sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Vídeo: Fernando Frascischini – o secretário tucano, corre dos professores


PARANÁ NO CARNAVAL:
“PERDEU, PLAYBOY !”

O professor peitou o Secretário de Segurança !

Conversa Afiada reproduz comentário do amigo navegante José Carlos, no post“Paranaenses vão às ruas homenagear governador tucano”:


Fernando Frascischini – o secretário … – foi flagrado se escondendo dos manifestantes atrás da polícia depois de ter tido a brilhante ideia de colocar todos os deputados da base do Beto Playboy num camburão – agora os paranaenses em véspera de carnaval criaram o Bloco do Camburão – onde dentro estão os deputados do PSDB e do Playboy – é o que mais se comenta hoje no Paraná – PERDEU PLAYBOY!!

O flagra (Professor x Francischini – vídeo enviado pelo amigo navegante Joe, no mesmo post):

Leia também:


IMPEACHMENT, PROF GANDRA? QUE TAL NO PARANÁ ?

http://www.conversaafiada.com.br/politica/2015/02/13/parana-no-carnaval-perdeu-playboy/#.VN6F_f06xLZ.facebook

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Polícia Militar do PSDB de Beto Richa atinge professores com balas de borracha


Um professor que estava na Assembleia Legislativa na tarde de hoje (12) foi atingido por um disparo de bala borracha.
Um vídeo mostra o professor caído no chão, sendo socorrido por outros manifestantes.
Ele é uma das 11 vítimas feridas no confronto entre manifestantes e policiais durante protestos contra medidas propostas pelo governador Beto Richa (PSDB) para elevar as RECEITAS do Estado e cortar despesas por meio de extinção de benefícios previdenciários de servidores.

Veja o vídeo em instantes.

Greve dos Professores: Francischini chama manifestantes de burros



http://cgn.uol.com.br/noticia/123900/francischini-chama-manifestantes-de-burros

para ver o vídeo acesse o link acima
Vídeo mostra filho do secretário de Segurança Pública fazendo série de ofensas...
O deputado estadual, Felipe Francischini (Solidariedade), aparece em um vídeo chamando os manifestantes de “bando de burros”. A gravação foi feita na terça-feira (10), quando houve a primeira ocupação na Assembleia Legislativa.
Na sequência de apenas 15 segundos, o filho de Fernando Francischini, que é secretário de Segurança Pública do Paraná, dispara uma série de ofensas.
Ele também xinga o servidores de imbecis e os acusa de terem sido comprados pelo PT (Partidos dos Trabalhadores).
O deputado Felipe Francischini já esteve envolvido em uma gravação onde um empresário assediava uma policial e citava seu nome.
Devido aos protestos, a reportagem não conseguiu contato com os assessores do deputado.

O necessário combate aos golpistas do PSDB


As manobras golpistas da oposição neoliberal e conservadora, encabeçada pelo PSDB de FHC, Aécio, Serra et caterva, com o indeclinável apoio da mídia monopolista privada, continuam no centro da conjuntura política nacional. A ordem do dia do comando oposicionista é encurralar a presidenta Dilma Rousseff, gerar instabilidade política, semear clima de ingovernabilidade, criminalizar o Partido dos Trabalhadores e as organizações do movimento sindical, estudantil e popular. O roteiro prevê o impeachment ou qualquer outra forma de afastamento da mandatária do poder.
Por José Reinaldo Carvalho, editor do Portal Vermelho
Para isso, o PSDB e os seus aliados calculam contar com a Câmara dos Deputados, valendo-se do resultado da eleição para a Mesa dessa casa legislativa, que supostamente tem em suas mãos o poder de definir a agenda política nacional.
Conjuga-se o nauseante uso político da Operação Lava Jato com a fabricação de Comissões Parlamentares de Inquérito que, sem nada a acrescentar às investigações conduzidas por instituições policiais e judiciárias, são feitas por encomenda para turvar ainda mais o ambiente político. Agrega-se a isso uma campanha sistemática pelo desmonte e a privatização da Petrobras.
Compõe o quadro o atropelo na tramitação da Reforma Política, ignorando a discussão acumulada na sociedade, e o clamor nacional para que essa reforma democratize de fato a vida política, o que só será possível se for tomada como ponto de partida a eliminação da influência do poder econômico nas eleições. Porém, as medidas que estão sendo urdidas na Câmara mantêm intocado o financiamento empresarial das campanhas eleitorais e introduzem mudanças condenáveis do ponto de vista democrático, como a cláusula de barreira, a proibição de coligações proporcionais e o chamado distritão, desprezando as listas partidárias.
Em face das ameaças que pesam sobre o país, o ato comemorativo do 35º aniversário de fundação do PT, realizado na última sexta-feira (6), em Belo Horizonte, foi um bom ponto de partida para a retomada da iniciativa por parte das forças progressistas e de esquerda. Resistir e lutar, rechaçar as manobras golpistas, enfrentar os grandes desafios nacionais são as mensagens essenciais que se pode depreender dos pronunciamentos da presidenta Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula. “O voto popular deu legitimidade para continuarmos as mudanças" (...) "Diante da crise, sempre tivemos força para reagir. Os que estão inconformados com o resultado das urnas só têm medo da participação popular, têm medo da democracia. Mas temos força para resistir ao golpismo e ao retrocesso” – afirmou a mandatária, numa demonstração de serenidade, firmeza e energia, para o desencanto dos que a julgam muda, paralisada, isolada e antecipadamente batida.
Presidenta Dilma e Lula, entre outros dirigentes, comemoram aniversário de 35 anos do PT em BHForças progressistas e de esquerda retomam a iniciativa
Num quadro em que a força política dirigente da coalizão que governa o país há 12 anos está no alvo de brutal ofensiva, diante de erros cometidos e das pressões para adotar um rumo contrário aos interesses nacionais e populares, têm peso especial as autocríticas e advertências feitas por Lula, como líder maior do partido, o apelo por uma mudança de conduta e atitudes, assim como a reafirmação do caráter essencial dos compromissos com que o PT foi guindado pelo povo ao poder: “Jamais traímos o compromisso com as camadas mais pobres da população”, afirmou.
Para retomar a iniciativa, organizar a resistência e a luta, mais do que nunca o país necessita da unidade das forças democráticas e progressistas e da mobilização popular, estruturar a base de sustentação do governo Dilma no Congresso Nacional, tomar medidas econômicas indutoras do crescimento, garantindo a continuidade da geração de emprego e renda, assegurando os direitos sociais, trabalhistas e previdenciários.
Nessa perspectiva de resistência e luta, soam esdrúxulos, estapafúrdios mesmo, os apelos à conciliação entre o PT e o PSDB, a partir de conversações entre os ex-presidentes Lula e FHC. Se for apenas ingenuidade, manifestação de otimismo beato à moda do Dr. Pangloss, menos mal, mas se a proposta se baseia na consideração de que ambos os partidos são forças complementares, e não antagônicas, estaremos diante de perigosa manifestação de oportunismo, funcional aos interesses dos golpistas.
Mesmo que bem intencionada, a sugestão de uma conciliação entre o governo e a oposição parte de uma avaliação falsa sobre o que foi o governo de FHC e o caráter do PSDB e seu programa para o país. O governo de FHC não desempenhou papel positivo na evolução econômica e política do país, como pretendem os defensores da tese da conciliação. A solução dos graves problemas nacionais não radica no aproveitamento do “bom legado” daquele governo, que se agregaria ao de Lula e do primeiro mandato da presidenta Dilma.
Não foi por mera retórica que a esquerda cunhou a expressão “herança maldita”, mas porque de fato, durante dois mandatos o ex-presidente e seu partido levaram a efeito em toda a linha uma política ruinosa aos interesses nacionais e populares.
Foi uma era de estagnação econômica, bancarrota financeira, depreciação real dos salários, desemprego recorde e endividamento ao nível da insolvência. Tudo isso como resultado do neoliberalismo à outrance, que produziu resultados devastadores não só no Brasil, como nos demais países latino-americanos onde o decálogo do Consenso de Washington foi aplicado à risca. No plano diplomático, FHC atrelou o Brasil aos EUA e à União Europeia. E na política, as tendências antidemocráticas foram manifestas, a tal ponto que o jurista Celso Antônio Bandeira de Mello designou o governo do sociólogo da Sorbonne de “ditadura dos punhos de renda”. Foi também o governo dos escândalos de corrupção, a despeito dos engavetadores de plantão.
O governo de FHC alienou na bacia das almas o patrimônio nacional, com as privatizações de estatais a troco de moeda podre, de selvagem abertura da economia e desregulação financeira, jogando todas as fichas no cassino do fluxo maciço de capital especulativo externo.
Quanto ao PSDB como agremiação político-partidária, os fatos da conjuntura estão aí a desmentir a tese de que a polarização com esta força é artificial e está circunscrita às fronteiras do estado de São Paulo.
O enfrentamento eficaz dos grandes desafios nacionais exige resistir e lutar contra o golpismo do PSDB e as pressões conservadoras e neoliberais de que esse partido é instrumento e porta-voz, e avançar na realização das reformas e mudanças estruturais democráticas. O Brasil não se tornará uma nação efetivamente democrática, soberana e justa se não houver clareza de quem são os verdadeiros inimigos a derrotar.

O jumento e o neomilitante de direita


Por Cesar Mangolin, em seu blog:

Um jumento em disparada faz algum estrago… Um bando deles faz mais ainda. Inconsequentes, não darão a devida importância para os danos que podem causar, apenas correm, destruindo tudo ao redor. Nem mesmo fazem ideia de quem abriu a porteira, talvez propositalmente.

Os neo-militantes de direita agem assim. Tomam problemas seculares do Brasil (como a corrupção) como se fossem obras dos últimos governos; atribuem à presidência da República responsabilidades de outras instâncias, inclusive responsabilidades dos abridores de porteiras bicudos que povoam nosso país e não se conformam com a derrota sofrida nas urnas.

Chama mais ainda a atenção que temos jumentos desembestados que se somam aos da direita vindos da esquerda, mas trataremos deles em outro texto…

Com vergonha alheia, vi gente (quase 40% da população) que atribui a falta de água ao governo federal; há quem atribua a segurança pública também. Mas há episódios mais tristes ainda: vi uma postagem que dizia que a Dilma havia concedido o direito de visita íntima a um assassino! Para esses tontos, a culpa de toda e qualquer desgraça brasileira tem nome: Dilma!

Enfim, chegamos num ponto em que a frase afirmativa “há limites para a estupidez!” somente pode ser proferida na sua forma interrogativa: “Há limites para a estupidez?” Parece que não.

A corrupção é inerente ao capitalismo… No Brasil persiste há muito. O caso da Petrobras, tomado com assombro pela mídia golpista e a classe média cor-de-rosa, é velho. Ainda era um adolescente quando trabalhava numa loja de conexões e ouvia um vendedor externo contar histórias sobre as casas de praia de compradores da Petrobras… Nessa mesma época aprendi que a propina, que “molhar a mão”, o “fazer rir” era uma prática comum. Nunca gostei nem a pratiquei, mas todos nós convivemos com ela. Quem descobriu apenas agora que as empreiteiras e demais empresas subornam compradores em processos licitatórios? Quem não sabe que há décadas no Estado de São Paulo algumas empreiteiras dividem entre si as grandes obras e “molham as mãos” de agentes do Estado? Corruptores e corruptos, farinhas do mesmo saco, crias da mesma ordem, existem desde muito tempo: isso não foi uma invenção dos governos do PT.

Mas a jumentice parece ter se tornado um adjetivo muito comum dos nossos tempos obscuros…

Há uma movimentação que envolve a grande mídia, políticos tradicionais com capivaras imensas, o tucanato, o judiciário e uma massa de manobra histérica que parece que começou a viver apenas agora e perceber as mazelas do tipo de capitalismo que se desenvolveu no Brasil.

Embora falem em nome de algum Brasil, fica claro, pelo que defendem, que não incluem o Brasil da população que mais sofreu, pela marginalização e empobrecimento contínuo, com a dragagem das nossas riquezas naturais e com a concentração de riqueza gritante e secular… A massa de manobra histérica não faz parte, obviamente, da seleta elite que concentra em suas mãos o grosso da riqueza social produzida. Os que esbravejam contra o PT e o governo não têm ideia do que estão falando; não são capazes de apontar uma solução mínima para qualquer problema. Repetem chavões, palavras de ordem sem sentido, de gente que não conhece minimamente nossa história recente.

Façam um teste: pegue um desses surtados e pergunte o que está errado e o que deveria ser feito para resolver o problema… Vai receber de volta um grunhido histérico e sem sentido, porque eles não sabem do que estão falando.

O mais triste e temerário é que forçam uma crise política seríssima, que interessa a determinados setores do grande capital. São marionetes dele…

Defendem o retorno da ditadura militar sem saber minimamente o que caracterizou aquelas duas décadas: entrega das nossas riquezas ao capital estrangeiro; perda constante de poder aquisitivo dos salários; mais de dez milhões de mortos por fome no nordeste; genocídio de populações nativas; prisões arbitrárias, censura, tortura e assassinato…

Há também a curiosa postura da classe média brasileira que tem asco de tudo que se refira a trabalhador…

Os governos do PT atendem, sem dúvida, aos interesses do grande capital. É um governo da ordem burguesa, que dirige o Estado capitalista… Mas ao deslocarem esforços e recursos no atendimento a populações deixadas de lado por nosso processo histórico, deslocam recursos dos cofres do grande capital, que sempre tem espaços vazios para serem ocupados. No momento da crise que envolvia o segundo mandato de FHC, o PT e o governo de Lula, com as garantias que deram, foram palatáveis ao grande capital. Na entrada dessa nova crise, trata-se de tornar toda e qualquer fonte sob controle absoluto. Há muita diferença numa taxa selic de 36% (segundo mandato de FHC) e numa de 12%… Ou 7.4, que foi o mínimo alcançado no primeiro governo de Dilma… Isso toca em interesses diversos, beneficia algumas frações do capital, prejudica outras. A pressão dentro do bloco no poder e a capacidade de uma dessas frações tornar o Estado seu valet é o que está em jogo…

Há muito que se estudar e escrever sobre essas contradições, mas isso toma muito espaço… Mas, principalmente, exige tempo e paciência histórica. Algo que está ausente por aqui… Mas retomarei o argumento para falar do antipetismo de esquerda depois…

Por enquanto, vale a constatação de que os neomilitantes da direita e os da esquerda preferem facilidades: análises de lógica formal, sem contradições. Um programa redondinho e internamente coerente, ainda que não tenha relação com a realidade. O papel aceita qualquer coisa: recebe textos sagrados e também é utilizado nos banheiros…

Valeria aos que histericamente pedem o impeachment de Dilma pensar um pouco nos pressupostos do que chamam de “limpeza” da política, pensar nas soluções para nossos problemas mais graves… Caso sejam capazes de fazer isso, descobrirão que as soluções que andam apoiando representam um passo atrás muito perigoso. Que as marionetes desse jogo anti-popular percebam que ajudam a abrir as portas do seu próprio abismo.

Aécio está histérico. Qual o motivo?



Por Altamiro Borges

Aécio Neves sempre foi visto como um típico político mineiro. Conciliador e cordato, ele se jactava de seguir as lições do seu avô, Tancredo Neves. A partir da campanha eleitoral do ano passado, ele mudou radicalmente de postura. Passou a babar ódio! Imaginava-se que era pura jogada de marketing. Após o pleito, porém, o derrotado nas urnas radicalizou ainda mais sua conduta. Afirmou que Dilma fora reeleita por “uma organização criminosa”; pediu a recontagem dos votos; em vídeo, apoiou marchas golpistas; e flertou com a ideia do impeachment de Dilma. Na semana passada, o senador até bateu boca com o presidente da Casa, Renan Calheiros. Com a sua barba por fazer, ele pareceu ainda mais colérico. Até seus pares estão surpresos com o seu total descontrole. Qual seria o motivo de tamanha agressividade depois de passadas as eleições?

Algumas pistas começam a aparecer. Na semana passada, numa pequena notinha, o jornal Estadão – que apoiou o cambaleante – confirmou que o governo de Minas Gerais pretende ir ao Ministério Público Federal para denunciar Aécio Neves e sua criatura, Antônio Anastasia. Segundo o deputado Durval Ângelo, líder da bancada petista no Legislativo mineiro, há indícios de “total corrupção” nos 12 anos de governos do PSDB no Estado. Conforme já havia prometido, o governador Fernando Pimentel criou uma auditoria para analisar a herança dos tucanos e até importou o “xerife” Mario Spinelli, que desbaratou a máfia dos fiscais que atuou em São Paulo nas gestões de José Serra e Gilberto Kassab. Os resultados destas investigações, segundo Durval Ângelo, são “estarrecedores”.

Minas finalmente terá CPIs?

Entre outras irregularidades, a auditoria constatou que as empreiteiras investigadas pela midiática Operação Lava-Jato também fizeram bilionários negócios em Minas Gerais. Os deputados mineiros, que sempre foram tratados na base da mordaça ou da sedução pelos governos tucanos, agora já falam em instalar várias Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) – o que era totalmente impensável no passado. Diante desta expectativa sombria, que talvez ajude a explicar a irritação do cambaleante Aécio Neves, o sempre atento Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, ouviu o deputado Durval Ângelo para entender os possíveis desdobramentos destas investigações. Reproduzo alguns trechos da entrevista:

“Segundo o petista, os alvos da investigação conduzida pelo ‘xerife Spinelli’ são a construção do estádio do Mineirão – que será alvo de CPI que a bancada estadual do PT pretende abrir –, a construção da Cidade Administrativa pelo governo Aécio Neves, a construção de estradas dadas em concessão à iniciativa privada (empreiteiras da Lava Jato), pagamento de vantagens irregulares a servidores vinculados aos governos tucanos e irregularidades na companhia de saneamento básico de MG, a Copasa. Esses são os focos principais das auditorias dos governos Aécio Neves e Antônio Anastasia que o governo de Fernando Pimentel está levando a cabo, mas não são todos, são, apenas, os focos principais. Segundo Ângelo, há muitas outras linhas de investigação”.

As "petrofortunas" da Lava-Jato

“O deputado petista afirma que Spinelli, o controlador-geral do Estado de Minas, já dispõe de ‘elementos evidentes’ sobre corrupção nas gestões tucanas e esses elementos serão tornados públicos no fim de março ou começo de abril. Ângelo informa que os suspeitos sem foro privilegiado serão denunciados ao Ministério Público estadual, apesar de ser controlado por um procurador-geral indicado pelo ex-governador Anastasia. Com foro privilegiado só figuram nas investigações os ex-governadores tucanos, que, por conta disso, serão denunciados ao Procurador Geral da República, Rodrigo Janot. O deputado também disse que durante os governos tucanos secretários de Estado, por exemplo, eram denunciados ao MP mineiro pela oposição, mas, como tinham foro privilegiado – só podiam ser investigados pelo chefe do MP estadual –, as investigações não andavam, pois o procurador-geral “sentava em cima”. Como agora esses servidores não têm mais foro privilegiado por não fazerem mais parte do governo qualquer procurador poderá investigá-los”.

“Já Aécio e Anastasia, por serem senadores poderão ser investigados pelo MPF, apesar de que a competência para investigá-los seria do procurador-geral do Estado. Mas como algumas supostas irregularidades os vinculam a empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, que tem escopo federal, a denúncia pode ser feita à Procuradoria Geral da República. Perguntado pelo Blog sobre a consistência das acusações, o deputado Durval Ângelo diz que seriam fortes. Porém, como se trata do PSDB ele desconfia que um elemento fundamental em investigações, a pressão da imprensa, não existirá, facilitando a vida dos acusados. Mas afirma que o que cabe ao governo Pimentel fazer, está sendo feito”.

No caso da midiática Operação Lava-Jato, até o jornalista Elio Gaspari, da Folha tucana, publicou uma notinha neste domingo (8) que deve atormentar ainda mais a vida de Aécio Neves. “O PSDB sabe que não sairá ileso da Operação Lava Jato. Suas petrofortunas recentes eram conhecidas antes mesmo do surgimento do juiz Sérgio Moro”. Juntando as duas informações, até dá para entender porque o cambaleante anda tão irritadinho!

*****

Leia também:







O PT e o esgotamento de um modelo


Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador: 

Não há nenhuma dúvida de que o governo petista e o próprio PT enfrentam a crise mais grave desde que Lula chegou ao poder em 2003.

Muito mais grave do que a do Mensalão em 2005: naquela época a Economia não estava à beira da recessão, e o núcleo dirigente do PT e do governo era mais consistente.

A eleição de Eduardo Cunha não foi um raio em céu azul. Mas o sinal de esgotamento de um modelo – esgotamento que já ficara claro com as dificuldades enfrentadas por Dilma na eleição de 2014.

De que modelo falamos?

Lula aproveitou a maré favorável na economia internacional para articular um projeto de distribuição de renda, com fortalecimento do mercado interno, recuperação do papel do Estado e crescimento econômico – ajudando também a costurar um novo bloco de poder internacional, que se contrapôs (em parte) à hegemonia dos Estados Unidos e Europa.

Reparem: não digo que Lula tenha sido apenas um “sortudo” (como afirmam certos economistas e colunistas ligados ao tucanato). Não. A fase de crescimento mundial, com valorização do preço das “commodities” (grãos, petróleo, minério de ferro etc), puxada principalmente pela China, foi o pano de fundo… Mas a oportunidade poderia ter sido desperdiçada. E não o foi.

O que se fez nos últimos 12 anos não foi pouco. A incorporação de 30 milhões de brasileiros ao mercado de massas é um patrimônio, que deve ser defendido. Assim como o projeto de uma Nação autônoma – recuperado nos anos Lula/Dilma.

O mérito do projeto lulista/petista foi ter aproveitado a maré internacional favorável para melhorar a vida dos trabalhadores e dos mais pobres no Brasil. Mas isso foi feito sem nenhuma mudança estrutural, sem ameaçar o poder efetivo dos mais ricos… Foi feito com acordos por cima e por baixo. E com acomodação no Congresso.

O projeto lulista, na feliz definição de André Singer, era (vejam que uso o verbo no passado) o de um “reformismo fraco”. Reformas sem confronto.

Muitos (inclusive este blogueiro) lamentam que Lula não tenha trabalhado para politizar mais a sociedade enquanto esteve no poder. E que o PT tenha se acovardado diante da máquina midiática conservadora. Esse seria o motivo para o avanço da direita – que está ganhando a batalha das ideias, certo?

Nos últimos tempos, tenho sido levado a pensar que a explicação não é assim tão simples…

Vejamos: Argentina e Venezuela possuem governos muito mais politizados (e politizantes), adotaram o confronto de ideias, fizeram o debate sobre a mídia. E, no entanto, vivem hoje em situação também delicada. A conclusão óbvia é que a conjuntura econômica tem um peso muito maior do que qualquer “politização” ou “combate simbólico” poderiam garantir.

O modelo inicial lulista, em verdade, mudou bastante a partir de 2008. Quando a crise das hipotecas originada nos Estados Unidos travou a economia ocidental (reduzindo um pouco também o ímpeto chinês), o Brasil já tinha erguido um gigantesco mercado interno – graças às políticas sociais de Lula (Bolsa-Família, forte recuperação do salário-mínimo).

Foi esse mercado que garantiu ao Brasil (entre 2009 e 2014) níveis de crescimento razoáveis,e desemprego muito baixo, em comparação com a tragédia social ocorrida no sul da Europa (Espanha/Portugal/Grécia) e em partes dos Estados Unidos.

Lula/Mantega, na crise, recusaram-se a utilizar a cartilha liberal. Resistiram.

Ao fim do primeiro governo Dilma, no entanto, também essa segunda fase parecia esgotada. Se desde 2008 já não se podia contar com a economia internacional, em 2014 ficou claro que o mercado interno (baseado em crédito e em desonerações fiscais, mais do que em investimento) mostrava também sinais de esgotamento.

Dilma tentara aprofundar as mudanças, mas perdeu a batalha da redução de juros: a “burguesia nacional/industrial” faltou ao encontro com a Nação (de novo?) e, em vez de aliar-se ao esforço de redução dos juros, manteve-se fiel ao velho rentismo (melhor GANHAR um dinheirinho com aplicação no banco do que com projetos produtivos).

Em 2014, já estava claro que seria preciso iniciar um novo ciclo, com novo projeto. Era preciso fazer algum ajuste nas contas do governo. A questão era (e é): ajuste pra quem? comandado por quem? Na campanha eleitoral, Dilma acenou à esquerda. Prometeu que ajuste neoliberal era coisa de Marina e Aécio. Passada a eleição, virou à direita.

Esse é o novo ciclo que o PT oferece ao Brasil? Para isso já há o PSDB e seus aliados midiáticos.

Ah, mas Lula fez parecido em 2003. Ora, há uma diferença brutal: Lula fez a “Carta aos Brasileiros” ANTES da eleição, em 2002. Dilma fez um “contrato” para vencer a eleição, em 2014. E, no primeiro mês de mandato, rompeu em parte o contrato.

Em dezembro, escrevi neste blog que Dilma teria a dura tarefa de equilibrar-se entre dois fogos: a “governabilidade” (que poderia garantir alguma estabilidade no Congresso) e a “força das ruas” (que garantiu efetivamente sua vitória contra a direita, no segundo turno). Minha avaliação era de que Dilma não poderia abrir mão dos acordos com o centro, mas só teria alguma força para negociar esses acordos se mantivesse a seu lado um bloco popular mobilizado.

Pois bem. Dilma apostou tudo na governabilidade, e jogou fora parte da energia das ruas que garantiu sua vitória.

A eleição de Eduardo Cunha, em si, não deveria ser uma surpresa. O Congresso que saiu das urnas em 2014 era claramente dominado pelo Centrão. A maior tragédia, para o governo e o PT, foi a vitória de Cunha ter vindo depois de Dilma ter cedido tudo à direita, em nome da governabilidade.

A presidenta agora se defronta com o pior dos mundos: não tem a governabilidade no Congresso, e perdeu o apoio de quem poderia defendê-la nas ruas contra manobras golpistas. Sejamos claros: quem irá para a rua defender Dilma (e a política recessiva do Levy), se vier um pedido de impeachment?

Ok, concordo com colegas blogueiros, que afirmam: não se deve fazer terrorismo com essa história de impeachment… Derrubar Dilma é uma manobra que pode interessar aos velhos tucanos paulistas. Pode interessar ao Ives Gandra, ao FHC. Mas será que (hoje) interessa a essa nova maioria que comanda a Câmara?

Eduardo Cunha já avisou que não. Mas imaginem o preço que isso terá… O quadro é grave, confuso.

A Economia vai para a recessão. Isso já não é mais uma hipótese. Mas uma certeza. Além disso, o país vai parar com a nova CPI da Petrobrás. E a Lava-Jato vai arrastar dezenas de parlamentares para a lama. Tudo isso sem que o PT tenha qualquer capacidade de reação.

Uma crise de representação, com a desmoralização da política, somada a uma crise econômica, é um cenário para uma renovação mais radical da política. Foi o que se viu na Grécia (Syriza) e é o que pode ocorrer na Espanha (Podemos). Mas lembremos que na França é a extrema-direita de Le Pen (a filha) quem fatura com a crise, fazendo um discurso parecido com o de bolsonaros, felicianos e outros aprendizes de fascistas.

O cenário no Brasil é muito diferente. Aqui estamos longe de uma crise social. Mas há um bombardeio midiático ininterrupto, baseado no discurso “moral”. Já vimos onde isso levou em 1954 – quando o Mar de Lama udenista terminou em tragédia.

O PT manterá alguma capacidade para ser força aglutinadora (uma entre várias forças) de uma nova Frente de Esquerda – que parece ser a saída para se enfrentar o novo ciclo histórico?

O Quinto Congresso do partido, que acontece este ano, terá papel definitivo. Se o PT seguir amortecido, incapaz de se renovar como força aglutinadora do bloco popular, terá selado seu destino.

O tempo dos acordos e do “reformismo fraco” está encerrado. Sem renovação imediata, o PT não vai “acabar” (como afirmou Marta, de forma açodada e oportunista), mas definhar. Nesse caso, o PT não seria derrotado pelo “mar de lama” – como afirmam mervais e colunistas toscos na revista da marginal. Mas pela falta de capacidade de reagir à agenda conservadora, e pelo fato de não propor um novo modelo de desenvolvimento alternativo ao neoliberal.

O PT, se não reagir, abrirá caminho para sua pasokização (PASOK é o partido socialista grego, que costumava ter um terço dos votos, e depois de trair os trabalhadores com um programa ultraliberal, teve menos de 5% na última eleição).

A esquerda, nesse caso, terá que encontrar outras instrumentos políticos para enfrentar a ofensiva conservadora – que tende a se tornar ainda mais dura nos próximos anos.

Esse processo, na verdade, já se iniciou. Mas não está definido.

P.S: vejo em alguns comentaristas e militantes mais à esquerda a esperança de que Lula “vai entrar nesse jogo e mudar tudo”; Lula pode muito, mas não é mágico; sem construir um novo bloco e um novo projeto, não há líder salvador que salve coisa nenhuma…

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Os comunistas e o samba: Quem não gosta de samba, bom sujeito não é

Foto acima: Carnaval de Curitiba -Escola de samba Acadêmicos da Realeza, com Fábio Bacila e Carlos Maia









Martinho da Vila, membro do PCdoB





QUEM NÃO GOSTA DE SAMBA
BOM SUJEITO NÃO É
OU É RUIM DA CABEÇA
OU DOENTE DO PÉ

DORIVAL CAYMMI, SAMBA DA MINHA TERRA 


Dia 2 de dezembro, é o Dia do Samba. A data foi instituída originalmente em 1940 pela Câmara de Vereadores de Salvador. A iniciativa, do vereador Luiz Monteiro da Costa, foi uma homenagem ao grande compositor mineiro Ary Barroso (1903-1964), que foi à Bahia pela primeira vez num dia 2 de dezembro.
A comemoração se alastrou para outros estados brasileiros e em 1963 foi estabelecido o Dia Nacional do Samba, festejado atualmente principalmente nas capitais carioca e baiana. Não restam dúvidas de que o samba é um gênero musical autenticamente brasileiro, com raízes africanas. 

Origem
Teve origem, segundo os historiadores, nas danças acompanhadas de frases melódicas curtas e refrões do samba de roda nascido no Recôncavo Baiano e levado, na segunda metade do século 19, ao Rio de Janeiro pelos negros baianos migrantes. Compreende, em sua trajetória, diversas formas, levadas e estilos, incluindo a bossa nova.

Embora várias composições do início do século 20 tenham sido gravadas como samba, a primeira canção do gênero que ficou reconhecida como tal foi “Pelo Telefone”, atribuída a Ernesto dos Santos, o Donga, em parceria com João da Baiana. A música foi gravada em disco no ano de 1917 e alcançou grande sucesso. Recentemente mereceu uma paródia de Gilberto Gil (Pela internet). 

O samba atravessou fronteiras e encantou os gringos com Carmem Miranda e, depois, outros intérpretes e compositores. Virou um produto nacional de exportação e ainda hoje promove no exterior uma visão idílica do Brasil, associada à alegria, descontração, assim como à boa malandragem que, conforme notou Chico Buarque na ópera O Malandro já não existe mais.

Bambas comunistas
Ao longo de sua história, o Partido Comunista do Brasil manteve uma estreita relação com o samba e os sambistas, com maior intensidade no breve período de legalidade compreendido entre 1945 a 1947, conforme notou a historiadora Valéria Lima Guimarães, mestre em história social pela UFRJ, no artigo intitulado Bambas Comunistas, do qual extraímos parte das informações reproduzidas abaixo.

Na época, inúmeros intelectuais ingressaram na legenda, entre eles Jorge Amado, Dorival Caymmi, Graciliano Ramos, Monteiro Lobato, Edison Carneiro, Cândido Portinari, Procópio Ferreira, Nélson Pereira dos Santos e Oscar Niemeyer.

O diário comunista Tribuna Popular, de circulação nacional, que chegou a tiragens de 50 mil exemplares não publicava matérias apenas sobre o movimento operário e a luta camponesa. Também dava espaço à cultura e ao entretenimento, entendidos como importantes instrumentos de educação política das massas. Falava-se de cinema, teatro, esportes (com destaque para o futebol), música e mesmo notas sociais.

Tribuna Popular
O samba, reconhecido nos anos 40 como uma das maiores formas de expressão artística popular, foi privilegiado pelo partido. Foi amplo o espaço dedicado ao mundo do samba na Tribuna Popular. As colunas "O Povo se Diverte" e "O Samba na Cidade" eram publicadas com regularidade. Notas sobre a agenda e os preparativos dos bailes carnavalescos, cartas de leitores sobre o carnaval, homenagens feitas pelas agremiações carnavalescas à Tribuna Popular, divulgação dos assuntos de interesse da União Geral das Escolas de Samba (UGES) faziam do jornal comunista um espaço de participação e representação do mundo do samba. Um forte vínculo ideológico foi estabelecido entre a UGES e o Partido Comunista.

As escolas de samba eram vistas pelo partido como organismos de concentração das camadas populares e tiveram um importante papel na estratégia de comunicação com o operariado, fiel frequentador dos grêmios recreativos, uma de suas raras opções de lazer. Por caminhos diversos, como visitas às quadras das escolas, realização de festas eleitorais, nas quais as escolas de samba eram as principais atrações, PROMOÇÃO DE torneios de futebol com exibição das escolas de samba e visitas de sambistas à sede da redação da Tribuna, o Partido Comunista se aproximava das camadas populares. Na verdade, havia uma negociação recíproca: a aproximação com os comunistas no período da legalidade também aumentava a credibilidade do mundo do samba junto à sociedade.

Em novembro de 1946, no campo de São Cristóvão, o partido organizou um desfile em homenagem a Luiz Carlos Prestes, do qual participaram 22 escolas. A maioria dos enredos exaltava o Cavaleiro da Esperança. Diversos intelectuais comunistas faziam parte do corpo de jurados. Paulo da Portela, eleito Cidadão Samba em 1937, um sambista respeitado por sua luta pela aceitação social do samba do subúrbio, também fazia parte do júri. Sagrou-se campeã a escola de samba Prazer da Serrinha. O samba "Cavaleiro da Esperança", da escola Lira do Amor, de Lourival Ramos e Orlando Gagliastro, recebeu um prêmio especial, não previsto no concurso: "Prestes!/ O Cavaleiro da Esperança/ Um homem que pelo pequeno relutou/ Seu nome foi bem disputado dentro das urnas/ Oh! Carlos Prestes/ Foi bem merecida a cadeira de senador/ Passou dez anos encarcerado/ Comeu o pão que o diabo amassou/ Oh! Prestes."

Carnaval
Percebendo o sucesso junto ao mundo do samba, os comunistas buscam estreitar ainda mais a aproximação com as agremiações carnavalescas. Era comum, quase uma regra, que um jornal organizasse os festejos carnavalescos. Em 1947, foi a vez de a Tribuna Popular pleitear o direito de organizar o carnaval.


O primeiro bimestre daquele ano seria bastante agitado para os comunistas: eleições para a Câmara dos Vereadores, em janeiro, e promoção do carnaval. A campanha eleitoral, bastante lúdica, como reivindicava Mário Lago, utilizava em abundância versões de conhecidas marchinhas populares. "Mamãe, não quero", do comunista Jararaca (da famosa dupla caipira Jararaca e Ratinho), que seria eleito vereador, era uma das mais famosas: "Mamãe, não quero/ Mamãe, não quero/ Mamãe, não quero mais mamar/ Eu já estou grande/ Quero saber em quem é que eu vou votar/ Vota meu filho/ Que és moço e és viril/ Vota pra grandeza e pro progresso do Brasil/ Vota com cuidado/ com cuidado vota/ Dá o teu voto/ A um sincero patriota!/ Não vota, meu filho/ Não crê na marmelada/ Dos que prometem tudo/ E no fim não fazem nada/ Vota com cuidado/ Olhe bem a lista/ Escolha os candidatos do Partido Comunista."


A tradicional eleição para Embaixador e Embaixatriz do Samba, no ano de 1947, foi organizada pela Tribuna Popular. Um ensaio para um outro pleito do qual o mundo do samba, dentro de poucos dias, não poderia se furtar: as eleições de 19 de janeiro, votando nos candidatos do Partido Comunista. A 15 de janeiro, lia-se na Tribuna: "Doraci de Assis conquista o primeiro lugar. A candidata do Prazer da Serrinha é seguida de perto por Tereza Lima e Luciana Batista. João Amazonas, Pedro Mota Lima e Vespasiano Luz, candidatos da Chapa Popular que os sambistas levarão ao Senado e ao Conselho Municipal, assistiram à apuração."

Os planos de organizar os preparativos para o carnaval de 1947, conhecido como Carnaval da Vitória, em alusão à vitória sobre o nazi-fascismo, foram frustrados. Embora se diga que os anos 1945-1964 foram marcados pela democratização no país, permanecia ainda um forte traço autoritário, expresso na repressão da "polícia especial" às manifestações dos trabalhadores; na manutenção da censura; na cassação do Partido Comunista, em 1947; e na suspensão dos mandatos dos comunistas, em janeiro do ano seguinte.


Repressão

O partido, mais uma vez, cairia na clandestinidade. Para diminuir a influência dos comunistas junto às escolas de samba, foi criada uma nova entidade representativa, a Federação Brasileira das Escolas de Samba, que passou a receber a subvenção oficial e a atrair diversas escolas filiadas à União Geral das Escolas de Samba, que foi sendo esvaziada. Acusadas de "subversão", várias escolas de samba foram investigadas pela polícia política. Constam nos arquivos do DOPS documentos relativos à "infiltração" de "elementos comunistas" nas escolas de samba, em pleno período de democratização. "Recomendava-se" a substituição desses componentes, sob pena de cassação das licenças de funcionamento. Durante a ditadura militar, a produção de documentos referentes à "subversão" nas escolas de samba aumenta consideravelmente. A documentação estende-se até o ano de 1983, quando a Unidos de Vila Isabel comemorava o aniversário de 85 anos de Luiz Carlos Prestes. Longe de ser encarado como uma forma de alienação popular, o samba, para os comunistas, foi fundamental para o contato com o operariado. 

O estreitamento dos laços entre o  Partido Comunista do Brasil e as escolas de samba, na segunda metade dos anos 40, consolidou uma parceria bastante sólida. Mesmo durante o novo período de ilegalidade, que se inicia em 1948, a parceria 
Partido Comunista do Brasil /mudo do samba não se dissolveu. Ao contrário, ganhou novo fôlego com o interesse de setores da classe média, especialmente estudantes universitários e classe artística, que buscavam abrir caminho para a participação das camadas populares nas lutas sociais.

Em 1998, Luiz Carlos Prestes foi louvado na avenida pela Acadêmicos do Grande Rio. Dessa vez, não num desfile promovido pelo partido, mas com todo o aparato que cerca o carnaval carioca da atualidade, no desfile oficial. Sinal dos tempos?



Do Portal Vermelho