sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Dilma na ONU e a obsessão da elite: Lula





    Publicado em 22/09/2011
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Se a elite brasileira – que se expressa no PiG (*) – ligasse um “a” a um “b” teria orgulho de um sistema político que elegeu presidente um nordestino pau de arara, operário metalúrgico; e fez sua sucessora uma mulher, primeira geração de imigrante, torturada nos cárceres de um regime militar (que o PiG (*) e a elite apoiaram com fervor).

Que outra democracia – pense na Inglaterra, nos Estados Unidos, amigo navegante - foi capaz de igual proeza ?

Um metalúrgico e uma guerrilheira.

Nesta quarta-feira, a Presidenta Dilma fez um excelente discurso na abertura da Assembléia da ONU – “Dilma repreende EUA e China”.

Não bastasse o aspecto simbólico – a primeira mulher a abrir uma Assembléia da ONU – foi um discurso altivo, firme, que, como disse este Conversa Afiada, revelou a Presidenta forte de um país forte.

O Globo, por exemplo – que se torna progressivamente mais desesperado; por que será ? –enfatizou na primeira página -, fora do contexto, o trecho do discurso em que ela diz que a capacidade de resistência do Brasil (à crise econômica) é não é ilimitada.

O que, aliás, é obvio.

Os filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio – também sabem que a capacidade de sobrevivência das Organizações (?) Globo não é ilimitada.

Se o dólar voltar a subir, por exemplo, o desespero do Globo se intensificará …

O editorial da Folha (**) se rejubila com o fato de a Dilma não ser o Lula.

Claro, a Dilma não é o Lula.

Mas, a Dilma também é o Lula.

A Dilma é a sucessora do Lula.

Seu Governo será diferente do Governo do Lula.

Mas, no espírito e na direção, será o mesmo.

Os dois estão do lado oposto ao da elite (que se expressa, cada vez mais, com desespero, no PiG (*)).

Lula e Dilma estão ao lado dos mais pobres.

Dos mais fracos.

(A questão Palestina, por exemplo. Quem radicalizou a posição brasileira foram o Nunca Dantes e seu grande chanceler, Celso Amorim. Amigo navegante: você viu que papel deprimente desempenhou, sobre a matéria, o Presidente americano ? Não é confortador saber que a dupla Lulilma representa o brasileiro ?)

Como disse o Lula: rico não precisa de Governo.

Talvez haja aí uma impropriedade, data vênia, Nunca Dantes.

Precisa, sim.

Deixa esse dólar subir de novo.

E vamos ver como fica a dívida em dólares desse pessoal, tão desesperado.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.












terça-feira, 20 de setembro de 2011

Os comunistas



Pablo Neruda

Passaram-se alguns anos desde que ingressei no Partido
Estou contente
Os comunistas formam uma boa família
Têm a pele curtida e o coração moderado
Por toda parte recebem golpes
Golpes exclusivos para eles
Vivam os espíritas, os monarquistas, os anormais, os criminosos de todas as espécies
Viva a filosofia com muita fumaça e pouco fogo
Viva o cão que ladra mais não morde, vivam os astrólogos libidinosos, viva a pornografia, viva o
cinismo, viva o camarão, viva todo mundo, menos os comunistas
Vivam os cintos de castidade, viam os conservadores que não lavam o pé a quinhentos anos
Vivam os piolhos das populações de miseráveis, viva a fossa comum e gratuita, viva o anarcocapitalismo, viva Rilke, viva André Guide com seu corydonzinho, viva qualquer misticismo
Esta tudo bem
Todos são heróicos
Todos os jornais devem sair
Todos devem ser publicados, menos os comunistas
Todos os candidatos devem entrar em São Domingos sem algemas
Todos devem celebrar a morte do sanguinário de Trujillo, menos os que mais duramente o
combateram
Viva o Carnaval, os últimos dias de carnaval
Há disfarces para todos
Disfarces de idealistas cristãos, disfarces de extrema esquerda, disfarces de damas beneficentes e
de matronas caritativas
Mas cuidado: Não deixem entrar os comunistas
Fechem bem a porta
Não se enganem
Eles não têm direito a nada
Preocupemos-nos com o subjetivo, com a essência do homem, com a essência da essência
Assim estaremos todos contentes
Temos liberdade
Que grande coisa é a liberdade!
Eles não a respeitam,
Não a conhecem
A liberdade para se preocupar com a essência
Com a essência da essência
Assim tem passados os últimos anos
Passou o Jazz,
Chegou o Soul, naufragamos nos postulados da pintura abstrata, a guerra nos abalou e nos matou
Tudo ficava como está
Ou não ficava?
Depois de tantos discursos sobre o espírito e de tantas pauladas na cabeça, alguma coisa ia mal
Muito mal
Os cálculos tinham falhado
Os povos se organizavam
Continuavam as guerrilhas e as greves
Cuba e Chile se tornavam independentes
Muitos homens e mulheres cantavam a Internacional
Que estranho
Que desanimador
Agora cantam-na em chinês, em búlgaro, em espanhol da América
É preciso tomar medidas urgentes
É preciso bani-lo


É preciso falar mais do espírito
Exaltar mais o mundo livre
É preciso dar mais pauladas e o medo de Germán Arciniegas
E agora Cuba
Em nosso próprio hemisfério, na metade de nossa maça, esses barbudos com a mesma canção
E para que nos serve Cristo?
Para que servem os padres?
Já não se pode confiar em ninguém
Nem mesmo os padres. Não vêem nosso ponto de vista
Não vêem como baixam nossas ações na bolsa
Enquanto isso sobem os homens pelo sistema solar
Deixam pegadas de sapatos na lua
Tudo luta por mudanças, menos os velhos sistemas
A vida dos velhos sistemas nasceu de imensas teias de aranhas medievais
No entanto, há gente que acredita numa mudança, que tem posto em prática a mudança, que tem
feito triunfar a mudança, que tem feito florescer a mudança
Caramba!
A primavera é inexorável!

Lutar pela libertação do povo palestino, contra o Estado terrorista de Israel e o imperialismo


DECLARACAO DO ESTADO PALESTINO - MOPAT

Lutar pela libertação do povo palestino, contra o Estado terrorista de Israel e o imperialismo

A luta pela libertação palestina é uma das grandes causas da humanidade. Há mais de 60 anos o povo palestino vem sendo oprimido e massacrado por Israel, cão de guarda dos interesses imperialistas na região. Hoje a situação no Oriente Médio estabelece uma nova situação para essa luta, especialmente no Egito, onde uma rebelião popular derrubou Mubarak, principal aliado de Israel.

Recentemente, a Organização para a Libertação da Palestina decidiu solicitar na Assembleia Geral da ONU, em setembro, o reconhecimento do Estado da Palestina como membro da organização, tendo como referência as fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias de 1967.

Acreditamos que esse debate não foi aprofundado e amadurecido como deveria. E esse fato se reflete no próprio manifesto, que mostra ambiguidade em algumas passagens.

Mesmo no caso da ONU reconhecer o Estado palestino como membro, isso significará não a criação de fato de um Estado palestino, mas apenas o seu reconhecimento nominal. Daí para a conquista de um Estado palestino livre, democrático e soberano, há uma enorme distância, que dificilmente será vencida por meios diplomáticos. A própria ONU até hoje tem se limitado a condenar formalmente alguns dos crimes cometidos por Israel, sem, contudo, adotar qualquer sanção ou medida visando proteger o povo palestino das sucessivas agressões israelenses.

Um caso típico e exemplar é a construção do Muro da Vergonha e dos assentamentos israelenses, condenados pela ONU, mas que prosseguem, sem que seja tomada qualquer medida.

Além disso, é preciso deixar claro que não se trata de um “conflito” a ser mediado e solucionado através de negociações. A nossa luta e a luta do povo palestino são pela liberdade, pelo direito à autodeterminação, pela restauração de seus direitos básicos, como o direito dos palestinos expulsos pelos israelenses em 1948 de retornarem aos seus lares e retomarem as propriedades usurpadas.

Não é possível falar de paz justa enquanto permanecer um Estado fundamentado na doutrina sionista, financiado e armado ostensivamente pelo imperialismo estadunidense.

O simples reconhecimento formal do Estado palestino como membro da ONU não garantirá nenhuma dessas premissas fundamentais e inegociáveis.

A luta pela libertação do povo palestino passa pela luta contra o imperialismo e o Estado terrorista de Israel, pela solidariedade às lutas dos povos árabes. Não é possível apoiar o povo palestino e reconhecer a legitimidade do Estado sionista.

Campanhas como a por BDS (boicotes, desinvestimento e sanções) a produtos e serviços de Israel têm conseguido vitórias importantes em escala mundial. No Brasil, essa também começou. E uma das principais lutas é exigir que o governo brasileiro revogue os vários acordos militares feitos com Israel. É inadmissível que o nosso país compre armas que têm sido usadas para massacrar o povo palestino e permitir que empresas militares israelenses se estabeleçam livremente no território nacional. Da mesma maneira, não podemos admitir a manutenção do Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e Israel.

A proposta da OLP está gerando, sim, um fato político importante, com grande impacto internacional. Sinal disso é a declaração de Israel de que poderia reabrir as negociações e rediscutir a proposta de um Estado palestino com base nas fronteiras pré-1967. Contudo, se isso é válido como expediente tático, visando isolar politicamente Israel, considerá-lo como o principal foco da luta pela libertação palestina seria um erro grave.

Qualquer ilusão nesse sentido pode levar a resultados desastrosos. Basta lembramos dos Acordos de Oslo, cujas consequências são claras e vivas ainda hoje.

Por essas razões, não assinamos o manifesto. Porém, sabemos que este é um momento crucial em que mais do que nunca é preciso manter a unidade do povo palestino em torno do objetivo maior que é a libertação do povo palestino, ainda que existam diferenças significativas quanto aos rumos a serem tomados. Pois sabemos que a unidade pressupõe a diversidade de opiniões.

http://www.palestinalivre.org/node/2159

fONTE:

Beto Richa e o cinismo da mídia

O "galã" demo-tucano da mídia golpista do Paraná...



Por José Dirceu

O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), acaba de atrair o PMDB paranaense para sua base de apoio e passa a contar, agora, com 41 dos 54 deputados do Estado. Estava demorando, mas aconteceu, assim, mais um exemplo prático da hipocrisia do discurso tucano contra o sistema de governo de coalizão e alianças, a formação das chamadas bases do governo adotada no Brasil, em Brasília, nos Estados e nos municípios.

Essa montagem de bases de governos é uma consequência do sistema eleitoral que adotamos, de voto uninominal com financiamento privado de campanhas eleitorais. Ele leva à dispersão, ao enfraquecimento dos partidos, a uma influência cada vez maior do poder econômico nas eleições, ao caixa dois e a todas as suas consequências.

Coalizões funcionam assim em todo Brasil, e em qualquer parte do mundo onde haja governos e coligações partidárias. Mas, aqui, parte da mídia e especialmente seus articulistas, há meses vem fazendo uma campanha contra o governo Dilma e o PT, atacando as alianças e o governo de coalizão federal, taxando-os de fisiológicos e fontes da corrupção.

PT continua coerente e fiel ao seu programa

Querem imputar fisiologismo e corrupção ao governo federal, à presidenta da República e ao PT e que isto seria decorrência das alianças e da coalizão. As acusações de troca de cargos e de compra de apoio são generalizadas contra o governo federal. Os arautos da mídia, no entanto, não fazem o mesmo em relação a São Paulo, Minas Gerais e, agora, Paraná, que repetem o mesmo modelo e todos de oposição.

Assim, apesar dos protestos do ex-governador e senador Roberto Requião (PMDB) – que junto com o PT continua na oposição – o governador Beto Richa acaba de conseguir o apoio do PMDB, seu arqui-inimigo nos últimos 12 anos.

Nossa mídia não só não o criticou como ainda apresenta o fato como uma derrota do PT que agora, segundo ela, ficará isolado. Isolado, mas coerente e fiel ao seu programa, sem que isso signifique não dialogar ou não apoiar iniciativas legítimas e de direito do governo Richa na sua relação com a administração Dilma Rousseff.

Ducci recebe o maior salário entre os prefeitos do país


Curitibano ganha R$ 26,7 mil, contra R$ 20 mil de Gilberto Kassab, prefeito de SP, e R$ 13,2 mil de Eduardo Paes, do RJ

Via Jornal do Estado – Portal Bem Paraná

Por Ivan Santos

Ducci (Tucano do PSB): Salário vitaminado e arrocho para o funcionalismo (foto: Arquivo JE).

Levantamento divulgado ontem pelo site Uol Notícias revela que o prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), é o mais bem pago do País. Ducci recebe R$ 26.700,00 por mês, o mesmo salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), teto para o funcionalismo público do País. O prefeito da Capital paranaense também recebe o mesmo que a presidente Dilma Rousseff (PT).

O salário de Ducci está bem acima da média dos prefeitos das capitais, que segundo o levantamento, é de R$ 16.920,00. Os vencimentos do prefeito são fixados por lei municipal aprovada pela Câmara de Vereadores. Neste caso, os vereadores aprovaram lei em 24 de maio de 2010, aumentando o salário de Ducci de R$ 19.115,19 para os atuais R$ 26,7 mil, um reajuste de 40%. Na época, Ducci inicialmente defendeu o aumento. “Se fosse o diretor de uma empresa deste tamanho, receberia o dobro disso”, alegou. Somente depois da repercussão negativa, o prefeito anunciou a intenção de devolver 30% deste valor. Com larga maioria na Câmara, Ducci poderia ter vetado o aumento ou proposto a redução do valor, mas nunca tomou iniciativa nesse sentido.

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), que administra a maior cidade do País, com mais de 10 milhões de habitantes e um orçamento de R$ 28 bilhões — superior inclusive ao orçamento de todo o Estado do Paraná —, ganha R$ 20.042. Em 2012, Kassab receberá R$ 24,1 mil por conta de aumento aprovado no último mês de julho. Mesmo assim, continuará abaixo do valor recebido pelo prefeito de Curitiba.

O salário de Ducci também é mais do que o dobro do vencimento mensal do prefeito Eduardo Paes (PMDB), do Rio de Janeiro, segunda maior capital brasileira, com 6,3 milhões de habitantes. Paes ganha R$ 13,2 mil.

Segundo o Uol, o segundo maior salário entre os prefeitos das Capitais é o de João Castelo (PSDB), prefeito de São Luís, no Maranhão. Em terceiro está Cícero Almeida (PP), prefeito de Maceió, que recebe R$ 21 mil por mês. O menor salário entre os prefeitos de capitais brasileiras é o de João Henrique Carneiro (PP), de Salvador, que ganha R$ 10,4 mil.

domingo, 18 de setembro de 2011

"Quem é o partido?" Bertold Brecht



Quem é o partido?
Bertold Brecht

“Mas quem é
o partido?
Ele fica sentado
em uma casa com
telefones?
Seus pensamentos
São secretos,
Suas decisões
Desconhecidas?
Quem é ele?

Nós somos ele.
Você, eu, vocês –
Nós todos.
Ele veste sua roupa,
Camarada, e pensa
Com sua cabeça.
Onde moro é a casa
Dele, e quando você é
Atacado ele luta.”


Bertold Brecht