sábado, 7 de março de 2015

O líder fascista do Revoltados On Line vai sofrer impeachment de seus vizinhos

Do Diário do Centro do Mundo

Marcello Reis, do Revoltados On Line
Marcello Reis, do Revoltados On Line

Em sua imaginação doentia, Marcello Reis, o fascista que lidera a facção de extrema direita lelé Revoltados On Line (600 mil likes no Facebook), provavelmente esperava ser enquadrado pela polícia, pelo exército, pela Abin ou pela KGB por causa de suas atividades. Uma espécie de profecia autorrealizável de um homem que, segundo ele mesmo, luta contra a escória que tomou conta do Brasil.
Foi triste para ele ter levado uma dura monumental do síndico de seu prédio em São Paulo. 
Marcello, que mora no mesmo edifício do ministro José Eduardo Martins Cardozo, foi repreendido por ter divulgado, em seus vídeos, o endereço. Ele teria sido, também, um dos organizadores de um panelaço ali.
As imagens da discussão foram colocadas por ele mesmo no YouTube, em mais um espetacular ato de falta de noção. Para quem se jacta de mobilizar multidões, é curioso ver como Marcello não consegue convencer sequer seus vizinhos. O sujeito que pede impeachment de Dilma pode ser expulso de casa porque é, ao fim e ao cabo, um mala sem alça.
Marcello Reis é mais um desses casos brasileiros de inimigos da democracia que falam o que querem e reclamam de uma ditadura. Incita o ódio e gasta seus dias caluniando e difamando incessantemente.
Não apenas os suspeitos de sempre — Lula, Dilma, Dirceu etc. Na briga entre petistas e antipetistas durante o ato em defesa da Petrobras na semana passada, por exemplo, seu bando conseguiu chamar o imigrante haitiano Auguste Lubain de “sociopata haitiano contratado por Lula para espancar brasileiros que querem o fim dos roubos” (a história completa está aqui). Enquanto o pau quebrava, Lubain estava no interior de Santa Catarina, onde vive.
Reis fatura com sua obsessão. Depois de se dar mal em vários negócios, hoje vende camisetas temáticas (o kit impedimento custa 175 reais) e pede dinheiro para ele, ou seja, a causa:
“Se você puder contribuir financeiramente para continuarmos nossa nesta GUERRA entre o BEM e o MAL, estamos precisando, não temos ninguém por trás de nós, só temos Deus na nossa FRENTE”. Seguem os dados da conta bancária. “NÃO VAMOS DESISTIR DO BRASIL”, finaliza o amigo de Lobão.
Sua última façanha foi marcar um protesto no dia 13 para confrontar o convocado pelo PT. Manifestantes que aguardam a passeata do impeachment no dia 15 estão estupefatos com a estranha decisão do Mussolini paulistano.
Para quem esperava ser detido pela polícia federal bolivariana e virar mártir, Marcello Reis tem de se conformar com a chupada de um síndico que o chama de “fanfarrão”.
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Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

Ato dia 13: Centrais e movimentos sociais lançam manifesto


Entidades dos movimentos sociais divulgaram nesta quarta-feira (4) manifesto convocando o povo brasileiro a ocupar as ruas dia 13 de março em defesa dos direitos da classe trabalhadora, da Petrobras, da Democracia e da Reforma Política.


Em São Paulo, mobilização vai se concentrar na Avenida Paulista, 901, a partir das 15 horasEm São Paulo, mobilização vai se concentrar na Avenida Paulista, 901, a partir das 15 horas
O documento, assinado por diversos movimentos, destaca que o desafio posto atualmente é garantir um projeto de desenvolvimento econômico que dê continuidade as conquistas garantindo a distribuição de renda, justiça e inclusão social. Em São Paulo, o ato vai se concentrar na avenida Paulista, 901, a partir das 15 horas. A mobilização também conta com o apoio do PCdoB, PT e PSol.

Leia a íntegra do manifesto.

13 de Março, Dia Nacional de Luta em Defesa:

- Dos Direitos da Classe Trabalhadora
- Da Petrobras
- Da Democracia
- Da Reforma Política

Um dos maiores desafios dos movimentos sindical e social hoje é defender, de forma unificada e organizada, o projeto de desenvolvimento econômico com distribuição de renda, justiça e inclusão social. É defender uma Nação mais justa para todos.

Defender os Direitos da Classe Trabalhadora

A agenda dos trabalhadores que queremos ver implementada no Brasil é a agenda do desenvolvimento, com geração de emprego e renda.

Governo nenhum pode mexer nos direitos da classe trabalhadora. Quem ousou duvidar da nossa capacidade de organização e mobilização já viu do que somos capazes.

Defender os trabalhadores é lutar contra medidas de ajuste fiscal que prejudicam a classe trabalhadora.

As MPs 664 e 665, que restringem o acesso ao seguro desemprego, ao abono salarial, pensão por morte e auxílio-doença, são ataques a direitos duramente conquistados pela classe trabalhadora.

Se o governo quer combater fraudes, deve aprimorar a fiscalização; se quer combater a alta taxa de rotatividade, que taxe as empresas onde os índices de demissão imotivada são mais altos do que as empresas do setor, e que ratifique a Convenção 158 da OIT.

Lutaremos também contra o PL 4330, que da maneira como está imposto libera a terceirização ilimitada para as empresas, aumentando osubemprego, reduzindo os salários e colocando em risco a vida dos/as trabalhadores/as.

Defender a Petrobras

Defender a Petrobras é defender a empresa que mais investe no Brasil – mais de R$ 300 milhões por dia – e que representa 13% do PIB Nacional. É defender mais e melhores empregos e avanços tecnológicos. É defender uma Nação mais justa e igualitária.

Defender a Petrobras é defender um projeto de desenvolvimento do Brasil, com mais investimentos em saúde, educação, geração de empregos, investimentos em tecnologia e formação profissional.

Defender a Petrobras é defender ativos estratégicos para o Brasil. É defender um patrimônio que pertence a todos os brasileiros e a todas as brasileiras. É defender nosso maior instrumento de implantação de políticas públicas que beneficiam toda a sociedade.

Defender a Petrobras é, também, defender a punição de funcionários de alto escalão envolvidos em atos de corrupção. Exigimos que todos os denunciados sejam investigados e, comprovados os crimes, sejam punidos com os rigores da lei. Tanto os corruptores, como os corruptos. A bandeira contra a corrupção é dos movimentos social e sindical. Nós nunca tivemos medo da verdade.

Defender a Petrobras é não permitir que as empresas nacionais sejam inviabilizadas para dar lugar a empresas estrangeiras. Essas empresas brasileiras detêm tecnologia de ponta empregada na construção das maiores obras no Brasil e no exterior.

Defender a Democracia – Defender Reforma Política

Fomos às ruas para acabar com a ditadura militar e conquistar a redemocratização do País. Democracia pressupõe o direito e o respeito às decisões do povo, em especial, as dos resultados eleitorais. A Constituição deve ser respeitada.

Precisamos aperfeiçoar a nossa democracia, valorizando a participação do povo e tirando a influência do poder econômico sobre nosso processo eleitoral.

Para combater a corrupção entre dirigentes empresariais e políticos, temos de fazer a Reforma Política e acabar de uma vez por todas com o financiamento empresarial das campanhas eleitorais. A democracia deve representar o Povo. Não cabe às grandes empresas e as corporações aliciar candidatos e políticos para que sirvam como representantes de seus interesses empresariais em detrimento das necessidades do povo.

No dia 13 de março vamos mobilizar e organizar nossas bases, garantir a nossa agenda e mostrar a força dos movimentos sindical e social. Só assim conseguiremos colocar o Brasil na rota de crescimento econômico com inclusão social, ampliação de direitos e aprofundamento de nossa democracia.

Estamos em alerta, mobilizados e organizados, prontos para ir às ruas de todo o país defender a democracia e os interesses da classe trabalhadora e da sociedade sempre que afrontarem a liberdade e atacarem os direitos dos/as trabalhadores/as.

Não aceitaremos retrocesso!

FUP – Federação Única dos Petroleiros
CUT – Central Única dos Trabalhadores
CTB – Central dos Trabalhadores do Brasil
UGT – União Geral dos Trabalhadores
NCST – Nova Central Sindical dos Trabalhadores
CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros
UNE – União Nacional dos Estudantes
MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
MTST - Movimento dos Trabalhadores Sem Teto
UBM - União Brasileira de Mulheres
CMP – Central dos Movimentos Populares
MAB – Movimento de Atingidos por Barragem
UJS - União da Juventude Socialista
LEVANTE Popular da Juventude
CONEN - Coordenação Nacional de Entidades Negras
FAF – Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar
MNPR – Movimento Nacional das Populações de Rua
FDE – Fora do Eixo MÍDIA Ninja


Da redação do Portal Vermelho

sexta-feira, 6 de março de 2015

GENTILI NÃO COMPARECEU A JULGAMENTO MOVIDO POR DOADORA DE LEITE (QUE ELE CHAMOU DE VACA)


Gentilli
Apesar das expectativas o apresentador Danilo Gentili não esteve em Pernambuco ontem, quarta-feira (4), para a primeira audiência judicial movida pela pernambucana Michele Maximino por danos morais. Com uma hora de atraso, o julgamento já começou no Fórum de Olinda e os advogados de defesa representam o apresentador. Danilo Gentili deve ser ouvido em São Paulo, com data ainda a definir. Também são acusados no processo o assistente de palco Marcelo Mansfield e a emissora de televisão Band.
Antes do início da audiência, o marido de Michele, Ederval Trajano, disse que, caso Michele ganhe o caso, ela não terá vitória sozinha: “Quem vai ganhar são as mulheres, o aleitamento materno, a doação de leite materno”, justificou. “Será a vitória da solidariedade em detrimento da estupidez”, desabafou o professor.
Considerada pelo Rank Brasil como a maior doadora de leite materno do Brasil e já tendo batido o recorde mundial com a doação de 407 litros em 11 meses, em 2013, Michele sofreu com piadas em rede nacional quando o apresentador Danilo Gentili a comparou com o ator pornô “Kid Bengala” por causa do tamanho dos seios dela. Danilo Gentili nunca pediu desculpas e parece não se preocupar com a situação. Em janeiro, o apresentador postou uma foto, em uma rede social, onde aparece em uma praia, com a legenda “esperando os processos”.
Michele, que é mãe de dois meninos, o mais velho de 15 anos e o mais novo com cinco anos, e de uma menina com 2 anos, ficou muito abalada com o ocorrido. A família da técnica em enfermagem, que está desempregada, teve que se mudar da cidade de Quipapá, Zona da Mata Sul de Pernambuco, onde morava devido às chacotas da população local. Para ajudar Michele a se recuperar, profissionais de saúde e pais de recém nascidos decidiram enviar mensagens de apoio à doadora.
Michele ainda amamenta a filha e armazena um excedente de 300 ml de leite por dia. Por causa das piadas, ela deixou de fazer doações, a última foi feita há seis meses. Agora, ela pretende fazer uma nova doação até esta sexta-feira (6), com até 2 litros para o Hospital Agamenon Magalhães, cujo banco está com estoque em baixa.
http://brasil29.com.br/gentili-nao-compareceu-a-julgamento-movido-por-doadora-de-leite-que-ele-chamou-de-vaca/

quinta-feira, 5 de março de 2015

PCdoB define agenda contra o golpismo


“PCdoB reafirma sua posição de defesa do mandato da presidenta Dilma Rousseff, da Petrobras, do combate à corrupção e dos direitos até aqui conquistados”, afirmou Renato Rabelo, em entrevista à Rádio Vermelho, ao relatar encontro com a presidenta Dilma Rousseff, nesta terça-feira (3), em Brasília.
Joanne Mota, da Rádio Vermelho
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O presidente do PCdoB orienta a militância comunista para que inicie um trabalho de plenárias pelo Brasil, que tenham como objetivo organizar os atos do dia 13 de março e a análise da conjuntura, com a proposição de uma agenda de ação em cada canto do país.
“O atual momento é complexo e precisa de todas as energias do Partido. Precisamos deixar claro o que está em jogo nesse acirrado confronto. Ocupando todos os espaços, inclusive as redes sociais”, diz Renato.
Ele informou que também participaram da reunião com a presidenta Dilma Rousseff a líder do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali; a senadora pelo PCdoB do Amazonas, Vanessa Grazziotin; o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo; e a vice-presidenta do PCdoB e deputada federal pelo PCdoB de Pernambuco, Luciana Santos.
“Foi um encontro de reafirmação da confiança. A presidenta Dilma Rousseff falou sobre a atual conjuntura, segundo ela [a presidenta], o país vive uma transição. Se 2015 é uma ano de ajustes, 2016 já sinaliza fortes expectativas da retomada do crescimento”, informou Renato ao citar fala de Dilma.
O dirigente ainda informou que a presidenta prepara pronunciamento à nação para esclarecer todas as propostas, de forma a sufocar as especulações e desanuviar a onda em curso.
Ação política
Ainda durante a entrevista, Renato Rabelo voltou a alertar que “estamos diante de uma tentativa da oposição golpista de criar um ambiente favorável a uma posição antidemocrática e golpista, aprofundada após as eleições do ano passado”.
Ao lembrar das resoluções aprovadas na última reunião da Comissão Política, cujo centro das tarefas é derrotar o golpismo, fortalecer a contraofensiva pelo êxito do governo Dilma, o líder comunista afirmou: “É nesse sentido que o nosso Partido tem de atuar, orientando cada base e cada militante comunista pelo Brasil sobre a realidade que vive o país e o que está em jogo na atual disputa política”.
“Nosso papel como ator da história é barrar a marcha golpista liderada pelos setores mais reacionários e que encontra ressonância na chamada mídia conservadora. Esses setores inflamam a sociedade com um ódio ao movimento de mudança, contra as conquistas, as cotas, o acesso aos aeroportos, às universidades, ao pleno emprego, à valorização do salário, à cidades mais humanas. Ou seja, contra os direitos conquistados pelos que geram a riqueza nesse país”, voltou a alertar Renato Rabelo.
Comunistas em luta
“O PCdoB conclama a todos e todas, dirigentes, militantes, quadros, amigos do Partido para que juntos enfrentemos a ameaça que ronda um governo eleito de forma legítima e democrática, a ameaça a nação, a ameaça às conquistas dos trabalhadores e trabalhadoras. A volta dessa gente é o retrocesso, quem perde são os trabalhadores e trabalhadoras. O nosso Partido deve ocupar seu lugar na história, dominar as rédeas da luta e influir no curso político”, salientou Renato.
“O que está em jogo é a defesa da democracia, das nossas instituições. Nós não admitimos golpismo, não admitimos nenhuma medida antidemocrática. Os comunistas conhecem a história, a construíram com luta e sangue”, sublinhou.
Bandeiras de luta
Nessa contraofensiva, segundo o presidente nacional do PCdoB, o que deverá nortear a luta dos comunistas será a defesa constitucional do mandato da presidenta Dilma Rousseff; a defesa da Petrobras e da engenharia nacional; e o combate à corrupção, com o fim do financiamento de campanha por empresas.
Renato ainda explicou que “além destas três bandeiras, há também as premissas que estão na base do desenvolvimento, as quais têm por centro a retomada do crescimento sem nenhuma perda para o trabalhador e trabalhadora. Compromisso, inclusive, reafirmado por Dilma nesta última conversa com o PCdoB”.
“Nossa batalha é e sempre foi nas ruas. Por isso, nós devemos nos empenhar pelo êxito das manifestações marcadas para o dia 13 de março. Todo o Partido deve se envolver nessas manifestações, mobilizando suas bases e militância, convocando amigos e a sociedade em geral contra a marcha golpista”.
93 anos do PCdoB
Na oportunidade, o líder comunista também convocou a militância para os atos comemorativos do aniversário do PCdoB, que é comemorado no dia 25 de março.
“Essa data, para nós comunistas, têm uma sentido grandioso, significa a reafirmação de uma luta iniciada em 1922, de uma luta pela transformação social. Essa data reafirma a missão histórica do PCdoB com o Brasil”, finalizou.

FHC é premiado como o pior presidente do Brasil da era pós-ditadura

O ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi o pior presidente da história do Brasil, segundo as pesquisas Datafolha reveladas durante sua gestão.
O tucano foi o único presidente a terminar sua gestão com a reprovação maior que a aprovação, um marco nunca atingido por outro presidente.
A popularidade de Dilma Rousseff tem seus altos e baixos. Porém, as pesquisasse distanciam e cada uma demonstra uma opinião diferente. Para os entrevistados,FHC representou somente a classe rica durante seu mandato e seu pior ponto negativo foi a fome e o desemprego.
Comparações dos índices de popularidade Datafolha dos presidentes pós-Ditadura Militar mostram que Fernando Henrique Cardoso foi o pior presidente do Brasil.
Ele é acusado de “trabalhar pouco” e “respeitar mais os ricos”. Nas frases colhidas pela pesquisa é possível encontrar as razões da queda de FHC. “Ele desvalorizou os pobres”, diz uma mulher de Ribeirão Preto (SP) que votou em Lula.
“Ele mentiu dizendo que haveria empregos para todos”, diz um eleitor de FHC.
Para os entrevistados na época, a corrupção era um ponto preocupante de FHC; e para a maioria dos entrevistados, existia sim corrupção em seu governo e nas estatais. Na opinião de cerca de metade (49%) dos entrevistados, os maiores prejudicados durante ogoverno FHC foram os trabalhadores, de um modo geral.
Confira algumas pesquisas da época:
Fernando Henrique Cardoso bate recorde de impopularidade
19/11/1999
O presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) bateu seu recorde deimpopularidade em 4 anos e 9 meses de governo. Pesquisa nacional do Datafolharevela que 56% dos brasileiros consideram seu governo “ruim ou péssimo“. Na pesquisa anterior, em junho, esse índice era de 44%.
Para 13%, ele é “ótimo ou bom” . O desemprego é apontado como o principal problema do país. A queda de popularidade respingou na imagem do presidente. FHC ainda é visto como “moderno” e “inteligente”, mas também é tido como “falso”, “orgulhoso” e “indeciso”. É acusado de “trabalhar pouco” e “respeitar mais os ricos”.
Nas frases colhidas pela pesquisa é possível encontrar as razões da queda de FHC. “Ele desvalorizou os pobres”, diz uma mulher de Ribeirão Preto (SP) que votou em Lula. “Ele mentiu dizendo que haveria empregos para todos”, diz um eleitor de FHC.
FHC encerra mandato com reprovação maior do que aprovação
15/12/2002
Prestes a encerrar um período de oito anos ocupando a Presidência da República,Fernando Henrique Cardoso tem maior taxa de reprovação do que aprovação: para 36% dos brasileiros, o desempenho do presidente vem sendo ruim ou péssimo (mesmo percentual dos que consideram-no regular), contra 26% que acham que ele vem sendo ótimo ou bom.
Além disso, para 35% o país, hoje, de um modo geral, em relação ao que era antes do início do governo Fernando Henrique Cardoso, está melhor; percentual similar (34%) acha que o país está pior. Acham que o país não mudou nesse período, nem para melhor, nem para pior, 28%.
Esses são alguns dos principais resultados de pesquisa realizada pelo Datafolha entre os dias 9 e 11 de dezembro. Foram entrevistados 14.559 brasileiros em 365 cidades de todas as unidades da Federação. A margem de erro máxima para esta pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
FONTE:

Unanimidade:Professores do Paraná aprovam continuação da greve geral

Joka Madruga
Categoria decidiu: a greve continua!


4/3/2015


Assembleia histórica, com 20 mil trabalhadores, aprovou manutenção da paralisação por tempo indeterminado

Do site da APP sindicato

Um capítulo notável da história da classe trabalhadora do Brasil tem sido escrito através da greve geral dos(as) professores(as) e funcionários(as) de escola da rede pública de ensino do Paraná. E hoje (04), mais um momento memorável foi acrescentado à crônica emocionante protagonizada pela nossa categoria nas últimas semanas. Mais de 20 mil educadores(as) participaram da assembleia estadual promovida pela APP-Sindicato e lotaram o Estádio Durival Britto e Silva, em Curitiba. E a nossa união, em uma greve coesa e que atinge praticamente 100% das escolas estaduais, resultou na decisão unânime: a greve da Educação continua por tempo indeterminado.
O presidente da APP, professor Hermes Leão, apresentou para a apreciação da categoria as deliberações do Comando Ampliado de Greve, em reunião realizada nesta terça-feira (03). O primeiro item votado foi a continuação, ou não, da paralisação. O item foi aprovado, seguindo a definição – também unânime – do Comando. Segundo Hermes, a grandiosidade da assembleia dá respaldo a decisão de continuar com a greve. “Além de considerarmos insuficientes as respostas que o governo do Estado deu aos nossos itens de pauta, também consideramos as conversas que tivemos, com o conjunto de diretores de escolas, e que nos apresentaram a incapacidade das unidades receberem os alunos neste momento”, enfatizou.
Após o encerramento da assembleia, os(as) educadores(as) saíram em caminhada até a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). O ato, além de chamar a atenção da sociedade para a mobilização, também teve como objetivo levar a categoria para acompanhar, durante a tarde de hoje (04), no Plenário, a aprovação da resolução que acaba com famigerada Comissão Geral na Casa Legislativa. De acordo com Hermes Leão, esta foi outra vitória da categoria, especialmente após a ocupação da Alep no dia 10 de fevereiro e com o grande ato, realizado no dia 12 de fevereiro, que interrompeu a sessão que ocorreria no restaurante da Assembleia. “A nossa luta já mudou a conjuntura do Estado”, avalia Leão.
Além dos milhares de educadores(as), a assembleia foi acompanhada por vários deputados amigos da Educação – a exemplo do Professor Lemos, Tadeu Veneri, Péricles de Mello, Nelson Luersen, Marcio Pacheco e Evandro Araújo -, por diretores de outros sindicatos e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Franklin de Leão, também acompanhou a atividade. De acordo com ele, o Paraná está sendo um exemplo nacional na organização desta greve. “E a CNTE não só apoia, como veio ao Estado para participar desta luta histórica”, afirmou.
Leia, a seguir, todas as deliberações que foram encaminhadas pelo Comando e aprovadas pela assembleia estadual:
- Continuidade da greve.
- Aprovada a reunião do Comando de Greve e a instalação da Assembleia Estadual Permanente (com convocação possível de ser realizada em um prazo de 24 horas).
- Orientação às direções de escolas, que permanecem em greve e em medida de solidariedade, que cumpram a tarefa de fazer o suprimento em suas escolas nos próximos dias.
- Encaminhar que os prazos da Ordem de Serviço permaneçam até que todos os novos concursados sejam nomeados.
- Chamar todos(as) os(as) servidores(as) para se agregarem nas nossas mobilizações.
- Audiência Pública com os(as) deputados(as), com carta compromisso e a nossa pauta, em defesa da Educação.
- Promover o ‘Dia de Conversa com os Pais, Mães e Estudantes’. Reuniões com a comunidade escolar para tratar da nossa pauta e motivos da greve.
- Reforçar a pauta do Plano Estadual de Educação e dos Planos Municipais.
- Materiais para manter bem viva na memória os deputados que votaram contra a Educação e dos que foram ao nosso favor.
- Foi autorizado pela assembleia o protocolo de pedido de audiência de conciliação. Acatado o pedido, e havendo audiência de conciliação, realização de mobilizações/grandes atos e frente ao judiciário neste dia.
- Realização de uma amplo debate sobre o tema da Previdência na categoria.
SOBRE A PREVIDÊNCIA:
:: Reafirmamos a nossa posição de que não aceitaremos nenhum projeto de lei que retire direitos previdenciários e recursos previdenciários ou que promova mudança de massa que prejudique a viabilidade dos fundos.
:: Exigimos o compromisso público por parte do governo de que não enviará nenhum projeto de lei que mexa no Fundo Previdenciário.
- Reafirmamos nossa defesa de um sistema previdenciário que promova:
1. Uma ampla auditoria do sistema previdenciário para melhor esclarecimento e conhecimento dos atuais e futuros valores (situação de agora e a futura).
2. Mudança do regime jurídico da Paranaprevidência (para um modelo público).
3. Conselhos Administrativo e Financeiro com gestão paritária entre o governo e servidores.
4. Detalhamento dos mecanismos de compensação e reciprocidade para servidores egressos dos demais sistemas previdenciários.
5. Pagamento pelo governo das dívidas do antigo IPE e das oriundas da criação da Paranaprevidência, bem como das contribuições devidas.
Cronograma de atividades
- 04/03 – Acompanhamento, a partir das 14h, de sessão sobre o fim da Comissão Geral e Prestação do Quadrimestre pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa), na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
- 06/03 – Atos simultâneos em frente aos Núcleos Regionais de Educação (NREs).
- Reforçar os atos do ‘Dia Internacional da Mulher’ – 08 de março – no acampamento, em parceria com os Movimentos Feministas e nos Núcleos Sindicais da APP, com proposta de diálogo com a comunidade.
- 11/03 – Mobilização da via Campesina e MST (atos nas capitais e um grande ato no Rio de Janeiro) pela reforma política, com constituinte já, reforma tributária com distribuição de renda, soberania alimentar, o futuro do petróleo, as metas da educação.
- 13/03 – Ato nacional em defesa dos direitos trabalhistas, pela democracia e pela Petrobras. CUT e demais centrais sindicais. Em Curitiba, caminhada da Santos Andrade até a Boca Maldita.

http://www.appsindicato.org.br/Include/Paginas/noticia.aspx?id=11099

quarta-feira, 4 de março de 2015

Boechat diz que Aécio é o principal nome na lista de corrupção da Lava Jato


Portal Metrópole



Segundo o jornalista Ricardo Boeachat, lista com nomes que será divulgada pelo Procurador Geral da República até sexta terá nome do senador tucano, líder da oposição, Aécio Neves

Por Redação

Na rádio e na tv BandNews, o jornalista Ricardo Boechat fez um comentário onde disse ter ouvido boatos , de que Aécio Neves (PSDB-MG) seria o principal nome que está na lista de políticos envolvidos com corrupção decorrente da Operação Lava Jato.
É esperado para até sexta-feira, o anúncio do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, dos pedidos de inquéritos para investigar deputados, senadores e governadores.

Confira aqui o comentário de Ricardo Boechat na íntegra.

Operação Lava Jato chega em Aécio Neves

As investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, descobriram anotações em um escritório da empresa UTC Participações, em São Paulo, que faziam comentários sobre os rumos da CPI da Petrobras no Congresso Nacional. As informações foram publicadas no jornal Folha de S. Paulo nesta terça-feira (9).
Segundo os papéis encontrados, o senador Aécio Neves (PSDB/MG) teria sido “pressionado pela CNO para não aprofundar”, assim como teria escalado dois colegas – Álvaro Dias (PR) e Mário Couto (PA) – para “fazer circo” na ocasião. A sigla pode ser uma referência à Construtora Norberto Odebrecht.
Ainda segundo as anotações levantadas pela PF, a CPI não parecia incomodar as empreiteiras. Parte do texto dizia que a Comissão “será agressiva, pois não querem apurar nada, só gerar noticiário”. Foram vários os indícios encontrados pela polícia de que as empreiteiras acompanhavam de perto as atividades dos parlamentares.
Essa não é a primeira evidência da tentativa do PSDB de calar a Comissão. Em depoimento em delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que o ex-presidente do partido, Sérgio Guerra, teria recebido R$ 10 milhões para abafar a CPI que apurava irregularidades nos contratos da estatal.

Das 9 investigadas, Aécio recebeu R$ 35 milhões de empresas da Lava Jato

O candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), arrecadou R$ 222,92 milhões em doações na última campanha eleitoral. Desse total, R$ 35,77 milhões, pouco mais de 16%, saíram de empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, no âmbito das denúncias de corrupção e pagamento de propinas que envolvem a Petrobrás.


Confira o artigo original no Portal Metrópole: http://www.portalmetropole.com/2015/02/boeachat-diz-que-aecio-e-o-principal.html#ixzz3TRFqwXPA

terça-feira, 3 de março de 2015

Tucano Richa desmorona no Paraná



Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

Escrevi há alguns dias que a direita (ou seja, FHC e sua turma) piscou, e decidiu não encampar as manifestações do dia 15. Um dos motivos: Dilma está desgastada, mas um movimento brusco contra ela pode levar – no redemoinho – também os tucanos (clique aqui para entender por que o PSDB teme Lula e morre de medo das ruas).

Claro que o PSDB age com a malandragem de quem não gosta de brigar nas ruas (e prefere terceirizar o golpe). Se a ideia de derrubar Dilma colar, e for “inevitável”, aí os tucanos encampam a tese. Mas não vão correr na frente.

Pois bem, uma pesquisa no Paraná (clique aqui) mostra que há motivos mesmo para que o PSDB se assuste: o governador Richa, eleito no primeiro turno, viu sua popularidade despencar em menos de 3 meses. Enfrenta uma rebelião popular nas ruas: 3 de cada 4 paranaenses rejeitam o governo tucano. Mais que isso: no Paraná, Requião não tem medo de fazer oposição, e enfrenta Richa com as armas que possui (TV improvisada na internet, disposição para o debate permanente, ideológico, contrapondo-se à lógica privatista do PSDB paranaense).

Sim, o povo na rua não empareda só Dilma. Joga nas cordas Richa e o PSDB. E em São Paulo Alckmin pode ir junto para a lama do Cantareira… Alckmin olha para os números do Paraná e deve pensar: “Richa, não quero ser você amanhã (mas estou quase lá).”

Pior: no meio do caminho, antes da marcha golpista do dia 15, haverá a lista de Janot. A lista dos investigados deixará a nu a hipocrisia do PSDB. Entre os investigados por corrupção haverá, sim, tucanos e gente da oposição ao governo Dilma. Ficará difícil atribuir ao PT – e só ao PT – os males de toda corrupção.

Mais que isso: se o governo Dilma (em hipótese) se desmanchasse, teríamos eleição. Ok, e quem seria o nome favorito? Pouca gente duvida: chama-se Lula.

Então, o quadro é confuso dos dois lados. O PT e Dilma se desgastam. Mas os tucanos começam a ir junto porque é o sistema político que pode se esborrachar. Um quadro perigoso.

Os tresloucados do golpe estão mexendo com coisa séria. A democracia brasileira será colocada à prova nos próximos meses.

Dilma, que está calada, saberá falar na hora certa? É o que se espera.

Já não se trata de “salvar” o PT ou o lulismo. Mas de preservar o jogo democrático e o Estado-Nação – numa época em que, ao poder imperial, interessa criar estados zumbis (sem ação nem comando), como vemos no Oriente Médio (Iraque, Líbia, Síria – um vazio de poder) e no sul da Europa (Espanha, Portugal, Grécia – humilhados pelo mundo das finanças).

No Brasil, por enquanto, já há um zumbi: chama-se Richa – um tucano levado à lona pela “esperrrrteza” dos mervais, reinaldos, aécios e outros celerados que tentam jogar gasolina na fogueira.

Vejam os números do Paraná…

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Da Gazeta do Povo (PR)

Passados três meses da posse no segundo mandato, a avaliação do governador Beto Richa (PSDB) despencou entre os eleitores. Conforme levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, encomendado pela Gazeta do Povo, 76% dos paranaenses desaprovam o atual governo. O número é quase 50 pontos porcentuais maior do que os que avaliavam negativamente a gestão estadual no final do primeiro mandato do tucano.



Em dezembro do ano passado, Richa já havia amargado sua pior avaliação desde 2011, segundo o Paraná Pesquisas. Na ocasião, 65% dos paranaenses aprovavam sua administração.
Tarifaço de dezembro e pacotaço de austeridade são mal avaliados

A crise financeira do estado e os recentes “pacotes de maldades” enviados à Assembleia Legislativa pelo Executivo na tentativa de reequilibrar o caixa financeiro do governo podem explicar a queda livre nos índices de aprovação.

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Agora, em meio à crise financeira e política do estado, o índice caiu para quase 20% de aprovação. Em novembro de 2011, o tucano havia atingido quase 74% de aceitação entre os eleitores – os índices praticamente se inverteram desde então.

A perspectiva dos eleitores paranaenses em relação à atuação do governo do estado nos últimos meses também é negativa. Em dezembro, 46% dos entrevistados pelo instituto apontavam que Richa estava conduzindo o primeiro mandato melhor do que o esperado. Na pesquisa divulgada agora, apenas 3% fizeram a mesma avaliação, enquanto 71% dos pesquisados disseram que o governo do tucano está caminhando pior do que a expectativa.

Para quase 23% dos paranaenses, Richa está mantendo a perspectiva dos eleitores – há três meses, o índice era de 35%.

Risco de reeleição
Crise financeirae na educação explicam a queda na aprovação

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Se as eleições fossem hoje, o governador Beto Richa correria sério risco de não se reeleger – ao menos no primeiro turno –, conforme aponta o levantamento encomendado pela Gazeta do Povo. Isso porque 57% dos eleitores que votaram no tucano afirmaram ao Instituto Paraná Pesquisas que mudariam de posição, ou seja, não votariam em Richa novamente.

Apenas 38% dos entrevistados disseram que manteriam o voto. No final do primeiro mandato, quase 91% dos que se autoproclamaram eleitores de Richa disseram que votariam no governador novamente e apenas 6% haviam mudado de posicionamento.

Entre os que não votaram no governador, o índice é ainda mais baixo: apenas 4% dos eleitores pesquisados escolheriam o tucano nas urnas se a eleição fosse hoje. Em dezembro, 24% dos entrevistados disseram que votariam em Richa mesmo não tendo escolhido ele há quatro anos.

Stalin nunca foi um demônio: a obra de Domenico Losurdo

http://professormarciosaraiva.com.br/stalin-nunca-foi-um-demonio-a-obra-de-domenico-losurdo/

Domenico Losurdo é um historiador italiano comprometido com o comunismo (marxista-leninista). É professor de história da filosofia na Universidade de Urbano, na Itália, e autor de vários livros. Seu viés ideológico assumido não prejudica a obra, mas lhe dá clareza, pois sabemos de onde ele parte, qual é sua situação pessoal. Além disso, Losurdo é cuidadoso ao levantar muitos dados históricos e estatísticos que se não comprovam plenamente o que defende, pelo menos, abre uma dúvida sobre os acusadores.

Durante as férias de janeiro eu li a sua obra mais conhecida: “Stalin, história crítica de uma lenda negra”. São 350 páginas de defesa e combate. Losurdo assume nela a difícil tarefa de defender historicamente o “guia genial dos povos” e líder da antiga União Soviética, Joseph Stalin, das mais diversas e injustas acusações do pós-Muro de Berlim, em especial, das “mentiras e calúnias” dos trotskistas e do duvidoso “Relatório Kruschiov” — a narrativa dos vencedores — que seria o momento da “desestalinização” da URSS e dos partidos comunistas pelo mundo.

O primeiro capítulo vai direto ao ponto, o “Relatório Kruschiov” (em 25 de fevereiro de 1956), um suposto documento “secreto” — que os maiores inimigos do comunismo tiveram acesso rápido e em primeira mão — do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), liderado por Nikita Kruschiov, que tem como objetivo, na visão de Losurdo, “liquidar Stalin” no XX Congresso do partido. Stalin, que antes era visto como “Tio Joe”, “grande líder”, “homem que derrotou o nazismo”, “o salvador da Europa da barbárie de Hitler” etc. era, até então, elogiado por pessoas como W. Churchill, Harold Laski, Hannah Arendt, Benedetto Croci, Thomas Man, Norberto Bobbio, Carlo Rosseli e Arnold Toynbee e, especialmente a partir de 1956, redesenha-se o líder da URSS como “degenerado monstro humano”. Foi uma operação que “precipitou deus no inferno” e Losurdo tentará encontrar os motivos e questioná-los, um à um.

No capítulo 2, o autor analisará o conflito ideológico na URSS desde a Revolução Russa de 1917 até chegar nas origens do chamado “stalinismo” no capítulo 3. Depois disso, debruça-se sobre a “Era Stalin”, a democracia socialista e a ditadura do proletariado, os Gulags, a burocracia, a ditadura desenvolvimentista e a “necessidade” de um “universo concentracionário” — autoritarismo — para enfrentar as dificuldades e incertezas daquele tempo.

Losurdo dedica-se, nos capítulos 5, 6 e 7, a analise mitológica. O autor pretende demonstrar com diversos dados históricos, coletados inclusive de inimigos públicos de Stalin, como se deu a construção simbólica do “homem cruel”, a ideia de que Stalin e Hitler seriam “irmãos gêmeos” (a difícil tese que acusa de antissemitismo os comunistas daquele período), a paranóia ocidental e a psicopatologização de Stalin e como esse processo levou o homem Stalin a ter sua imagem submersa entre a história e a mitologia.

No último capítulo, Losurdo joga luz no mundo contemporâneo e traça como se deu a “demonização” — tudo que é ruim, ditatorial, concentracionário, autoritário é “stalinismo” — fazendo uma hagiografia do período. Acusa a “Nuremberg anticomunista” de reescrever a história do século XX não somente para desconstruir Stalin, mas para desmoralizar a própria ideia de comunismo.

No fim do livro, o ensaio de Luciano Cânfora, ácido crítico do que conhecemos como “democracia ocidental”, é um brinde para os leitores. Chama-se “De Stalin a Gorbatchov: como acaba um império”. Concordando com Losurdo, ambos vêem em Gorbatchov o artífice da patética derrocada da União Soviética, mas não compreendem os motivos exatos que levaram o projeto reformista de Gorbatchov o desastre geopolítico que favoreceu a hegemonia neoliberal e, em especial, dos Estados Unidos e da troika européia.

O livro é muito bom. O historiador se esforça para demonstrar que Stalin não era anjo, nem demônio, mas um homem de seu tempo que tomou medidas “apropriadas” ou somente compreensíveis no seu devido contexto. Trotski faria melhor? A resposta é um sonoro não, mas detalha os porquês.

Stalin morreu em 1953 e ainda hoje é um tema tabu dentro do campo marxista. Ainda há quem o admire no PCdoB, PCR, PPL (antigo MR-8), mas a hegemonia atual é dos seus críticos mais ferozes. No Brasil, o PT e o PSOL, dois partidos com forte hegemonia de trotskistas e ex-trotskistas, praticamente fez desaparecer os entusiastas do “Tio Joe”.

A leitura de Losurdo não absolve Stalin e o PCUS daquela época, mas relativiza as acusações mais levianas ao “stalinismo”, mostrando que o “totalitarismo” da URSS e seus satélites não pode ser posto em pé de igualdade com as barbaridades do nazi-fascismo.

Eu terminei o livro com a nítida impressão que Stalin não era “o monstro” que aprendi a atacar desde os tempos de militante do PCB nos anos 80. Continuo não sendo “stalinista” e defendo a democracia como valor universal, mas agora terei maior cuidado ao tratar do assunto. Só por isso, o livro valeu cada real investido.

Marcio Sales Saraiva é cientista político. Formado em Ciências Sociais na UERJ com básico em Teologia na PUC-Rio, é mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da UERJ. Foi fundador do Programa de Estudos Políticos (PEP) no Nuseg e é pesquisador na área de políticas públicas, filosofia política e teoria democrática.

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Marcio Sales Saraiva é cientista político. Formado em Ciências Sociais na UERJ com básico em Teologia na PUC-Rio, é mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da UERJ. Foi fundador do Programa de Estudos Políticos (PEP) no Nuseg e é pesquisador na área de políticas públicas, filosofia política e teoria democrática.