sexta-feira, 13 de julho de 2012

Eleições 2012: MP-SP impugna candidaturas de Serra e Russomanno

Eleições 2012: MP-SP impugna candidaturas de Serra e Russomanno


O Ministério Público Eleitoral de São Paulo impugnou nesta sexta-feira (13) as candidaturas de José Serra (PSDB) e Celso Russomanno (PRB) a prefeito da capital paulista.


De acordo com o promotor Roberto Senise, que fez parte do grupo que analisou os pedidos de candidatura, Serra não apresentou à Justiça Eleitoral certidões que mostrem a situação atual de processos a que responde.

Já Russomanno, segundo o Ministério Público, não estava quite com a Justiça Eleitoral no dia 5 de julho, prazo máximo para os registros de candidatura.

As impugnações seguem agora para a Justiça Eleitoral, que notificará os candidatos. A partir do aviso, eles terão cinco dias para apresentar os esclarecimentos necessários.

A impugnação não significa veto ao registro do candidato. Ela pode ser acolhida ou não pelo juiz eleitoral, que tem até o dia 5 de agosto para julgar os pedidos de candidatura.

No caso de José Serra, Senise informou que assim que o candidato apresentar as certidões, irá analisar o conteúdo, ver qual o andamento real das ações e reavaliar.

"O caso de Russomanno, no entendimento do Ministério Público, compromete a própria candidatura", afirma Senise. O candidato tinha, quando registrou sua candidatura, uma multa de R$ 5.000 por uma condenação em eleição anterior que ainda não havia sido paga.

Segundo o Ministério Público, Russomanno pagou a multa ontem e adicionou o comprovante ao pedido, mas isso não é suficiente. "O pagamento o habilita para disputar as eleições de 2014, mas não as deste ano", diz. O candidatodisse que não comentaria o caso.

Além deles foram impugnados outros quatro candidatos à Prefeitura de São Paulo: Anaí Caproni (PCO), Ana Luiza (PSTU), Carlos Giannazzi (PSOL) e Levy Fidelix (PRTB).

Dos 1.191 candidatos a vereador, 403 tiveram o pedido de candidatura questionado pelo Ministério Público.

Fonte: UOL

Postado por Carlos Maia

Por que a mídia é contra os interesses nacionais?

Por que a mídia é contra os interesses nacionais?


O Mercosul na pauta da velha imprensa 
Roberto Amaral

De par com a uniformidade ideológica de direita – ou seja, a inexistência do contraditório requerido pela democracia –, salta à vista a desconexão entre o interesse nacional e a mesquinhez editorial da grande imprensa brasileira.

Quando escrevo, nas linhas acima, “interesse nacional”, refiro-me, inclusive, aos interesses mais imediatos do empresariado. Do descompasso entre a chamada mídia e a nação, exemplo irretorquível é a campanha contra o ingresso da Venezuela no Mercosul, acesso o qual, sabem até os contínuos das redações, é do maior interesse para a economia brasileira e atende a necessidades geopolíticas nossas. É isso mesmo: o Brasil, mercê de sua extensão territorial, dos seus recursos naturais e da sua população, tem interesses geopolíticos legítimos; ademais, é a principal economia do continente. Gostem ou não os órfãos da política da subalternidade e as viúvas do alinhamento automático do Brasil aos interesses das grandes potências. Essa realidade, da qual evidentemente decorrem novas exigências, é incompatível com o “complexo de vira-lata” que domina a visão de mundo de nossas elites alienadas. A visão que elas têm de nosso povo e de nosso projeto de nação, uma nação que não poderia dar certo porque colonizada por portugueses de cabelos pretos e olhos escuros e não por franceses e holandeses. Povo que não poderia ansiar pela grandeza porque formado por europeus de segunda classe, índios preguiçosos e negros nostálgicos.

Por que, contrariando nossos interesses econômicos e políticos, essa “grande imprensa”, reflexa, combate o ingresso no Mercosul da terceira economia continental, uma das maiores reservas petrolíferas do mundo e o terceiro mercado consumidor da região? Na Venezuela, país ao qual me refiro, aliás, já operam inumeráveis empresas brasileiras, e para suas importações se voltam as esperanças da indústria manufatureira nacional, como alternativa às crises europeia e norte-americana – sim, por incrível que pareça, a crise é deles, do “pessoal de olhos azuis” como muito bem grafou o presidente Lula. Em resumo, é do interesse da economia brasileira, mais do que de todas as demais economias da região e do bloco, a expansão do Mercosul e nele o ingresso da Venezuela, já aprovado, antes da reunião de Mendonza, pelos parlamentos de Brasil, Argentina e Uruguai. Mas esse interesse não é só das empresas estritamente brasileiras (indústrias, construtores, bancos), pois é do interesse óbvio das multinacionais aqui instaladas, vez que elas atuam no Mercosul e em alguns casos com maior desenvoltura do que nossos empresários.

Mas os jornalões são contra.

Por quê?

No caso da incorporação venezuelana, simplesmente alegam que não gostam do sr. Hugo Chávez Frías, que amanhã, tragado pela tragédia biológica ou pela derrota eleitoral, pode não ser mais presidente da República Bolivariana da Venezuela. E, em qualquer hipótese, não mais o será daqui a seis anos, o que é um nada na vida das nações e do próprio Mercosul. E, afinal, para nossa direita caolha, o sr. Chávez é tão relevante que se torna mais importante do que seu próprio país?

Nossa velha imprensa se volta contra os interesses da economia brasileira porque as quatro famílias que controlam a opinião publicada não toleram Chávez, seja porque é criolo, seja porque é anti-americanista, seja porque é nacionalista, seja porque é falastrão, seja porque é “ditador”, seja porque ganha muitas eleições, seja por isso ou por aquilo. Não gostam e pronto. O motivo aparente é irrelevante, porque não passa de pretexto para a postura reacionária que, no extremo ideológico, não tem dúvidas de postar-se contra o interesse nacional quando este, ainda que de leve, de raspão mesmo, parece não coincidir com os interesses do mercado dos EUA.

Por isso mesmo são contra a política externa brasileira e para criticá-la têm sempre à mão meia dúzia de diplomatas de pijama, magoados, ressentidos, frustrados entre a pequenez pessoal e a grandeza de uma política que, na profissão, não souberam honrar. E essa gente pequena, loquaz, escrevente, está sempre nas páginas gráficas e na tevê, para dizer docilmente o que a pauta da mídia lhes encomenda. São os “especialistas” de que a grande imprensa carece para abonar sua pauta reacionária. Exemplar desse desserviço é um ex-embaixador fernandohenriquenho em Washington, em boa hora afastado da sinecura pelo presidente Lula, e agora aboletado pelo sr. Skaf na Fiesp para deitar regras contra o interesse nacional e perorar que a indústria paulista, em crise auto-anunciada, não precisa do mercado venezuelano.

Foram os mesmos “especialistas” a serviço da mesma imprensa que decretaram o fracasso da Rio+20 antes de sua realização, fracasso simples de vaticinar: ora ela seria organizada pelos diplomatas tupiniquins, no governo Dilma, no Brasil e no Rio de Janeiro…

Não poderia dar certo. Mas deu. Que se há-de fazer? Continuar dizendo que não deu certo, ora bolas. Se a versão ideológica se choca com a realidade, às favas com esta.

Mas nossa imprensa tampouco gosta de Evo Morales, nem de Rafael Correa, nem de Cristina Fernandez, como não gostavam de Lugo, embora fosse simpática a Uribe, como chegou a ser de Fujimori quando o larápio, antes de ser pego com a mão na botija, era o implacável carrasco da esquerda peruana. Que haverá de comum entre esses governantes (Morales, Correa e o defenestrado Lugo) para atrair a má-vontade das quatro famílias? O fato de serem todos homens do povo, isto é, estranhos aos estratos dominantes, incrustados no poder há 500 anos? O fato de haverem chegado aos respectivos governos no cume de processos sociais caracterizados pela emergência das grandes massas? Ou porque todos estão comprometidos com a defesa da soberania de seus países?

Nos primeiros minutos, para logo corrigir-se, a imprensa nativa ecoou a correta postura do governo brasileiro de condenação do golpe de Estado parlamentar que destituiu a soberania do povo paraguaio e cassou – na 24ª tentativa! – o mandato de Fernando Lugo, golpe levado a bom termo pela aliança entre os Colorados (60 anos de poder) e os Liberais de seu vice, unificados, no esforço por restabelecer o modelo de país atrasado e de povo pobre. A partir do momento em que Brasil, Uruguai e Argentina consolidaram o ingresso da Venezuela, os humores mudaram. O golpe contra o Paraguai, um repeteco do golpe da “Justiça” hondurenha (em cujo episódio a diplomacia brasileira teve desempenho igualmente correto), traz para nosso continente a instabilidade com a qual, há tantos anos, os interesses forâneos o vinham alimentando, com golpes e contra-golpes e ditaduras, como a ditadura paraguaia de Stroessner, tão bem compreendida pela “imprensa livre”.

Seja qual for a opinião de cada um de nós sobre Chávez, o fundamental é que o ingresso da Venezuela no MERCOSUL é do nosso maior interesse político e econômico: em 2010, enquanto exportamos para a Venezuela U$ 4.592 milhões, importamos apenas U$ 1.266 milhões. Do total de nossas exportações (alô, sr. Skaf!), 65% foram manufaturados, 32% produtos básicos e 3% semi-manufaturados (dados: Secex/MDIC). Esta é a realidade: as relações comerciais se dão entre Estados e não entre governos O resto é mesmo cretinice ou picaretagem.


Leia mais em: O Esquerdopata
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Postado por Paulo Aguilera no Bóia Quente em 7/13/2012 04:17:00 AM

quinta-feira, 12 de julho de 2012

FHC vai aos EUA receber US$ 1 milhão e defender um golpe

Borges: FHC vai aos EUA receber US$ 1 milhão e defender um golpe


No covil do império, bem ao seu gosto, o ex-presidente FHC atacou nesta terça-feira (10) o ingresso da Venezuela no Mercosul, argumentou que não houve golpe no Paraguai e criticou a exclusão dos golpistas do bloco de integração sul-americana. Fernando Henrique Cardoso foi a Washington receber o Prêmio Kluge de US$ 1 milhão da Biblioteca do Congresso dos EUA em “reconhecimento à sua obra acadêmica”.

Por Altamiro Borges, em seu blog


Em entrevista coletiva, FHC afirmou que “não houve arranhão à Constituição paraguaia” no impeachment sumário de Fernando Lugo e que a deposição seguiu as normas democráticas. “Você pode discutir se houve ampla liberdade de defesa. Quem discute isso? As cortes paraguaias. O limite entre você manter a regra do jogo e a ingerência é delicado”.

O ex-presidente tucano ainda afirmou que a política da Dilma de proteger a indústria nacional é um “protecionismo” absurdo, esquecendo que em seu governo a indústria foi praticamente destruída pelo câmbio falso.

Para o partidário do “alinhamento automático” do Brasil aos EUA, a decisão do Mercosul de suspender o Paraguai foi um erro. “É sempre ruim tirar um presidente rapidamente. Mas daí a fazer uma sanção sobre o Paraguai vai uma distância grande… Mais delicada ainda é a aceitação da Venezuela, independentemente de valer a pena ou não, sem que o Paraguai esteja”.

As declarações de FHC devem ter agradado os falcões do império e os golpistas do Paraguai. Elas foram dadas no mesmo dia em que a Organização dos Estados Americanos (OEA) divulgou relatório concluindo que a deposição de Lugo se deu “estritamente conforme o procedimento constitucional”. Como se observa, os serviçais do império não morrem de amores pela democracia!


http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=188
Postado por Carlos Maia


Deputados derrotam PSDB e arquivam processo contra Protógenes

Deputados derrotam PSDB e arquivam processo contra Protógenes


Por 18 votos a um, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu arquivar o processo do PSDB contra o deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), na reunião realizada na tarde desta quarta-feira (11) em Brasília. Para o deputado, o resultado da votação “retratou o que a população brasileira estava a exigir, a aguardar, porque o povo, não só de São Paulo, como de outros estados acompanhavam o processo” que, na opinião do deputado, mudou o papel dele de investigador em investigado.



Agência Câmara
Deputados derrotam PSDB e arquivam processo contra Protógenes Protógenes anunciou que vai voltar a CPMI do Cachoeira, onde é membro titular.
Ele criticou o fato dos tucanos usarem uma disputa política dentro da Câmara “venha se transformar em instrumento de punição que paralisa mandato do parlamentar como aconteceu comigo”, avaliou, destacando que foi obrigado a abandonar a CPMI do cachoeira, onde é membro titular, para se defender. “A minha ação ficou paralisada, me obrigando a me defender do inexistente, de acusações sem provas”, declarou. E anunciou que sentindo-se fortalecido, volta a ocupar a posição na CPMI, pronto para ajudar nas investigações contra o esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

 
A líder do PCdoB na Câmara, deputada Luciana Santos (PE), que acompanhou toda a reunião, saiu satisfeita com o resultado porque, segundo ela, “é o resultado justo”. Ela lembrou que foi o deputado Protógenes Queiroz quem primeiro apresentou proposta de criação de uma CPI para investigar o contraventor Carlinhos Cachoeira, portanto era inadmissível que ele tivesse feito isso estando envolvido no esquema, como acusou os tucanos ao apresentar denúncia contra ele no Conselho de Ética.
 
O deputado Protógenes disse ainda que o arquivamento do processo contra ele é uma lição que fica de que um processo de perseguição na Câmara dos Deputados, a própria Câmara soube rechaçar, destacando que nem os deputados do próprio PSDB ficaram com o Partido, votando pelo arquivamento da denúncia. Somente o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) votou contra o arquivamento.

Após dois adiamentos, o Conselho de Ética votou contra o relatório do deputado Amauri Teixeira (PT-BA) que pedia abertura de processo contra Protógenes, acusado pelo PSDB de envolvimento do esquema do Carlinhos Cachoeira.

Pelo mesmo placar de 18 votos a um, os deputados votaram contra o relatório de Amauri e, em seguida, votaram a favor do relatório do deputado Sibá Machado (PT-AC) que propunha o arquivamento do processo.

De Brasília
Márcia Xavier
 
 
Postado por Carlos Maia
 

O partido mídia e o crime organizado

Emiliano José: O partido mídia e o crime organizado


Algumas análises sobre a velha mídia brasileira, aquela concentrada em poucas famílias, de natureza monopolista, e que se pretende dona do discurso e da interpretação sobre o Brasil, pecam por ingenuidade.

Por Emiliano José, deputado federal do PT-Bahia, via e-mail


Pretendem conhecer sua atuação orientando-se pelos cânones e técnicas do jornalismo, como se ela se guiasse por isso, como se olhasse os fatos com honestidade, como se adotasse os critérios de noticiabilidade, como se recusasse relações promíscuas com suas fontes, como se olhasse os fatos pelos vários lados, como se recusasse uma visão partidarizada da cobertura.

Essa velha mídia não pode ser entendida pelos caminhos da teoria do jornalismo, sequer por aquela trilha dos manuais de redação que ela própria edita, e que se seguida possibilitaria uma cobertura minimamente honesta. Ela abandonou o jornalismo há muito tempo, e se dedica a uma atividade partidária incessante. Por partidária se entenda, aqui, no sentido largo da palavra, uma instância que defende uma política, uma noção de Brasil, sempre ao lado dos privilégios das classes mais abastadas. Nisso, ela nunca vacilou ao longo da história e nem cabe recapitular. Portanto, as clássicas teorias do jornalismo não podem dar conta da atividade de nossa velha mídia.

Volto ao assunto para tratar da pauta que envolveu o senador Demóstenes Torres e o chefe de quadrilha Carlinhos Cachoeira. É possível adotar uma atitude de surpresa diante do acontecido? Ao menos, no mínimo, pode a revista VEJA declarar-se estupefata diante do que foi revelado nas últimas horas? Tudo, absolutamente tudo, quanto ao envolvimento de Carlinhos Cachoeira no mundo do crime era de conhecimento de VEJA. Melhor: era desse mundo que ela desfrutava ao montar o que lhe interessava para atacar um projeto político. Quando caiu o senador Demóstenes Torres, caiu a galinha dos ovos de ouro.

“Esqueçam o Policarpo”. Está certo, certíssimo, o jornalista Luis Nassif quando propõe que se esqueça o jornalista Policarpo Júnior que, com os mais de duzentos telefonemas trocados com Cachoeira, evidenciou uma relação profunda, vá lá, com sua fonte, e se ponha na frente da cena o, vá lá, editor Roberto Civita.

Este, como se sabe, constitui o principal dirigente do partido midiático contrário ao projeto político que se iniciou em 2003, quando Lula assume. Policarpo Júnior apenas e tão somente, embora sem nenhuma inocência, cumpria ordens de seu chefe. Agora, que será importante conhecer o conteúdo desses 200 e tantos telefonemas do Policarpo Júnior com Cachoeira, isso será. Até para saber que grampos foram encomendados por VEJA ao crime organizado.

Nassif dá uma grande contribuição à história recente do jornalismo ao fornecer um impressionante elenco de matérias publicadas por VEJA nos últimos anos, eivadas de suposições, sem qualquer consistência, trabalhadas em associação com o crime. Civita nunca escondeu a sua posição contra o PT e seus aliados. É um militante aplicado da extrema-direita no Brasil, e que se dedica, também, subsidiariamente, a combater os demais governos reformistas, progressistas e de esquerda da América Latina.

Importante, como análise política, é que o resto da mídia sempre embarcou – e com gosto – no roteiro, na pauta, que a revista VEJA construía. Portava-se, não me canso de dizer, como partido político. Não adianta escamotear essa realidade da mídia no Brasil. O restante da velha mídia não queria checar, olhar os fatos com alguma honestidade. Não. Era só fazer a suíte daquilo que VEJA indicava. Esse era um procedimento usual dos jornalões e das grandes redes de tevê.

Barack Obama, ao se referir à rede Fox News, ligada a Rupert Murdoch, chamou-a também de partido político, e tirou-a de sua agenda de entrevistas. Não é novidade que se conceitue a mídia, ou grande parte dela, como partido político conservador. Pode lembrar Gramsci como precursor dessa noção, ou, mais recentemente, Octavio Ianni que a chamava de Príncipe Eletrônico. No Brasil, inegavelmente, essa condição se escancara. A velha mídia brasileira sequer disfarça. Despreza, como já se disse, os mais elementares procedimentos e técnicas do bom jornalismo.

Na decisão da Justiça Federal em Goiás, ressalta-se, quase que com assombro, os “estreitos contatos da quadrilha com alguns jornalistas para a divulgação de conteúdo capaz de favorecer os interesses do crime”. Esses contatos, insista-se, não podem pressupor inocência por parte da mídia, muito menos da revista VEJA que, como comprovado, privava da mais absoluta intimidade com o crime organizado por Carlinhos Cachoeira e o senador Demóstenes Torres dada à identidade de propósitos.

Esse episódio, ainda em andamento, deve muito, do ponto de vista jornalístico, a tantos blogs progressistas, como o de Luis Nassif (vejam “Esqueçam Policarpo: o chefe é Roberto Civita”); o de Eduardo Guimarães, Blog da Cidadania (vejam “Leia a espantosa decisão judicial sobre a Operação Monte Carlo”); o Portal Carta Maior (leiam artigo de Maria Inês Nassif, “O caso Demóstenes Torres e as raposas no galinheiro”); o Blog do Jorge Furtado (“Demóstenes, ora veja”), o Vi o Mundo, do Azenha, entre os que acessei.

Resta, ainda, destacar a revista CartaCapital que, com matéria de Leandro Fortes, na semana que se iniciou no dia 2 de abril, furou todas as demais revistas ao evidenciar a captura do governo de Marconi Perillo pelo crime organizado de Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira. Em Goiânia, toda a edição da revista foi comprada aos lotes por estranhos clientes, ninguém sabe a mando de quem – será que dá para desconfiar?

A VEJA enfiou a viola no saco. Veio de “O mistério renovado do Santo Sudário”, tão aplicada no conhecimento dos caminhos do cristianismo, preferindo dar apenas uma chamadinha na primeira página sobre “Os áudios que complicam Demóstenes” e, internamente, mostrar uma matéria insossa, sem nenhuma novidade, com a tentativa, também, de fazer uma vacina para inocentar o editor de Brasília, Policarpo Júnior. Como podia ela aprofundar o assunto se está metida até o pescoço com Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira?

Impunidade do crime jornalístico


Há algumas perguntas que pairam no ar. O jornalismo pode ser praticado dessa maneira, em associação explícita com o crime organizado, sem que nada aconteça aos que assim procedem? Por menos do que isso, a rede de Rupert Murdoch, na Inglaterra, enfrenta problemas sérios com a Justiça, houve prisões, e seu mais importante semanário, o News of the World, que tinha 168 anos, e era tão popular quanto desacreditado, fechou.

E aqui? O que se fará? A lei não prevê nada para uma revista associada havia anos com criminosos de alto coturno? Creio que se reclamam providências do Ministério Público e, também, das associações profissionais e sindicais do jornalismo. Conivência com isso, não dá. Assim, o crime compensaria, como compensou nesse caso durante anos.

Há, ainda, outra questão, e de grande importância e que a velha mídia ignorou solenemente, e este foi um trabalho realizado primeiro pelo jornalista Marco Damiani, do Portal 247, e completado, de modo brilhante, pelo jornalista Paulo Henrique Amorim, evidenciando a atuação do crime organizado de Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira na construção do que ficou conhecido como Mensalão.

A entrevista com Ernani de Paula (ex-prefeito de Anápolis) feita por Paulo Henrique Amorim é impressionante. Ele fora derrubado da Prefeitura numa articulação que envolveu a dupla criminosa, e agora revela o que sabe, e diz que tudo o que se armou contra o ex-chefe da Casa Civil do primeiro governo Lula, José Dirceu, e contra o governo Lula, decorreu da ação consciente e criminosa de Carlinhos Cachoeira, que se insurgia contra um veto de José Dirceu à assunção de Demóstenes Torres ao cargo de Secretário Nacional de Justiça do governo, depois que ele se passasse para o PMDB.

Em qualquer país do mundo que tivesse um jornalismo minimamente comprometido com critérios de noticiabilidade, ainda mais diante do possível julgamento do processo denominado Mensalão, ele entraria fundo no assunto para que as coisas se esclarecessem. Mas, nada. Silêncio.

É como se a velha mídia tivesse medo de que a construção da cena midiática em torno do assunto, construção que tem muito de fantasiosa e é obviamente contaminada por objetivos políticos, pudesse ser profundamente alterada com tais revelações e, inclusive, ter reflexos no julgamento que se avizinha. Melhor deixar isso confinado aos “blogs sujos” e às poucas publicações que se dedicam ao jornalismo. A verdade, no entanto, começa a surgir. Nós não precisamos mais do que dela, como dizia Gramsci. Insistamos nela. Se persistirmos, ela se imporá. Apesar do velho partido midiático.

Fonte: Viomundo


Postado por Carlos Maia
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=180258&id_secao=6

Altamiro Borges: Demóstenes é cassado. Falta a Veja!

Altamiro Borges: Demóstenes é cassado. Falta a Veja!


Numa sessão histórica do Senado Federal, o ex-demo Demóstenes Torres teve seu mandato cassado hoje por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções. O placar foi arrasador e enterra de vez o falso moralista e um dos políticos mais direitistas do período recente, que se projetou graças ao apoio da mídia "privada".

Por Altamiro Borges, em seu blog


É a segunda vez na história que o Senado cassa um mandato parlamentar - o primeiro punido foi outro famoso conservador, o senador Luiz Estevão, também muito chegado aos veículos de comunicação.

"O senhor feriu de morte a dignidade do mandato", disse o senador Pedro Taques (PDT-MT), que relatou o processo na Comissão de Constituição e Justiça. "Quem lhe condena é o seu passado", afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE), que relatou o processo no Conselho de Ética. Demóstenes Torres, o assassino de reputações, o paladino da ética e o líder da oposição de direita, não teve como justificar as suas íntimas e milionárias ligações com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira.

Tendo enviado ao inferno o ex-demo, cabe agora à CPMI do Cachoeira aprofundar as investigações sobre as relações do ex-demo com outros setores empresariais e midiáticos. Demóstenes Torres só se projetou na política graças ao apoio da mídia demotucana. A revista Veja chegou a chamá-lo de "mosqueteiro da ética" e produziu várias capas a partir desta fonte criminosa. O que ela ganhou nesta relação promíscua? Quais foram seus objetivos comerciais e políticos? Demóstenes já vai tarde! Mas e os outros cupinchas?

Fonte: Blog do Miro

Postado por carlos Maia
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=188232&id_secao=6

Locutor do moralismo da mídia é cassado por conduta imoral

Locutor do moralismo da mídia é cassado por conduta imoral


Foi um momento triste para a República a sessão do Senado que cassou o mandato do senador Demóstenes Torres. Não por uma impensável impropriedade da cassação, mas pelo que encerra de lamentável que um homem público que se apresentava como paladino da ética perca um mandato popular por agir de forma incompatível com ela.

Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania


A defesa de Demóstenes se resumiu a ele e a seu advogado. Quase ninguém se levantou por ele. Nenhum dos seus defensores conseguiu contrapor argumento que justificasse os quase cem mil dólares de presentes que recebeu de Carlos Cachoeira ou os serviços que as gravações da PF mostram que prestou ao criminoso.

Na defesa de Demóstenes, ele pediu desculpas pelas acusações que fez aos seus pares enquanto exercia o cargo oficioso de locutor da Veja e do resto de uma mídia que, em suas palavras, o tratou como ele fez que tratasse a outros que, ao contrário de si, nunca foram flagrados nas situações em que foi.

Demóstenes reconheceu “leviandade” nas acusações que fazia. A grande reflexão que disso resulta, assim, é a de que fazia, irresponsavelmente, as acusações que saiam na Veja, na Folha, no Estadão e na Globo E reconheceu que os veículos que repercutia, na hora H, abandonaram-no ferido na estrada.

A lição maior da cassação de Demóstenes, portanto, é a de que ninguém está a salvo de se tornar alvo do furor acusatório e do moralismo. Independentemente de sua culpa evidente, ainda haverá que prová-la materialmente na Justiça. Sua cassação política, porém, veio embasada por provas que não existiram contra seus alvos pretéritos.

A cassação de Demóstenes, enfim, insinua quanto ainda pode haver de obscuro no furor acusatório do qual ele foi a principal expressão. É o desmonte parcial de um esquema hipócrita que se esmerou na acusação sem provas ou mínimas evidências que sobram contra si.

Dificilmente os poderes que construíram e sustentaram Demóstenes conseguirão extrair o significado de sua derrocada, a derrocada da hipocrisia, do moralismo e do açodamento. Todavia, o fenômeno oferece esperança àqueles que almejam pelo funcionamento civilizado e civilizador da política, que marcou um tento ao cassar a hipocrisia.


Para que não esqueçam: “Os Mosqueteiros da Ética”
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=188260&id_secao=1

 

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Assim pensa a burguesia:"Um pequeno gesto de solidariedade para com os despossuídos"

 

Assim pensa a burguesia:

Um pequeno gesto de solidariedade para com os despossuídos[

Do Blog do Professor Hariovaldo
future
Vinha eu andando em minha limusine, quando vi dois mendigos andrajosos comendo grama. Na hora mandei meu motorista parar:
- Archibald, pare!
- Sim, senhor! – respondeu Archie.
Criei coragem e desci. Dirigi-me aos esfarrapados, e perguntei:
- Por quê estão comendo grama?
Um deles respondeu:
- É que somos muito pobres, e não temos o que comer, senhor.
Apesar de ser um homem de negócios muito bem sucedido, meu coração é mole como geléia de raspberries. Ao ouvir aquilo, fiquei enternecido. Decidido em fazer algo em prol daquelas pobres carcaças famélicas, disse-lhes, então:
- Pois venham comigo, já!
O outro repondeu:
- Mas senhor, nós temos três filhos cada um, além de nossas esposas…
- Mas isso não é problema, retruquei. Tragam-nos também. Tragam todos.
Pois os rapazes trouxeram suas famílias. Um deles disse, comovido:
- Muito obrigado, senhor! O senhor é muito bondoso!!
- Sei disso – respondi, modestamente. Mas não se preocupe, pois será muito bom para mim, também. Reginald, meu jadineiro, está doente, e a grama de casa já tem quase 20 centímetros.

http://www.hariovaldo.com.br/site/2012/05/12/um-pequeno-gesto-de-solidariedade-para-com-os-despossuidos/

Moral da História: Nunca tire o chapéu para a burguesia!
Postado por Carlos Maia

Comunistas: Derrotar a direita e enfraquecer o conservadorismo

José Reinaldo: Derrotar a direita e enfraquecer o conservadorismo

Em reflexão durante o programa Ponto de Vista, o editor do Portal Vermelho, José Reinaldo Carvalho, falou sobre as deliberações do Comitê Central, que se reuniu nos últimos dias 8 e 9, para avaliar os resultados das convenções municipais que definiram a agenda para a corrida eleitoral em 2012.


Acompanhe nossa opinião:

Ouça o áudio teclando neste link:
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=188124&id_secao=1


Postado por Carlos Maia

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terça-feira, 10 de julho de 2012

Veja como será a propaganda do Serra e de toda a direita-fascistóide no Brasil

Veja como será a propaganda do Serra e de toda a direita-fascistóide no Brasil

Postado por Carlos Maia às 6:40

Serra irritado: "Você é um bosta"

Serra irritado: "Você é um bosta"

Por Altamiro Borges

Saiu no final da tarde de ontem (8) no portal Terra:

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Durante o corpo a corpo com eleitores no 33º Festival das Estrelas Tanabata Matsuri, no bairro da Liberdade, região central de São Paulo, o candidato à prefeitura da capital paulista José Serra (PSDB) foi abordado por um eleitor, que lhe disse: "Serra, você é horrível".

O candidato tucano se aproximou do ouvido do eleitor e respondeu. A frase ouvida pelo repórter do Terra foi confirmada pelo homem que abordou o tucano. Segundo ele, Serra disse "e você é um bosta".


Após o ocorrido, em entrevista coletiva, Serra negou ao Terra ter respondido com um palavrão. "Você trocou 'bosta' por 'gosta'. Eu falei 'você depois me diz porque não gosta'".

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Apesar do eterno candidato ter negado a informação do repórter e do eleitor agredido, ninguém acredita muito na sua palavra - basta lembrar a promessa, assinada em documento, de que não abandonaria a prefeitura de São Paulo. Além disso, é bastante conhecido o comportamento autoritário e irritadiço do tucano notívago. O jornalista do portal Terra é que precisa ficar esperto. Também é famosa a prática do ex-prefeito e ex-governador de pedir aos patrões a cabeça de repórteres mais independentes!

Francischini, o "tigrão", deixa o PSDB

Francischini, o "tigrão", deixa o PSDB

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br
Por Altamiro Borges

Durou pouco tempo a tentativa do deputado Fernando Francischini (PSDB/PR) de ocupar os holofotes da mídia no lugar do ex-demo Demóstenes Torres. Ele até tentou posar de novo "mosqueteiro da ética" e de líder da oposição de direita, bem no figurino da revista Veja. Mas não deu certo. Após provocar vários atritos, ele foi substituído pelo seu próprio partido na CPMI do Cachoeira e já anunciou que deixará a sigla tucana. Além disso, ele pode até ser investigado por suas estranhas ligações com os arapongas do mafioso.

Numa das sessões da CPMI, o bravateiro Francischini, que também é delegado da PF, ameaçou prender o governador do Distrito Federal e acusou o relator Odair Cunha (PT-MG) de ser "tigrão" contra o Marconi Perillo, o governador tucano de Goiás, e "tchutchuca" contra o petista Agnelo Queiroz. O valentão da mídia demotucana também produziu várias cenas de bate-bocas no Congresso Nacional, provocando inúmeros parlamentares. Toda esta encenação moralista, porém, não produziu os efeitos desejados pelo "tigrão".
Isolamento e relações perigosas

Francischini se isolou na CPMI e no seu próprio partido. Para complicar ainda mais sua situação, ele entrou em atrito com o dono do PSDB no Paraná, governador Beto Richa, sendo alijado na disputa pela prefeitura de Curitiba. Como desdobramento das suas atitudes tresloucadas, ele foi substituído na CPMI pelo suplente Domingos Sávio (PSDB-MG) e anunciou que abandonará a sigla. Segundo o blogueiro paranaense Esmael Morais, Francischini "fez beicinho" e deve ingressar no recém-criado Partido Ecológico Nacional (PEN).

Outro fator também pesou para o rápido isolamento de Francischini. O "tigrão", que planejava transferir seu domicílio eleitoral para Brasília e concorrer ao governo do Distrito Federal em 2014, foi pego em conversas com integrantes da quadrilha de Carlos Cachoeira. Grampos da Operação Monte Carlo da PF indicam que o deputado "moralista" articulou um plano para induzir o impeachment do governador Agnelo Queiroz. Pelo jeito, a mídia demotucana acaba de perder mais um ícone e uma fonte de suas "reporcagens". 

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Bolívia processará revista Veja

Bolívia processará revista Veja

Do sítio Vermelho:

O governo boliviano anunciou nesta segunda-feira que processará a revista Veja, que em uma de suas últimas publicações, reproduzida pela imprensa boliviana, apontou o envolvimento do ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, com um narcotraficante brasileiro.


"O governo anunciou a sua decisão de processar a revista Veja para que prove as afirmações contidas em um artigo que consideramos infamantes contra autoridades do governo", afirmou a ministra de Comunicação, Amanda Dávila, segundo o portal de notícias governamental.

O Ministério da Comunicação ressaltou que a Veja publicou um artigo que "envolve o ministro da Presidência boliviana, Juan Ramón Quintana, e a diretora da Agência para o Desenvolvimento das Macrorregiões e Zonas Fronteiriças (Ademaf) em Beni, Jessica Jordán, com o convicto narcotraficante brasileiro Maximiliano Dorado Munhoz Filho".

A revista brasileira indicou - baseada em supostos relatórios de inteligência da Polícia boliviana não identificados - que Dorado Munhoz Filho havia se reunido com Quintana em 2010 na cidade boliviana de Santa Cruz (leste) quando este era diretor da Ademaf, e com Jordán, diretora da Ademaf na região amazônica de Beni.

O ministério indicou que "o governo do presidente Evo Morales iniciou um processo judicial para que a Vejamostre as provas que a levaram a vincular Quintana e Jordán ao narcotráfico no Brasil".

Quintana, colaborador próximo do presidente Evo Morales, até agora não fez comentários a respeito. Segundo dados das Nações Unidas, a Bolívia é o terceiro produtor mundial de cocaína, depois de Peru e Colômbia, e boa parte de sua produção chega aos mercados brasileiros e europeus.
 

Por que os ricos são diferentes de nós

Por que os ricos são diferentes de nós

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Fitzgerald famosamente disse que os ricos são diferentes de nós.

É verdade.

A diferença é que rico não paga imposto.


Globalizada como tudo nos dias de hoje, a sonegação dos milionários é imoral, mas legal, preparada por especialistas em planejamento fiscal que sabem exatamente o que fazer. Quase sempre o expediente são os chamados paraísos fiscais.

Nos últimos trinta anos, os paraísos proliferaram – e há um vínculo entre isso e a falta de caixa de muitos países. Lembremos: na raiz da tragédia econômica da Grécia está exatamente a prática disseminada de não pagar impostos, uma coisa que vem conquistando adeptos ricos em todo o mundo.

Um episódio tragicômico ilustra exemplarmente o estado das coisas na Inglaterra de hoje.

O primeiro ministro David Cameron condenou publicamente o esquema – legal — utilizado por um comediante de sucesso, Jimmy Carr, para não pagar imposto. Detalhe: Carr fazia piadas ácidas sobre sonegadores.

Bem, Carr, depois de inicialmente dizerem tom desafiador que pagava o que tinha que pagar e nada mais, admitiu em seu twitter ter cometido um “terrível equívoco”. Não ficou claro se vai pagar o que deve, mas afirmou que jamais fará de novo o que fez.

Dias atrás, o jornal Guardian revelara que o mesmo Cameron tinha uma história familiar pouco edificante no capítulo dos impostos: seu pai, já morto, recorrera a paraísos fiscais para que a herança dos filhos fosse menos taxada. Mais uma vez, tudo dentro da lei. (O pai de Cameron se aproveitou de uma medida de Thatcher, esta sim, criadora de uma herança maldita, só comparável ao legada por Reagan. Thatcher isentou de taxa transferência de dinheiro da Inglaterra para outras partes.)

Bem, à míngua, as autoridades querem que pensionistas, viúvas etc paguem a conta. Já que não conseguem conter a evasão legal, cortam nos benefícios sociais.

Chega um momento em que a paciência dos 99% explode – e aí começam os protestos que temos visto em tantos locais nos últimos meses.

Ao longo da história tem sido assim. Na Inglaterra do começo dos anos 1300, por exemplo. A monarquia de Ricardo II decretou que todas as pessoas que trabalhavam nas terras da aristocracia tinham que pagar um imposto adicional a partir dos 13 anos.

Um coletor foi à casa de um ladrilhador (tiler, em inglês) chamado Wat para fazer a cobrança. O funcionário exigiu que a filha de Wat pagasse o devido. Só que ela não tinha 13 anos ainda, avisou a mãe. As duas foram agredidas, e os gritos chegaram a Wat, que estava nas imediações da casa. Ele correu para ver o que estava acontecendo e, ao ver o que estava acontecendo com as duas, matou o cobrador. “Fez o que todo homem faria ao ver sua mulher e sua filha serem atacadas”, escreveu Dickens em sua História da Inglaterra.

Começaria aí uma revolta durante a qual Londres foi sitiada por miseráveis liderados por Wat Tiler (como ele passou para a história). Foi o primeiro grande levante inglês dos trabalhadores. Tiler foi morto traiçoeiramente num encontro marcado com Ricardo II durante o qual teoricamente seriam chanceladas formalmente as reivindicações – “todas perfeitamente razoáveis”, escreveu Dickens, como o fim do trabalho escravo. Dickens se refere com desprezo aos “bajuladores” que louvaram a morte de Tiler, e termina suas linhas sobre o episódio dizendo que entre o homem simples que era o ladrilhador e o monarca não tinha dúvidas sobre quem tinha mais estatura moral.

No capítulo dos impostos, não mudou muita coisa de lá para cá senão na sofisticação dos métodos de sonegar. Assalariados e pobres em geral pagam imposto. Ricos fazem planejamento fiscal.

Nos dias de hoje, quando um governo fala em cercar a evasão, logo aparecem ameaças de “emigração de capital”.

Ah, é assim? Então vamos embora.

No final dos anos 1990, um presidente da Fiesp dizia que 800 000 ricos brasileiros deixarariam o Brasil caso Lula virasse presidente.

Gostei do que disse uma uma revista francesa. Ricos franceses disseram antes das eleições que iriam para a Inglaterra caso o socialista Hollande vencesse, por causa do aumento dos impostos. (Como se interessasse a qualquer país acolher milionários cuja causa é não pagar imposto.)

“Pois fazem muito bem”, escreveu a revista. “Vocês têm a cara do Cameron.”
 
Postado por Carlos Maia

domingo, 8 de julho de 2012

Colunista da Veja xinga Dilma

Colunista da Veja xinga Dilma

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

É insólita recente matéria do colunista da Veja Augusto Nunes sobre episódios igualmente recentes em que a presidente Dilma Rousseff teria sido “vaiada”. O colunista insultar a presidente não chega a espantar, pois, quando escreve sobre políticos petistas ou seus aliados, esse fenômeno é recorrente. O que espanta é a tese sobre os institutos de pesquisa.


Dilma é recorrentemente chamada por esse jornalista de “neurônio solitário”, ou seja, teria apenas um neurônio. A figura de linguagem pretende vender a idéia de que a primeira mandatária da República seria estúpida. Nada demais. É regra esse e outros colunistas da Veja usarem xingamentos como se fossem argumentos.

Impressionante mesmo é a tese de Nunes que afirma que Ibope, Sensus e Vox Populi falsificam a popularidade da presidente da República, apesar de que o único grande instituto de pesquisa não citado, o Datafolha, também confere a ela alta aprovação – segundo pesquisa Datafolha de abril, 64% consideram desempenho de Dilma bom ou ótimo.

O alvo principal da ira que os fatos despertam no colunista da Veja, no entanto, parece ser o Ibope. Visivelmente enraivecido, Nunes considera incompatível o recorde de popularidade da presidente com o fato de ela ter sido vaiada duas vezes em 24 horas pelo mesmo grupo de estudantes e professores universitários.

De repente, para aumentar o espanto que o tal de Nunes provoca, o mensalão entra na história. A tese é a de que vaias de grupos descontentes com Dilma combinados com o julgamento “do maior escândalo de corrupção da história” acabariam com a credibilidade de Ibope, Sensus e Vox Populi – e, por tabela, do Datafolha.

Os quatro grandes institutos estariam a serviço da presidente da República por detectarem alta aprovação. A pergunta é se essa premissa vale quando detectam alta aprovação do governador Geraldo Alckmin, por exemplo, ou se pesquisa positiva só é falsa quando é sobre Dilma e outros petistas.

Detalhe: essa tese também induz à crença de que não só as pesquisas são forjadas para favorecer Dilma e outros governantes, mas, também, os processos eleitorais pelos quais esses políticos se elegem, processos que acabam se coadunando com as pesquisas…

Vale a pena ler, a seguir, a tese insólita desse colunista. Ela dá a medida de um planejamento meio destrambelhado para as ações políticas de certa mídia no segundo semestre, que coincidirão com a campanha eleitoral que tomará o país. A aposta na burrice do público parece ser bem alta, assim como foi em todas as eleições anteriores.

*****

Dilma, duas vaias em 24 horas

Augusto Nunes

Ainda convalescendo da vaia em São Bernardo do Campo, Dilma Rousseff voltou a ouvir no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, o mais desconcertante dos protestos sonoros. O neurônio solitário deve estar pálido de espanto com o enigma .

No fim de junho, uma pesquisa do Ibope informou que apenas 8% dos brasileiros reprovam o desempenho da presidente. E comunicou à nação que o recorde estabelecido pela chefe de governo colocou Dilma Rousseff à frente de todos os seus antecessores desde a Proclamação da República.

Como combinar as duas informações do Ibope com duas vaias separadas por apenas 24 horas? Se o preço da encomenda for suficientemente estimulante, o comerciante de porcentagens escolhido para o serviço conseguirá decifrar o enigma com uma pesquisa restrita aos participantes das manifestações.

Ficará provado que os mesmíssimos 8% de eternos descontentes, disfarçados de estudantes, juntaram-se ─ para fingir que são muitos ─ tanto no ato de protesto em São Bernardo quanto na reprise ocorrida no Rio.

A pesquisa provaria que esses inimigos da pátria resolveram piorar o péssimo humor da presidente e, sobretudo, atrapalhar a vida mansa dos fabricantes de estatísticas com a invenção de outra brasileirice: a vaia ambulante. E Dilma ficaria feliz ao saber que a vaia desta sexta-feira saiu das mesmas gargantas que a hostilizaram na véspera. E já se preparam para a terceira rodada de apupos.

Mas convém apressar o serviço. Se o bando de manifestantes continuar perturbando as aparições públicas da recordista, e se a temporada de protestos estender-se até o ínício do julgamento do mensalão, nem o mais crédulo dos devotos da seita vai levar a sério a usina de pesquisas convenientes administrada em conjunto pelos ibopes, sensus e voxpopulis que prosperam no Brasil Maravilha. Em todas, o vitorioso é sempre quem está no poder.
 
Postado por Carlos Maia

Álvaro Dias: embaixador dos golpistas

Álvaro Dias: embaixador dos golpistas

Por Altamiro Borges

O senador tucano Álvaro Dias parece que deseja ocupar o posto de Demóstenes Torres como expressão maior da direita nativa. Além de se apresentar como  "paladino da ética", na mesma trilha do ex-demo, ele tem assumido posições cada vez mais reacionárias. Agora, o líder do PSDB do Senado resolveu também ser o "embaixador" dos golpistas do Paraguai, tornando-se referência da direita na América Latina.

Ontem (5), ele viajou a Assunção para uma "agenda apinhada", segundo relata o blogueiro Josias de Souza, da Folha. Disse ter sido convidado pessoalmente pelo presidente golpista Federico Franco. "Terei audiência com o presidente da República, com o presidente da Suprema Corte, do Congresso e com o ministro das Relações Exteriores”, jactou-se Álvaro Dias. Ele também pretende se encontrar com a delegação da OEA, que visita o Paraguai para analisar o "impeachment sumário" do presidente Fernando Lugo.

Missão diplomática ou servilismo?

Nesta "missão diplomática", o novo "embaixador" pretende reafirmar o seu total apoio à oligarquia golpista e também montar palanque para a oposição demotucana no Brasil. O senador tucano tem criticado duramente a decisão do Mercosul de suspender o Paraguai e, principalmente, de aprovar o ingresso da Venezuela no bloco regional. Para ele, a presidente Dilma Rousseff foi a principal culpada por este "golpe".

O PSDB inclusive estuda a possibilidade de recorrer ao STF contra o voto do Brasil pela incorporação da Venezuela. O partido acionou sua assessoria jurídica e conta com a ajuda de Celso Lafer, ex-ministro das Relações Exteriores de FHC que ficou famoso por tirar os sapatinhos nos aeroportos dos EUA - num caso patético de servilismo. "Se os advogados considerarem que é possível, vamos ao STF", afirma Álvaro Dias. 
 

Mercosul: É a política, estúpido!

Mercosul: É a política, estúpido!

Por Mair Pena Neto, no sítio Direto da Redação:

De todas as manifestações sobre o ingresso da Venezuela no Mercosul, a mais lúcida e transparente me pareceu a do presidente uruguaio José Mujica, que a classificou como resposta ao Congresso paraguaio, que destituiu o presidente Fernando Lugo, e ao surgimento de novos elementos políticos.


Política é a palavra chave. O Mercosul e a Unasul não são apenas blocos de interesses comerciais. O mundo não se guia apenas pelo comércio ou pela economia. As tentativas neste sentido estão aí, palpáveis, com a crise de gigantescas proporções que assombra o mundo. Parafraseando o assessor de campanha de Clinton, James Carville, que cunhou a famosa expressão “É a economia, estúpido!”, para destacar o impacto da saúde econômica nos resultados eleitorais, diria que “É a política, estúpido!” quem precisa orientar decisões de governos que desejam se manter soberanos.

O que Mujica buscou dizer é que o Mercosul corria risco com a ascensão do governo ilegítimo do Paraguai, que ameaçava contaminar o bloco ao ignorar suas gestões em prol da legitimidade democrática naquele país. A decisão do ingresso da Venezuela no Mercosul foi tomada em 2006, mas o Senado paraguaio, cujo caráter o mundo todo conheceu no processo sumário de deposição de Lugo, vinha impedindo sua consolidação.

Pelo aspecto puramente comercial, não havia como rejeitar o ingresso venezuelano, já que o tamanho de sua economia e sua riqueza petrolífera só contribuiriam para fortalecer o bloco e seus projetos de integração. A barreira imposta pelo Senado paraguaio era política. A mesma que se viu por aqui entre forças minoritárias no Congresso nacional. No avanço de setores progressistas na América do Sul, o Congresso paraguaio ficou como bastião conservador, uma espécie de UDN ou DEM ao sul do continente.

O golpe “constitucional” contra Lugo, que ficou isolado em meio às forças retrógradas do país, foi também um golpe contra o Mercosul e a Unasul, que precisavam reagir politicamente à ameaça. E o fizeram de forma clara, dentro dos princípios de respeito à democracia que regem os grupos. O Paraguai foi suspenso - no âmbito do Mercosul sua expulsão jamais foi cogitada - e a Venezuela admitida, como desejavam Brasil, Argentina e Uruguai, que foram unânimes em aprovar seu ingresso.

Mujica conta que na reunião entre os presidentes dos três países surgiram os “novos elementos políticos”, que evidenciaram que “o político superava largamente o jurídico”. O presidente uruguaio se referia a marcos iniciais do Mercosul, que remetem à hegemonia neoliberal dos anos 90 e que ficaram para trás. O Mercosul e a Unasul precisam refletir os novos tempos no continente. E eles vão muito além das relações comerciais, preocupando-se também com infraestrutura, industrialização, defesa, finanças e saúde, entre outros.

Essa nova concepção se fundamenta na visão de governos progressistas, que se tornaram majoritários no continente, e precisam estar unidos e atentos para evitar retrocessos, como o que se viu em Honduras, como o que acaba de acontecer no Paraguai e que foi tentado, sem sucesso, na Bolívia e no Equador.

Pedro Bial e os semideuses

Pedro Bial e os semideuses

http://www.cicero.art.br
Por Cris Rodrigues, no blog Somos andando:

Ontem, Pedro Bial, aquele do Big Brother, lançou um programa destinado, basicamente, à defesa do preconceito. Despolitização é a palavra que melhor se encaixa.

E o fez consciente e descaradamente. Primeiro, promoveu a defesa do músico Alexandre Pires, acusado de promover o sexismo, o machismo, o preconceito racial, com o clipe da música Kong. Segundo a Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial, “o vídeo usa clichês e estereótipos contra a população negra” e “reforça estereótipos equivocados das mulheres como símbolo sexual”.


E o apresentador do Big Brother o fez usando – ele e seus convidados, escolhidos intencionalmente pela sua produção – do velho argumento falacioso e manipulador da censura, da ditadura disfarçada.

Como se não bastasse defender o vídeo que fala de negros e é ilustrado com macacos, ainda reforçou o discurso preconceituoso ao levar ao palco do seu programa pessoas vestidas de gorila e mulheres “popozudas”, que apresentam uma visão sexista do papel da mulher na sociedade, vista como objeto. E ó, eu não faço parte de nenhum movimento feminista, mas como mulher me sinto ofendida com esse uso da imagem, com a consolidação, o reforço de algo que há tanta luta para romper, que é estereotipar a mulher, mostrá-la como um ser que não pensa. Além do apelo sexual da figura da mulher, é um incentivo ao tratamento superficial das pessoas, reduzidas à aparência.

Da mesma forma que a mídia não pode condenar antecipadamente acusados ainda não julgados de algum crime, também não cabe a ela inocentá-los, principalmente quando se trata de um suposto crime contra a coletividade. Qual era o propósito de absolver Alexandre Pires em rede nacional? Para que comprar essa história?

Isso sem falar que o assunto está velho, o caso já foi até arquivado. E o irônico é que Bial começou o programa criticando assédio sexual e assédio moral, que esse tipo de apelo sexual e rebaixadamento da mulher à categoria de objeto incentivam absurdamente.

A linha do programa já ficava clara pela escolha dos participantes. Destaco o reacionarissimo Luís Felipe Pondé, tratado a pão de ló. Apesar de estar presente também Antônio Carlos Queiroz, a diferença de tratamento foi evidente. Queiroz é autor da cartilha “Politicamente correto & Direitos”, criada pelo governo federal como uma tentativa de combater preconceitos e criticada pelo apresentador, o mesmo que diz que críticas não servem pra nada, que nem ouve as direcionadas a ele.

“A cartilha foi dedicada a professores, policiais etc. etc. (aqui entrou uma lista de profissões que eu não vou saber repetir, todas passíveis de receber orientação externa) e… tchan tchan tchan, jornalistas (os intocáveis). E aí você mexe com a liberdade de expressão.” Fora o que está dentro dos parênteses e os et ceteras, foi bem assim que o Bial falou, com o tom dramático que traduz em absurdo jornalistas sofrerem qualquer tipo de influência, inclusive a de uma orientação.

Opa, jornalista, como formador de opinião, não pode receber orientações sobre preconceito, para evitar na sua prática diária que forme opiniões discriminatórias contribuindo para que as diferenças de gênero, classe, cor etc. nunca tenham fim. É a velha história do jornalista como dono da verdade. A gente não erra, não mente, não manipula, não tem ideologia (não pode!), então não tem por que ter nosso trabalho observado. Jornalista tem direito a fazer o que quiser, mesmo que isso ofenda a dignidade de outras pessoas. Afinal, somos semideuses, perfeitos. Vai ver é por isso que o diploma é desnecessário. Afinal, a faculdade orienta, e jornalistas estão acima desse tipo de coisa.

Não vou falar em decepção com esse programa porque né, 12 anos de BBB não deixam criar nenhuma expectativa. Mas um mínimo de bom senso vinha bem, viu.

Isso tudo sem contar o nome do programa, que seria bacaninha uns 15 anos atrás, quando a gíria era moderninha.