sábado, 25 de outubro de 2014

Adalberto Monteiro: Bala de prata de Aécio é crime de pistolagem

Do Portal Vermelho

Desde o primeiro turno, a campanha de Aécio, diante da força de Dilma, se desespera à procura de uma bala de prata que a abata. Esse jargão “bala de prata” nada mais é do que golpismo e crime de pistolagem política.

Por Adalberto Monteiro*


Bala de prata de Aécio é crime de pistolagem!Bala de prata de Aécio é crime de pistolagem!
Em 2002, um líder operário liderou a viragem política que inovadoramente associou crescimento econômico e distribuição de renda, ampliou a democracia e fortaleceu a soberania nacional. Desta vez, a esperança do povo se concentra numa mulher que “doou a alma” ao seu país.

Dessa doação de Dilma ao Brasil e de seu inquebrantável compromisso com o povo, sobretudo com os pobres, vem o horror, e mesmo o ódio, dos banqueiros e dos abastados, dos conservadores.

Por isto, desde o primeiro turno, a campanha de Aécio, vendo a força dessa mulher junto ao eleitorado, se desespera, se descabela, à procura de uma bala de prata que a abata. Esse jargão “bala de prata” nada mais é do que a legitimação do golpismo, e da pistolagem política. Armas prediletas da direita, desde a campanha que levou Getúlio Vargas ao suicídio.

A revista Veja tem praticado reiteradamente uma pistolagem contra Lula e Dilma. No primeiro turno, quando Aécio comia poeira nas pesquisas, Veja, com a armação da delação premiada de Paulo Roberto Costa, desferiu mentiras contra Dilma, e de “raspão” atingiu o falecido Eduardo Campos para debilitar Marina Silva. Aécio agarrou-se à revista como o afogado atrela-se a um bote.

Mancomunado com a pistolagem de Veja e de outros grandes veículos de comunicação, Aécio chegou ao segundo turno. Com as mãos sujas, mas chegou.

Agora, a dois dias da eleição, Veja antecipa de domingo para sexta-feira a sua circulação, para disparar mais uma pretensa bala de prata contra a presidenta. Sem prova alguma, diz que a presidenta e Lula sabiam dos ilícitos que estão sendo investigados na Petrobras. O advogado do doleiro Alberto Yousseff desmentiu a revista, afirmando jamais ter ouvido tal acusação de seu cliente.

Mesmo assim, Aécio Neves, em entrevista coletiva, assina embaixo a abjeta denúncia de Veja. O conluio está escancarado. Os “pistoleiros” que dispararam a bala suja de Veja não se resumem aos medalhões da Marginal Pinheiros, sede da revista em São Paulo. O agressor que até ontem posava de vítima se desmascara por inteiro.

Essa fúria do consórcio oposicionista contra Dilma vem de sua inarredável diretriz de enfrentar a grande crise mundial do capitalismo sem penalizar os trabalhadores e os pobres. Mas, a ira não brota apenas disso. Dilma se tornou, ao lado de Lula, a liderança que encarna um projeto de nação, de um Brasil próspero, desenvolvido, respeitado no mundo, integrado com nossos irmãos latino-americanos. Um país no qual a riqueza a ser abundantemente produzida deve, sobretudo, ser canalizada para a elevação do bem-estar do povo, para a garantia de seus direitos que lhe foram negados em 500 anos de trajetória histórica.

Dilma Rousseff, mãe e avó, ao longo de 67 anos, a vida a preparou, a lapidou, para desempenhar essa grande responsabilidade de liderar a nação que possui a 7ª riqueza do mundo. Pela causa da liberdade, do socialismo, enfrentou a ditadura, padeceu a tortura. Estudou, exerceu várias responsabilidades em distintas instâncias de governo.

Lula dizia que não poderia errar porque senão jamais um operário voltaria a governar o Brasil. Foi reeleito e a porta do Palácio do Planalto ficou aberta para outras lideranças dos trabalhadores. Jamais um reacionário poderá dizer que um operário não tem competência para presidir o Brasil.

Dilma, do mesmo modo, sabia que não podia fracassar. É a primeira mulher a exercer a Presidência da República. Um país onde as mulheres são milhões de heroínas anônimas. Um país no qual sua histografia esconde, oculta, a contribuição das mulheres à construção do Brasil. Se ela fracassasse, o machismo, o conservadorismo iriam reforçar o preconceito.

Dilma, mesmo acossada pelo conservadorismo e pelas consequências de uma grave crise mundial, fez um mandato exitoso. Firmou-se como uma liderança nacional respeitada.

Assim, a vitória de Dilma é a vitória de um projeto de nação, vitória que, ao ser liderada pela segunda vez consecutiva por uma mulher, impulsionará também o avanço civilizacional, e a construção de uma sociedade sem preconceitos.

*Presidente da Fundação Maurício Grabois e editor da revista Princípios

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Bomba! As novas denúncias da Veja

O ódio conservador nas ruas e nas redes


http://latuffcartoons.wordpress.com/
Por Rodrigo Vianna, no blogEscrevinhador:

As pesquisas Datafolha e Ibope mostram o avanço de Dilma Rousseff na reta final. Ela abre uma vantagem que parece estar entre 6 e 8 pontos: 54% x 46% (Ibope) ou 53% x 47% (Datafolha). Mas esse não é o tema central deste texto.

Minha preocupação é entender como lidar com o ódio que se espalha pelas ruas. A perspectiva da derrota deixa o aparato conservador ainda mais ouriçado.

O ódio não brotou da terra. Foi insuflado por colunistas insanos, comentaristas gagos, ex-cineastas e ex-roqueiros apopléticos, blogueiros dementes, revistas da marginal e marginais de revista. Todos eles sob o comando da Globo.

A eleição não está decidida. Dilma e os apoiadores da petista devem manter a guarda alta. E, ao mesmo tempo, desde já devem se preparar para uma nova escalada da ofensiva conservadora.

O artigo do ex-governador Alberto Goldman (ex-comunistas são sempre os mais raivosos) é apenas o sinal mais visível da temperatura a que chegou o lado de lá. Goldman (clique aqui para ler) tenta tirar a legitimidade de um eventual segundo governo Dilma.

O tucano usa um misto de preconceito odioso e golpismo matreiro em seu texto – que recebeu belíssima resposta de Breno Altman (leia aqui).

Pelas redes sociais, surgem (dos núcleos duros do tucanato) propostas de “impeachment” de Dilma.

Nessa reta final, os conservadores (apopléticos com o avanço de Dilma) promoveram um baile de bruxas na avenida Faria Lima, esparramando ódio pelas sarjetas do luxuoso shopping Iguatemi em São Paulo.

Os tucanos já tiveram como candidatos a presidente o anódino Alckmin, e o antipático Serra… Mas dessa vez escolheram um rapaz que concentra todos os vícios da pior elite brasileira.

Aécio jacta-se de jamais ter arrumado a cama em sua casa. Jacta-se de ser um filho daquelas famílias que possuem serviçais para atender todas suas vontades e caprichos (leia aqui no Tijolaço mais detalhes sobre isso).

Aécio é o menino que fala em “meritocracia” – tendo ganho os primeiros empregos em órgãos públicos, sempre por indicação familiar. Já teve carteirinha de “puliça” em Minas (sem nunca ter sido policial pra valer). Ganhou rádios de presente, tem irmã pra cuidar das verbas públicas de comunicação, e tem a mania odiosa de perseguir jornalistas.

Mas não é só isso. Aécio é aquele tipo de rapaz que toma umas e outras e não para em blitz. É o tipo de garotão tardio, que gosta da noite e da farra, mas na hora de se apresentar em público cria a imagem hipócrita de um “bom pai de família”.

O PSDB de Serra centrava o debate em aspectos econômicos e políticos (apesar de ter resvalado, algumas vezes, para o terreno religioso – com aborto e outra sujeiras). Já o PSDB de Aécio aposta no “homem de bem” para “limpar” o Brasil.

Se a ideia dos tucanos era essa, parecem ter escolhido o candidato errado.

Homem “de bem” não levanta o dedo e a voz para mulheres, com a arrogância de Aécio (leia aqui o texto que mostra porque as mulheres rejeitam Aécio)

Homem “de bem” não insufla seus seguidores, berrando que vai “libertar o Brasil do PT”.

Embalado nessa onda, em São Paulo e no sul surge um lamentável discurso contra “pobres”, “favelados”, “nordestinos” – toda essa “raça” que “gosta de votar no PT”.

A soma do ódio com a arrogância elitista desemboca agora num ensaio golpista.

A oposição brasileira prepara um discurso muito parecido ao discurso da oposição venezuelana: “acabou”, “fora”, “não aguentamos mais”. Não é um discurso de quem pretenda conviver dentro da ordem democrática. Mas de quem flerta com o golpe e a desestabilização.

Essa elite perversa tentou envergonhar o Brasil na Copa. Perdeu!

Tentou incendiar o Brasil nas eleições. Vai perder!

Mas os que a derrotam – com energia nas ruas, e com a força dos bons argumentos nas redes sociais – terão que mostrar ainda mais maturidade para enfrentar o que vem depois de outubro.

A Casa-Grande, com seus aécios, lobões e pequenos militantes do preconceito, prepara-se para novos ataques.

Envolvidos pela baba do ódio, eles se tornam mais asquerosos e mais perigosos. E por isso é ainda mais importante que sejam isolados, e derrotados.

É preciso estabelecer pontes e diálogo. Nem todo eleitor de Aécio é preconceituoso. Ouso dizer que a maioria não é.

Mas o núcleo duro do tucanato e da oposição aposta no ódio.

A política brasileira vai entrar em nova fase. Não há mais espaço para consensos produzidos apenas nos bastidores. O ódio na rua e nas redes precisa ser barrado com debate, política, ação, disputa simbólica permanente.

A onda conservadora será derrotada nas urnas.

Precisamos agora derrotá-la também na sociedade.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Dilma abre vantagem de seis pontos no Datafolha e oito no Ibope



 Do Potal Vermelho


Os institutos Datafolha e Ibope divulgaram nesta quinta-feira (23) pesquisas que mostram que a presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição, aumentou a vantagem sobre o adversário tucano Aécio Neves, ficando isoladamente na frente em ambos os levantamentos.


  
Na pesquisa Datafolha, Dilma tem 53% das intenções de votos válidos, enquanto Aécio Neves ficou com 47%. Com a margem de erro dois pontos percentuais para mais ou para menos, Dilma está na dianteira fora do empate técnico, com seis pontos de vantagem.

Nas quatro pesquisas anteriores do Datafolha, a situação sempre foi de empate técnico, sendo nas duas primeiras, com o tucano numericamente à frente (ambas por 51% a 49%). Nas duas últimas, a candidata reverteu o quadro e passou a ficar numericamente à frente, com 52% contra 48%.

Em votos totais, Dilma alcança 48%, Aécio atinge 42%. Brancos e nulos somam 5%. Outros 5% dizem não saber em quem votar.

Também subiu a avaliação do governo Dilma no Datafolha, passando de 42% para 44%, sendo o melhor patamar desde junho de 2013.

Votar em Aécio: “de jeito nenhum”

Por outro lado, aumentou a rejeição ao candidato tucano. A pesquisa mostra que 41% dos eleitores afirmam que não votam em Aécio “de jeito nenhum”. Em duas semanas, a rejeição dele, que era de 34%, subiu sete pontos. A taxa de rejeição de Dilma, por sua vez, caiu seis pontos e agora é de 37%.

O Datafolha ouviu 9.910 pessoas na quarta (22) e nesta quinta (23), por encomenda da Rede Globo.

Na pesquisa Ibope, Dilma também está na frente isoladamente, enquanto o tucano perde cinco pontos em uma semana. A candidata à reeleição tem 54% dos votos válidos contra 46% do candidato tucano, abrindo uma diferença de oito pontos de vantagem.

Nos votos totais, Dilma tem 49% contra 41% do tucano. Há 3% de indecisos e 7% de eleitores que pretendem anular ou votar em branco.

Em comparação à pesquisa anterior do Ibope, Dilma cresceu seis pontos nos votos totais (43% para 49%), enquanto Aécio perdeu quatro pontos (45% para 41%). A diferença de dois pontos veio dos indecisos, que eram 5% e agora são 3%. Não mudou a taxa de brancos e nulos.

Entre os votos válidos, Dilma cresceu de 49% para 54%, enquanto Aécio caiu de 51% para 46%.

A pesquisa mostra também o aumento da rejeição ao tucano, que passou de 35% para 42% do eleitorado. Já Dilma manteve 36%.

Também dá Dilma na resposta espontânea

Na resposta espontânea de intenção de voto, na qual o eleitor diz em quem vai votar sem ver a cartela circular com os nomes dos candidatos, Dilma tem 47% e Aécio, 39%. Brancos e nulos somam 7% e 6% de indecisos.

A pesquisa foi feita entre segunda (20) e quarta-feira (22) com 3.010 eleitores em 203 municípios de todas as regiões do país.

Com informações de agências

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Jornal afasta colunista que sugeriu "trancar as domésticas no dia da eleição"


Do Pragmatismo Político


Colunista que ataca pobres e nordestinos é afastado de jornal. Ao defender voto contra Dilma no próximo domingo, Anderson Magalhães sugeriu que "tranquemos em casa nossas empregadas" e não deixemos que os porteiros saiam dos prédios

colunista anderson magalhães pobre dilma
Anderson Magalhães, colunista ‘anti-pobre e anti-nordestino’, é afastado de jornal (Fotos: Eduardo Romano)
O colunista social Anderson Magalhães foi afastado do jornal O Diário de Mogi, do município de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, depois de ter publicado uma coluna defendendo voto contra o PT e ofendendo nordestinos, pobres e empregadas domésticas na edição nº 15 da revista Actual Magazine, que circula na região.
Em seu texto, intitulado “Desespero”, ele prega voto contra o PT no próximo domingo 26, sugere “trancar nossas ‘secretárias do lar’ em casa, interditar as casas de forró e proibir os porteiros de saírem dos prédios”. Defende que Salvador viva apenas do que produz: dendê, cocada e Luiz Caldas. E que os pernambucanos sejam sustentados apenas de R$ 97 do Bolsa Família e dos direitos autorais de “Morena Tropicana”, música de Alceu Valença.
O colunista idealiza ainda que os estados nordestinos de Alagoas, Piauí e Maranhão fiquem de fora do cenário eleitoral “por falta de fórum privilegiado” e que o voto desses estados só seja validado caso a população formule “uma frase inteira sem erros de concordância e com todos os plurais”. Esquece, porém, de colocar plural em uma frase da própria coluna, quando pede que “Dilma e sua corja perca seus votos” – quando o correto seria “percam”.
Depois da publicação da coluna, Magalhães publicou em suas redes sociais que havia sido “mal interpretado” e que sua intenção era apenas a de ser “irônico”. Em nota, o jornal afirma que “discorda totalmente das opiniões emitidas pelo colunista”, informa não ter responsabilidade pelo conteúdo veiculado na revista e diz que Anderson Magalhães “não é mais colunista deste jornal”, onde assinava a coluna “Beatz”.
Em artigo anterior, também na Actual Magazine, o colunista já havia manifestado seu mal estar com os brasileiros que passaram a andar de avião. “E tudo isso começou quando Lula e sua equipe — todos muito acostumados a andar de ônibus desde os tempos de calango — chegaram ao poder”, escreve, saudosista: “Foi-se o tempo que bastava apenas chegar ao guichê, comprar a passagem e embarcar…”. O cenário atual, para ele, é um terror: “Hoje é gente brotando dos ralos e carregando aquelas sacolas plásticas lotadas de cacarecos comprados em camelô e nos mercados de genéricos. O Brasil virou uma grande loja de R$ 1,99. Pelo menos é o que eu vejo nos aeroportos”
Brasil 247
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terça-feira, 21 de outubro de 2014

Apoiando Aécio: Bancada da bala pode ajudar a reduzir maioridade

Reprodução / Facebook
Bancada da bala 2015
Fraga (DEM-DF), Delegado Waldir (PSDB-GO), Jair Bolsonaro (PP-RJ), Delegado Eder Mauro (PSD-PA) e Moroni Torgan (DEM-CE) foram os mais votados nos seus estados
Botão Eleições 2014Do Carta Capital


Se ganhar a eleição presidencial, no próximo dia 26 de outubro, o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, terá condições favoráveis para conseguir a aprovar a redução da maioridade penal. Além de o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), seu vice, ser autor de um projeto que pune menores de idade como adultos em caso de crimes hediondos, a Câmera dos Deputados vai ser composta, a partir de 2015, por uma “bancada da bala” de 21 deputados federais, segundo levantamento da reportagem de CartaCapital.
A maior parte dos integrantes da bancada é ou foi policial civil, militar e federal originalmente e tem como principal bandeira de campanha endurecer as penas contra os adolescentes que cometem atos infracionais graves. Cinco deles são ainda os mais votados em seus respectivos estados – Ceará, Distrito Federal, Goiás, Pará e Rio de Janeiro--, o que significa que contam com o apoio de uma parcela considerável da população para conseguir a aprovação de tal medida. Para se ter uma ideia, de acordo com pesquisa feita entre o instituto Vox Populi e a revista CartaCapital de 2013, 89% dos brasileiros acreditam que o País deve obrigar, por lei, jovens infratores a responder criminalmente como adulto a partir dos 16 anos de idade.
Do total de 21 deputados que devem formar a bancada no ano que vem, 18 têm carreira em algum tipo de força policial e apenas sete já estavam na Câmara e foram reeleitos. Os outros 14 nomes não foram deputados federais nos últimos quatros anos ou são novos na vida política. É o caso do Delegado Waldir, o campeão de votos em Goiás. Durante a campanha, ele usava seu número na urna (4500) para espalhar um slogan que remete à prisão. “45 do calibre, 00 da algema”. Apesar de integrante da Polícia Civil, ele defende que os menores autores de atos infracionais recebam pena “militarizada”.
“Hoje temos uma minoria de adolescente que aos 13 anos já rouba, mata, estupra e não tem acontecido nada. Sou a favor da redução da maioridade, mas antes da aprovação dessa lei precisamos da criação de novos presídios juvenis, separados por idade: 13 anos com 13 anos, 14 anos com 14 anos, e pela natureza de crime, roubo, tráfico, homicídio, e que esse adolescente tenha um sistema que eu diria militarizado”, defendeu. “Colocar ele pra acordar cedo de segunda a sábado, exercitar o corpo e a mente, além de trabalhar e fazer um curso profissionalizante. Domingo [será dia de] artes culturais e esportivas, religião e hino nacional. Vamos ver se esses adolescentes não serão recuperados”.
Assim como o próprio delegado Waldir admite, os atos infracionais cometidos por adolescentes representam uma “minoria” se comparado ao universo de crimes comuns no Brasil. Segundo o Ministério da Justiça, os menores de 16 a 18 anos são responsáveis por 0,9% do total dos crimes praticados no País. Se considerados apenas homicídios e tentativas de homicídio, o percentual cai para 0,5%.
Ainda assim, o discurso de repressão parece convencer mais do que os dados. No Pará, o candidato a deputado federal mais votado foi o delegado Éder Mauro (PSD). Policial civil, ele fez campanha prometendo dar basta “aos vagabundos”. Segundo o jornal O Globo, o policial foi denunciado por crime de tortura contra um pai e uma filha, de 10 anos. A Justiça entendeu que a criança sofreu ameaça, mas o processo prescreveu e o caso foi arquivado. A denúncia relacionada ao adulto continua sob investigação.
Rio de Janeiro e Ceará também votaram em peso em, respectivamente, um militar e um policial. No estado fluminense, o primeiro lugar na disputa por uma vaga na Câmara Federal foi de Jair Bolsonaro (PP). O Capitão da Reserva do Exército ainda conseguiu emplacar o filho e escrivão da PF, Eduardo Bolsonaro (PSC), em São Paulo. Assim como o pai, ele defende que é preciso aprovar penas mais duras para adolescentes urgentemente.
“Nova bancada preocupada com a segurança na Câmara dos Deputados dará prioridade para redução da maioridade penal, reforma do sistema prisional, valorização das Forças de Segurança e outros assuntos relacionados ao tema”, publicou nas redes sociais dois dias após ser eleito e já em nome da bancada. Entre os cearenses, o preferido foi Moroni Torgan (DEM). Policial federal e membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, ele já foi eleito deputado federal outras vezes. Mas, neste pleito, focou na redução da maioridade penal e em propostas de combate às drogas. Torgan une sua religião e profissão no combate ao crime.
No Distrito Federal, dois dos oito deputados eleitos são policiais: o campeão de votos foi Alberto Fraga (DEM), ex-deputado que foi tenente-coronel da Polícia Militar. O oitavo colocado foi Laerte Bessa (PR), delegado aposentado da Polícia Civil. Fraga afirmou que pretende criar uma Frente Parlamentar para discutir a redução da maioridade penal. “A maior bandeira minha com relação à segurança pública é acabar com essa impunidade do menor, que tem aumentado a cada dia a participação de menores em crimes no Brasil. Vou lutar por essa questão da maioridade penal e atacar as questões do sistema prisional, que precisa ser reformulado e atualizado”, afirmou.
A chamada Frente Parlamentar da Redução da Maioridade Penal já foi aberta e registrada em setembro de 2013. O coordenador do grupo até então era outro deputado federal da bancada da bala que se reelegeu: Fernando Francischini (SD-PR), também delegado da PF. “Chegou a hora de falar sobre isso. A sociedade cobra do Legislativo um posicionamento sobre o assunto, que toma proporções cada vez maiores. São muitas as proposições que tramitam no Congresso Nacional, mas está faltando discutir o tema, ponderar posições”, explicou na ocasião.


Bancada da bala pode ajudar a reduzir maioridade

Em 2015, Câmara terá pelo menos 21 deputados ligados à segurança e que defendem mais punição a menores
Representação policial e conservadorismo
Policial militar na Bahia e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o tenente Danillo Ferreira vê como um avanço da democracia que policiais sejam eleitos para o Congresso, por representarem uma classe pouco assistida politicamente. “É um avanço democrático policiais passaram a entender que é preciso eles terem representantes legítimos”, explicou. “Nesse sentido, as candidaturas trabalhistas de esquerda não se ocupam com as questões dos policiais, falham ao não olhar para os policiais e isso é preconceito”, complementou.
Na opinião de Ferreira, entretanto, a pauta de endurecimento de penas contra menores de idade é “demagógica” e reflexo do conservadorismo da sociedade brasileira. “Esses policias que levantam essa bandeira obtêm lastro em grande parte dessa população amedrontada que endossa esse discurso. É um discurso demagógico”, criticou. “Às vezes, ainda me sinto no conto ‘O Alienista’, de Machado de Assis, no qual vamos internando, prendendo, enclausurando, a ponto de não sabermos mais qual dos lados é a prisão e qual é a liberdade. Propor mais encarceramento é extremamente irracional e não condiz com os números e a eficácia do nosso sistema prisional. Nós temos um problema seríssimo de formação familiar”.
Ainda que este seja uma das principais bandeiras do PSDB, apoiada por boa parte da população brasileira, a redução da maioridade penal é motivo de discordância até do ponto de vista jurídico. Na visão de alguns especialistas e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, estabelecer penas para menos de 18 anos seria inconstitucional por contrariar uma cláusula pétrea da Constituição, aqueles dispositivos que não podem ser modificados.
"Qualquer projeto que reduza a maioridade penal nos termos do que está hoje consagrado na Constituição Federal é inconstitucional, porque todos os direitos e garantias individuais consagrados na Constituição são cláusulas pétreas, ou seja, não podem ser modificados nem por emenda constitucional, (...) apenas com uma nova Constituição", disse no ano passado, em um dos auges do assunto.
Outro ponto de contradição dessa proposta é que ela fere um acordo internacional que o Brasil se comprometeu a cumprir. O País é signatário da Convenção Internacional dos Direitos da Criança e do Adolescente das Nações Unidas. Isso quer dizer que temos o compromisso de oferecer tratamento penal diferenciado a todos os menores de 18 anos, com recolhimento em unidades de ressocialização. Assim como acontece em países como Argentina, França, Espanha, China, Suíça, Noruega e Uruguai.

http://www.cartacapital.com.br/politica/bancada-da-bala-pode-ajudar-aecio-a-aprovar-reducao-da-maioridade-penal-822.html

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Datafolha: Dilma ultrapassa Aécio pela 1ª vez no segundo turno


DO SITE PRAGMATISMO POLÍTICO


Dilma Rousseff ultrapassa Aécio Neves pela primeira vez, revela pesquisa Datafolha para a eleição presidencial. A atual presidente tem 52% dos votos válidos, contra 48% do candidato tucano

dilma aécio pesquisa datafolha
Datafolha: Dilma está numericamente a frente de Aécio Neves, mas ainda há empate dentro da margem de erro
O instituto Datafolha divulgou nesta segunda-feira (20) a sua mais nova pesquisa para a disputa do segundo turno da eleição presidencial. De acordo com o levantamento, Dilma Rousseff (PT) aparece com 46% e Aécio Neves (PSDB) tem 43% dos votos totais. Brancos e nulos são 5% e 6% estão indecisos.
Em votos válidos, quando são descartados brancos, nulos e indecisos, Dilma está com 52% e Aécio soma 48%. Em relação ao levantamento anterior, a atual presidente cresceu três pontos percentuais, enquanto o candidato tucano oscilou dois pontos para baixo. O procedimento dos votos válidos é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição.
Essa é a primeira vez que a candidata petista aparece à frente do presidenciável tucano em um levantamento do Datafolha neste segundo turno.

REJEIÇÃO

Também pela primeira vez, Aécio Neves aparece na condição de candidato mais rejeitado pelos eleitores. O tucano tem 40% de rejeição, contra 39% de Dilma.

VOTO CERTO

Em relação à taxa de convicção, 45% (eram 42%) afirmam que votariam com certeza em Dilma Rousseff; os eleitores que garantem voto certo em Aécio Neves são 41% (eram 42%).

AVALIAÇÃO DE GOVERNO

O governo Dilma é considerado bom/ótimo por 42%, um crescimento de dois pontos em comparação ao último levantamento. Os que consideram o governo regular são 37% e os que desaprovam são 20%.
O Datafolha ouviu 4.389 eleitores no dias 20 de outubro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.
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Vira-vira: Pesquisa CNT/MDA mostra que Dilma com 50,5% e Aécio com 49,5% das intenções de voto Petista tem vantagem, mas candidatos continuam tecnicamente empatados

Reuters
Candidatos deixam ataques pessoais de lado a menos de uma semana das eleições, que acontecem no próximo dia 26Eduardo Enomoto/19.10.2014/R7
A primeira pesquisa CNT/MDA divulgada após a votação do primeiro turno da eleição presidencial mostrou a candidata Dilma Rousseff (PT) com 50,5% dos votos válidos, contra 49,5% de Aécio. Apesar da vantagem numérica da petista, ambos estão tecnicamente empatados dentro da margem de erro.
Segundo a pesquisa, divulgada nesta segunda-feira (20), Dilma tem 45,5% das intenções de votos gerais, enquanto o candidato do PSDB, Aécio Neves, aparece com 44,5%. A margem de erro da pesquisa, realizada nos dias 18 e 19 de outubro, é de 2,2 pontos percentuais.
A pesquisa ouviu 2.002 pessoas, em 137 municípios de cinco regiões do País nos dias 18 e 19Debate
Os presidenciáveis se encontraram no último domingo (19) em debate produzido pela TV Record e apresentaram uma postura menos agressiva nas acusações. Ambos evitaram os ataques pessoais usados nos últimos encontros e privilegiaram as propostas de governo.

Zelia Duncan declara apoio a Dilma e condena ódio nas redes sociais

Zelia Duncan declara apoio a Dilma e condena ódio nas redes sociais http://goo.gl/CW5xtN A profusão de manifestações fascistas nas redes sociais escandalizou a cantora, que foi ao Facebook externar sua indignação contra “repressores, racistas e homofóbicos” que “exercitam na internet seu orgulho patético”; a artista, que como o ator e poeta Gregório Duvivier declarou seu voto em Dilma Rousseff, diz de que a intimidação e o deboche estão longe de ser argumentos, sempre resultaram em guerras e sofrimento e que escolher é difícil, mas que ao mesmo tempo é maravilhoso poder ter escolhas