sexta-feira, 3 de maio de 2013

Mídia despenca ladeira abaixo



Por Cadu Amaral, em seu blog:

A autoproclamada “grande imprensa” está caindo pelas tabelas. O Estado de São Paulo, Estadão, andou demitindo jornalistas e anunciou diminuição no número de páginas em seu impresso diário. A Folha, já em 2011, demitiu quarenta. Agora foi a vez da Editora Abril de Veja. Foi anunciada uma redução de mais de 65% de seu lucro. O que segura a onda são as publicações infantis.

Isso é o efeito do péssimo jornalismo praticado por esses veículos. Se não por questões morais ou ideológicas, fazer bom jornalismo é essencial para a sobrevivência no ramo. Mas eles preferiram – como sempre fizeram – o falseamento da realidade. Junte isso ao crescimento da internet onde é mais barato publicar notícias e onde a pluralidade é maior e a disputa dos corações e mentes de leitores mais equilibrada.

A “poderosa” tem sua audiência caindo vertiginosamente, mas ainda se segura por causa do oceano de recursos públicos em publicidade que recebe. São as pessoas que não mais leem ou assistem o conteúdo da imprensa da ditadura. Então por quê continuar com a divisão injusta da publicidade estatal?

Outro fator que ainda faz com que a “grande imprensa” mantenha sua empáfia de divindade é o monopólio que detém e a sua atuação em oligopólio. Ou seria um partido?

Ao contrário do que muita gente adoradora dessa imprensa “leite com pera”, é a pluralidade que mantém as empresas de comunicação ativas, mesmo que não como um império midiático. Vários veículo atuando exercem certa vigilância na prática jornalística, ajudando a manter uma qualidade e posturas mínimas do que deve ser jornalismo.

E não se trata aqui de jornalismo de esquerda ou de direita, por mais que fosse benéfico que os meio não vendessem o falso produto da imparcialidade. É mais honesto assumir que tem lado ou coloração ideológica. Dando aos leitores a real possibilidade de escolher a concepção de sociedade que querem ler.

A Inglaterra é um bom exemplo disso. Lá os jornais assumem sua cor. Se são de direita, afirmam sua posição; se são de esquerda ou de centro também.

Ainda há pessoas que indagam o fato de existir os felicianos da vida em espaços políticos, por exemplo. Ele é reflexo da falta de debates sérios sobre questões importantes para o desenvolvimento do país, sobre o comportamento do Estado brasileiro e da partidarização – no sentido de atuação em grupo, oligopólio mesmo – da “grande mídia”.

Joseph Pulitzer, jornalista e editor húngaro e radicado nos Estados Unidos, que empresta seu nome àquele que talvez seja o prêmio mais importante do jornalismo afirmou que “Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma”.

A realidade vivida pelos órgãos da “grande imprensa” é fruto de sua própria ação. Há tempos que caem pelas tabelas, seja na qualidade do produto que oferecem, seja na disputa da sociedade. Mesmo que ainda detenham a hegemonia dessa.


EUA: Criança de 5 anos mata irmã com fuzil que ganhou de presente


Do Portal Vermelho


Um menino de cinco anos disparou um fuzil de calibre 22 que havia ganho de presente de aniversário, matando a irmã, de dois anos, segundo informaram nesta quarta-feira (1º/5) autoridades policiais de Kentucky, nos Estados Unidos.


O disparo aconteceu na terça-feira à tarde em Burkesville, Kentucky, quando o menino estava brincado com sua arma e atirou no peito da irmã, disse a polícia estadual. A menina, identificada como Caroline Starks, chegou a ser levada para o hospital, mas não resistiu ao ferimento.

O médico legista Gary White relatou que a mãe das crianças estava limpando a casa quando ouviu o disparo. "Ela tinha acabado de sair da cozinha e foi até a rua para jogar fora a gordura de uma frigideira."

A arma, um fuzil da marca Crickett criado para crianças e vendido com a frase "meu primeiro fuzil", foi um presente que o menino ganhou em novembro do ano passado. O fuzil ficava guardado e os pais alegaram que não sabiam que estava carregada, afirmou White.

O policial Billy Gregory disse que a polícia está investigando o caso e que é "um pouco cedo" para falar sobre possíveis responsabilidades relacionadas ao caso.

Com agências


http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=212594&id_secao=9


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Comissão da Câmara debate financiamento para mídia alternativa




Jandira Feghali: O BNDES só financia a Globo?


Do Portal Vermelho


Paulo Henrique Amorim conversou por telefone com a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que desde março preside a Comissão de Cultura da Câmara. Na entrevista, Jandira fala da proposta de criar uma linha de crédito público para pequenas empresas de comunicação. E critica o fato do BNDES aportar recursos volumosos para tirar grandes meios de comunicação das crises e blogs, TVs e rádios comunitárias não tenham financiamento.


A deputada comenta ainda seu projeto Cultura Viva, que quer garantir recursos orçamentários para os Pontos de Cultura, que envolvem mais de oito milhões de pessoas em 3 mil pontos espalhados pelo país. O projeto institucionaliza como política de Estado o programa criado pelo historiador Célio Turino na gestão de Gilberto Gil no Ministério da Cultura.

Leia a íntegra da entrevista:

PHA: Deputada, minha primeira pergunta seria sobre seu projeto de criar um fundo especial junto ao BNDES para financiar pequenas empresas de comunicação. Qual é a ideia por trás desse projeto?
Jandira Feghali: Na verdade, a Comissão de Cultura tem um escopo muito largo, muito abrangente. Da liberdade de pensamento à liberdade de manifestação, de expressão e vai da história à comunicação. E com essa abrangência da Comissão de Cultura, é impossível ela tratar da diversidade humana, cultural e de pensamento sem pensar na diversidade e na democratização da comunicação. E para isso, nós temos que dar atenção a todas as formas da chamada mídia livre. A comunicação tem que ter espaços diversos, em diversas plataformas para falar à sociedade brasileira. Assim, nós percebemos que essa Comissão pode dar uma colaboração importante. Não é possível a gente imaginar que o BNDES possa aportar recursos volumosos para tirar grandes meios de comunicação das crises, salvar grandes meios de comunicação; e que, blogs, TVs comunitárias, rádios comunitárias; essa radiodifusão que esta por ai não tenha financiamento do BNDES, por exemplo. (Para uma audiência no dia 7 de maio) nós chamaremos a TV pública, chamaremos a radiodifusão comunitária e chamaremos o BNDES para esse debate. E, a partir dele, traçaremos as possibilidades reais: ou a criação de um fundo ou de outras linhas de financiamento. Nós queremos que isso aconteça, porque muitas vezes você vai à TV comunitária, ou a outro tipo de plataforma e vê um imenso talento, uma imensa criatividade, mas o som é ruim, ou você não tem uma boa imagem e isso não adere o ouvinte o telespectador. 

PHA: Uma outra questão deputada, a senhora é uma das grandes vencedores dessa conquista que é o Vale Cultura. Em que pé está? Depois de vencida aquela batalha que foi preservar os recursos do Vale Cultura fora da TV por assinatura, o que falta para os trabalhadores e as empresas aderirem ao projeto?
JF: A lei tem um prazo de 180 dias para a regulamentação, então junho é o prazo do governo para soltar o decreto regulamentador. Segundo a Ministra Marta Suplicy, que esteve aqui conosco em audiência pública na Comissão, eles estão finalizando uma pró-atividade do próprio governo de adesão de empresas e de adesão de operadoras do próprio vale. A regulamentação esta quase pronta. De fato foi uma etapa vencida essa da TV por assinatura, que vai ficar fora da regulamentação. O trabalho central do governo agora está sendo a adesão das empresas e das operadoras para quando ele for à rua já tenha a possibilidade de funcionar. Eu acredito que até o final de maio já estará funcionando.

PHA: Como é feito esse trabalho de sedução das empresas? Porque, se a empresa não adere, o trabalhador não se beneficia.
JF: É porque é um plano voluntário. É como o Vale Alimentação,o Vale Transporte: as empresas tem que aderir. É uma lei por incentivo. Eu acho que vai haver um grande interesse. Mas você tem que ter o mediador do Vale também, o fornecedor, o que opera o próprio Vale, como as empresas de Vale Alimentação. Tem que ter quem opere o ticket. Esse é um processo de regulação da operação do Vale, é um trabalho de regulação de credenciamento das empresas.

PHA: 
As empresas de Vale Alimentação podem vir a operar o Vale Cultura?
JF: Podem, todas podem. Então é um processo de credenciamento, de regulação disso, das taxas de administração que podem existir, e tem a adesão das empresas. A Ministra esta rodando os Estados, já chamou varias reuniões com os empresários para estimular a adesão a esse incentivo, para quando ele for para a rua ele possa ir com força.

PHA: A senhora tem também o projeto Cultura Viva, o Programa Nacional de Cultura, Educação e Cidadania. E eu vejo que entre os pontos centrais estão os Pontos de Cultura. A sua própria justificativa é bem esclarecedora, diz que, segundo o IPEIA, são mais de 8 milhões de pessoas envolvidas pelos Pontos de Cultura, em mais de 3 mil Pontos de Cultura espalhados pelo país. Esses pontos de cultura, que, se não me engano, foram criações do ministro Gilberto Gil. Eu lhe pergunto: em que o seu projeto, o Cultura Viva, vai estimular ou difundir os Pontos de Cultura?
JF: Os Pontos de Cultura fazem parte de uma plano do ministério chamado Cultura Viva, que surge na gestão Gilberto Gil, formulado por Célio Torino, que era o secretário de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério à época. E esse programa, na minha opinião, foi o que houve de mais inovador. Como dizia o próprio Célio, “substitui a assistência pela potência”. É você fomentar a criatividade com pouco de recurso, fazer com quepossa ter uma sustentação para acontecer. Então são pontos de mídia, pontos de dança, pontos de folclore, pontos de política de gênero, pontos de ensino de música, ensino de cultura, de griô, de tradição oral, de tudo. Tudo que o povo cria [nos Pontos de Cultura] articulado em rede, conversando entre si pelo Brasil a fora. Esses Pontos não podem depender de uma situação circunstancial: ora tem orçamento, ora não tem, ora muda ministro, ora atrasa, ora avança. É preciso uma lei que transforme os Pontos em política de Estado, com garantia orçamentária e garantia em lei. Além disso, eles não podem estar submetidos a uma lei de licitações como a lei 8666. Você não pode exigir PPU de uma oca de índio. Então, na lei, além de tudo nós desburocratizamos o processo e começamos a criar um processo de prestação de contas que para além de toda a lisura documental também começa a ver a cultura pelo resultado, pelo impacto social que ela tem. Cria uma dotação especifica, pereniza e desburocratiza. Ele já tá na Comissão de Constituição e


 Justiça que é a última Comissão da Câmara. Imagino que aprova agora em abril, e vai para o Senado. Espero que ainda no primeiro semestre já tenhamos a lei de Cultura Viva brasileira, que já é referência hoje na América Latina inteira.





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Comissão da Câmara debate financiamento para mídia alternativa




Na próxima terça-feira (7), está prevista uma audiência pública na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados sobre a criação de um fundo de financiamento público e linhas de crédito especiais para as pequenas empresas do setor de mídia no Brasil. 


Luciene Fernandes Gorgulho, chefe do Departamento de Cultura, Entretenimento e Turismo do BNDES, Nelson Breve, presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e Paulo Miranda, presidente da Associação Brasileira de Canais Comunitários (ABCCOM), participarão do debate. 

“Nossa intenção é sair com algum plano concreto de financiamento do BNDES”, afirma a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), presidenta da Comissão de Cultura.

“(A ideia) é viabilizar a chamada mídia livre no Brasil. Notamos que há uma grande dificuldade dos blogs, rádios comunitárias e até mesmo da TV Pública em ter a sustentação financeira necessária para se manter no ar com qualidade, em um nível competitivo, e com possibilidade para se estruturar”, diz a parlamentar. “É impossível se imaginar a pluralidade da informação sem esses veículos e entendemos que é o momento dos bancos públicos financiarem a democracia da comunicação no País”, acrescenta.

A proposta em discussão na Comissão surge em um momento que a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) concentra 70% do dinheiro de publicidade do governo federal em apenas 10 veículos de comunicação. Só para citar um exemplo, desde o início do governo Dilma Rousseff, 50 milhões de reais – de um total de 161 milhões repassados a emissoras de tevê, rádios, jornais, revistas e sites - foram direcionados apenas à TV Globo. Hoje, 72% da publicidade dna internet é também direcionada a grandes grupos.

Isso, na visão da deputada Feghali, prejudica a divulgação das culturas locais brasileiras e a pluralidade da informação e de opiniões. “Hoje, na Comissão de Cultura, eu não vejo como podemos garantir a pluralidade da diversidade cultural brasileira se essa mídia (blogs, rádios comunitárias e tevês públicas) não existir ou não puder funcionar e divulgar aquilo que a cultura brasileira produz”.

Para ela, o financiamento de pequenas empresas de mídia é apenas o primeiro passo e deve ser seguido por outras ações, como um financiamento mais bem distribuído entre os veículos de comunicação. “Vamos montar parcerias com as outras comissões e órgãos que lidam com o tema e puxar esse debate”, disse.

Em sua edição número 742, a CartaCapital abordou a falta de vontade política do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, em revisar a regulamentação de mídia brasileira e torná-la mais plural e democrática. Sob esse contexto, surgem diversas medidas e demandas sociais para contornar a concentração de mídia no País. Entre eles, está o Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP) para a democratização das comunicações no Brasil, que começará a colher assinaturas a partir de 1º de maio. O documento precisa de no mínimo 1,3 milhão de assinaturas para ingressar no Congresso Nacional.

“Eu acho que o governo deveria ter uma atitude mais ofensiva em relação à regulação da mídia por tudo o que representa, inclusive no que diz respeito ao avanço democrático no Brasil”, opina a depudada Jandira. “Isso é um tema estratégico para a consolidação da democracia e na medida que o governo não faz, já surge um PLIP colhendo assinaturas”.

“Agora, vamos ter que aliar parlamento e sociedade para tomarmos iniciativas sobre o tema”, conclui.

Com informações da Carta Capital e Jornal do Brasil


.http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=212596&id_secao=6


quinta-feira, 2 de maio de 2013

Começa coleta de assinaturas por uma lei de mídia democrática




Agora vai! Começou a coleta de assinaturas do Projeto de Lei de Iniciativa Popular por uma mídia democrática. Para construir um país mais democrático e desenvolvido é fundamental avançar na garantia ao direito à comunicação para todos e todas com o objetivo de ampliar a liberdade de expressão, para termos mais diversidade e pluralidade na televisão e no rádio. Mobilize-se! Leia a proposta e imprima a lista para coleta de assinatura.


Abaixo, a nota da campanha Para Expressar a Liberdade e os links onde é possível acessar o conteúdo do projeto e os materiais da campanha para o projeto de iniciativa popular. Serão necessárias 1 milhão e trezentas mil assinaturas para que o Projeto de Iniciativa Popular por Mídia Democrática seja debatido no Congresso Nacional. 

Uma proposta da sociedade civil para a democratização das comunicações no Brasil 

Para construir um país mais democrático e desenvolvido precisamos avançar na garantia ao direito à comunicação para todos e todas. O que isso significa? Significa ampliar a liberdade de expressão, para termos mais diversidade e pluralidade na televisão e no rádio.

Ainda que a Constituição Federal proíba os oligopólios e os monopólios dos meios de comunicação, menos de dez famílias concentram empresas de jornais, revistas, rádios, TVs e sites de comunicação no país. Isso é um entrave para garantir a diversidade.

Pare e pense! Como o índio, o negro, as mulheres, os homossexuais, o povo do campo, as crianças, aparecem na televisão brasileira? Como os cidadãos das diversas regiões, com suas diferentes culturas, etnias e características são representados? A liberdade de expressão não deveria ser para todos e não apenas para os grupos que representam os interesses econômicos e sociais de uma elite dominante? Existem espaços para a produção e veiculação de conteúdos dos diversos segmentos da sociedade na mídia brasileira? 

A concentração impede a circulação de ideias e pontos de vista diferentes. São anos de negação da pluralidade, décadas de imposição de comportamentos, de padrões de negação da diversidade do povo brasileiro. 

Além disso, a lei que orienta o serviço de comunicação completou 50 anos e não atende ao objetivo de ampliar a liberdade de expressão, muito menos está em sintonia com os desafios atuais da convergência tecnológica.

A Constituição de 1988 traz diretrizes importantes nesse sentido, mas não diz como alcançá-las, o que deveria ser feito por leis. Infelizmente, até hoje não houve iniciativa para regulamentar a Constituição, nem do Congresso Nacional, nem do governo.

Diante desse cenário, entidades da sociedade civil e do movimento social se organizaram para encaminhar um Projeto de Lei de Iniciativa Popular das Comunicações para regulamentar o que diz a Constituição em relação às rádios e televisões brasileiras. A marca de 1 milhão e trezentas mil assinaturas colocará o Projeto de Iniciativa Popular por Mídia Democrática em debate no Congresso Nacional!

Vamos mudar a história da comunicação brasileira levando às ruas o debate da democratização da comunicação.

Leia com atenção a proposta da sociedade civil que vai mudar o cenário das comunicações no país. Assine e divulgue aos seus familiares, amigos e até desconhecidos!

Nesta página você encontrará todo o material para divulgar a democratização da comunicação e também para coletar assinaturas para o projeto de lei. Panfleto, Formulário para coleta de assinaturas, o Projeto de Lei. Imprima, distribua e colete as assinaturas em seu Estado!

Boa luta para todos nós!

Kit coleta


Todo cidadão e cidadã pode buscar voluntariamente as assinaturas para o projeto. Disponibilizamos abaixo um kit com o material necessário para o diálogo nas ruas. 

- Folha de Rosto para coleta de assinaturas (Clique aqui), com texto explicativo do documento para ser entregue juntamente com o Projeto de Lei de Iniciativa Popular.

- Lista para coleta de assinatura/Lista de apoiamento (Clique aqui), o formulário para preenchimento dos dados do cidadão e cidadã que assinará o projeto.

Observação importante: sobre a “exigência” do título de eleitor

A exigência do título de eleitor feita pela Câmara dos Deputados para este tipo de projeto pode vir a dificultar a coleta. No entanto, acreditamos que é possível adotar uma política em que isto não seja um problema. Ou seja, NINGUÉM SEM TÍTULO DE ELEITOR VAI DEIXAR DE ASSINAR.
Se a pessoa não tiver o título, pede-se o nome da mãe e a data de nascimento. O formulário já vai ter espaço pra isso. Em último caso, se a pessoa estiver com pressa ou se não quiser preencher o nome da mãe, pode deixar em branco essa parte.

Projeto de Lei da Comunicação Social Eletrônica (Clique aqui)

Para onde encaminhar?

Os formulários preenchidos deverão ser enviados por correio para o endereço: 
Setor Comercial Sul, Quadra 6, Ed Presidente, sala 206
CEP 70327-900, Brasília – DF

Ao enviar os formulários, favor avisar a secretaria do FNDC por e-mail (secretaria@fndc.org.br) ou pelo telefone (61) 3224 8038

Materiais de divulgação:

Cartaz Lei da Mídia Democrática: 

(Frente: clique aqui)

(Verso: clique aqui)

Panfleto Lei da Mídia Democrática (Clique aqui)


http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=212583&id_secao=1


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  Comissão da Câmara debate financiamento para mídia alternativa







SENHOR DE ENGENHO NA TRIBUNA DO SENADO


Do Praga

Por Paulo Aguilera 


O "branquela", senador Rubens Figueiró-PSDB/MS , discursou terça-feira na tribuna do Senado fazendo uma "saudação" ao primeiro de maio.
O "feitor" dá conotação a data, como se dia do CAPITAL fosse!
Sim, porque na cabeça da CASA GRANDE, é dia de saudar o patronato caridoso e bonzinho que instituiu esse "feriado" como dádiva ao prole
táriado.

SENHOR DE ENGENHO NA TRIBUNA DO SENADO II

O senhor de engenho alertou a nação (dele), para os perigos da "libertação dos escravos!", ao discorrer sobre os direitos trabalhistas a serem concedidos aos trabalhadores domésticos.
Na verdade, impossibilitado de propor a revogação da Lei Áurea, dos Sexagenários, Ventre Livre e assemelhadas, alerta o patronato para a sede de direitos incomensuráveis da ralé!
Crê que tal propositura (direitos trabalhistas), poderá incentivar a insolência, fomentar a rebeldia e causar fissuras na harmoniosa relação entre o Capital e o Trabalho.

NO SÉCULO IXX

Com a cabeça no século IXX o caquético Senador discursou como em seus "arraiais" estive, rodeado por Coronéis e Capitães do mato.
Alertou a elite empreendedora escravagista que suprimir castigos físicos pode-se compreender, mas garantir direitos legais pode-se transformar em balbúrdia e insubordinação, prejudicando a produtividade!

CABEÇA DINOSSAURO

O bom "marquês" considera que essa "liberalidade" (direitos trabalhistas) pode criar hordas de insurretos serviçais domésticos que exigirão cada vez mais, descambando pra desídia e anarquia!

O APARTE

Aparteado pelo Senador Cristovão Buarque, que elogiou a preocupação do Senhor de Engenho, que mais "moderno" desqualificou a "luta de classes" considerando que o binômio CAPITAL E TRABALHO devem caminhar juntos! (sic), e claro, profetizou a Educação como a panaceia destas relações e a salvação do mundo.

O ERMITÃO CONTINUOU

Agradecendo o aparte, o senhor dos grotões deu um puxão de orelhas nas "classes baixas" discursando que os "pobres" não cuidam direito da educação de sua prole, e que deveriam mandar seus filhos pra escolas e faculdades pra não terem uma vida tão miserável.
Acreditam?

*
by paguilera/maio2013

quarta-feira, 1 de maio de 2013

PCdoB : 1º de maio, muito a comemorar, refletir e a conquistar




Rabelo: 1º de maio, muito a comemorar, refletir e a conquistar


Primeiro de maio de 2013. Comemoramos mais um dia internacional dos trabalhadores. Não só o comemoramos como temos nesse dia não um feriado qualquer, mas um dia especial de luta e de reflexão sobre os rumos de nosso movimento.

Por Renato Rabelo*, em seu blog



O ano de 2013 coincide com os dez anos de governos democráticos e progressistas em nosso país, inaugurado com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 e continuado com a eleição de Dilma Rousseff, em 2010. A reflexão sobre este período é uma das condições para que a política das classes trabalhadoras seja mais eficaz e exitosa. O Brasil de hoje em nada se assemelha com o país deixado por FHC. Se no início de 2003 o índice de desemprego era de 13%, hoje atingimos o patamar de quase pleno emprego, com 5,6%.

O arrocho salarial era uma política de Estado, como parte do combate à inflação. Desde 2003 o aumento real do salário mínimo atingiu em 2013 o índice de 230% (acumulado) – para uma inflação no mesmo período de 98,5%. Direitos sociais foram alargados, entre eles a conquista do salário mínimo para trabalhadores no campo, beneficiando cerca de 20 milhões de pessoas. O direito à luta foi institucionalizado com a legalização das centrais sindicais. O movimento social deixou de ser criminalizado. A democracia e a inclusão social, hoje, são políticas oficiais do Estado e fruto de gerações de trabalhadores que lutaram e tombaram pelo reconhecimento dos mais elementares direitos dos que vivem do trabalho.

Comemoração e reflexão, também, devem ser um ponto no contexto de necessidade de mais mobilizações, mais luta e mais atuação política. O risco de retrocesso nessas conquistas é real diante de um campo conservador que busca se recompor com vistas à campanha presidencial de 2014. O inimigo não deve ser subestimado e sim compreendido de forma que tenhamos total noção de sua força real.

O momento político brasileiro demanda luta renhida, por parte dos trabalhadores, para não apenas garantir a manutenção de conquistas. Mas é preciso haver luta em torno de um projeto de longo alcance em que nossa classe social seja, de fato, a verdadeira protagonista da nação e, como sempre, a indutora de mudanças qualitativas em nossa sociedade.

A manutenção de conquistas e saltos qualitativos são objetos centrais da estratégia do PCdoB sob a construção de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento como um passo adiante no rumo do socialismo, com a cara e o jeito do Brasil.

* presidente nacional do PCdoB


http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=212500&id_secao=1


terça-feira, 30 de abril de 2013

Garotinho detona os donos da Globo

Mortes em Bangladesh e roupa da moda


Por Altamiro Borges

A morte de 377 operários no desabamento de uma fábrica de tecidos em Bangladesh, na semana passada, mostrou mais uma vez o lado sinistro da indústria de roupas de grife. O prédio de três andares não respeitava qualquer norma de segurança e reunia cerca de 3 mil trabalhadores. Segundo Andrew North, correspondente da BBC, a situação de outras empresas é idêntica. “É no norte da capital Dhaka que se concentra a maior parte das fábricas de roupas do país. Muitas delas fabricam peças para marcas internacionalmente conhecidas. Das casas de um quarto e dos casebres onde os operários vivem, podem-se ver blocos de concreto de múltiplos andares atravessando os céus da região. Nos telhados, vigas de aço estão aparentes, na esperança de que outro piso repleto de máquinas de costura seja erguido”.

Na ânsia por mais lucros, sempre com base nos minguados salários dos trabalhadores, as empresas terceirizadas correm para atender pedidos de roupas mais baratas. A fábrica Rana Plaza, que desabou na semana passada, era uma das que produzia para a famosa cadeia de lojas britânicas Primark, entre outros clientes. “Em sua defesa, a Primark informou que estava ‘chocada e entristecida’ pelo desastre e que exigiria de seus outros fabricantes uma revisão dos padrões de segurança. Mas esta é apenas uma pequena amostra de um cenário conhecido há bastante tempo na região. Há menos de seis meses, no mesmo local, um incêndio reduziu a cinzas uma fábrica que fazia roupas para a cadeia americana de supermercados Wal-Mart, matando 100 trabalhadores”, descreve o jornalista Andrew North.

Na prática, poucas mudanças foram feitas para resguardar a vida dos explorados. Após a tragédia da Wal-Mart, as empresas até colocaram placas com a frase “proibido trabalho infantil”. Mas a fiscalização é precária. “Não está claro se os fiscais das grifes internacionais também vêm procurando ‘falhas estruturais’ nos edifícios onde muitas dessas fábricas estão localizadas”. Além disso, afirma o repórter da BBC, “dezenas de fábricas ilegais floresceram na capital de Bangladesh na última década tentando tirar proveito do ‘boom’ de roupas baratas. Inúmeras dessas operações ocorrem à margem do poder governamental e não cumprem com os requisitos mínimos de segurança, como proteção contra incêndio... Menores de idade trabalham nas linhas de confecção de roupas”.

“Não é segredo que muitas das grandes fábricas da região subcontratem plantas menores para puxar os custos para baixo e atender aos prazos dos clientes. Nesses locais, a atividade pode ser apenas pregar botões ou costurar zíperes. Em seguida, as roupas retornam à fábrica contratante e ‘legal’, sem que os compradores conheçam qualquer detalhe desse processo”. Pelos menos é o que dizem os executivos das poderosas redes varejistas, como a Wal-Mart, que alegam desconhecer as condições de trabalho da região. A desculpa, porém, é esfarrapada. As multinacionais pagam pouco pelas peças porque o grau de exploração é violento e as condições de trabalho são as mais precárias. Como afirma um dirigente sindical de Bangladesh, “quando você compra algo e leva outro de graça, não é exatamente de graça”.


PEC - 33, PT e o chororô dos golpistas da revista Veja


Veja ataca o PT e a democracia


Por Altamiro Borges

A edição desta semana da revista Veja é mais uma peça de propaganda das forças golpistas do país. Ela estampa na capa uma jovem mulher, representando o Poder Judiciário, sendo crucificada na estrela petista. A manchete é apocalíptica: “O ataque à Justiça”. A chamada é leviana: “Para escaparem da cadeia, os réus e os radicais do PT desafiam a Constituição e a harmonia entre os poderes”. Na reportagem interna, o panfleto da famiglia Civita sataniza a “República Bolivariana do Brasil”.


O motivo de tamanho terrorismo é a polêmica que se estabeleceu na semana passada entre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) acerca de um projeto em tramitação sobre a fidelidade partidária. A Veja defende os ministros do STF, que não têm mandato popular e se metem em tudo, e ataca os deputados e senadores eleitos pelo povo.

A “reporcagem” é descaradamente mentirosa. Ela afirma que o suposto ataque à Justiça parte do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), que apresentou Proposta de Emenda Constitucional, a PEC-33, submetendo ao plenário do Congresso Nacional algumas decisões do STF, sobretudo as relacionadas a Ações Diretas de Inconstitucionalidade. O projeto do parlamentar é uma tentativa de resposta à crescente interferência do Judiciário em questões relativas ao parlamento. 

Em vários países do mundo, inclusive em paparicadas potências capitalistas, existem regras para a ação do Supremo – que não está acima das leis, do voto popular e de Deus. Mas para a revista Veja, que adora as ditaduras – sejam do Judiciário, dos milicos ou dos barões da mídia, em Honduras, no Paraguai, no mundo ou no Brasil –, a PEC do petista Nazareno Fonteles é uma aberração.

No editorial assinado pelo direitista e risível Eurípedes “Boimate” Alcântara, a PEC-33 é comparada à criação do Estado Novo durante o governo de Getúlio Vargas. A revista também apresenta as imagens de Cristina Kirchner, Hugo Chávez e Evo Morales – os presidentes que metem tanto medo na direita nativa e nos seus amos dos EUA. 

A manipulação é tão grotesca que a Veja evita destacar que a PEC-33 teve como relator um tucano, o senador João Campos (PSDB-GO), e que recebeu o apoio de 219 parlamentares de todos os partidos. Mais ainda: ela foi apresentada em 2011, muito antes do julgamento midiático do chamado “mensalão" - o que desmente a falsidade de que seria mais uma investida dos “réus e radicais do PT”.

A Veja não toma jeito. Ela é golpista e fascistóide. Ela ataca o PT, mas o seu alvo é a democracia. O triste é folhear esta e outras revistas da Editora Abril e encontrar tantos anúncios publicitários do governo Dilma e das empresas estatais. Parece masoquismo com dinheiro público!

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Odeio os indiferentes - Antonio Gramsci



Odeio os indiferentes. Como Friederich Hebbel acredito que "viver significa tomar partido". Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes.
A indiferença é o peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam freqüentemente os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e às vezes, os leva a desistir de gesta heróica.
A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; e aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos mesmo os mais bem construídos; é a matéria bruta que se revolta contra a inteligência e a sufoca. O que acontece, o mal que se abate sobre todos, o possível bem que um ato heróico (de valor universal) pode gerar, não se fica a dever tanto à iniciativa dos poucos que atuam quanto à indiferença, ao absentismo dos outros que são muitos. O que acontece, não acontece tanto porque alguns querem que aconteça quanto porque a massa dos homens abdica da sua vontade, deixa fazer, deixa enrolar os nós que, depois, só a espada pode desfazer, deixa promulgar leis que depois só a revolta fará anular, deixa subir ao poder homens que, depois, só uma sublevação poderá derrubar. A fatalidade, que parece dominar a história, não é mais do que a aparência ilusória desta indiferença, deste absentismo. Há fatos que amadurecem na sombra, porque poucas mãos, sem qualquer controle a vigiá-las, tecem a teia da vida coletiva, e a massa não sabe, porque não se preocupa com isso. Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões limitadas e com fins imediatos, de acordo com ambições e paixões pessoais de pequenos grupos ativos, e a massa dos homens não se preocupa com isso. Mas os fatos que amadureceram vêm à superfície; o tecido feito na sombra chega ao seu fim, e então parece ser a fatalidade a arrastar tudo e todos, parece que a história não é mais do que um gigantesco fenômeno natural, uma erupção, um terremoto, de que são todos vítimas, o que quis e o que não quis, quem sabia e quem não sabia, quem se mostrou ativo e quem foi indiferente. Estes então zangam-se, queriam eximir-se às conseqüências, quereriam que se visse que não deram o seu aval, que não são responsáveis. Alguns choramingam piedosamente, outros blasfemam obscenamente, mas nenhum ou poucos põem esta questão: se eu tivesse também cumprido o meu dever, se tivesse procurado fazer valer a minha vontade, o meu parecer, teria sucedido o que sucedeu? Mas nenhum ou poucos atribuem à sua indiferença, ao seu cepticismo, ao fato de não ter dado o seu braço e a sua atividade àqueles grupos de cidadãos que, precisamente para evitarem esse mal combatiam (com o propósito) de procurar o tal bem (que) pretendiam.
A maior parte deles, porém, perante fatos consumados prefere falar de insucessos ideais, de programas definitivamente desmoronados e de outras brincadeiras semelhantes. Recomeçam assim a falta de qualquer responsabilidade. E não por não verem claramente as coisas, e, por vezes, não serem capazes de perspectivar excelentes soluções para os problemas mais urgentes, ou para aqueles que, embora requerendo uma ampla preparação e tempo, são todavia igualmente urgentes. Mas essas soluções são belissimamente infecundas; mas esse contributo para a vida coletiva não é animado por qualquer luz moral; é produto da curiosidade intelectual, não do pungente sentido de uma responsabilidade histórica que quer que todos sejam ativos na vida, que não admite agnosticismos e indiferenças de nenhum gênero.
Odeio os indiferentes também, porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes. Peço contas a todos eles pela maneira como cumpriram a tarefa que a vida lhes impôs e impõe quotidianamente, do que fizeram e sobretudo do que não fizeram. E sinto que posso ser inexorável, que não devo desperdiçar a minha compaixão, que não posso repartir com eles as minhas lágrimas. Sou militante, estou vivo, sinto nas consciências viris dos que estão comigo pulsar a atividade da cidade futura que estamos a construir. Nessa cidade, a cadeia social não pesará sobre um número reduzido, qualquer coisa que aconteça nela não será devido ao acaso, à fatalidade, mas sim à inteligência dos cidadãos. Ninguém estará à janela a olhar enquanto um pequeno grupo se sacrifica, se imola no sacrifício. E não haverá quem esteja à janela emboscado, e que pretenda usufruir do pouco bem que a atividade de um pequeno grupo tenta realizar e afogue a sua desilusão vituperando o sacrificado, porque não conseguiu o seu intento.
Vivo, sou militante. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes.

Antonio Gramsci



Veja ataca o PT e a democracia



Por Altamiro Borges

A edição desta semana da revista Veja é mais uma peça de propaganda das forças golpistas do país. Ela estampa na capa uma jovem mulher, representando o Poder Judiciário, sendo crucificada na estrela petista. A manchete é apocalíptica: “O ataque à Justiça”. A chamada é leviana: “Para escaparem da cadeia, os réus e os radicais do PT desafiam a Constituição e a harmonia entre os poderes”. Na reportagem interna, o panfleto da famiglia Civita sataniza a “República Bolivariana do Brasil”.

O motivo de tamanho terrorismo é a polêmica que se estabeleceu na semana passada entre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) acerca de um projeto em tramitação sobre a fidelidade partidária. A Veja defende os ministros do STF, que não têm mandato popular e se metem em tudo, e ataca os deputados e senadores eleitos pelo povo.

A “reporcagem” é descaradamente mentirosa. Ela afirma que o suposto ataque à Justiça parte do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), que apresentou Proposta de Emenda Constitucional, a PEC-33, submetendo ao plenário do Congresso Nacional algumas decisões do STF, sobretudo as relacionadas a Ações Diretas de Inconstitucionalidade. O projeto do parlamentar é uma tentativa de resposta à crescente interferência do Judiciário em questões relativas ao parlamento. 

Em vários países do mundo, inclusive em paparicadas potências capitalistas, existem regras para a ação do Supremo – que não está acima das leis, do voto popular e de Deus. Mas para a revista Veja, que adora as ditaduras – sejam do Judiciário, dos milicos ou dos barões da mídia, em Honduras, no Paraguai, no mundo ou no Brasil –, a PEC do petista Nazareno Fonteles é uma aberração.

No editorial assinado pelo direitista e risível Eurípedes “Boimate” Alcântara, a PEC-33 é comparada à criação do Estado Novo durante o governo de Getúlio Vargas. A revista também apresenta as imagens de Cristina Kirchner, Hugo Chávez e Evo Morales – os presidentes que metem tanto medo na direita nativa e nos seus amos dos EUA. 

A manipulação é tão grotesca que a Veja evita destacar que a PEC-33 teve como relator um tucano, o senador João Campos (PSDB-GO), e que recebeu o apoio de 219 parlamentares de todos os partidos. Mais ainda: ela foi apresentada em 2011, muito antes do julgamento midiático do chamado “mensalão" - o que desmente a falsidade de que seria mais uma investida dos “réus e radicais do PT”.

A Veja não toma jeito. Ela é golpista e fascistóide. Ela ataca o PT, mas o seu alvo é a democracia. O triste é folhear esta e outras revistas da Editora Abril e encontrar tantos anúncios publicitários do governo Dilma e das empresas estatais. Parece masoquismo com dinheiro público!





Michelle Fraga: As bobagens do pastor Malafaia




A nomeação do deputado Feliciano como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e a luta pela sua demissão do cargo mostram que a homofobia e outros preconceitos viraram um fato político, que encontra embasamento ideológico em formulações supostamente acordes com preceitos religiosos.

Por Michelle Fraga*


“Não existe ordem cromossômica homossexual. Existe a ordem cromossômica de macho e fêmea”.

Pastor, teria sido excelente se a cadeia natural da humanidade fosse assim, homens, mulheres e ponto final. Mas as coisas não caminharam bem para esse lado. O mundo enlouqueceu!

Existem homens que gostam de mulheres, mulheres que gostam de homens e,acredite, homens que gostam de homens e mulheres que gostam de mulheres. O que fazer com esse grupo que resolveu fugir à regra, enquanto a ciência e a igreja não se entendem? 

Sinceramente, eu não tenho a menor ideia, mas vou te contar o que as pessoas normais (homens e mulheres heterossexuais) andam fazendo com eles. 

Que tal tratá-los como pessoas normais? Isso mesmo. Parece estranho, né? Mas tem dado certo. Tão certo que começaram a pesquisar que diabos é essa tal de homossexualidade. 

Alguns acham que se trata de um terceiro sexo e superior aos dois já existentes e sabe por quê? Porque um homossexual não tem vergonha de gostar de verdade de um amigo por ficar preocupado com o que as pessoas vão achar ou comentar. Ah, e o senhor já viu homossexual sofrendo por amor (sim, eles sempre sofrem por amor simplesmente porque nunca param de amar)? Nem te conto, é uma tristeza. Acha que eles ficam indiferentes, ou agem de forma madura? Que nada. Eles colocam uma música bem triste pra terminar de acabar com tudo, falam que vão se matar e nunca mais vão abrir o coração pra ninguém... e não é que dá certo? Eles se recuperam que é uma beleza. 

“Se eu tomar um tapa na cara é igual um homossexual tomar tapa na cara, se alguém me xingar é igual. A lei tá igualzinha pra eles se alguém xingar eles também”.

Pastor, eu não sei por aí onde o senhor mora. Por aqui não é bem assim não.

Fui à delegacia dá queixa quando tive minha casa invadida por um ladrão. Chegando lá, havia um rapaz na minha frente, todo machucado que foi agredido porque era homossexual. Fiquei assustada, vou explicar. Dizem que mulher que gosta de mulher parece homem... ah, o senhor precisa ver algumas mulheres quando brigam. Viram bicho, ninguém as segura.

Já imaginou uma mulher que brigou com o marido saindo por aí com cara de homem? Meu Deus, que risco. O mundo lá fora realmente está uma loucura.

Mas vamos voltar ao assunto da delegacia, então... o policial falou “deixa eu atender a senhora primeiro, porque briga de viado eu resolvo depois”. Aí eu me preocupei mais ainda.

Se eu brigar com meu marido, vou apanhar na rua e ainda vou ficar no fim da fila pra ser atendida na delegacia.
Vai ver que é por isso (agressões, discriminações e até mesmo assassinatos) que os homossexuais precisam de uma legislação especifica, né?

“Eu não acredito que dois homens possam criar uma criança perfeita”

Eu também não! O senhor está coberto de razão.
Fui a uma reunião de pais e mestres na escola do meu filho e fiquei horrorizada quando dois pais se apresentaram como pais da mesma criança. Sim, eles eram casados. Mas não foi isso que me impressionou. O filho deles era o mais educado, o que sempre estava com a tarefa em dia, o que tinha o uniforme mais limpinho e um dos poucos que tinha sua agenda assinada pelos pais diariamente e eu, mãe, heterossexual, ainda estou no estágio de tentar entender como funciona a agenda escolar. 

Me deu vontade de beliscar aquela criança para ver se era de verdade, ela não gritava, não mostrava nenhum sinal de perturbação e só levava lanches saudáveis, dá pra acreditar?

Eu, na verdade, sou uma mãe que administra o caos. Meus filhos não me obedecem, brigam entre si o tempo todo, estudam quando querem e a internet e o vídeogame são seus melhores amigos... mas peraí... eu sou mulher, o pai das crianças é um homem, somos um casal heterossexual e também não conseguimos criar crianças perfeitas... Melhor a gente pular essa parte, né?

“A autoridade não é pra julgar pessoa, a autoridade é pra condenar o pecado”

Exato! Corretíssimo! Esplêndido!

Ninguém tem autoridade para julgar ninguém. Ninguém tem o direito de diminuir outra pessoa a um ser com “problemas psicológicos” por ter uma opção sexual diferente da nossa. Ninguém tem o direito de humilhar, condenar, apontar na rua, fazer comentários, agredir e até mesmo levar a óbito um ser humano de orientação sexual fora dos padrões exigidos pela sociedade somente porque o evangelho e a ciência até hoje não conseguiram se entender.

Porque o que a sua igreja não te avisou é que pecado é deixar uma criança na fila de adoção porque os pais que querem adotá-la são gays, pecado é uma mulher só conseguir se livrar do marido agressor depois de morta de tanta porrada porque a sua igreja condena o divórcio, pecado é fechar os olhos para todos os homossexuais agredidos e assassinados porque a sua igreja acha que eles não precisam de legislação em sua defesa.

Da próxima vez, pensa melhor antes de falar tanta besteira, pastor.

*Michelle Fraga é publicitária



http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=212225&id_secao=10


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domingo, 28 de abril de 2013

Angola proíbe operação de igrejas evangélicas do Brasil



PATRÍCIA CAMPOS MELLO

DE SÃO PAULO
Do site da Folha - PIG

O governo de Angola baniu a maioria das igrejas evangélicas brasileiras do país.
Segundo o governo, elas praticam "propaganda enganosa" e "se aproveitam das fragilidades do povo angolano", além de não terem reconhecimento do Estado.
"O que mais existe aqui em Angola são igrejas de origem brasileira, e isso é um problema, elas brincam com as fragilidades do povo angolano e fazem propaganda enganosa", disse à Folha Rui Falcão, secretário do birô político do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) e porta-voz do partido, que está no poder desde a independência de Angola, em 1975.
Cerca de 15% da população angolana é evangélica, fatia que tem crescido, segundo o governo.
Em 31 de dezembro do ano passado, morreram 16 pessoas por asfixia e esmagamento durante um culto da Igreja Universal do Reino de Deus em Luanda. O culto reuniu 150 mil pessoas, muito acima da lotação permitida no estádio da Cidadela.
O mote do culto era "O Dia do Fim", e a igreja conclamava os fiéis a dar "um fim a todos os problemas que estão na sua vida: doença, miséria, desemprego, feitiçaria, inveja, problemas na família, separação, dívidas."
O governo abriu uma investigação. Em fevereiro, a Universal e outras igrejas evangélicas brasileiras no país -- Mundial do Poder de Deus, Mundial Renovada e Igreja Evangélica Pentecostal Nova Jerusalém-- foram fechadas.
Editoria de Arte/Folhapress
No dia 31 de março deste ano, o governo levantou a interdição da Universal, única reconhecida pelo Estado.
Mas a igreja só pode funcionar com fiscalização dos ministérios do Interior, Cultura, Direitos Humanos e Procuradoria Geral da Justiça. As outras igrejas brasileiras continuam proibidas por "falta de reconhecimento oficial do Estado angolano". Antes, elas funcionavam com autorização provisória.
As igrejas aguardam um reconhecimento para voltar a funcionar, mas muitas podem não recebê-lo. "Essas igrejas não obterão reconhecimento do Estado, principalmente as que são dissidências, e vão continuar impedidas de funcionar no país", disse Falcão. "Elas são apenas um negócio."
Segundo Falcão, a força das igrejas evangélicas brasileiras em Angola desperta preocupação. "Elas ficam a enganar as pessoas, é um negócio, isto está mais do que óbvio, ficam a vender milagres."
Em relação à Universal, a principal preocupação é a segurança, disse Falcão.


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