a ordem de destituição como chefe do exército, tendo ficado preso por 55 dias. E, em 1998, livre, foi pré-candidato à presidência pelo recém-criado Unace.

Foi preso novamente por mais 30 dias após desentendimentos com Wasmosy e José María Argaña. Na sequencia, foi condenado a 10 anos de prisão militar por “delitos contra a ordem e a segurança das forças armadas e insubordinação”. Em 1999 se refugiou na Argentina e, em 2000, foi novamente acusado de uma nova tentativa de golpe, que foi rapidamente sufocada.

De volta ao Paraguai em 2004 após asilo no Brasil, ficou preso até 2007, quando cumpria a metade de sua condenação pelo golpe de 1996. Em 2008 concorreu à presidência e foi derrotado por Lugo. Na oposição, a Unace pediu a renúncia do presidente e respaldou o julgamento político que terminou com o golpe contra Lugo.

Da Redação do Vermelho,

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=205253&id_secao=7

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Verdades científicas de Silas Malafaia


Verdades científicas de Silas Malafaia

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br
Por Kiko Nogueira, no blogDiário do Centro do Mundo:

Eu nunca fui fã de Marília Gabriela. Acho-a uma espécie de Jô Soares de calças. Celebridades e subcelebridades são tratadas a pão de ló em seu programa, com perguntas do tipo: “E esse coração, como vai?” Ao que o cidadão ou cidadã respondem: “Ah, Gabi, eu tô me namorando”. E segue daí.

Mas Gabi brilhou em seu encontro com o pastor Silas Malafaia. O homem ajuda em sua verborreia alucinada, mas as pontuações da apresentadora foram certeiras. Se ela se aplicasse assim com todos os entrevistados, seria melhor que Piers Morgan. Ainda que Malafaia seja um alvo fácil, ela conseguiu manter uma tensão permanente, sem descambar, respondendo a boa parte das bobagens inacreditáveis que ele repete todo dia a seus fiéis, algumas das quais mostradas pelo SBT.

O pensador inglês Bertrand Russel ilustra o caso de Malafaia perfeitamente: “o grande problema do mundo é que os tolos e fanáticos são sempre cheios de certeza, enquanto os sábios são cheios de dúvidas”.

Malafaia é uma besta apocalíptica preenchida de certezas absolutas. Daqui a 40 ou 50 anos, diz ele, vamos ver como vai ficar o mundo depois de tantos casais homossexuais adotarem crianças. A homofobia de Malafaia é apenas o pedaço mais visível de uma montanha de idiotices. O fato de ele ter uma igreja lhe dá autoridade divina para versar sobre todas as questões fundamentais.

Ele não inventou nada. Isso é da natureza das religiões organizadas (que são, na definição de Christopher Hitchens em seu livro Deus Não é Grande, “violentas, irracionais, intolerantes, aliadas do racismo, do tribalismo e do ódio, investidas de ignorância, hostis ao questionamento e às mulheres e coercivas com as crianças”).

Malafaia, um homem rico, cuja organização não recolhe impostos, se apoia na Bíblia para espalhar sua diatribe. Disse que “nenhuma verdade cientifica da Bíblia até hoje foi derrubada”. Era uma oportunidade de entender a ciência por trás de dilúvios e arcas com casais de animais, mares divididos ao meio por um senhor com cajado, pessoas que viram pedra ao olhar para trás, água transformada em vinho, ressuscitamentos, gente que anda sobre a água, virgens que têm filho etc etc etc.

Não é à toa que Serra se aliou a Malafaia, como escreveu o blogueiro Guy Franco aqui noDiário. É um obscurantismo sem freios, um reacionarismo tacanho, envelopado na “defesa da família”. Ele fala muito bem. Ele fala alto. Ele é ignorante e autocondescendente (“islamismo é de um radicalismo muito horroroso para o que a gente chama de religião”, mandou ver. Então ficamos combinados que ele não é radical).

O ponto alto da noite foi seu ideário homofóbico (“Ninguém nasce gay. É um comportamento; “se houver pastor homossexual, ele perde o cargo”; “a minha questão é o direitos que eles querem em detrimento da sociedade”; e por aí vai). Mas Malafaia é maior do que isso. Sua igreja enche, seus livros vendem, seus cofres ficam cada vez mais cheios. Não há sinal de que, a alturas tantas de um de seus sermões, seus seguidores vão cair em si, parar de dar dízimo e cuidar da vida. Como o próprio diz, vamos ver como vai ficar o mundo, daqui a 40 ou 50 anos, quando as besteiras de Silas Malafaia terão virado verdades científicas para milhares de pessoas.

Isto é Malafaia:

“As ofertas que eu recebo não são só de pessoas da minha igreja” “Eu não devo nada e não tenho o que temer” “Meu patrimônio é de R$ 4 milhões, R$ 2 milhões são da minha editora”“Não tem dados que declarem que eu tenho R$ 300 milhões de reais” “Deus trabalha com uma lei de recompensa” “Pastor é apenas um condutor” “O homossexualismo é um comportamento” “Se um pastor for homossexual, é afastado” “Eles (homossexuais) querem uma lei para atacar e atingir àqueles que querem” “A autoridade da bíblia é condenar o pecado”“Eu estou aqui para condenar o pecado” “Eu não estou aqui para impedir ninguém de ser homossexual” “Eu abdiquei do salário da minha igreja” “Tudo que sai da legalidade do casamento, sou contra”.

http://altamiroborges.blogspot.com.br/2013/02/verdades-cientificas-de-silas-malafaia.html

Manuela assume cargo de líder do PCdoB na Câmara


do Portal Vermelho


A deputada Manuela D’Ávila (RS) foi anunciada, nesta segunda-feira (4), como a nova líder da bancada do PCdoB. A parlamentar, que está em seu segundo mandato consecutivo na Câmara, terá desafios importantes como a condução da votação dos vetos presidenciais ao projeto de lei que redistribui os royalties do petróleo entre outras prioridades da bancada. A deputada sucede à deputada Luciana Santos (PCdoB-PE).


Agência Câmara
Manuela assume cargo de líder do PCdoB na Câmara
Nova líder recebe cumprimentos do novo presidente da Câmara.
Após a escolha do novo presidente e da mesa diretora da Câmara, Manuela acompanhou a primeira reunião de líderes na liderança do governo. No plenário, ela recebeu cumprimentos dos colegas e do presidente eleito, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

“São 90 anos de partido. Uma alegria e honra enormes. Além disso, sei da responsabilidade de contribuir com avanços nas mudanças no Brasil, construir as reformas necessárias com Dilma”, disse a nova líder do PCdoB na Câmara. 

Uma das protagonistas no debate sobre o Marco Civil na Internet, que trata de garantias, direitos e deveres para o uso da rede, a deputada irá enfrentar esse tema como líder da bancada. O relator Alessandro Molon (PT-RJ) já apresentou seu parecer na comissão especial, onde está pendente de votação. Essa deve ser uma das suas marcas na liderança do Partido.

Ela ressaltou ainda como prioridades de votação na casa este ano, além dos royalties do petróleo, outras matérias envolvendo o pacto federativo, entre elas nova lei complementar que estabelece as regras do Fundo de Participação dos Estados (FPE). No dia 24 de janeiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu novo prazo de 150 dias para que o Congresso aprove uma nova legislação.

A votação do orçamento 2013 e a análise de três mil vetos pendentes também são assuntos a serem enfrentados, considerados prioridade pelos líderes da Casa. Deve haver avanços ainda na discussão das reformas política e trabalhista. Outro destaque feito pela nova líder é da matéria que altera as regras do fator previdenciário.

Da redação em Brasília
Com informações da Ass. Dep. Manuela D´Ávila


http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=1&id_noticia=205227

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

“No Brasil, seis famílias controlam 70% da informação”, diz fundador do Wikileaks



Refugiado na embaixada do Equador em Londres, Julian Assange, fundador do Wikileaks, recebeu o jornalista Jamil Chade, correspondente do Estado de S. Paulo, para falar sobre sei livro Cypherpunks, Liberdade e o Futuro da Internet, que está sendo lançado no Brasil pela Boitempo Editorial. Na entrevista, ele disse que um dos principais problemas da América Latina é a concentração da mídia. “No Brasil, seis famílias controlam 70% da informação”.
Leia, a seguir, os principais trechos da conversa:
A web como arma
Tecnologia produz poder, a ponto de a história da civilização humana ser a história do desenvolvimento de diferentes armas de diferentes tipos. Por exemplo, quando rifles eram as armas dominantes ou navios de guerra ou bombas atômicas. Desde 1945, a relação entre as superpotências era definida por quem tinha acesso a armas atômicas. Hoje, a internet redefiniu as relações de força antes definidas pelas armas. Todas as sociedades que têm qualquer desenvolvimento tecnológico, que são as sociedades influentes, se fundiram com a internet. Portanto, não há uma separação entre sociedade, indivíduos, Estados e internet. A internet é hoje o alicerce da sociedade e conecta os Estados além das fronteiras. Conhecimento é poder.
Vigilância global
A comunicação entre indivíduos ocorre pela internet. Sistemas de telefone estão na internet, bancos e transações usam a internet. Colocamos nossos pensamentos mais íntimos na internet, detalhes, como diálogos entre marido e mulher e até nossa posição geográfica. Enfim, tudo é exposto na internet. Isso significa que grupos envolvidos na vigilância em massa realizam uma apropriação enorme de conhecimento. Esse é o maior roubo da história.
Google e Facebook
O Google sabe o que você estava pensando. E sabe o que você pensou no passado, porque quando você quer saber algum detalhe, busca no Google. Sites que têm Google Adds, ou seja, todos os sites, registram sua visita. O Google sabe todos os sites que você visitou, tudo o que você buscou. Ele te conhece melhor que você. Você sabe o que você buscou há dois dias? Não. Mas o Google sabe. Alguém pode dizer: o Google só quer vender publicidade. Mas, na realidade, todas as agências de inteligência dos EUA têm acesso ao material do Google. Eles acessaram isso em nosso caso.(…) Países como a Islândia têm uma penetração no Facebook de 88%. Mesmo que você não esteja no Facebook, seu irmão está e está relatando sobre você.
Uso pela CIA
Pessoas querem compartilhar algo com meus amigos e amigos de meus amigos, mas não com meus amigos e com a CIA. As pessoas estão sendo enganadas.
Concentração de mídia
[Rafael Correa, presidente do Equador] deveria atacar mais. A primeira responsabilidade da imprensa é a precisão e a verdade. O grande problema na América Latina é a concentração na mídia. Há seis famílias que controlam 70% da imprensa no Brasil, mas o problema é muito pior em vários países. Na Suécia, 60% da imprensa é controlada por uma editora. Na Austrália, 60% da imprensa escrita é controlada por (Rupert) Murdoch. Portanto, quando falamos em liberdade de expressão, temos de incluir a liberdade de distribuição, uma das coisas mais importantes que a internet nos deu.
Revelações sobre o Brasil
Sim. Publicaremos muito sobre o Brasil neste ano.
http://www.folhademaringa.com.br/no-brasil-seis-familias-controlam-70-da-informacao-diz-fundador-do-wikileaks/

A burguesia se unindo:Merval Pereira ingressará no PSOL?


Merval Pereira ingressará no PSOL?

Por Altamiro Borges

Merval Pereira, o “imortal” da Academia Brasileira de Letras, deveria se dedicar mais aos seus “talentos literários”. Na política, ele só tem se dado mal. No ano passado, ele sofreu baita frustração com a cassação do “ético” Demóstenes Torres, o senador demo que ele tanto bajulou nas páginas de O Globo. Agora, nesta semana, ele voltou a se decepcionar com o seu partido do coração, o PSDB, por causa da traição de vários tucanos que votaram em Renan Calheiros. Deprimido, ele hoje ele fez rasgados elogios ao... PSOL!

Para o “analista político”, as traições dos tucanos na votação do Senado “são consequência da esterilização da política levada a efeito pelo governo petista”. No seu entender, todos os partidos foram cooptados pelo PT desde quando Lula buscou “montar uma maioria que fosse forte o suficiente para prevenir qualquer nova possibilidade de impeachment”. Para ele, a eleição da presidência do Senado poderia ajudar a reverter este quadro, mas novamente vingou o “pragmatismo”. Neste cenário, afirma pessimista, só sobrou o PSOL:

“A ‘Política com P maiúsculo, a política que é História’, como definia Joaquim Nabuco, sempre renasce, garante, esperançoso, o documento do PSOL. Nessa luta, não se trata de checar ideologias ou apoiar programas partidários. Trata-se de unir os poucos que ainda acreditam nessa política para ‘acertar o passo do Legislativo Nacional com as grandes questões que afetam a vida do nosso povo’. Mas isso não passa de um sonho. O pragmatismo de Lula tratou de colocar os 300 picaretas, que um dia denunciou, ao seu lado, não para garantir a governabilidade como apregoam, mas o pedaço de cada um no imenso butim nacional”.

A desilusão de Merval não significa que ele tenha qualquer coisa contra o senador alagoano. Quando Renan foi ministro da Justiça de FHC, ele nunca lhe fez maiores críticas. Ela também não se deve a questões éticas – afinal, o jornalista sempre garantiu visibilidade a notórios corruptos. Na sua coluna no jornal e nos comentários na TV Globo, Merval militou para derrotar Renan por razões políticas. O seu desejo explícito era o de debilitar a “ampla maioria” do governo, inclusive possibilitando futuros processos impeachment.

Já a sua declaração de amor ao PSOL também se dá por razões políticas. Ele propõe uma aliança tática, momentânea. Como ele mesmo enfatiza, “não se trata de checar ideologias ou apoiar programas partidários”. Do ponto de vista estratégico, Merval Pereira detesta o PSOL. A legenda se proclama socialista; e o colunista é um neoliberal convicto, um adorador do “deus-mercado”. O partido presidido pelo deputado Ivan Valente defende Hugo Chávez e a revolução bolivariana; Merval já “matou” o presidente venezuelano várias vezes. O PSOL também luta pela regulação democrática da mídia, o que causa calafrios fascistóides no jornalista da famiglia Marinho.

Respondendo à pergunta do título: Merval Pereira não ingressará no PSOL. Que o seu artigo de hoje no jornal O Globo não seduza algum parlamentar do partido mais “pragmático”!

http://altamiroborges.blogspot.com.br/2013/02/merval-pereira-ingressara-no-psol.html

Carnaval:Segunda edição do Bloco “Tô no Vermelho” promete agitar SP


Cláudio Gonzalez
 Tô no vermelho

 


  A segunda edição bloco acontecerá no dia 07 de fevereiro, às 17 horas, com concentração em frente ao Prédio do Copan. O bloco, inaugurado no ano passado, reunirá militantes do PCdoB e amigos nas ruas do Centro de São Paulo.



Com a chamada “Festejando um novo tempo”, militantes prometem muito confete e serpentina para celebrar a vitória conquistada na eleição passada de Fernando Haddad à prefeitura da cidade.

A animação ficará por conta do grupo Foliões da Paulicéia, Thobias da Vai-Vai, T. Kaçula, Chapinha e outros amigos do PCdoB.

O bloco sairá do Copan e percorrerá a Avenida do Ipiranga, Rua Rego Freitas, Rua do Arouche e terminará no Largo do Arouche.

Letra da Marchinha do Bloco:

Povo na rua é carnaval 
(Maurinho de Jesus, Railídia e Arhur Favela)


Meu povo na rua é carnaval
É a revolução que faz a gente sambar
vou nesse bloco por São Paulo desfilar
tô no vermelho mas nem dá pra reclamar

De colombina ou pierrot eu vou
E no balanço do tambor já tô
Saio sexta-feira e só na quarta eu vou voltar
Eu só quero festejar (2x)

Meu povo na rua .... (1x)

E pra tristeza não chegar cantar
e para a vida melhorar lutar
PCdoB o partido que é do povo sempre perto de você (2x)

Meu povo na rua....


Serviço: Bloco “Tô no Vermelho”
Concentração: Em frente ao Prédio Copan – perto da estação de metrô República
Horário: 17 horas
Mais informações: 5083-4232

Por Ana Flávia Marx


http://www.vermelho.org.br/sp/noticia.php?id_noticia=205135&id_secao=39

Fidel aparece para votar e defende as atuais mudanças na ilha


Do Portal Vermelho


Faltavam apenas alguns minutos para as 17 horas deste domingo (3), quando palmas e gritos de alegria das pessoas reunidas nos arredores do Colégio Eleitoral número 1, em Plaza da Revolução, Havana, indicaram a chegada do eleitor número 28. O líder cubano Fidel Castro, com andar pausado e cuidadoso, mas com sorriso e bom humor característicos, subiu a rampa de acesso à zona de votação, já com sua cédula em mãos, para votar nas eleições gerais.


Fidel conversou por mais de uma hora com admiradores e jornalistas cubanos, neste que é seu primeiro contato com o povo em alguns meses. Desde 2006 que o líder comunista não participava pessoalmente de eleições no país. Ele registrava o voto através de representantes. Depois de um período mais ausente de eventos, em 2012 participou de vários atos públicos, incluindo um encontro com o Papa Bento XVI. Suas fotos mais recentes são de janeiro de 2013, quando se reuniu com a presidente argentina Cristina Kirchner e o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. 

Logo ao chegar na sessão de votação, Fidel conversou com os mesários e as crianças que atuam como fiscais simbólicos do pleito. Em seguida, perguntou aos mesários se podia afastar-se para dialogar com a imprensa e ressurgiu então um Fidel conversador e midiático. Ninguém poderia esperar, contudo, que, apesar do avançado da hora ou do clima frio, ele passaria uma hora e meia conversando com os jornalistas e transeuntes que se reuniram na saída do colégio eleitoral.

Com uma memória prodigiosa, ao rememorar fatos e datas, um Fidel conversador e curioso – entrevistado por vezes, entrevistador por outras – falou da economia cubana e da mundial, da política nacional e internacional, da história passada e recente da América Latina, dos desafios atuais de Cuba, do papel da imprensa, da necessidade de evitar guerras e até de agricultura.

Fidel brincou até quando lhe perguntaram sobre as eleições, assegurando que não poderia revelar, "para não violar a lei, em quem votei". Mas ressaltou o papel que as mulheres vêm assumindo na política cubana. "E assim deve ser", completou. O ex-presidente procurou informações sobre a disputa, quis saber quantos haviam votado, quantos ainda deveriam fazê-lo. "Aqui as eleições não são como nos Estados Unidos, onde apenas uma minoria vota. Não podemos deixar que isso aconteça nunca, porque aqui o povo é que manda", disse.

Respondendo a uma pergunta de uma repórter sobre as atuais mudanças em Cuba, Fidel enfatizou que "a maior transformação de todas foi a própria Revolução. Mas, claro, nada é perfeito, muitas coisas sabemos hoje que não sabíamos então, e é necessário trabalhar para continuar aperfeiçoando o país. É um dever atualizar o modelo socialista cubano, modernizá-lo, mas sem cometer erros", disse.

"Agora tenho um pouco mais de tempo para ler, ver televisão, refletir. Aproveito muito para estudar, pensar nesses problemas, pois as pessoas, com suas preocupações diárias, que são tantas, às vezes não pensam nelas", disse Fidel, depois de falar sobre a crise, as altas taxas de desemprego e as guerras, um tema dos quais dedica muito tempo de estudo e reflexão.

"Cada vez estou mais convencido de que, como demonstra a história, pelos egoismos e ambições, por esse instinto natural e selvagem dos homens, são quase inevitáveis as guerras", expressou. "Mas as guerras são muito distintas quando se fazem por uma causa justa, pela liberdade, pela solidariedade, e nós estivemos dispostos a correr esses riscos", afirmou.

"Só um homem na história se fez famoso por levar adiante grandes campanhas militares, mas para libertar povos. Esse homem foi Bolívar", assegurou, para em seguida, completar que "Bolívar, mas também Martí e Chávez, são pessoas muito importantes para a América Latina".

Questionado sobre seu amigo, que se recupera em Cuba após cirurgia, disse que tem notícias dele todos os dias. "Está muito melhor, recuperando-se. Tem sido uma luta forte, mas tem melhorado. Temos que curá-lo. Chávez é muito importante para seu país e para a América Latina."

O tema derivou para a recente cúpula da Celac, que, segundo Fidel, "foi um passo muito importante para a unidade, do qual Chávez foi um dos maiores artífices".

O líder falou também sobre o avanço tecnológico e a importância de estar bem informado. "Por isso é tão importante o papel de vocês", disse, dirigindo-se aos jornalistas. "E que cada vez estudem mais para informar melhor e não digo isso como uma crítica, pois respeito muito o trabalho da mídia, mas porque estou convencido que os jornalistas são uma fortaleza para o país e para a Revolução."

Apesar da idade, Fidel continua assombrando os repórteres, por sua capacidade de compreender a realidade e falar sobre as mudanças atuais em Cuba e relacioná-las com coisas como a produção de alimentos, por sua capacidade de recordar detalhes tão incríveis como onde se compravam os primeiros búfalos que chegaram ao país ou simplesmente ao mostrar-se interessado na tiragem diária de cada periódico, mostrando com exemplos que realmente os lê cotidianamente.

Ao ser questionado por um repórter se gostaria de mandar uma mensagem ao povo de Cuba, Fidel olhou diretamente para o jornalista e, após pensar um instante, disse: "Este é um povo valente. Não temos que provar isso. Cinquenta anos de bloqueio e não puderam nos derrotar. O povo é tudo, sem o povo não somos nada, sem o povo não haveria revolução".

Com Juventud Rebelde

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=205113&id_secao=7

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Lula e o ódio das elites



Do Portal vermelho

O discurso de Lula na 3ª Conferência Mundial pelo Equilíbrio do Mundo, ocorrida nesta semana em Havana, ajuda a entender porque as elites têm tanto ódio do ex-presidente e ex-líder operário. Ele tocou em vários pontos que incomodam a direita nativa e internacional.

Por Altamiro Borges*



A reação da mídia privada foi sintomática. Parte dela preferiu omitir as suas palavras e ocultar Cuba, que sediou o evento patrocinado pela Unesco/ONU. Outra parte preferiu desqualificar o “último reduto do comunismo”, como noticiou a Folha, e satanizar Lula.
No que se refere à política externa, Lula fez questão de espinafrar a postura arrogante e imperial dos EUA. “Não existe mais nenhuma razão de se manter o bloqueio a Cuba a não ser a teimosia de quem não reconhece que perdeu a guerra, e perdeu a guerra para Cuba”, afirmou. Ele também conclamou o presidente reeleito Barack Obama “a ter a mesma ousadia que levou o seu povo a votar nele” e a mudar os rumos das relações políticas e econômicas dos EUA com Cuba e com o conjunto do continente latino-americano.
Após homenagear o presidente Hugo Chávez, que está internado em Havana para o tratamento de um câncer, Lula insistiu na urgência da integração soberana da América Latina. “Vocês não podem voltar para suas casas e simplesmente colocar isso [o evento] nas suas biografias. É necessário que vocês saiam daqui cúmplices e parceiros de uma coisa maior, de uma vontade de fazer alguma coisa juntos mesmo não estando reunidos [fisicamente]”. Para ele, a integração regional é decisiva para o futuro dos povos do continente.
O ex-presidente destacou os avanços promovidos pelos governos progressistas da região. “Quem imaginava que um índio, com cara de índio, jeito de índio, comportamento de índio, governaria um país e, mais do que isso, que seu governo daria certo?”, indagou Lula ao se referir a Evo Morales. Estes avanços, afirmou, despertam o ódio das elites reacionárias da região. Ele lembrou a pressão da direita brasileira para que “um ex-metalúrgico brigasse com um índio” quando o governo boliviano estatizou a empresa de petróleo.
Lula também criticou a mídia partidarizada do continente. Irônico, afirmou: “Eu nem reclamo, porque no Brasil a imprensa gosta muito de mim... Mas eu nasci assim, cresci assim e vou continuar assim, e isso os deixa [os veículos de imprensa] muito nervosos... Eles não gostam da esquerda, não gostam do Chávez, Correa, Mujica, Cristina [Kirchner] e do Evo Morales. E não gostam não por nossos erros, mas pelos nossos acertos”. Para ele, as elites não “gostam que pobre ande de avião, compre carro novo ou tenha conta bancária”.
Em Cuba, a ilha revolucionária que enfrenta o império há 53 anos, Lula enfatizou as teses progressistas que tanto incomodam a direita nativa e mundial. O jornal Estadão, que não esconde sua visão conservadora e colonizada, não vacilou em condenar as suas corajosas palavras. Em editorial raivoso nesta sexta-feira, o jornal confirmou o ódio das elites às forças de esquerda. Tratou o evento em Havana como “um daqueles convescotes ideológicos cheios de ar quente e vazios de ideias” e criticou os governos progressistas da região.
O que mais irritou o Estadão, porém, foram as críticas de Lula à imprensa partidarizada. “A mídia, a mesma que o ajudou a decolar do sindicalismo para a grande política - como certa vez, em um momento de franqueza, ele admitiu -, é o bode expiatório de há muito escolhido para livrar o PT do acerto de contas com seus próprios malfeitos”, atacou. O jornal só deixou de explicar que também ajudou a criar o clima para o golpe de 1964 e que elegeu Lula como o seu inimigo principal quando este não seguiu o seu enquadramento liberal.

*Altamiro Borges é jornalista, secretário de Questão da Mídia do PCdoB e presidente do Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=205079&id_secao=6