sábado, 14 de abril de 2012

Globo no crime: Repórter da Globo também teria se envolvido com Cachoeira





Do  Portal vermelho



Chega a este blog informação que não surpreende porque explica fato que muitos podem estar notando, o de que a Globo, acima da Veja ou de qualquer outro tentáculo da mídia demo-tucana, lidera a difusão de distorções das investigações da Operação Monte Carlo que se traduz em tentativa de voltar a CPI do Cachoeira contra o PT e o governo Dilma.

Por Eduardo Guimarães*


A fonte que envia tal informação é a mesma que alertara este blog para os fatos de que não foram 15 e, sim, ao menos 18 celulares (no inquérito aparecem 16, fora um 17º que não aparece e foi dado a Demóstenes Torres) que o bicheiro distribuiu a comparsas, e de que a mídia começaria a tocar no assunto Veja/Cachoeira porque o volume de conversas comprometedoras tornaria inevitável a convocação, se não de Roberto Civita, ao menos de Policarpo Jr. pela CPI.

Ainda que a edição da Veja desta semana volte ao ataque e tente vender a teoria de que tudo o que envolve a revista não passaria de “cortina de fumaça” com a qual o PT estaria tentando desviar atenções do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal, a revista está apenas se defendendo, haja vista que sua relação com o crime organizado explodiu na sexta-feira na grande imprensa através da Folha de São Paulo.

Segundo a fonte do blog, Folha e Estadão não teriam aparecido nas escutas da Polícia Federal, mas o forte empenho da Globo em inverter o foco da investigação e intimidar parlamentares que possam integrar a CPI que deve ser instalada na semana que entra se deve ao fato de que ao menos um de seus repórteres teria mantido vários contatos sugestivos com Cachoeira que estariam gravados.

Analisando o que os jornais, telejornais e blogs das Organizações Globo têm feito – o que inclui uso político de uma concessão pública de televisão, sem falar em rádios – logo se percebe que não mantêm o mesmo distanciamento que os dois jornais paulistas estão mantendo, ainda que suas preferências políticas estejam levando-os a encampar parte dos ataques ao PT e a aliados.

Na última sexta-feira, por exemplo, no Jornal Nacional, Willian Bonner faz um ar grave para anunciar escutas comprometedoras contra Agnelo Queiroz que mostrariam que ele ou um “segundo” no comando do governo do Estado teriam se encontrado secretamente com Cachoeira. O diálogo, no entanto, não mostra nada, absolutamente nada irrefutável.

Ainda assim, o blogueiro da Globo Ricardo Noblat anuncia, como se estivesse falando do clima, que Agnelo Queiroz já estaria cogitando renunciar. Isso logo em seguida a manifestação pública e veemente de apoio ao governador que 19 dos 24 deputados distritais do Distrito Federal fizeram na última quinta-feira.

Detalhe: não existe, até aqui, a menor razão para que o governador de Brasília pense em renúncia. Até o momento, nem mesmo seus assessores sofreram revelação de algo sequer parecido com o que o Jornal Nacional de sexta-feira mostraria em seguida às gravações que mostrou contra Queiróz.

Ao noticiar que foi negada pela Justiça o pedido de Demóstenes Torres de interrupção do inquérito da Operação Monte Carlo, o JN mostra gravação em que membros da quadrilha de Cachoeira falam em mandar dinheiro para festa da mulher do senador. Assim, na lata. Que alguém mostre algo parecido contra Queiróz ou qualquer outro governista.

Há, claro, a exceção do deputado do PT de Goiás Rubens Otoni, que aparece em vídeo concordando em não declarar doação de dinheiro oferecida por Cachoeira. Mas é um caso antigo, de 2004, que nada tem que ver com os fatos recentíssimos. De resto, até contra a empreiteira Delta o que se tem são apenas diálogos inconclusivos, ainda que sugestivos.

Eis, portanto, a explicação para a Globo estar liderando a tentativa midiática de ludibriar a opinião pública e de intimidar os membros da CPI para que não tentem trazer à luz escutas que envolvem a grande imprensa. A cabeça do Partido da Imprensa Golpista, pelo visto, também se banhou nas águas dessa Cachoeira de corrupção midiática.

*Eduardo Guimarães é jornalista e colunista.

Fonte: Blog da Cid
adania


http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=180763&id_secao=1 
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Revista Veja "cospe" na democracia

  

Nada...nem um pio sobre a CPI , a máfia do Cachoeira, seu envolvimento (da Veja) com o crime organizado...Demóstenes...A Revista Veja cospe na democracia brasileira!!!


O  fascistóide  Reinaldo Azevedo,colunista da Veja, tenta se explicar sobre as acusações de crimes em que a Veja se envolveu( caso Cachoeira): "Mas não somos criminosos, somos sim apenas golpistas...!!!!!Só o que queremos é execrar governos de esquerda, sejam do PT ou do PCdoB..apenas isso!!!"


Além das tentativas da Veja em aplicar golpes na democracia....seja esculhambando o ex-governo de Lula , seja no de Dilma...,  o que está em xeque, neste momento, e agora a coisa ficou clara, é que a revista Veja está intrinsecamente envolvida no crime organizado...e a CPI do Cachoeira se propõe a desvendar ambém isso....Veja, além de golpista, agora é criminosa!

Os encantos de Manuela

Os encantos de Manuela

  Do Blog O Outro Lado da Notícia      

De Osvaldo Bertolino

Pesquisas mostram que mais de 70% dos eleitores de Porto Alegre aprovam a gestão do prefeito atual, mas quem lidera a disputa municipal é a comunista Manuela d'Ávila

Alan Rodrigues, na IstoÉ
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FAVORITA 
Disparada em primeiro lugar nas pesquisas, Manuela ainda pode ter o apoio do PT
Ao despontar para a política nacional em 2006, a jovem gaúcha Manuela d’Ávila (PCdoB-RS) provocou arrepios no Congresso em razão de seus atributos físicos. Hoje, em seu segundo mandato, os encantos de Manu transcendem a beleza e o sorriso fácil que lhe renderam o título de musa do Congresso. A performance no Legislativo a credenciou para o lançamento de sua candidatura a prefeita de Porto Alegre. E, a seis meses das eleições, as pesquisas eleitorais comprovam: ela é muito competente em angariar votos e tem chances de derrotar um dos prefeitos mais populares do País.

Leia também:


Segundo consulta do Ibope, a pré-candidata do PCdoB está à frente na disputa com 37%, seguida pelo atual prefeito e candidato à reeleição, José Fortunati (PDT), que aparece em segundo, com 28% ou 29%, dependendo do cenário. Se a parlamentar do PCdoB confirmar seu favoritismo nas urnas, ela alcançará um feito inédito. Será a primeira mulher a administrar a capital do Estado. Manuela tenta explicar a receita do sucesso: “Não sou uma oposição radicaloide”, afirma a comunista, que, em 2010, foi a campeã nacional de votos para a Câmara Federal.

O excelente desempenho na pesquisa do Ibope não decorre apenas do fato de Manuela aparecer bem à frente de seus concorrentes. O que também chama a atenção é que o prefeito Fortunati possui uma administração aprovada por 72% da população e classificada de ótima/boa por 55% dos entrevistados. Ou seja, a comunista não só derrota o atual prefeito, como abre larga vantagem sobre um adversário muito bem avaliado pela população.

Para o cientista político André Marrenco, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, outra curiosidade da pré-campanha em Porto Alegre, que confirma tendências anteriores, é o declínio eleitoral do PT na capital gaúcha. A legenda de Lula, que já administrou a cidade por 16 anos consecutivos e governa atualmente o Estado com Tarso Genro, aparece na enquete com apenas 2% das intenções de voto. “Depois de quatro administrações, o PT ficou sem uma nova agenda”, avalia Marrenco. Nos bastidores da campanha petista, a sangria tem explicação: o sectarismo político. Em quase três décadas de eleições, o PT de Porto Alegre nunca abriu espaço em suas chapas majoritárias para outras legendas. Na direção nacional do PT, espera-se ainda que Lula convença seus correligionários a desistir da aventura da candidatura própria em Porto Alegre. Os petistas locais resistem a isso. Manuela, que hoje personifica os anseios de setores da esquerda da cidade, e seria a destinatária da maior parte desses votos, torce para esse desfecho. Assim, ela ficaria ainda mais perto de outra grande conquista eleitoral.

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sexta-feira, 13 de abril de 2012

A hipocrisia também tem pernas curtas


                               O senador quadrilheiro DEMOstenes....DEMo.GO....



Do Portal vermelho




Messias Pontes *

Mais uma máscara acaba de cair. E muitas outras estão prestes a ter o mesmo fim. Diz a sabedoria popular que a mentira tem pernas curtas; que é mais fácil pegar um mentiroso que um coxo. O mesmo vale para o hipócrita. Quem tem o DNA da canalha da UDN (União Democrática Nacional) e vive a falar em moral e ética, não deve ser levado a sério.


Discípulo do udenista Carlos Lacerda que sonhou com a presidência da República através de golpe de Estado – tentou derrubar Getúlio Vargas em 1954, e João Goulart dez anos depois desfraldando a bandeira da moral e da ética- o senador Demóstenes Torres, do DEMO de Goiás, tudo fez para derrubar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sempre com o falso moralismo do combate à corrupção.

Nos 15 meses de governo da presidenta Dilma Rousseff, o senador goiano também procurou infernizar, também com denúncias de corrupção, sempre contando com o irrestrito apoio da velha mídia conservadora, venal e golpista, em especial a revista Veja – o lixo do jornalismo –, e a Rede Globo – o câncer da imprensa brasileira, única que não viu o comício pelas Diretas-Já há exatos 28 anos (10-04-1984) com 1,2 milhão na Candelária, Rio de Janeiro.

Contudo, para atender ao amigo Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Demóstenes tentou trocar o DEMO pelo PMDB para poder se aproximar da presidenta Dilma. Afinal, os negócios nada republicanos de Cachoeira em Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e Tocantins precisavam se expandir, e, para tanto, a aproximação com o Palácio do Planalto seria fundamental. Cachoeira pensava alto e pretendia ver o amigo como ministro do Supremo Tribunal Federal. Já pensou, amigo leitor, Demóstenes e Gilmar Mendes (ou Gilmar Dantas, conforme o jornalista Ricardo Noblat) sentados lado a lado no plenário do STF? 

Não há quem duvide da cassação do senador Demóstenes Torres, até porque agora o Conselho de Ética do Senado será presidido pelo senador socialista Antonio Carlos Valadares. O próprio Demóstenes já se considera um cadáver político, posto que abandonado até mesmo pelos correligionários de partido que o ameaçavam expulsar, e ele se antecipou se desfiliando do DEMO. 

Porém não basta a cassação do falso moralista que não tem como negar o seu envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, este preso em Mossoró num presídio federal de segurança máxima. É imprescindível a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a ação da rede criminosa que envolve muita gente “importante” e que, como tem o braço muito longo, pode chegar até no poder Judiciário, e vai desmascarar a velha mídia, notadamente a semanal da famiglia Civita que denunciou um grampo, sem áudio, com a conivência do então presidente do STF, Gilmar Mendes e Demóstenes Torres.

Uma CPI certamente vai provar que o “grampo” da conversa do senado com Gilmar Mendes, divulgado pela VEJA, foi uma armação grosseira para se vingar dos delegados federais Paulo Lacerda e Protógenes Queiroz - o que acabaram conseguindo -, e também para atingir o governo do presidente Lula. O senador goiano e o ex-presidente do STF são como carne e unha, tendo o senador acolhido em seu gabinete num cargo comissionado a enteada de Mendes, agora exonerada. Se provada a armação, o impeachment de Mendes desta vez poderá ser decretado. 

O governador tucano Marconi Perillo também tem muito a esclarecer à CPI sobre o financiamento de suas campanhas e a lei estadual que autoriza a exploração de loterias instantâneas e até mesmo das máquinas caça-níquel. Além disso dezenas de auxiliares seus, da área de segurança, adiantavam a Cachoeira as operações policiais e assim o contraventor “limpava a área”.

Mas também quem tem muito a perder com a CPI é a revista VEJA. Se a comissão for fundo na apuração da ligação do jornalista Policarpo Júnior, diretor da sucursal da semanal da Abril em Brasília com a bandidagem. Policarpo e sua turma de arapongas trocaram mais de 200 telefonemas com Cachoeira. Este se gaba de ser o responsável pelos furos da VEJA.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel também terá de explicar por que passou tanto tempo sentado em cima das denúncias da ligação de Demóstenes Torres com Carlinhos Cachoeira. Esse comportamento do procurador ensejou a comparação com o procurador-geral da República do Coisa Ruim (FHC), Geraldo Brindeiro, o engavetador – geral. Roberto Brindeiro é como está sendo chamado o atual procurador-geral.

O que muita gente está perguntando é por que o comportamento da velha mídia diante de todas as evidências de ações criminosas desse pessoal todo é infinitamente diferente de quando denunciava ministros da presidente Dilma? Esse comportamento prova que essa mídia é tão hipócrita quanto o “moralista” Demóstenes Torres.

Esta é a maior e melhor oportunidade de se passar muita coisa a limpo. Contudo é imprescindível o acompanhamento popular da CPMI – Comissão Mista da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.



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http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=4667&id_coluna=92

Família de Chico Mendes ganha processo contra a Globo


Do Portal Vermelho


A família do líder seringueiro Chico Mendes, morto em 1988, ganhou na Justiça o direito de receber indenização da Rede Globo, que contou sua história na minissérie "Amazônia - De Galvez a Chico Mendes".


A viúva e os três filhos de Mendes alegaram que a emissora utilizou a história para obter lucro, sem autorização para explorar sua imagem. A minissérie, escrita por Glória Perez, foi exibida em 2007, com Cássio Gabus Mendes no papel do seringueiro.

Os familiares do sindicalista pediram R$ 23,2 milhões como indenização por danos materiais, danos morais e utilização indevida dos direitos de personalidade. A juíza Ivete Tabalipa aceitou apenas o primeiro item e determinou que a Globo pague 1% dos lucros obtidos com a produção.

A decisão da Justiça do Acre, de primeira instância, foi publicada nesta semana. Ainda cabe recurso. Na ação, a juíza disse que "a obra televisiva não é um documentário" ou reportagem e que foi feita sem "finalidades beneficentes ou científicas". Por isso entende que a autorização de uso da imagem era necessária.

A emissora disse que não comentará a decisão e que irá recorrer. Também não informou o lucro da produção. De acordo com a sentença, a Rede Globo argumentou à Justiça que os familiares "consentiram tacitamente" com a utilização da imagem do seringueiro e que a viúva sabia até mesmo qual atriz a representaria na trama. A emissora afirmou também que reproduziu fatos conhecidos nacionalmente.

Processos

A mesma juíza foi autora de duas decisões semelhantes. Em março, condenou a Globo a indenizar em 0,5% dos lucros a família do seringueiro Wilson Pinheiro, também retratado na minissérie.

Pinheiro também atuou na defesa da floresta e foi morto em 1980, quando presidia o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasileia (AC). "Quando a família de Chico Mendes entrou na Justiça, decidimos pedir indenização também, pois não assinamos nada e não recebemos nada", disse Hiamar Pinheiro, filha de Wilson Pinheiro.

A viúva de Chico Mendes, Ilzamar Mendes, ganhou outra ação em que reclama da "forma equivocada e inverídica" como apareceu na TV. Ela afirmou que, depois de uma cena em que a personagem com seu nome leva o marido para trás de uma árvore, foi chamada nas ruas de "assanhadinha".

Ilzamar pediu R$ 3 milhões, mas a Justiça concedeu 0,05% dos lucros da trama. O advogado Marcos Vinícius Jardim Rodrigues, que atuou nas três ações, disse que vai recorrer das sentenças, por considerar "ínfimos" os valores estabelecidos. As famílias dos seringueiros já haviam pedido indenização à Warner pela realização do filme "Amazônia em Chamas", de 1994, com o ator Raul Julia.


Fonte: Folha.com



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http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=180618&id_secao=6

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Altamiro Borges: CPI de Cachoeira pode detonar a Veja




A mídia demotucana, que sempre bajulou o senador Demóstenes Torres, parece que já deu o braço a torcer. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), proposta para apurar as sinistras relações do ex-demo e de outros políticos (como o governador tucano Marconi Perillo, de Goiás) com a quadrilha mafiosa de Carlinhos Cachoeira, vai ser finalmente instalada. Parece que não tem mais retorno!


Segundo antecipou Ricardo Noblat, blogueiro do jornal O Globo, “José Sarney (PMDB-AP), presidente do Senado, e Marco Maia (PT-RS), presidente da Câmara dos Deputados, acabaram de bater o martelo: até o fim desta semana esperam instalar a CPI Mista para investigar crimes cometidos pelo ex-bicheiro Carlinhos Cachoeira, sua turma e o senador Demóstenes Torres (GO)”.

A convocação de Roberto Civita


Noblat ainda deu outra notícia explosiva: “Fernando Ferro, deputado federal pelo PT/PE, revelou que apresentará requerimento à CPI para que seja ouvido Roberto Civita, dono da Editora Abril, responsável pela publicação da revista Veja. Carlinhos Cachoeira era informante da revista. Em uma conversa grampeada pela Polícia Federal, ele diz que ofereceu grandes furos à revista”.

Confirmada estas informações, o cenário político nacional deverá sofrer abalos. A CPI do Cachoeira poderá representar um duro golpe na oposição de direita, enterrando de vez o seu falso discurso moralista em pleno ano de eleições municipais. Os demos até poderão antecipar a sua passagem para o inferno. Já os tucanos farão de tudo para livrar a cara do governador de Goiás.

Pior do que Murdoch


Já no caso da convocação de Roberto Civita, ela poderá estimular o debate sobre a situação da mídia no Brasil. No Reino Unido, as revelações de que o império de Rupert Murdoch promovia escutas ilegais e corrompia autoridades resultaram numa intensa discussão, que continua em curso, sobre o poder manipulador dos monopólios midiáticos e sobre a necessidade da regulação do setor.

A situação da Editora Abril, como tem insistido o blogueiro Luis Nassif, é bem mais grave ainda. Tudo indica que a revista Veja, o veículo direitista da famiglia Civita, associou-se ao crime organizado. Carlinhos Cachoeira deu mais de 200 ligações para o editor-chefe da publicação, Policarpo Jr, segundo revelaram os grampos legais efetuados pela Operação Monte Carlo da Polícia Federal.

Perguntas necessárias e incômodas

Quais os assassinatos de reputações foram cometidos pela revista Veja para difamar os adversários do mafioso? Quais capas sensacionalistas foram editadas para difundir seus negócios ilícitos e lucrativos? O que Cachoeira e o editor-chefe da Veja tramaram nos inúmeros telefonemas? O que combinaram nos secretos jantares? Até onde chega o poder corruptor da mídia nativa?

Como se observa, a CPI do Cachoeira promete fortes emoções. Isto se ela não for abortada e esvaziada nos próximos dias. 



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http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=180483&id_secao=1 

Maria Prestes: 40 anos ao lado de Luiz Carlos Prestes



  



Esta é uma história de vida que merece ser conhecida. A história de Maria Prestes, uma mulher de origem humilde, nordestina, filha de comunista, que desde a infância, nos anos 30 do século passado, assumiu a militância política e dedicou todos os seus dias, como dedica ainda hoje, a lutar por um Brasil melhor. Por isso, teve que viver décadas na clandestinidade, mudar de nome, se afastar completamente do convívio da família e até esconder dos próprios filhos quem era o verdadeiro pai deles, apresentando-o como se fosse um tio. A razão não poderia ser mais forte na época: seu companheiro era o comunista mais importante e famoso do Brasil, Luiz Carlos Prestes.
Neste livro, Maria conta a sua vida, de forma contagiante. Nos revela não apenas a sua trajetória pessoal e a relação de quatro décadas com Prestes, mas sobretudo nos apresenta o ponto de vista de uma mulher talentosa e guerreira sobre um período importante da história do Brasil.
Maria é direta e simples, exemplo da fibra da mulher brasileira que, ao ler este livro, vocês vão conhecer.




Presidenta Dilma Roussef




LANÇAMENTO 24/04/2012: " Meu Companheiro "

40 anos ao lado de Luiz Carlos Prestes - 3ª Edição
Autora: Maria Prestes - 288 páginas com fotos

Em 1952, uma jovem moça nordestina, militante do Partido Comunista Brasileiro, é designada para a segurança pessoal do famoso líder Luiz Carlos Prestes. Foi o início de uma relação que durou até a morte de Prestes, em 1990. A história dessa mulher, com todos os imprevistos, alegrias, dificuldades e vitórias vividas juntamente com seu querido companheiro, proporciona ao leitor uma nova visão do Cavaleiro da Esperança. Nas palavras da presidenta Dilma Roussef, Meu Companheiro nos apresenta “o ponto de vista de uma mulher talentosa e guerreira sobre um período importante da história do Brasil”.



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terça-feira, 10 de abril de 2012

O partido mídia e o crime organizado


Por Emiliano José, no blog Viomundo:

Algumas análises sobre a velha mídia brasileira, aquela concentrada em poucas famílias, de natureza monopolista, e que se pretende dona do discurso e da interpretação sobre o Brasil, pecam por ingenuidade. Pretendem conhecer sua atuação orientando-se pelos cânones e técnicas do jornalismo, como se ela se guiasse por isso, como se olhasse os fatos com honestidade, como se adotasse os critérios de noticiabilidade, como se recusasse relações promíscuas com suas fontes, como se olhasse os fatos pelos vários lados, como se recusasse uma visão partidarizada da cobertura.
Essa velha mídia não pode ser entendida pelos caminhos da teoria do jornalismo, sequer por aquela trilha dos manuais de redação que ela própria edita, e que se seguida possibilitaria uma cobertura minimamente honesta. Ela abandonou o jornalismo há muito tempo, e se dedica a uma atividade partidária incessante. Por partidária se entenda, aqui, no sentido largo da palavra, uma instância que defende uma política, uma noção de Brasil, sempre ao lado dos privilégios das classes mais abastadas. Nisso, ela nunca vacilou ao longo da história e nem cabe recapitular. Portanto, as clássicas teorias do jornalismo não podem dar conta da atividade de nossa velha mídia.

Volto ao assunto para tratar da pauta que envolveu o senador Demóstenes Torres e o chefe de quadrilha Carlinhos Cachoeira. É possível adotar uma atitude de surpresa diante do acontecido? Ao menos, no mínimo, pode a revista Veja declarar-se estupefata diante do que foi revelado nas últimas horas? Tudo, absolutamente tudo, quanto ao envolvimento de Carlinhos Cachoeira no mundo do crime era de conhecimento de Veja. Melhor: era desse mundo que ela desfrutava ao montar o que lhe interessava para atacar um projeto político. Quando caiu o senador Demóstenes Torres, caiu a galinha dos ovos de ouro.

“Esqueçam o Policarpo”. Está certo, certíssimo, o jornalista Luis Nassif quando propõe que se esqueça o jornalista Policarpo Júnior que, com os mais de duzentos telefonemas trocados com Cachoeira, evidenciou uma relação profunda, vá lá, com sua fonte, e se ponha na frente da cena o, vá lá, editor Roberto Civita.

Este, como se sabe, constitui o principal dirigente do partido midiático contrário ao projeto político que se iniciou em 2003, quando Lula assume. Policarpo Júnior apenas e tão somente, embora sem nenhuma inocência, cumpria ordens de seu chefe. Agora, que será importante conhecer o conteúdo desses 200 e tantos telefonemas do Policarpo Júnior com Cachoeira, isso será. Até para saber que grampos foram encomendados por Veja ao crime organizado.

Nassif dá uma grande contribuição à história recente do jornalismo ao fornecer um impressionante elenco de matérias publicadas por Veja nos últimos anos, eivadas de suposições, sem qualquer consistência, trabalhadas em associação com o crime. Civita nunca escondeu a sua posição contra o PT e seus aliados. É um militante aplicado da extrema-direita no Brasil, e que se dedica, também, subsidiariamente, a combater os demais governos reformistas, progressistas e de esquerda da América Latina.

Importante, como análise política, é que o resto da mídia sempre embarcou – e com gosto – no roteiro, na pauta, que a revista Veja construía. Portava-se, não me canso de dizer, como partido político. Não adianta escamotear essa realidade da mídia no Brasil. O restante da velha mídia não queria checar, olhar os fatos com alguma honestidade. Não. Era só fazer a suíte daquilo que Veja indicava. Esse era um procedimento usual dos jornalões e das grandes redes de tevê.

Barack Obama, ao se referir à rede Fox News, ligada a Rupert Murdoch, chamou-a também de partido político, e tirou-a de sua agenda de entrevistas. Não é novidade que se conceitue a mídia, ou grande parte dela, como partido político conservador. Pode lembrar Gramsci como precursor dessa noção, ou, mais recentemente, Octavio Ianni que a chamava de Príncipe Eletrônico. No Brasil, inegavelmente, essa condição se escancara. A velha mídia brasileira sequer disfarça. Despreza, como já se disse, os mais elementares procedimentos e técnicas do bom jornalismo.

Na decisão da Justiça Federal em Goiás, ressalta-se, quase que com assombro, os “estreitos contatos da quadrilha com alguns jornalistas para a divulgação de conteúdo capaz de favorecer os interesses do crime”. Esses contatos, insista-se, não podem pressupor inocência por parte da mídia, muito menos da revista Veja que, como comprovado, privava da mais absoluta intimidade com o crime organizado por Carlinhos Cachoeira e o senador Demóstenes Torres dada à identidade de propósitos.

Esse episódio, ainda em andamento, deve muito, do ponto de vista jornalístico, a tantos blogs progressistas, como o de Luis Nassif (vejam “Esqueçam Policarpo: o chefe é Roberto Civita”); o de Eduardo Guimarães, Blog da Cidadania (vejam “Leia a espantosa decisão judicial sobre a Operação Monte Carlo”); o Portal Carta Maior (leiam artigo de Maria Inês Nassif, “O caso Demóstenes Torres e as raposas no galinheiro”); o Blog do Jorge Furtado (“Demóstenes, ora veja”), o Vi o Mundo, do Azenha, entre os que acessei.

Resta, ainda, destacar a revista CartaCapital que, com matéria de Leandro Fortes, na semana que se iniciou no dia 2 de abril, furou todas as demais revistas ao evidenciar a captura do governo de Marconi Perillo pelo crime organizado de Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira. Em Goiânia, toda a edição da revista foi comprada aos lotes por estranhos clientes, ninguém sabe a mando de quem – será que dá para desconfiar?

A Veja enfiou a viola no saco. Veio de “O mistério renovado do Santo Sudário”, tão aplicada no conhecimento dos caminhos do cristianismo, preferindo dar apenas uma chamadinha na primeira página sobre “Os áudios que complicam Demóstenes” e, internamente, mostrar uma matéria insossa, sem nenhuma novidade, com a tentativa, também, de fazer uma vacina para inocentar o editor de Brasília, Policarpo Júnior. Como podia ela aprofundar o assunto se está metida até o pescoço com Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira?

Impunidade do crime jornalístico

Há algumas perguntas que pairam no ar. O jornalismo pode ser praticado dessa maneira, em associação explícita com o crime organizado, sem que nada aconteça aos que assim procedem? Por menos do que isso, a rede de Rupert Murdoch, na Inglaterra, enfrenta problemas sérios com a Justiça, houve prisões, e seu mais importante semanário, o News of the World, que tinha 168 anos, e era tão popular quanto desacreditado, fechou.

E aqui? O que se fará? A lei não prevê nada para uma revista associada havia anos com criminosos de alto coturno? Creio que se reclamam providências do Ministério Público e, também, das associações profissionais e sindicais do jornalismo. Conivência com isso, não dá. Assim, o crime compensaria, como compensou nesse caso durante anos.

Há, ainda, outra questão, e de grande importância e que a velha mídia ignorou solenemente, e este foi um trabalho realizado primeiro pelo jornalista Marco Damiani, do Portal 247, e completado, de modo brilhante, pelo jornalista Paulo Henrique Amorim, evidenciando a atuação do crime organizado de Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira na construção do que ficou conhecido como Mensalão.

A entrevista com Ernani de Paula (ex-prefeito de Anápolis) feita por Paulo Henrique Amorim é impressionante. Ele fora derrubado da Prefeitura numa articulação que envolveu a dupla criminosa, e agora revela o que sabe, e diz que tudo o que se armou contra o ex-chefe da Casa Civil do primeiro governo Lula, José Dirceu, e contra o governo Lula, decorreu da ação consciente e criminosa de Carlinhos Cachoeira, que se insurgia contra um veto de José Dirceu à assunção de Demóstenes Torres ao cargo de Secretário Nacional de Justiça do governo, depois que ele se passasse para o PMDB.

Em qualquer país do mundo que tivesse um jornalismo minimamente comprometido com critérios de noticiabilidade, ainda mais diante do possível julgamento do processo denominado Mensalão, ele entraria fundo no assunto para que as coisas se esclarecessem. Mas, nada. Silêncio.

É como se a velha mídia tivesse medo de que a construção da cena midiática em torno do assunto, construção que tem muito de fantasiosa e é obviamente contaminada por objetivos políticos, pudesse ser profundamente alterada com tais revelações e, inclusive, ter reflexos no julgamento que se avizinha. Melhor deixar isso confinado aos “blogs sujos” e às poucas publicações que se dedicam ao jornalismo. A verdade, no entanto, começa a surgir. Nós não precisamos mais do que dela, como dizia Gramsci. Insistamos nela. Se persistirmos, ela se imporá. Apesar do velho partido midiático.

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segunda-feira, 9 de abril de 2012

Folha de São Paulo e ditadura militar: um longo namoro






Do Porto Vermelho




NO DOMINGO PASSADO (1º/4), CERCA DE 300 PESSOAS PROTESTARAM EM FRENTE À FOLHA DE S. PAULO, NA ALAMEDA BARÃO DE LIMEIRA, CENTRO DE SÃO PAULO. O SEGUNDO MAIOR JORNAL DO PAÍS ERA UM DOS ALVOS DO CORDÃO DA MENTIRA, MANIFESTAÇÃO CONVOCADA POR MAIS DE 30 ENTIDADES –METADE DELAS LIGADAS AO TEATRO, À MÚSICA E À LITERATURA.

POR LINO BOCCHINI, DO DESCULPE A NOSSA FALHA


 A ideia era condenar de forma bem-humorada os apoiadores do regime militar brasileiro e, nas palavras dos organizadores, denunciar as heranças da época que persistem, como a violência policial. O ato emprestou o nome do primeiro de abril, mesma data do golpe militar de 1964, e começou em frente ao Cemitério da Consolação, onde o pessoal se concentrou as 11h30. Dali o Cordão passou pela rua Maria Antônia, TFP, elevado Costa e Silva (que leva o nome do presidente que baixou o AI-5) e parou no Grupo Folha. A empresa foi escolhida porque o jornal apoiou a ditadura não apenas editorialmente, mas também materialmente, cedendo carros do jornal para agentes do regime e mantendo delatores em cargos de direção, principalmente da Folha da Tarde. Dali o ato seguiu para a Cracolândia e terminou na sede do antigo Dops, na rua General Osório. Praticamente ignorado pela autoproclamada “grande imprensa”, o ato mereceu uma nota minúscula e omissa da Folha. O boicote motivou esse texto.

O Cordão da Mentira foi o terceiro protesto de inspiração parecida em menos de uma semana. Em 27 de março aconteceu o “escracho público” de torturadores, atos-surpresa com batucadas, gritos e pichações na porta de ex-torturadores em sete capitais. Em 29 de março manifestantes foram ao Círculo Militar do Rio e projetaram fotos e vídeos de mortos e desaparecidos na parede do prédio, onde oficiais aposentados promoviam uma comemoração dos 48 anos do golpe, que essa gente insiste em chamar de “revolução” –a polícia reagiu com bombas de gás e cassetetes.

Os atos pipocam no momento que a Comissão da Verdade, aprovada pelo Congresso e sancionada pela presidente Dilma em novembro passado, está prestes a ser instalada. A promessa é que seus integrantes sejam indicados pela Presidência nas próximas semanas. Sem poder de julgar ou condenar (por impedimento da Lei de Anistia, promulgada em 1979 e confirmada pelo STF em 2010), a comissão se propõe a investigar violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988 no Brasil –o período inicial era de 1964 a 1988, mas pressões militares levaram a ampliação do período, prejudicando o foco de ação.

Nada mais que a verdade?

Estive no Cordão da Mentira apenas na parada da Folha, acompanhado de minha mulher e meu filho de um ano. Atendi ao chamado da organização e fui com uma fantasia –de diretor da Folha. Levei um cartaz feito a partir da sobrecapa do jornal do dia. A peça do departamento de marketing do jornal trazia apenas a manchete “1º de abril, dia da mentira” e, no pé da página, após um grande espaço em branco, a frase “Folha: nada além da verdade”.

Piada pronta é pouco. Fiz duas versões do cartaz (frente e verso da placa que carreguei). De um lado vinha escrito bem grande no espaço branco: “Nunca apoiamos a ditadura!”. Do outro, 5 frases: “Somos Imparciais! / Não censuramos blogs! / Não criamos a ´Ditabranda´! / Não emprestamos carro para a Ditadura! / Merecemos meia-hora grátis na TV Cultura!” –lembrem-se de que era Dia da Mentira…

A meu lado, mais de 300 manifestantes pararam bem na entrada principal do “Jornal do Futuro”, protegida por uma parede de seguranças. Tinha carro de som e faixas. Cartazes com os rostos de desaparecidos no período militar foram jogados em cima do enorme logo na calçada. Paredes e asfalto foram pichados com dizeres como “Folha Fascista”, “FAlha de S. Paulo” e “Ditadura é Ditadura”. Um ator puxou um coro repetido por todos, aos berros: “Extra! Extra! Extra! A Folha de São Paulo não informa!”. Atores de terno e gravata e máscaras de gorila encenaram de forma cômica um recente editorial do jornal que defendia a Lei de Anistia –criticada por militantes dos direitos humanos por impedir a criminalização de torturadores.

Foi impressionante ver isso tudo bem ali nas barbas do mais arrogante jornal do país, que faz propaganda com atores-leitores de gola rolê ouvindo jazz. Foi o que de mais importante aconteceu no Cordão da Mentira, e não digo isso porque fui censurado e estou sendo processado pelo jornal juntamente com meu irmão. Não mesmo, e explico.

História velha nada!

O Dops não existe mais, Costa e Silva já morreu e o Mackenzie e a TFP, apesar de influentes, não têm 1% do alcance da Folha. Mais: estamos falando de um jornal que tenta te convencer diariamente de que é imparcial, seja por meio de publicidade, editoriais, ombudsman ou entrevistas de seus jornalistas. É um jornal que apoiou a ditadura, como já dissemos. E isso não é uma suposição. É fato comprovado, documentado e admitido pela própria empresa. O Grupo Folha, principalmente por meio da Folha da Tarde, emprestava carros para torturadores, mantinha funcionários delatores dentro da redação para entregar colegas e possuía linha editorial de apoio irrestrito ao regime militar. No comando desse aparato midiático de apoio à ditadura estava Octávio Frias de Oliveira. Nos anos 1990, quando trabalhei na Folha da Tarde, o “Velho Frias”, como era conhecido, era famoso até entre os office-boys por seu extremo conservadorismo –só pra citar um exemplo, era amigo do peito de Paulo Maluf. Após a morte do patriarca, em 2007, assumiram formalmente o grupo seus filhos Luiz (que cuida da parte administrativa) e Otavio Frias Filho, o Otavinho, que comanda a redação da Folha.

Há quem ache que o jornalão dos Frias está perdendo poder e influência. Está nada. É verdade que nos anos 1990 edições dominicais turbinadas com promoções chegaram a um milhão de exemplares, e hoje a tiragem média não chega a 300 mil por dia. Há dois anos a Folha já não é mais nem sequer o maior jornal do país –perdeu o posto para o mineiro Super Notícia– e na capital paulista leva um baile do Estadão, que vende 55% a mais –tudo dado do IVC (Instituto Verificador de Circulação). Acontece que a Folha ainda é o jornal que mais pauta toda mídia nacional, das rádios de Manaus às revistas gaúchas. É também uma entidade que amedronta, com a qual poucos topam brigar ou sequer se indispor. E é ainda dona do UOL, onde qualquer notícia destacada é mais lida do que em qualquer jornal da América Latina. Se não bastasse, acaba de ganhar um programa de meia hora no horário nobre de domingo na estatal TV Cultura. Ou seja, a Folha segue forte e influente sim. Muito mais do que deveria.

Você também paga esse pato

Você pode se perguntar: “E eu com isso? Esse cara fala assim só porque tá brigando com o jornal”. Nada disso. Você também se dá mal. A ligação umbilical que a empresa e sua direção mantinham com a cúpula do regime ditatorial brasileiro não é algo simples, que ficou no passado e não traz reflexos na Folha de hoje. O jornal faz campanha atrás de campanha publicitária vendendo-se como moderno, bacana, inovador. Preocupa-se em apagar seu passado mas não consegue, no presente, sequer manter uma atitude coerente com sua publicidade. E aí nem precisamos citar a censura a que estou submetido com meu irmão, a mando da Folha. O caso da “Ditabranda”, de 2009, é bem mais grave e merece ser rapidamente relembrado.

Para sustentar como o regime militar brasileiro tinha sido “light”, um editorial do jornal usou o termo “Ditabranda” ao referir-se à nossa ditadura. A reação dos leitores foi forte, teve até protesto na porta da Folha. Qual foi a reação do jornal? Primeiro publicou uma nota apócrifa chamando os respeitados professores universitários Maria Victoria Benevides e Fábio Konder Comparato de “cínicos e mentirosos” e, depois do protesto, publicou nota assinada por Otávio Frias Filho com o título “Folha avalia que errou, mas reitera críticas”, dizendo primeiro que “todas as ditaduras são igualmente abomináveis” para depois chamar Benevides e Comparato de “democratas de fachada” e “inquisidores”. Finesse, não? Toda vez que Otavinho assina um texto, sua máscara de teatrólogo intelectualizado cai por terra, e sua agressiva face de dono de jornal vem à tona –outro exemplo recente foi uma carta em que ele citou esse blog e a mim.

O ponto é: não dá pra um jornal do porte da Folha esconder que apoiou com afinco o que de mais podre tivemos na nossa história recente. E não estamos falando de uma discussão filosófica, de um embate de ideias. Estamos falando de gente que dedurava para torturadores seus próprios jornalistas, estamos falando de diretores que autorizavam agentes da repressão a usar os carros da empresa para levar “suspeitos” rumo a sessões de torturas que incluíam choques nos genitais, espancamentos, estupros, terror psicológico e, muitas vezes, acabavam em morte. Desculpem a crueza, mas é sempre bom lembrarmos claramente do que estamos falando. E não faltam testemunhos. Como hoje a empresa segue na mão das mesmas pessoas, é ingenuidade achar que esse pensamento não interfere no jornal que chega à sua casa todo dia e que também pauta parte do que você assiste na TV.

Estamos numa democracia, e eles podem falar o que quiserem, mas o “Jornal do Futuro” tornou-se o exemplo mais bem acabado de como precisamos de novos protagonistas em nossa imprensa, em nosso país. Falta mais jornal, mais revista, mudar o sistema de concessões de rádios e TVs, mais e melhores blogs e portais independentes de internet. O que temos ainda é muito pouco. Que venham novos e mais fortes cordões da mentira, e que a Folha só saia de seu percurso quando fizer sua comissão da verdade interna e assumir suas escolhas atuais, desistindo de nos empurrar esse discurso hipócrita de que é moderna e imparcial.

Fonte: O esc
evinhador
rhttp://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=180241&id_secao=
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Curitiba: Fruet e Ratinho disparam, tucanos (PSDB) ficam para trás diz Ibope



Na primeira pesquisa registrada no TRE, ex-deputado Gustavo Fruet aparece em primeiro lugar na disputa à prefeitura de Curitiba

Na primeira pesquisa registrada no TRE sobre a disputa municipal de Curitiba deste ano, o pedetista Gustavo Fruet aparece em primeiro lugar em todos os cenários mostrados aos eleitores.

A pesquisa Ibope/CBN, divulgada no sábado, aponta a realização de segundo turno na cidade. Se fosse agora, o atual prefeito, Luciano Ducci, que disputa a reeleição, ficaria fora do segundo turno, e o deputado Ratinho Júnior, do PSC, disputaria a prefeitura com Fruet.

Na simulação com o maior número de candidatos, Fruet tem 26% da preferência contra 24% de Ratinho Jr. O prefeito Ducci aparece em terceiro, com 16%. Em seguida vêm Rafael Greca (PMDB), com 7%; Doutor Rosinha (PT), com 4%; e Renata Bueno (PPS), com 2%. Brancos e nulos são 9% e indecisos, 11%.

No cenário com os principais candidatos, Fruet e Ratinho também aparecem tecnicamente empatados, com 32% e 27%. Ducci teria 18%, brancos e nulos teriam 12% e haveria 11% de indecisos.

Já em uma pesquisa sem Ratinho Jr., Fruet teria 37% e Ducci, 22%. Rafael Greca viria em terceiro, com 11%. Renata Bueno aparece com 4%. Haveria 13% de brancos e nulos e 14% dizem estar indecisos. A pesquisa foi realizada dos dias 27 a 29 de março, com 812 entrevistas.

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