quinta-feira, 30 de junho de 2011

China celebra 90 anos do Partido Comunista

Estudantes do ensino fundamental comemoram aniversário do PCCh

Alunos de escola fundamental na China comemoram 90 anos do PCCh




China celebra 90 anos do Partido Comunista


A festa de aniversário do Partido Comunista da China, programada para ser festejada por 1 bilhão de pessoas, acontecerá nesta sexta-feira (1.º/7) quando o partido comemora 90 anos de sua fundação.

Além das atividades oficiais programadas para a sexta, milhares de outras celebrações feitas por vountários serão realizadas ao longo do dia.

Na província de Sichuan, um grupo de pessoas idosas formou um coral para cantar, ao longo do dia, centenas de músicas revolucionárias, ao mesmo tempo que alguns deles tocarão instrumentos tradicionais, como a flauta chinesa, ou novos, como teclado eletrônico, e outros dançarão.

O líder do grupo, Li Changrong, de 70 anos, copiou à mão mais de 300 músicas que serão encenadas e cantadas pelos idosos.

No bairro de Fangshan, em Pequim, Liu Xiuhua, de 62 anos, passou uma semana bordando uma grande bandeira do partido.

Em Langfang, na província de Hebei, Yuan Jintong promete colocar em exibição a sua coleção de papéis, panfletos, fotografias, livros e broches, coletada durante 46 anos.

Canções revolucionárias já podem ser ouvidas do Rio Amarelo ao platô tibetano, enquanto um filme sobre a fundação do partido já arrecadou, em apenas uma noite de exibição, cerca de 200 milhões de iuanes.

Na província de Zhejiang, um novo museu foi aberto esta semana, em comemoração ao primeiro congresso nacional do partido. O memorial tem cerca de 2,73 hectares de tamanho e está localizado próximo do lago Nanhu, em Jiaxing, e tem em sua coleção mais de 800 itens que pertenceram aos fundadores do partido.

Há nove décadas, 13 camaradas se reuniram em uma pequena construção de madeira e tijolo, dentro da área colonizada pela França em Xangai, e fundaram o Partido Comunista da China. Pouco depois da reunião ter sido iniciada, os comunistas deixaram o local e se reuniram em um barco, no lago Nanhu.

Em nove décadas, o número de membros do partido passou de 80 milhões, o que representa a população da Alemanha, e a China tornou-se a segunda maior economia do mundo.

O povo lembra com alegria as mudanças que o partido proporcionou em suas vidas.

Zhang Huifen, uma operária aposentada de uma das milhares de fábricas de Pequim é membro do partido há mais de 30 anos. "Na época que eu cursava a escola básica, nos anos 1970, ainda passavamos por um racionamento, que nos permitia comprar 250 gramas de cereais e arroz por dia. Amendoins, por exemplo, eram muito raros e só podiam ser vistos no Festival da Primavera".

Como lembrança, Zhang ainda preserva alguns cupons de recionamento, que eram um símbolo de distribuição igualitária de bens. Na época, as pessoas usavam os cupons ou dinheiro para comprar o que era necessário no cotidiano.

"Quando eu comprava carne de porco, costumava escolher a mais gordurosa, não porque gostasse de gordura, mas porque dela era possível extrair óleo, que era uma raridade na época".

"Ouvia as histórias de meus avós, que chegaram a viver clandestinamente em um sótão antes da revolução e não tinham nada para comer e me sentia feliz por ter comida em casa, mesmo racionada". Para ela, os jovens de hoje têm sorte por terem comida à vontade, graças à revolução.

Qiao Lin, de 54 anos, confessa ter inveja das belas roupas das jovens de hoje. "Quando comecei a trabalhar, aos 18 anos, minhas calças e sapatos eram remendados", lembra. Mas ela improvisava ao costurar roupas com tecidos bastante coloridos.

"Sempre tivemos de recorrer aos cupons de racionamento para comprar roupas, e as cores na época sempre eram azuis, brancas ou pretas", diz ela, lembrando do período em que a economia chinesa produzia bens de produção e não de consumo.

Qiao diz ter sorte por não ser tão velha para usar roupas de moda atuais. "Há roupas e cosméticos tão maravilhosos hoje em dia nos centros de compras", diz.

Zhang também mencionou como o papel moeda mudou em todos os anos que viveu.

Nos anos 1970, as notas eram desenhadas com cenários típicos de um país socialista em construção, como tratores, ferrovias, fábricas e operários. Agora, no renminbi (o dinheiro chinês) a China é o cenário preferido, além de reinar de modo supremo a figura do presidente Mao Tse Tung em todas as notas.

Embora Zhang e Qiao façam muitas críticas aos problemas que a nova economia impõe na sociedade chinesa, como a corrupção e a brecha cada vez maior entre os ricos e os pobres, elas concordam que certos aspectos da vida se tornaram melhores com a liderança do Partido Comunista da China.

Com informações do China Daily e da agência Xinhua

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Brasil bate recorde em queda de desigualdade social

O país apresenta hoje a metade da população de miseráveis que tinha há oito anos, são 28 milhões de pessoas ou15,32% dos brasileiros. A queda da desigualdade social é um feito notável não só entre os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que crescem com concentração de renda, como entre os países desenvolvidos, onde o índice de desigualdade vem aumentando desde 1985. É o que mostra a pesquisa “Emergentes dos Emergentes”, divulgada nesta segunda (27) pelo Fundação Getúlio Vargas.

A queda da desigualdade social no Brasil já há dez anos consecutivos resulta principalmente de investimentos em educação e em programas sociais, mostrou o estudo.

Hoje esse índice apresenta a menor marca dos últimos 50 anos, atingindo 51% de queda só no Governo Lula.

Paralelamente, o resto do mundo vê o mesmo índice subir há décadas, inclusive nos países nórdicos, como Suécia e Finlândia, que integravam o bloco dos países mais igualitários do mundo.

Pilares da igualdade

O maior acesso à educação, que vem se intensificando igualmente já há dez anos, contribui para menor desigualdade social, embora os analfabetos é que tenham tido maior aumento de renda no Brasil entre 2001 e 2009.

Segundo o coordenador da pesquisa do CPS/FGV, Marcelo Neri, a renda do grupo cresceu 47% no período enquanto a renda dos que possuem pelo menos superior incompleto caiu 17%.

A distribuição do Bolsa Família é outro pilar da luta contra a desigualdade, produto tipo “exportação”, segundo Neri, que os chineses já estão estudando com o objetivo de implantar localmente e melhorar as condições sociais no país.

Finalmente, o microcrédito, segmento de negócios em que o Brasil também lidera na América Latina, está sedimentando a inclusão da população carente nos quadros produtivos da economia.

Um exemplo deles é o Crediamigo do Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Ele instituiu uma importante política pública destinada aos trabalhadores informais no meio urbano que não tinham acesso ao crédito e tornou-se o 2º. maior programa de Microcrédito da América Latina e o 1º do Brasil, com 806 mil clientes ativos.

Também é reconhecido como o melhor programa de microfinanças da América Latina pela revista “Microfinanzas Américas”, publicada pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

Essa população que se beneficia do microcrédito para chegar ao mercado e os trabalhadores de baixa renda ou massa de desempregados que conseguiu recuperar postos de trabalho se beneficiam não apenas da disponibilização de crédito, mas também da maior oferta do emprego formal.

Em 2010 foram criados 2.2 milhões de novos empregos, prova de que, declarou Neri a uma emissora de tevê, a carteira de trabalho ainda é o grande símbolo deste grupo, apesar de o empreendedorismo avançar rapidamente.

Da redação com agências