sábado, 10 de dezembro de 2016

Silvio Santos veta nome de reacionária Hebe e de general da ditadura em museu



Silvio Santos fez uma série de proibições em sua exposição no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo. O Homem do Baú vetou alguns nomes de aparecerem em uma calçada de fama na entrada do museu. Hebe Camargo entrou para a lista.
Homem do Baú fez lista de proibições em exposição© SBT Homem do Baú fez lista de proibições em exposição
O apresentador justificou que não era tão próximo da ‘gracinha’ e que ela não teve importância em sua trajetória, segundo o colunista Maurício Stycer.
O dono do SBT também impediu a presença do nome do general João Figueiredo. Silvio alegou que só tinha contato com a esposa do militar, Dulce Figueiredo.
Entre os nomes aprovados estavam Manoel da Nóbrega, Luciano Calegari, Roque, Lombardi, Jassa, Guilherme Stoliar e Carlos Alberto de Nóbrega.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Quem quer aposentadoria aos 65 anos nunca cortou cana ou carregou cimento

Quem quer aposentadoria aos 65 anos nunca cortou cana ou carregou cimento

Leonardo Sakamoto
 I
Normalmente quem defende a imposição da idade mínima de 65 anos para aposentadoria somos nós, jornalistas, cientistas sociais, economistas, administradores públicos e privados, advogados, políticos.
Afinal de contas, o que são 65 anos para nós, que trabalhamos em atividades que nos exigem muito mais intelectualmente?
Diante da incapacidade de se colocar no lugar do outro, do trabalhador e da trabalhadora que dependem de sua força física para ganhar o pão, no campo e na cidade, esquecemos que seus corpos se degradam a uma velocidade muito maior que a dos nossos.
Ou seja, a menos que tenham tirado a sorte grande na loteria da vida, eles tendem a ter uma vida mais curta (e sofrida) que a nossa. No Maranhão, a média da expectativa de vida masculina é de 66 anos.
Já fiz esse debate por aqui, mas quero retomá-lo por conta da notícia de que o governo federal quer priorizar as mudanças no INSS entre todas as reformas que pretende tocar.
''Eu pessoalmente, e penso que falo em nome do presidente Temer, penso que nós não devemos nesse momento trazer para um debate mais amplo nenhum tema que não seja a reforma fiscal e a reforma da Previdência'', afirmou o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, nesta segunda (12). ''Penso que nós vamos centrar fogo neste momento até nós conseguirmos aprovar essas duas reformas, que são fundamentais para o Brasil.''
Você que está, neste momento, fazendo mimimi para isso, provavelmente não costuma carregar sacos de cimento nas costas durante toda uma jornada de trabalho, cortar mais de 12 toneladas de cana de açúcar diariamente, queimar-se ao produzir carradas de carvão vegetal para abastecer siderúrgicas e limpar pastos ou colher frutas sob um sol escaldante.
Carvoaria em Minas Gerais. Foto: João Roberto Ripper
Carvoaria em Minas Gerais. Foto: João Roberto Ripper
Ou, se teve uma vida com essas provações e, mesmo assim, concorda com os doutores que defendem essa mudança em nome dos cofres públicos, achando que ''quem quer se aposentar antes dos 65 é vagabundo'', parabéns. Você consegue, como ninguém, exercer o papel de cão de guarda do capital alheio.
Aos 14 anos, muitos desses trabalhadores já estavam na luta e nem sempre apenas como aprendizes, como manda a lei. Às vezes, começaram no batente até antes, aos 12, dez ou menos. Afinal, no Brasil, acredita-se que o ''trabalho molda o caráter da criança''.
Os sábios que estão discutindo no Ministério da Fazenda a questão da imposição da idade mínima como requisito, além, é claro, do tempo de contribuição e/ou de serviço, deveriam ter que explicar a proposta, cara a cara, para um grupo de cortadores de cana ou de pedreiros.
Sem meias palavras, sem enganações. Se sair inteiro de lá, pode tocar.
O ideal seria, antes de fazer uma Reforma da Previdência Social, garantirmos a qualidade do trabalho no Brasil, melhorando o salário e a formação de quem vende sua força física, proporcionando a eles e elas qualidade de vida – seja através do desenvolvimento da tecnologia, seja através da adoção de limites mais rigorosos para a exploração do trabalho. O que tende a aumentar, é claro, a produtividade.
Mas como isso está longe de acontecer (basta ver a ''vida'' dos empregados de frigoríficos em todo o país, que são aposentados por invalidez aos 30 e poucos anos por sequelas deixadas pelo serviço), a discussão talvez passe por um regime diferenciado para determinadas categorias. E, mesmo assim, não será simples, pois em algumas delas os profissionais são levados aos limites e aposentados por danos psicológicos – ou chegam aos 60 sem condições de desfrutar o merecido descanso.
Há milhões de pessoas, fundamentais para o crescimento do país, que se esfolam a vida inteira e não devem ser deixadas na beira da estrada quando deixarem a população economicamente ativa.
Infelizmente, o governo federal acha que o Brasil é um grande escritório com ar condicionado.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

PCdoB celebrará centenário da Revolução Russa defendendo a democracia


Em 2017 o PCdoB (Partido Comunista do Brasil) comemora seus 95 anos de existência, e ao mesmo tempo celebra os 100 anos da Revolução Russa, que inaugurou a era do socialismo. Em documento emitido neste domingo (4) depois de reunir seus membros do Comitê Central, o partido aborda estes dois temas.
Imagem da Revolução Russa
As atividades de comemoração tanto dos 100 anos da Revolução Russa quanto dos 95 anos do PCdoB exigem grandes esforços de planejamento, que devem ser iniciados desde já
Para comemorar estas datas históricas importantes, o PCdoB reafirmará seu papel em defesa da democracia, do pluralismo político e partidário. Junto a outras forças políticas defenderá uma reforma política que amplie a democracia, a participação do povo e assegure o direito de representação parlamentar das diferentes correntes políticas e ideológicas. Ao mesmo tempo, reafirmará o seu Programa Socialista como alternativo para o desenvolvimento do Brasil. E saudará a Revolução de Outubro.

Leia a nota na íntegra:

Comemorar os 100 anos da Revolução Russa e os 95 anos do PCdoB
Em 2017 o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) comemora 95 anos de existência quando, no mesmo ano, se enaltecem os 100 anos da Revolução Russa, que inaugurou a era do socialismo. Pela primeira vez os trabalhadores chegaram ao poder e iniciaram a abertura do caminho para uma nova sociedade. Os ecos daquele acontecimento percorreram quase todo o século 20, uma torrente de mudanças revolucionárias que chegou a vastas regiões da Terra. O PCdoB também é filho dessa epopeia revolucionária e expressou, nesses 95 anos, o ideal de uma nova sociedade socialista, intervindo, de diferentes formas, no processo histórico brasileiro, sempre erguendo as bandeiras da democracia, da soberania nacional e dos direitos dos trabalhadores e dos povos. Superando duras vicissitudes, os comunistas brasileiros marcaram as lutas populares no país, referenciados nos legados das experiências socialistas iniciadas na Rússia.

O surgimento do socialismo em 1917, portanto, fez com que no Brasil e no mundo o progresso social avançasse, assumindo formas variadas conforme o tempo e a região. Foi, sem dúvida, o acontecimento mais importante do século 20 ao traçar um fio vermelho que percorreu cerca de oito décadas da história mundial e alimentou a esperança de um futuro melhor, sem opressões, explorações e misérias. Destaca-se de seu legado à humanidade, o papel decisivo na derrota do nazi-fascimo. Há, evidentemente, muitos aspectos nessa história que precisam ser avaliados com rigor crítico, e deficiências que certamente serão amplificadas pela máquina midiática do capitalismo em sua reiterada diatribe anticomunista. Como se sabe, a memória histórica é um dos terrenos fundamentais nos quais se desenvolve a luta ideológica de classe.

Pode-se dizer que o PCdoB tem feito esse exame com critérios rigorosos. Desde a débâcle soviética, que criou uma situação bastante desfavorável para as forças socialistas e revolucionárias, temos realizado esforços de compreensão do sentido profundamente contrarrevolucionário dessa derrota e de suas consequências para a humanidade. Concluímos que o mais efetivo resultado da débâcle é a ofensiva, em toda a linha, do imperialismo – particularmente o estadunidense –, recrudescida desde a última década do século 20. Às portas do novo século, os ideólogos da "nova ordem mundial" advogaram o fim da história e a morte, a caducidade do marxismo e a impossibilidade de novas revoluções proletárias.

A contrarrevolução neoliberal triunfou, nessa quadra da história, sobre seus adversários históricos: os comunistas, os socialistas e demais forças progressistas. Um dos sinais mais evidentes desta derrota foi o rápido deslocamento à direita de boa parte dessas forças políticas, que abandonaram suas tradições, seus símbolos e programas, rejeitando em bloco a rica tradição do movimento comunista e revolucionário internacional. O PCdoB, pelo contrário, considera que a experiência soviética, apesar dos erros, cumpriu papel positivo na história, com rico legado à humanidade. Buscamos tirar lições e e lutamos por uma nova luta pelo socialismo, mais do que necessário diante do agravamento da crise do capitalismo.

O mundo entrou no século 21 mais desigual e mais injusto. Não tardou para que a globalização neoliberal, regida pelo rentismo, conhecesse crises cada vez maiores e de efeitos futuros incalculáveis. A atual política expansionista do capitalismo não podia abrir mão dos seus velhos métodos e receitas: lançar o ônus da crise sobre os ombros dos trabalhadores e dos povos e empreender provocações militares e guerras de conquista. Provocou, igualmente, um complexo processo de degeneração ideológica, com o crescimento de correntes de extrema-direita e de ideias fascistas, expressões de reacionarismo que estavam na defensiva desde a vitória soviética sobre o nazismo. Eis o cenário no qual o centenário da Revolução Russa será comemorado.

No Brasil, os efeitos da crise se traduzem numa ofensiva das forças conservadoras, agravada pelo golpe de Estado jurídico-parlamentar que destituiu a presidenta Dilma Rousseff. Inaugurou-se um novo ciclo político em que as classes dominantes desencadeiam um processo de desmonte da democracia, dos direitos sociais e da soberania nacional. Um período em que se busca desmoralizar e criminalizar a militância de esquerda, no qual a própria atuação institucional-parlamentar do PCdoB, conquistada em 1985, está ameaçada por uma reforma política antidemocrática.

O PCdoB comemorará seus 95 anos defendendo a democracia em nosso país, o pluralismo político e partidário, se opondo, em conjunto com outras forças progressistas, à tentativa dos conservadores de transformar o Congresso Nacional, e demais casas legislativas, em espaços reservados unicamente a algumas legendas, em sua maioria reacionárias. Defenderá uma reforma política que amplie a democracia, a participação do povo e assegure o direito de representação parlamentar das diferentes correntes políticas e ideológicas. Ao mesmo tempo, reafirmará o seu Programa Socialista como alternativo para o desenvolvimento do Brasil. E saudará, como já dito, a Revolução de Outubro.

O PCdoB conclama sua militância a se envolver na preparação das comemorações do centenário da Revolução Russa, enfrentando o discurso conservador e mesmo os equívocos de correntes anticomunistas de esquerda. No ano próximo, na cidade de São Paulo, o Comitê Central e a Fundação Maurício Grabois (FMG) promoverão um seminário tratando do legado e das lições da Revolução. Durante a realização do nosso 14º Congresso Nacional, previsto para novembro, serão realizadas novas homenagens. Ao longo do primeiro semestre a FMG lançará livros sobre o tema e a imprensa partidária deverá publicar artigos, notícias e ensaios.

No centro das atividades devem estar a denúncia do caráter anticivilizatório do capitalismo, a reafirmação do papel da Revolução e a atualidade da luta pelo socialismo. São atividades que devem ser realizadas por iniciativas do Partido ou em parcerias com organizações democráticas, populares e, especialmente, universidades. Devemos incentivar a realização de debates, seminários, exposições fotográficas, exibições de filmes e edição de publicações. Esse esforço, pela importância da data, não deve ficar restrito aos eventos nacionais.

Para a comemoração do aniversário do PCdoB haverá um ato nacional centralizado, mas todos os comitês partidários devem realizar atividades em todo o país, com a participação das forças do campo democrático. As atividades de comemoração tanto dos 100 anos da Revolução Russa quanto dos 95 anos do PCdoB exigem grandes esforços de planejamento, que devem ser iniciados desde já.


Do Portal Vermelho

Comunistas lançarão candidato à presidente em 2018: Uma grande novidade

Haroldo Lima: Uma grande novidade

Do Portal Vermelho

Reprodução
  
Os que sonham com um futuro novo para nosso país enchem-se de esperança, porque o partido dos comunistas levará para sua candidatura à presidência da República uma bagagem histórica monumental.

Quando foi fundado, em 1922, em Niterói, abraçado com a idéia do socialismo, as forças dominantes do Brasil não permitiram que o Partido se legalizasse. Quando a legalidade foi conseguida, em 1927, foi por um breve período.

Pelos meados de 1930, o Partido incorpora uma liderança que já era lendária, Luis Carlos Prestes, o "Cavaleiro da Esperança", do romance de Jorge Amado. E se integra em batalhas políticas numerosas. Acertou muitas vezes, errou outras tantas.

Derrotado o fascismo na II Guerra Mundial, com a participação extraordinária dos comunistas do mundo inteiro, principalmente da União Soviética, não havia como manter os comunistas brasileiros na ilegalidade. Ao sair das catacumbas, o Partido vai às eleições de 1946, elege 14 deputados federais e um senador, Prestes, com votação espetacular.

Campanhas diversas se sucedem, como a d' "O petróleo é nosso", liderada pelo general Felicíssimo Cardoso, que se definia como "general e comunista", e que levou à criação da Petrobras. Passa-se pelo governo de Jango e chega-se à ditadura de 1964.

Aí o Partido aprofunda sua clandestinidade para resistir. Convicto de que todos os canais de atuação política estavam fechados, organiza a guerrilha do Araguaia.

Derrotada a guerrilha, reexamina o quadro político, vê a ditadura desgastada e centra sua atividade na luta por anistia, revogação de atos e leis de exceção e por uma constituinte livremente eleita.

Na eleição de 1982, depois da anistia, o Partido elege alguns deputados na legenda do Dr. Ulisses, o PMDB. Vem a campanha das Diretas Já, de cuja direção o Partido participa.

Inviabilizada as Diretas, houve momentâneo impasse. Articula-se o grupo "Só Diretas" e o PT anuncia que não irá ao Colégio Eleitoral. Há dúvidas e incertezas na esquerda.

Foi quando o Partido se levanta, pela voz de João Amazonas, o homem do Araguaia, que em memoráveis reuniões em Brasília assevera: para derrubar a ditadura fomos ao Araguaia e não conseguimos derrubá-la; demos tudo pelas Diretas Já e perdemos; mas agora a ditadura está cambaleante; com um nome de prestígio, comprometido com a democracia, podemos ir ao Colégio Eleitoral, derrotar o candidato do regime, fechar o Colégio e por fim à ditadura. O "Só Diretas" se desfez. O Amazonas foi a Belo Horizonte ajudar a convencer ao Tancredo da correção dessa luta. E assim a ditadura terminou.

Novos ares, o Partido se legaliza e cresce no cenário nacional e nos movimentos sociais.

Apóia os governos de Lula e de Dilma e dá força para as políticas públicas então implantadas, que permitiram uma inclusão social até então desconhecida no Brasil. Participa desses governos, dando contribuições substanciais na Articulação Política, no Esporte, na Ciência e Tecnologia, na Defesa, na área energética e na de cinema.

Sua experiência administrativa fez com que Aracaju, sob a gestão comunista de Edivaldo Nogueira, recebesse o título de "Cidade com melhor qualidade de vida" do país, e Juazeiro da Bahia, em 2015, com o prefeito comunista Isaac Carvalho, chegasse a ser a "Cidade com maior geração de empregos" de todo o Nordeste, a segunda do Brasil. O Maranhão, com o governador comunista Flávio Dino, assiste a uma verdadeira revolução de prioridades, de prestação de serviços para a população, de costumes e de probidade.

Ao fim dos governos Lula e Dilma, verificou-se que, ao lado das conquistas sociais, permaneceram problemas estruturais graves. Sobreveio a crise. Um surto de corrupção foi identificado e no seu combate aparece uma manipulação política abusiva que selecionava corruptos a serem presos e outros a serem acobertados. O germe de um Estado de exceção foi surgindo, com setores do Ministério Público, da Polícia Federal, do Judiciário e da grande Mídia.

Parcelas da população foram sendo envolvidas em falsa campanha moralista, que encobria seus verdadeiros desígnios, o de tirar direitos do povo e enfraquecer o aspecto nacional das empresas que aqui operam. No desdobramento dessas invectivas vem o impeachment da Dilma.

O governo de Temer que se segue, não chega a despertar a mais leve esperança. Procura rápido realizar reformas reacionárias neoliberais que sacrificam o povo e engessam o futuro do pais. A insatisfação cresce, mas, segmentos populares, enganados e desnorteados, por vezes assumem a defesa de posições retrógradas, algumas de cunho fascista. Os grupos que participam do Estado de exceção aproveitam-se dessa desorientação para tentar dar legitimidade ao arbítrio, pondo em lei a redução do papel do habeas corpus, a legalização de provas ilícitas, a remuneração de "dedos-duros" e, o que é mais grave, a exclusão dos Juízes e Procuradores do alcance da lei que coíbe abusos, que pode atingir todas as autoridades menos a eles.

Faz-se necessário por um fim a esse governo ilegítimo e permitir ao povo eleger um novo presidente da República.

E aí é que aparece a grande novidade: o PCdoB decide construir uma candidatura própria para essa eleição.

A longa bagagem de lutas acima referida é a origem do fecundo aprendizado que nos dá a convicção de que não há saída para o país fora da defesa firme de um projeto de Nação soberana, desenvolvida e democrática, onde os direitos do povo sejam respeitados.

O escolhido para cumprir a honrosa tarefa de ser o candidato do Partido à presidência sabe que, só com a força dos comunistas, ou de grupos de esquerda, ou de toda a esquerda, ou dos movimentos sociais, não terá condições de ir muito longe. O projeto é de Nação, o que requer a constituição de uma Frente Ampla, com múltiplos setores, de trabalhadores a empresários, de políticos a personalidades sem partido, de intelectuais ao povo em geral.

A pessoa que vier a ser indicada para disputar a presidência da República pelo PCdoB escreverá seu nome como o segundo homem candidato a presidente da República na história do Partido. Porque, em 1946, o Partido já lançara Yedo Fiúza, prefeito de Petrópolis, como seu candidato à presidência. O Partido mal saíra da clandestinidade e Fiúza teve 10% dos votos. Foi considerado um êxito.

A decisão do Comitê Central do Partido de ir construindo uma candidatura à presidência da República lança um raio de esperança em meio ao ambiente conturbado que hoje predomina. Vem ao encontro do anseio de muita gente, que há tempos nos pressionava para que o Partido lançasse um candidato próprio à presidência.

Pois agora o Partido se prepara para lançar o dito candidato. Foi o que deliberou o pleno de seu Comitê Central, na tarde ensolarada de 04 de dezembro, dia em que amplos segmentos da população brasileira homenageiam Santa Bárbara, a mulher turca decapitada por não renegar a sua fé cristã, e também Iansã, a Orixá guerreira, senhora dos ventos e das tempestades, que se relaciona com gente de todas as cores, mas que se veste de vermelho.



Haroldo Lima é membro da Comissão Política Nacional do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)