sábado, 22 de setembro de 2012

Comunista Vanessa cresce 10 pontos e avança para a vitória em Manaus








Vanessa cresce 10 pontos e avança para a vitória em Manaus


A pesquisa Ibope da Rede Amazônica divulgada nesta quinta-feira (20) revela que a candidata comunista Vanessa Grazziotin cresceu 10 pontos percentuais e está empatada na liderança pela Prefeitura de Manaus com o representante do tucanato amazonense, Arthur Neto – com 29% das intenções de voto.


A representante da coligação Melhor pra Manaus (PCdoB, PMDB, PP, PSD, PSL, PT, PTN e PV) disse que o resultado foi recebido com alegria e muita humildade. Segundo ela, o crescimento da sua candidatura já vinha sendo observado no contato que mantém diariamente com a população durante as caminhadas e atividades que realiza nos bairros da cidade. 

Em relação à pesquisa anterior, realizada entre os dias 13 e 15 de agosto, os novos números do Ibope apontam que Vanessa cresceu de 19% para 29%. O Instituto de pesquisa indica ainda que em um eventual confronto com Arthur no segundo turno, Vanessa venceria por quatro pontos percentuais. A candidata das forças progressistas da cidade aparece com 43% das intenções de voto contra 39% do adversário. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. 

“Esse resultado serve como estímulo para que a militância intensifique cada vez mais a campanha no contato com eleitor. Peço que cada um dos nossos apoiadores converse com o seu vizinho, com os amigos na escola e no trabalho para que possamos conquistar mais um voto e buscarmos uma vitória sólida.”

Vanessa diz também que o seu crescimento é resultado da compreensão do eleitor sobre as suas propostas que trazem um novo olhar sobre Manaus. “A população está entendendo que o nosso projeto é o melhor para Manaus”, diz.

Ela ressalta que é preciso ter consciência que ainda há muito trabalho pela frente para que a coligação chegue à vitória. A pesquisa demonstra uma tendência, mas o que vai prevalecer é o resultado das urnas.

A candidata diz que seguirá o conselho do presidente Lula: “Vanessa você tem que estar na porta de cada fábrica, de cada loja para conversar com os trabalhadores, com os comerciantes, com os cidadãos ricos e pobres de todas as classes. Você precisar governar para todos e garantir qualidade de vida para a população”.


Da Redação,
com informações da assessoria da candidata

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=194341&id_secao=1

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O cheirosinho, o metrosexual, a madame, o fazendeiro ricaço e o embuste


O cheirosinho, o metrosexual, a madame, o fazendeiro ricaço e o embuste


Cheira infâmia a ousadia das famílias do Governador e do atual Prefeito no processo eleitoral de Curitiba.
Cenas em bairros mais afastados, nos arrebaldes, de um mocinho totalmente asséptico, "cheirosinho", com dentição perfeita, pele alva, que passou toda sua infância a base de polenguinho na lancheirinha desde o maternal até o curso superior em escola privada,higienizada, segura, longe, bem longe dos pobres, misturando-se, cumprimentando a ralé.

Em lugares semelhantes, vê-se uma balzaquiana gran-fininha, de igual conformação, com o ingrediente de ter unido o capital rentista ao poder político, da mesma forma atirando-se aos braços da escumalha, metendo o pé na lama em logradouros dos excluídos, dos desgraçados, dos abandonados pelo poder público.

Noutro ponto, também de periferia, aparece um play-boy,acadêmico,de academia de fisicultura, provocando frisson entre adolescentes incautas e ludibriadas por aparências que mal sabem que pagam seu salário que ele torra em baladas do Batel.
 
São eles, o pimpolho filho do fazendeiro ricaço atual Prefeito da Capital, a esposa do Governador e um de seus diletos filhos.
 
O que fazem essas exóticas figuras em meio ao povaréu, o que vão lá buscar?
Causa espécie essas presenças inusitadas em meio a gente tão humilde, é surreal!
Não usam máscaras de proteção, não usam luvas cirúrgicas, aerossois descontaminantes, nada, ao menos no contato direto, sabe lá deus quando chegam em casa quantos banhos de imersão...
 
A imprensa e os Blogs contratados, dão destaque, cantam loas a essas incursões, expedições aos pantanais inóspitos da cidade modelo.
Não me parece que eles tem interesse social, sentimentos autruístas ou qualquer coisa que o valha, não.
Paira na verdade um odor fétido de mais um grande embuste eleitoral, um conto do vigário, uma patuscada que vai arder muito no lombo do povão.
 
Paulo Aguilera.*
colaborador do blog boiaquente.info


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Postado por Paulo Aguilera no Bóia Quente em 9/05/2012 08:32:00 AM

O lado perverso do Google


O lado perverso do Google

Paulo Nogueira 26 de julho de 2012 4

 
Existem dois Googles.
Um você conhece. É a companhia inovadora que você usa o tempo todo para fazer pesquisas. Frequentemente o Google aparece no topo das listas das melhores empresas para trabalhar pelos extraordinários benefícios que concede a seus funcionários. Estes se orgulham de pertencer ao Google.
O segundo Google é bem menos bonito. É uma corporação que faz todas as manobras possíveis – dentro daquela fronteira tênue entre a legalidade e a imoralidade – para não pagar impostos. Recentemente, a mídia australiana registrou a indignação de autoridades locais ao verificar que, para um faturamento de 1 bilhão de dólares no país, o Google pagara cerca de 75 000 dólares de impostos.
Vamos entender.
É com o dinheiro dos impostos que são construídos hospitais, estradas, escolas etc etc. Ninguém gosta de pagar imposto, mas quando a compulsão de evitá-los se alastra pela sociedade e alcança as corporações o resultado – como prova a Grécia – é a bancarrota do país.
O Google – e muitas outras multinacionais americanas – faz uma manobra chamada “Duplo Irlandês e Sanduíche Holandês”. Basicamente, para reduzir ao mínimo o valor a pagar, o Google se utiliza de duas subsidiárias na Irlanda – daí o “Duplo Irlandês” – e uma outra subsidiária na Holanda. O “Sanduíche Holandês” se explica no fato de o dinheiro — dentro do esquema perfeito montado para tornar esquálido o imposto — sair de uma subsidiária irlandesa, passar pela Holanda e depois voltar à Irlanda, agora registrado na outra subsidiária.  A viagem contábil termina nas Bermudas, onde a taxa é zero. (Aqui, você pode ver um gráfico razoavelmente compreensível do NT Times.)
Se eu fosse editor de alguma publicação brasileira, pediria a um repórter que investigasse quanto o Google fatura no Brasil e qual o imposto que paga. Provavelmente os brasileiros tomariam conhecimento do “Duplo Irlandês” e do “Sanduíche Holandês”.
O primeiro Google é lindo.
O segundo, horrível.

Trailer Nega Tyson - Curta produzido em Curitiba


Trailer Nega Tyson - Curta produzido em Curitiba



O curta "Nega Tyson" é um misto de ficção e documentário, sendo que "Daniela" é o único personagem real na história. Ex-enfermeira, ela vive nas ruas de Curitiba, onde pede esmola, dorme na calçada, consome crack e procura comida no lixo quando sente fome (o crack inibe a fome, de maneira que os usuários só se alimentam quando não estão sob seu efeito narcótico

)Das pessoas que vivem ao seu redor, alguns se revoltam e outros fazem piadas. Mas em comum entre todos está a total falta de capacidade de lidar com o assunto.

Produção rodada totalmente com recursos próprios. O elenco, além de Daniela, é formado pelos atores amadores Ernesto Aguiar, Likho Fontoura, Jean Maia, Jorge Aguiar, Marcos Querino e outros. Direção, roteiro e edição: San Bahr

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Presidenta Dilma grava programa em apoio a comunista Vanessa Grazziotin


Presidenta Dilma grava programa em apoio a comunista Vanessa Grazziotin


A assessoria de imprensa da candidata à prefeitura de Manaus, Vanessa Grazziotin (PCdoB), afirma que a presidenta Dilma Rousseff classifica como “horror” a agressão sofrida por Vanessa antes de um debate televisivo no último dia 19. De acordo com o comunicado enviado à imprensa, a opinião da presidenta será apresentada aos eleitores por meio de participação no programa eleitoral da comunista.


No relatório de ocorrência da Polícia Militar, o principal acusado, apontado por quatro testemunhas, apresentou o nome falso de José Henrique Gonçalves (ele não portava a carteira de identidade). Mais tarde, no seu depoimento à delegada de polícia Sylvia Laureana Arruda da Silva, revelou que se chamava Arthur Macedo Bulcão, contratado como cabo eleitoral da campanha de Arthur Virgílio (PSDB)..

O acusado, que negou a autoria da agressão, está sendo processado pela candidata por ainda levar ao local uma boneca de bruxa numa clara manifestação para atacar a imagem dela. Outra ação criminal está sendo movida por Vanessa pela débil acusação do tucano dizendo que ela cometeu farsa. Os blogs e veículos de comunicação que deram guarita somente para a versão tucana também serão processados.

Conheça o caso (e veja sequência de fotos), segundo relato do assessor jurídico Daniel Nogueira

1.As imagens utilizadas para justificar a versão da “farsa” são de minutos depois da agressão. As imagens que compõem a teoria conspiracionista de Arthur são todas da candidata Vanessa andando, fora do carro, com resíduos no rosto.

Apesar de debater temas de alta indagação como “em que mão está 
a caixa de halls” , “olhe como a roupa dela está limpa” e “percebam o confete metálico na testa”, tais imagens são inconsequentes ao fato. Como se verá mais embaixo, no momento em que foi agredida, a candidata estava dentro do seu veículo. Aliás, a agressão ocorreu alguns minutos ANTES que essas fotos fossem tiradas.  

2. As imagens verdadeiras mostram que a agressão verdadeiramente ocorreu.

Antes de mostrar o momento da agressão, tenho desde logo que externar minha imensa tristeza em fazê-lo. É degradante ter que publicar essas imagens, que mostram uma mulher, uma senadora da República, numa situação de absoluta humilhação, para provar que a agressão que sofreu foi, de fato, verdadeira. Nenhuma mulher gostaria de tornar públicas imagens como essas.

Não bastasse o vilipêndio de receber um escarrado cuspe nos olhos (o que, convenhamos, é muito pior do que um ovo), a candidata se viu obrigada à nova indignidade de ter que ser exposta naquele momento triste.

A denegação de fatos evidentes não é uma técnica nova. Até hoje os nazistas denegam a ocorrência do holocausto, como forma de legitimar suas odiosas pretensões. É sempre haverão incautos que acreditarão, sem questionar, a denegação feita. As nossas redes sociais mostram – tristemente – quanto corpo tomou a tese de denegação da ofensa, encampada por Arthur e sua campanha (apesar de as imagens apresentadas por ele se constituírem, em essência, prova de absolutamente nada para aqueles com qualquer senso crítico).

É para jogar uma pá de cal em cima da tresloucada tese adotada que apresentamos os fatos. Eis a verdade.

As imagens abaixo mostram uma sequência de fotografias tiradas no momento em que Vanessa chegava ao debate.

Sorridente, alegria nos olhos, pondo-se à disputa democrática pelos meios republicanos.

A alegria continua. A moça de boné se aproxima. Continua a festa na próxima imagem. E então, ocorre a agressão. Vejam, no detalhe, a primeira imagem após a candidata ter sido alvejada por uma cusparada. As imagens que se seguem mostram o desespero, o asco e o horror de alguém que é atingida por uma substância viscosa na face e nos olhos. Aviso que não são imagens fáceis de ver. Eis a resposta mais eloquente possível à insensibilidade e malícia da campanha de Arthur.

3. Não era ovo. Quem insistiu na história de ovo foi a imprensa e não a campanha.

No meio da confusão da entrada no debate, a candidata Vanessa foi alvejada por algo gosmento no rosto enquanto ainda estava no carro. Não presenciou de onde veio a agressão. Ao sair do carro, presumiu pela consistência que tivesse sido um ovo e disse isso àqueles que a cercavam.

Quando o jurídico identificou testemunhas da ofensa, ainda no local do debate, estas foram unânimes em dizer que a senadora foi alvejada por uma cusparada e não um ovo. Desde então, não mais se falou em ovo.

Da Redação em Brasília
Com agências


http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=194059&id_secao=1

José Dirceu: Quais as razões da desidratação do Jornal Nacional?


José Dirceu: Quais as razões da desidratação do Jornal Nacional?


Dois mitos que caem juntos. O primeiro, de que o “Jornal Nacional”, da Globo, seria um telejornal imbatível, inatingível e intocável. Não é nada disso. O principal telejornal da Globo lamenta estar sendo muito prejudicado no período da veiculação do horário político eleitoral e já viu 20% de sua audiência ir embora. A informação está na coluna Outro Canal, assinada por Keila Jimenez e publicada na Folha.

Por José Dirceu, em seu blog*


Realocado para mais cedo na grade de programação da Globo, para dar espaço à propaganda política, o JN sofre com a migração de público para a TV paga e ainda enfrenta um adversário forte em audiência: a novelinha infantil "Carrossel" do SBT.

E a queda do JN pode estar se dando, ainda, por outras razões. Por exemplo, pelo fato de as notícias serem velhas uma vez que foram divulgadas na internet durante o dia. Ou ainda devido ao enorme tempo dedicado ao julgamento no Supremo, uma decisão política dos Marinhos e que revela que a mídia brasileira ainda não sabe lidar com as novas mídias e com a nova realidade política e social do país.

A Globo usa seus telejornais para fazer oposição ao governo, quando a imensa maioria da população apoia o governo. Recusa a regulação e a concorrência, o pluralismo e a diversidade... Enfim, mantém-se fiel ao discurso único, forçando a mão numa imagem que não bate com a realidade do país.

A queda


A média do JN de janeiro a agosto deste ano, quando ia ao ar na faixa a partir das 20h30, é de 30,4 pontos. Cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande SP. Com o início do horário eleitoral, dia 21 de agosto, o noticiário passou a ir ao ar meia hora mais cedo, às 20 horas. Sua média de audiência, de 21 de agosto (início da propaganda eleitoral) a 13 de setembro, caiu para 24,3 pontos.

Uma queda de seis pontos de audiência. O Ibope do jornalístico chega a ser menor que o do próprio horário político na Globo. A propaganda eleitoral teve média na rede de 24,9 pontos até o último dia 13. 

A novelinha "Carrossel" parece ter sentido menos o baque da propaganda política no Ibope. Caiu da média de 13,5 pontos para a casa dos 12 pontos, nos últimos dias. É a Globo quem diz: "Carrossel" também perdeu público com o horário eleitoral: perdeu cerca de 13% de audiência, dizem eles. Na verdade, 11,1% pelos números dados aqui. Bem menos do que os 6 pontos do JN, que equivalem a uma queda de 19,7%.

*Título do Vermelho

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=6&id_noticia=194101 


Luiz Carlos Prestes Filho apoia vereador Orlando Silva do PCdoB


Luiz Carlos Prestes Filho apoia vereador Orlando Silva


Depoimento Luiz Carlos Prestes, o filho do Cavalreiro da Esperança, para a campanha do candidato Orlando Silva ao cargo de vereador pelo PCdoB de São Paulo.



Fonte: Da redação

http://www.vermelho.org.br/tvvermelho/noticia.php?id_noticia=193961&id_secao=29 

O jornalismo mequetrefe de Veja


O jornalismo mequetrefe de Veja


A Editora Abril e seu carro-chefe, o panfleto semanal intitulado Veja, reforçaram, neste final de semana, a inovação jornalística que pretendem ter inaugurado: o jornalismo com base no “ouvir dizer”, em fontes e entrevistas inexistentes, fundado na mentira e na calúnia. 

Não é uma prática nova na imprensa de direita no Brasil. Já na década de 1950 a revista O Cruzeiro, que era o grande panfleto da direita na época, era notável por esse mesmo jornalismo mequetrefe, apelidado “de dentro pra fora” – isto é, feito a partir de fatos inventados na redação. 

Da mesmo forma como hoje Veja se esmera em destruir a imagem do presidente Luís Inácio Lula da Silva e das forças progressistas e de esquerda, naqueles anos O Cruzeiro investia contra o presidente Getúlio Vargas e pagou um preço alto por sua miopia histórica e política. A confiança dos leitores caiu aceleradamente, a circulação começou a minguar e, em poucos anos, O Cruzeiro perdeu a importância que tivera e naufragou melancolicamente.

E qual é a estrutura dessa mentira? Ela é revelada pela própria matéria assinada pelo repórter Rodrigo Rangel, e pela “Carta ao Leitor” do diretor da revista. Não havendo declarações diretas e insofismáveis do empresário Marcos Valério, ele confessam, no próprio texto, que a mentira ali contada tem “base em revelações de parentes, amigos e associados”. Esta é a essência do jornalismo mequetrefe de Veja: a mentira e a calúnia.

Mentira e calúnia cujo objetivo é evidente. A direita e os conservadores alinhados com o PSDB e com o DEM estavam alvoroçados com a esperança de que o julgamento do chamado “mensalão” teria um efeito arrasador na eleição municipal deste ano, dificultando o desempenho dos candidatos do campo progressista e alavancando a preferência popular pelos candidatos da direita. 

Mas isso não aconteceu e nada indica que o embate eleitoral municipal vá trazer vitórias aos tucanos e seus aliados. O quadro revelado pelas pesquisas de opinião é desanimador para a nova direita, representada pela aliança PSDB/DEM; mostra que ela envelheceu, sendo crescentemente rejeitada pelo eleitor que antecipa a sensação de outra derrota estratégica para o conservadorismo neoliberal em 2014, na sucessão da presidenta Dilma Rousseff.

A direita neoliberal vive dias difíceis no parlamento, no campo eleitoral e também na confiança do leitor em suas publicações, cujas mentiras, conhecidas e rejeitadas, já não repercutem como antes. As sucessivas tentativas do panfleto de propriedade da família Civita pretendem tumultuar o processo político e eleitoral, em busca de saídas à margem da lei para garantir o poder e os privilégios dos setores mais conservadores das classes dominantes. Contra elas, o Brasil e o povo brasileiro seguem adiante, em busca de novas e maiores conquistas democráticas e sociais. E a recordação da rota rumo ao abismo vivida no passado por O Cruzeiro permite entrever semelhante destino para uma publicação que, hoje, ainda posa de poderosa e influente e seu jornalismo mequetrefe e mentiroso. 


http://www.vermelho.org.br/editorial.php?id_editorial=1116&id_secao=16

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Netinho de Paula: infância e juventude na periferia


Netinho de Paula: infância e juventude na periferia


O vereador de São Paulo, candidato à reeleição pelo PCdoB, José de Paula Neto, antes da fama, nasceu e cresceu na periferia e se tornou Netinho de Paula. Com essa história podemos compreender porque Netinho tem uma preocupação social tão grande, além de contar um pouco de seus sonhos e sua sensibilidade, em uma trajetória de sucesso e vitórias – mas também difícil, complexa e por vezes trágica.



Fonte: Da redação


http://www.vermelho.org.br/tvvermelho/noticia.php?id_noticia=193345&id_secao=29

O filme sobre Maomé e a sociedade digital em xeque


O filme sobre Maomé e a sociedade digital em xeque


O episódio do filme sobre o profeta Maomé que desatou uma onda de protestos no mundo árabe mostrou a intensidade latente de ressentimentos culturais, mas também a gravidade de uma questão tecnológica que pode afetar o planeta inteiro.

Por Carlos Castilho, no Observatório da Imprensa


A empresa Google, controladora do site YouTube onde foi postado um trailer do polêmico filme, decidiu banir a sua exibição em vários países árabes para evitar o agravamento dos protestos. 

A preocupação com a violência é mais do que justificável e compreensível, mas o fato de uma empresa com sede nos Estados Unidos ter o poder de decidir o que outros países podem ou não ter acesso é da maior relevância para todos nós.

A tão decantada autonomia e independência da internet ficou seriamente abalada, e num momento em que a rede mundial de computadores passa a influenciar a vida de cada vez mais pessoas, empresas e governos. Todo o arcabouço da nova sociedade digital foi colocado em questão.

Isto nos preocupa — e muito — porque ficou claro o poder de uma empresa em influenciar eventos noutros países. A autodeterminação nacional, uma das bases da existência das Nações Unidas, pode estar ameaçada na medida em que nosso futuro não está mais dependente de fronteiras, mas do fluxo transnacional de informações.

O jornal norte-americano The Washington Post, num artigo publicado na sexta-feira (14), afirmou que o episódio mostra como algumas empresas norte-americanas podem se transformar em “árbitros da liberdade de expressão no resto do mundo” , ao substituir tribunais e foros internacionais.

A Google e outras empresas com grande poder na internet têm feito uso intensivo da retórica da liberdade de expressão na rede mundial de computadores, mas o episódio do malfadado filme sobre o profeta Maomé mostrou a complexidade da questão do livre fluxo de informações no mundo digital.

O filme foi um caso grosseiro, e ainda não plenamente esclarecido, de manipulação intencional de preconceitos culturais e religiosos. Por isso, a suspensão de sua exibição não provocou protestos imediatos dos defensores da liberdade de expressão na Web, como é o caso de organizações como a Electronic Frontier Foundation, dos Estados Unidos.

Mas a brecha foi aberta e mostrou uma fissura na arquitetura jurídica do mundo digital, capaz de gerar gravíssimos problemas políticos no futuro. A questão é complexa e a discussão não será fácil, mas é inevitável, porque nossas vidas estão cada vez mais condicionadas pela internet.


http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=6&id_noticia=193998

O ataque de Veja contra Lula: a mentira e a mistificação


Advogado de Marcos Valério desmente Veja
Marcelo Leonardo (esq) desmente a revista paulistana

O ataque de Veja contra Lula: a mentira e a mistificação

Do Portal Vermelho

O objetivo do artigo mentiroso publicado por Veja não é a moralidade ou a ética, mas criar condições jurídicas para afastar Lula das eleições de 2014 e 2018.

Por José Carlos Ruy


Aqueles que, credulamente, ainda pensam que os jornais e revistas do PIG (Partido da Imprensa Golpista) têm o objetivo de informar e debater questões públicas relevantes poderem encontrar, na edição desta semana do panfleto direitista chamado Veja um desmentido para estas esperanças e farto material pedagógico sobre a maneira como agem. São instrumentos da luta de classes dos ricos contra os pobres, onde os cães de guarda dos interesses dominantes investem contra os setores progressistas, democráticos e nacionalistas num combate político cuja arma é a mentira e a difamação.

O repórter, autor da matéria, e o diretor da revista afirmam ali, candidamente, que as graves denúncias feitas contra o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva estão baseadas no ouvir dizer, em “revelações de parentes, amigos e associados” do empresário Marcos Valério, que extravasaria a eles seu inconformismo por sua condenação no processo do chamado “mensalão”. Acusação ouvida do próprio Marcos Valério - e esse é o critério não só do bom jornalismo, mas também da boa investigação criminal - nenhuma! Aliás, o próprio advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, prontamente desmentiu as mentiras da revista da família Civita e afirmou que seu cliente não conversou com nenhum jornalista.

O artigo calunioso sustenta que Lula teria se encontrado com o publicitário Marcos Valério, quando presidente da República, para acertar detalhes do chamado “mensalão”, que envolveria uma quantia muito maior do que a atribuída no julgamento que ocorre no Supremo Tribunal Federal, alcançando a quantia de 350 milhões de reais.

Não é a primeira vez que Veja é pega na mentira, que tem sido a norma da revista nos últimos anos e não apenas em matérias políticas mas também em outras áreas. Há um ano, no início de setembro de 2011, ela divulgou uma matéria de capa sobre um medicamento para diabetes que, assegurava, levaria seus usuários a emagrecimento em tempo recorde; foi um escândalo tamanho, de repercussões negativas sobre a saúde pública, que a Anvisa precisou intervir e obrigar a revista a se desmentir. Os ecos da matéria mentirosa e da intervenção da Anvisa foram ouvidos inclusive em academias de ginástica onde pessoas ainda crédulas se manifestavam indignadas com a irresponsabilidade e as mentiras da revista.

A série de mentiras é longa; ela envolve, só para lembrar algumas, o acolhimento das acusações feitas por um bandido contra o ministro do Esporte Orlando Silva Jr (e, em consequência, contra o PCdoB) ou a fantasiosa “revelação” de que Lula teria pressionado o ministro Gilmar Mendes, do STF, pelo adiamento do julgamento do chamado “mensalão”, que foi imediatamente desmentida pela terceira pessoa que participou do encontro durante o qual a pressão, o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim.

São antecedentes mentirosos que não contam para os paladinos do conservadorismo e do neoliberalismo na mídia comercial. Um dos mais notáveis deles, o comentarista Merval Pereira, de O Globo, foi logo para o ataque afirmando a possibilidade de uma denúncia contra Lula, com base nas acusações falsas de Veja. Outros - como Ricardo Noblat - foram na esteira dele, e no mesmo tom.

É a volta do coro conservador e neoliberal, com um objetivo muito claro e definido. Desde a crise de 2005 estes comentaristas sabem que não conseguem enganar o povo. Foram derrotados pelo voto popular nas eleições de 2006 e depois em 2010, e seus partidos e candidatos enfrentam dificuldades imensas nas eleições municipais desde então. O PSDB minguou e a voz de seus caciques, ouvidas nos salões chiques de São Paulo, Rio de Janeiro, Londres ou Nova York, não repercutem mais ali onde de fato interessa: no meio do povo, que vota e escolhe os governantes.

A tática que parecem adotar, perante este quadro de dificuldades eleitorais para seu renegado programa neoliberal e para aqueles que o representam, é tentar inviabilizar juridicamente uma nova candidatura de Luís Inácio Lula da Silva à presidência da República, em 2014 ou 2018. Para aqueles que aceitavam apenas um mandato para Lula - o primeiro, de 2003 2006 - o quadro que se apresenta é politicamente aterrador ao indicar a quase inexorável perspectiva de um domínio de mais de vinte anos das forças democráticas, progressistas e patrióticas sobre a presidência da República.

Daí a ideia “genial”: condenar Lula como o chefe do chamado “mensalão” e ganhar, no tapetão, aquilo que não conseguem alcançar no voto, a exclusão do líder sindical e operário de futuras disputas eleitorais.

É difícil que tenham êxito, como mostra a reticência dos presidentes dos dois principais partidos da direita neoliberal -- o PSDB e o DEM --, Sérgio Guerra e José Agripino, diante de qualquer iniciativa jurídica contra Lula a partir de bases tão frágeis quanto a mentira relatada por Veja.

A luta é política; é luta de classes, e a direita (com seus cães de guarda da mídia) investe - nunca é demais repetir - na única e esfarrapada bandeira que alega sustentar, a defesa da moral e da ética. O caráter mentiroso dessa defesa fica claramente exposto quando se vê o comportamento dessa mesma mídia diante de acusações mais graves e sólidas contra o tucanato e seus governos, como se viu no eloquente silêncio a respeito das denúncias feitas no livro Privataria Tucana, no qual o jornalista Amaury Ribeiro Júnior denuncia as falcatruas do governo de Fernando Henrique Cardoso, ou diante do acúmulo de denúncias do envolvimento do jornalista Policarpo Jr, diretor de Veja em Brasília, com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira. Para a mídia e para os tucanos o objetivo não é alegada moralidade mas a criação de condições para sua volta ao poder. Como se fosse possível no Brasil de hoje!

O poder da mídia conservadora é inegável, e grande. É o poder da classe dominante brasileira, fortalecido inclusive com contribuições do próprio governo federal. Dados divulgados na semana passada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República mostram que, dos 161 milhões de reais gastos em publicidade desde o início do governo de Dilma Rousseff, 50 milhões foram apenas para a TV Globo; a Editora Abril recebeu 1,6 milhões (1,3 milhões para publicidade em revistas e 300 mil na internet).

Esse poder se defronta hoje com um protagonismo popular mais acentuado; os velhos “formadores de opinião” claudicam ante o despertar do povo brasileiro e, sem propostas claras e objetivas, amparam-se em mentiras e na calúnia. Precisam olhar a história: em batalha semelhante, na década de 1950, a mídia conservadora e antidemocrática investiu contra o presidente Getúlio Vargas com a mesma fúria com que hoje ataca as mesmas forças democráticas, progressistas e patrióticas que dirigem o governo federal. O fracasso daquela investida ficou clara na derrocada da principal revista daquela época, O Cruzeiro, notável pela mesma capacidade de mentir e caluniar hoje protagonizada por Veja. Em outubro de 1954, logo depois do suicídio de Vargas, a tiragem de O Cruzeiro ainda era de 700 mil exemplares; poucos meses depois, em fevereiro de 1955, caiu para 660 mil e seguiu em queda livre até 1965, quando ficou na faixa dos 400 mil exemplares, e continuou caindo (os dados estão num livro cujo título é apropriado: Cobras Criadas: David Nasser e O Cruzeiro, do jornalista Luiz Maklouf Carvalho).

A direita e os conservadores precisaram de um golpe militar, em 1964, para impor suas teses e massacrar a democracia que se fortalecia.

Os tempos mudaram e a direita, hoje, mantém o poder do dinheiro e da mídia mas perdeu a capacidade de mobilização popular e de respaldo dos quartéis para seus projetos anacrônicos, a
ntidemocráticos e antipatrióticos. Restam a ela, como armas, a mentira e a mistificação. 

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=193999&id_secao=6 

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Carlos Marighella: "Ousar Lutar, ousar vencer!"


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Carlos Marighella: "Ousar Lutar, ousar vencer!"

Sua vida
Carlos Marighella nasceu em Salvador, Bahia, em 5 de dezembro de 1911. Era filho de imigrante italiano com uma negra descendente dos haussás, conhecidos pela combatividade nas sublevações contra a escravidão.
De origem humilde, ainda adolescente despertou para as lutas sociais. Aos 18 anos iniciou curso de Engenharia na Escola Politécnica da Bahia e tornou-se militante do Partido Comunista do Brasil, dedicando sua vida à causa dos trabalhadores, da independência nacional e do socialismo.
Conheceu a prisão pela primeira vez em 1932, após escrever um poema contendo críticas ao interventor Juracy Magalhães. Libertado, prosseguiria na militância política, interrompendo os estudos universitários no 3o ano, em 1932, quando deslocou-se para o Rio de Janeiro.
            Em 1o de maio de 1936 Marighella foi novamente preso e enfrentou, durante 23 dias, as terríveis torturas da polícia de Filinto Müller. Permaneceu encarcerado por um ano e, quando solto pela “macedada” – nome da medida que libertou os presos políticos sem condenação -- deixou o exemplo de uma tenacidade impressionante.
Transferindo-se para São Paulo, Marighella passou a agir em torno de dois eixos: a reorganização dos revolucionários comunistas, duramente atingidos pela repressão, e o combate ao terror imposto pela ditadura de Getúlio Vargas.
Voltaria aos cárceres em 1939, sendo mais uma vez torturado de forma brutal na Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS) de São Paulo, mas se negando a fornecer qualquer informação à polícia. Na CPI que investigaria os crimes do Estado Novo o médico Dr. Nilo Rodrigues deporia que, com referência a Marighella, nunca vira tamanha resistência a maus tratos nem tanta bravura.
Recolhido aos presídios de Fernando de Noronha e Ilha Grande pelo seis anos seguintes, ele dirigiria sua energia revolucionária ao trabalho de educação cultural e política dos companheiros de cadeia.
Anistiado em abril de 1945, participou do processo de redemocratização do país e da reorganização do Partido Comunista na legalidade. Deposto o ditador Vargas e convocadas eleições gerais, foi eleito deputado federal constituinte pelo estado da Bahia. Seria apontado como um dos mais aguerridos parlamentares de todas as bancadas, proferindo, em menos de dois anos, cerca de duzentos discursos em que tomou, invariavelmente, a defesa das aspirações operárias, denunciando as péssimas condições de vida do povo brasileiro e a crescente penetração imperialista no país.
Com o mandato cassado pela repressão que o governo Dutra desencadeou contra o comunistas, Marighella foi obrigado a retornar à clandestinidade em 1948, condição em que permaneceria por mais de duas décadas, até seu assassinato.
Nos anos 50, exercendo novamente a militância em São Paulo, tomaria parte ativa nas lutas populares do período, em defesa do monopólio estatal do petróleo e contra o envio de soldados brasileiros à Coréia e a desnacionalização da economia. Cada vez mais, Carlos Marighella voltaria suas reflexões em direção do problema agrário, redigindo, em 1958, o ensaio “Alguns aspectos da renda da terra no Brasil”, o primeiro de uma série de análises teórico-políticas que elaborou até 1969. Nesta fase visitaria a China Popular e a União Soviética, e anos depois, conheceria Cuba. Em suas viagens pôde examinar de perto as experiências revolucionárias vitoriosas daqueles países.
Após o golpe militar de 1964, Marighella foi localizado por agentes do DOPS carioca em 9 de maio num cinema do bairro da Tijuca. Enfrentou os policiais que o cercavam com socos e gritos de “Abaixo a ditadura militar fascista” e “Viva a democracia”, recebendo um tiro a queima-roupa no peito. Descrevendo o episódio no livro “Por que resisti à prisão”, ele afirmaria: “Minha força vinha mesmo era da convicção política, da certeza (...) de que a liberdade não se defende senão resistindo”.
Repetindo a postura de altivez das prisões anteriores, Marighella fez de sua defesa um ataque aos crimes e ao obscurantismo que imperava desde 1o de abril. Conseguiu, com isso, catalisar um movimento de solidariedade que forçou os militares a aceitar um habeas-corpus e sua libertação imediata. Desse momento em diante, intensificou o combate à ditadura utilizando todos os meios de luta na tentativa de impedir a consolidação de um regime ilegal e ilegítimo. Mas, mantendo o país sob terror policial, o governo sufocou os sindicatos e suspendeu as garantias constitucionais dos cidadãos, enquanto estrangulava o parlamento. Na ocasião, Carlos Marighella aprofundou as divergências com o Partido Comunista, criticando seu imobilismo.
Em dezembro de 1966, em carta à Comissão Executiva do PCB, requereu seu desligamento da mesma, explicitando a disposição de lutar revolucionariamente junto às massas, em vez de ficar à espera das regras do jogo político e burocrático convencional que, segundo entendia, imperava na liderança. E quando já não havia outra solução, conforme suas próprias palavras, fundou a ALN – Ação Libertadora Nacional para, de armas em punho,  enfrentar a ditadura.
O endurecimento do regime militar, a partir do final de 1968, culminou numa repressão sem precedentes. Marighella passou a ser apontado como Inimigo Público Número Um, transformando-se em alvo de uma caçada que envolveu, a nível nacional, toda a estrutura da polícia política.
Na noite de 4 de novembro de 1969 – há exatos 30 anos -- surpreendido por uma emboscada na alameda Casa Branca, na capital paulista, Carlos Marighella tombou varado pelas balas dos agentes do DOPS sob a chefia do delegado Sérgio Paranhos Fleury.
Resumo biográfico

1911 - No dia 5 de dezembro, Carlos Marighella nasce na Rua do Desterro número 9, na cidade de São Salvador, Estado da Bahia. Seus pais são o casal Maria Rita do Nascimento, negra e filha de escravos, e o imigrante italiano, o operário Augusto Marighella. Carlos teve sete irmãos e irmãs.

1929 - Marighella começa a cursar engenharia civil na antiga Escola Politécnica da Bahia, depois de haver estudado no Ginásio da Bahia, hoje Colégio Central. Numa e noutra escola, destaca-se como aluno, pela alegria e criatividade. São famosas suas diversas provas em versos.

1932 - Ingressa na Juventude Comunista. O Partido Comunista havia sido criado em 1922. Com a revolução de 30 uma grande efervescência política varria o Brasil. Marighella participa de manifestações contra o regime autoritário e o interventor Juracy Magalhães. Inconformado com versos de Marighella que o ridicularizavam, Juracy manda prendê-lo e espancá-lo.

1936 - Abandona o curso de engenharia e vai para São Paulo a mando da direção, reorganizar o Partido Comunista, que havia sido gravemente reprimido após o levange de 1935. É, porém, novamente preso e torturado durante 23 dias pela Polícia Especial de Felinto Muller.

1937 - Marighella é libertado pela anistia assinada pelo ministro Macedo Soares e, quatro meses depois, Getúlio dá o golpe e instaura o Estado Novo. Na clandestinidade, Marighella é encarregado da difícil tarefa de combater as tendências internas dissidentes da linha oficial do PCB em São Paulo.

1939 - Preso pela terceira vez, é confinado em Fernando de Noronha. Na cadeia, os revolucionários presos organizam uma universidade popular e Marighella dá aulas de matemática e filosofia.

1942 - Os presos políticos vão para a Ilha Grande, no litoral do Rio de Janeiro, porque Fernando de Noronha passa a ser usada como base de apoio das operações militares dos aliados no Atlântico Sul.

1943 - Na Conferência da Mantiqueira, Marighella, mesmo preso, é eleito para o Comitê Central. O Partido Comunista adota linha de apoio ao governo Vargas em razão da entrada do Brasil na guerra, posição de que ele discorda, embora a cumpra, por dever de militância.

1945 - Anistia, em abril, devolve à liberdade os presos políticos. Com a vitória das forças antifascistas, o PCB vai à legalidade e participa da eleição para a Constituinte. Marighella é eleito como um dos deputados constituintes mais votados da bancada..

1946 - Apesar do apoio de Prestes, o general Dutra, eleito Presidente da República, desencadeia repressão aos comunistas. Marighella participa ativamente da Constituinte com um dos redatores do organismo parlamentar. Conhece Clara Charf.

1947 -Ainda no primeiro semestre é fechada a União da Juventude Comunista. Depois, é o próprio Partido que é posto na ilegalidade. Marighela coordena a edição da revista teórica do PCB, Problemas e vive um relacionamento com dona Elza Sento Sé, que resulta no nascimento, em maio de 1948, de seu filho Carlos.

1948 - No início do ano são cassados os mandatos dos parlamentares comunistas. Marighella volta à clandestinidade. Data desse ano seu romance com Clara Charf, sua companheira até o fim da vida.

1949/1954 - Em São Paulo, Marighella cuida da ação sindical do PCB. Sob sua direção o PC se vincula aos operários, participa da campanha "O Petróleo é nosso" e organiza a greve geral conhecida como "dos cem mil" em 1953. Considerado esquerdista pela direção do Partido, é mandado em viagem à China. Lá é internado em razão de uma pneumonia. Depois, vai à União Soviética e volta ao Brasil em 1954.

1955 - A morte de Getúlio Vargas e o início do governo de Juscelino Kubistchek permitem que os comunistas, embora na ilegalidade, atuem de modo mais visível.

1956/1959 - O XX Congresso do PC da União Soviética inicia a desestalinização. O PCB adota a linha da "coexistência pacífica" pregada pela União Soviética. A vitória da Revolução Cubana, porém, contraria frontalmente as posições do movimento comunista internacional.

1960/1964 - A renúncia de Jânio gera uma crise política. Jango toma posse e Marighella passa a divergir da linha oficial do PC, principalmente de sua política de moderação e subordinação à burguesia. Em 1962, divisão do PC dá origem ao Partido Comunista do Brasil - PC do B.

1964 - Com o golpe de abril, instaura-se a ditadura militar. Perseguido pela polícia, Marighella entra num cinema do bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, e lá resiste aos policiais até ser diversas vezes baleado, espancado e finalmente preso. Sua resistência transformou sua prisão em um ato político que teve repercussão nacional. É solto depois de 80 dias, depois de um habeas corpus pedido pelo advogado Sobral Pinto.

1965 - Escreve e publica o livro "Por que resisti à prisão", em que aponta sua opção por organizar a resistência dos trabalhadores brasileiros contra a ditadura e pela libertação nacional e o socialismo.

1966 - Publica "A Crise Brasileira", onde aprofunda suas posições críticas à linha do PCB, prega a adoção da luta armada contra a ditadura, fundada na aliança dos operários com os camponeses.

1967 - Na Conferência Estadual de São Paulo as idéias de Marighella saem vitoriosas por ampla maioria - 33 a 3 -, apesar da participação pessoal e contrária de Luiz Carlos Prestes. Vendo que a derrota no VI Congresso era iminente, Prestes inicia um processo de intervenções nos Estados, para impedir a participação de delegados ligados à corrente de esquerda. Marighella viaja a Cuba para participar da conferência da Organização Latino-Americana de Solidariedade-OLAS. O PCB envia telegrama desautorizando sua participação e ameaçando-o de expulsão. Disso resulta uma carta dele rompendo com o Comitê Central do PCB e afirmando que ninguém precisa pedir licença para praticar atos revolucionários. Como represália, é expulso do Partido Comunista. Retorna ao Brasil e funda a Ação Libertadora Nacional-ALN e dá início à luta armada contra a ditadura militar.

1968 - Marighella participa diretamente de diversas ações armadas recuperando fundos para a construção da ALN. No primeiro de maio, em São Paulo, os operários tomam o palanque de assalto, expulsam o governador Sodrée realizam comemorações combativas do dia internacional dos trabalhadores. O Movimento estudantil toma conta das ruas em manifestações contra a ditadura que chegaram a mobilizar cem mil pessoas. Em outubro, porém, o Congresso da UNE é descoberto pela polícia e os estudantes sofrem grave derrota. Também no final do ano, torna-se conhecido o fato de que Marighella comandava parte das ações guerrilheiras.

1969 - No início do ano, a descoberta de planos da Vanguarda Popular Revolucionária - VPR pela polícia antecipa a saída do capitão Carlos Lamarca de um quartel do exército em Osasco, levando um caminhão carregado com armamento para a guerrilha. Em setembro o embaixador norte-americano é feito prisioneiro por um destacamento unificado com integrantes da ALN e do MR-8 e trocado por quinze presos políticos. No dia 4 de novembro, às oito horas da noite, Carlos Marighella caiu numa emboscada armada pelos inimigos do povo brasileiro em frente ao número 800 da alameda Casa Branca, em São Paulo, e foi assassinado. Sua organização, a ALN sobreviveu até 1974.