sábado, 17 de maio de 2014

Presidente do núcleo negro do PSDB é loira


Presidente do núcleo negro do PSDB é loira

Talvez seja preciso instituir cotas para negros dentro do #Tucanafro, que é o núcleo negro do PSDB. A presidente da entidade em Roraima, delegada Candida Bentes, é loira.

É justo que uma pessoa branca abrace a causa racial e também lute, ao lado dos negros, por igualdade de condições e pelo fim da discriminação de cor. Mas parece inusitado que um cargo de liderança para questões raciais seja exercido por uma loira, sobretudo num país repleto de negros, mulatos e mestiços.

A explicação reside no distanciamento histórico do PSDB dos movimentos sociais — movimento negro incluso. Prova disto é que é raríssimo encontrar simpatizantes, filiados, candidatos ou políticos eleitos negros dentro da legenda, até mesmo na Bahia, estado com o maior número de autodeclarados pretos no Brasil.

Fonte: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/05/presidente-nucleo-negro-psdb-e-loira.html

sexta-feira, 16 de maio de 2014

"TV Revolta" ,Conheça o sociopata que está por trás disto

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João Vitor Almeida Lima, sonoplasta barbudo da rede Bandeirantes, é o criador da chamada TV Revolta, que virou notícia pela quantidade de seguidores. Ele tem um canal no YouTube e uma página no Facebook com quase 3 milhões de curtidas em que o que faz é reverberar ódio patológico....continua;


Leia mais e entenda o caso  desse psicopata:


tecle no título;

Por que se fala tanto da “TV Revolta”, fenômeno da pregação de ódio seletivo na internet



Leia, TECLE EM CIMA DOS TÍTULOS

Saindo do armário: Direita, eu? (Parte 2)



VÍDEO : Dilma cantando "beijinho no ombro ' pros recalcados do PSDB

terça-feira, 13 de maio de 2014

Sem papas na língua, Requião manda Globo e Veja pra ‘Puta Que Pariu’


Requião perdeu a paciência com a velha mídia e mandou Veja e Globo para a 'Puta Que Pariu'; pelo Twitter, senador paranaense chamou de “safado” um repórter da Globo que o incluía entre investigados por corrupção; "mando agora o Augusto Nunes da Veja”, registrou no microblog; peemedebista aproveitou para pedir à Câmara que aprove, amanhã, projeto de sua autoria sobre direito de resposta.
Requião perdeu a paciência com a velha mídia e mandou Veja e Globo para a ‘Puta Que Pariu’; pelo Twitter, senador paranaense chamou de “safado” um repórter da Globo que o incluía entre investigados por corrupção; “mando agora o Augusto Nunes da Veja”, registrou no microblog; peemedebista aproveitou para pedir à Câmara que aprove, amanhã, projeto de sua autoria sobre direito de resposta.
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) anda às turras com a Veja e Globo, que tentam colocá-lo no rol de parlamentares processados por corrupção. Redes sociais reverberam nesta terça (13) que o peemedebista mandou repórter da Globo, que o abordou na saída do plenário, para ‘Puta Que Pariu’.
Em setembro do ano passado, do plenário, Requião classificou reportagem d’O Globo como ‘molecagem’ dos filhos de Roberto Marinho — o dono da Globo já morto. A matéria “Embargos infringentes podem beneficiar 84 parlamentares no STF”  incluía o senador na lista dos possíveis “beneficiados” em ações penais que tramitam no Supremo Tribunal Federal.
Em fevereiro deste ano, Requião pediu cessação imediata dos direitos da Globo sobre a GloboSão Paulo, adquirida em processo de deslavada fraude, como comprovado na Justiça. O requerimento destaca as ilegalidades cometidas à época, que prejudicaram 672 acionistas da antiga TV Paulista, hoje TV Globo.
Na semana passada, Requião comemorou vitória judicial contra o jornalista Ricardo Boechat, da Band e da rádio BandNews, condenado a seis meses e 16 dias de prisão por ofendê-lo e caluniá-lo.
“Se nossos deputados federais votarem amanhã o direito de resposta o Brasil porá freio na imprensa marrom”, defendeu Requião, cujo projeto foi aprovado pelo Senado.

domingo, 11 de maio de 2014

“Preconceito contra Bolsa Família é fruto da imensa cultura do desprezo”, diz pesquisadora.



Com Isadora Peron
O Programa Bolsa Família fez 10 anos no domingo, dia 20. Quando foi lançado, no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, atendia 3,6 milhões de famílias, com cerca de R$ 74 mensais, em média. Hoje se estende a 13,8 milhões de famílias e o valor médio do benefício é de R$ 152. No conjunto, beneficia cerca de 50 milhões de brasileiros e é considerado barato por especialistas: custa menos de 0,5% do PIB.
Para avaliar os impactos desse programa a socióloga Walquiria Leão Rego e o filósofo italiano Alessandro Pinzani realizaram um exaustivo trabalho de pesquisa, que se estendeu de 2006 a 2011. Ouviram mais de 150 mulheres beneficiadas pelo programa, localizadas em lugares remotos e frequentemente esquecidos, como o Vale do Jequitinhonha, no interior de Minas.
O resultado da pesquisa está no livro Vozes do Bolsa Família, lançado há pouco. Segundo as conclusões de seus autores, o incômodo e as manifestações contrárias que o programa desperta em alguns setores não têm razões objetivas. Seria resultado do preconceito e de uma cultura de desprezo pelos mais pobres.
Os pesquisadores também rebatem a ideia de que o benefício acomoda as pessoas. “O ser humano é desejante. Eles querem mais da vida como qualquer pessoa”, diz Walquiria, que é professora de Teoria da Cidadania na Unicamp.
Na entrevista abaixo – concedida à repórter Isadora Peron – ela fala desta e de outras conclusões do trabalho.
Como surgiu a ideia da pesquisa?
Quando vimos a dimensão que o programa estava tomando, atendendo milhões de famílias, percebemos que teria impacto na sociedade. Nosso objetivo foi avaliar esse impacto. Uma vez que o programa determina que a titularidade do benefício cabe às mulheres, era preciso conhecê-las. Então resolvemos ouvir mulheres muito pobres, que continuam muito pobres, em regiões tradicionalmente desassistidas pelo Estado, como o Vale do Jequitinhonha, o interior do Maranhão, do Piauí…
E quais foram os impactos que perceberam?
Toda a sociologia do dinheiro mostra que sempre houve muita resistência, inclusive das associações de caridade, em dar dinheiro aos pobres. É mais ou menos aquele discurso: “Eles não sabem gastar, vão comprar bobagem.” Então é melhor que nós, os esclarecidos, façamos uma cesta básica, onde vamos colocar a quantidade certa de proteínas, de carboidratos… Essa resistência em dar dinheiro ao pobres acontecia porque as autoridades intuíam que o dinheiro proporcionaria uma experiência de maior liberdade pessoal. Nós pudemos constatar na prática, a partir das falas das mulheres. Uma ou duas delas até usaram a palavra liberdade. “Eu acho que o Bolsa Família me deu mais liberdade”, disseram. E isso é tão óbvio. Quando você dá uma cesta básica, ou um vale, como gostavam de fazer as instituições de caridade do século 19, você está determinando o que as pessoas vão comer. Não dá chance de pessoas experimentarem coisas. Nenhuma autonomia.
Está dizendo que essas pessoas ganharam liberdade?
Estamos tratando de pessoas muito pobres, muito destituídas, secularmente abandonadas pelo Estado. Quando falamos em mais autonomia, liberdade, independência, estamos nos referindo à situação anterior delas, que era de passar fome. O que significa dizer de uma pessoa que está na linha extrema de pobreza e que continua pobre ganhou mais liberdade? Significa que ganhou espaços maiores de liberdade ao receber o benefício em dinheiro. É muito forte dizer que ganhou independência financeira. Independência financeira temos nós – e olhe lá.
O que essa liberdade significou na prática, no cotidiano das pessoas?
Proporcionou a possibilidade de escolher. Essa gente não conhecia essa experiência. Escolher é um dos fundamentos de qualquer sociedade democrática. Que escolhas elas fazem? Elas descobriram, por exemplo, que podem substituir arroz por macarrão. No Nordeste, em 2006 e 2007, estava na moda o macarrão de pacote. Antes, havia macarrão vendido avulso. O empacotamento dava um outro caráter para o macarrão. Mais valor. Elas puderam experimentar outros sabores, descobriram a salsicha, o iogurte. E aprenderam a fazer cálculos. Uma delas me disse: “Ixe, no começo, gastei tudo na primeira semana”. Depois aprendeu que não podia gastar tudo de uma vez.
A que atribui a resistência de determinados setores da sociedade ao pagamento do benefício?
O Bolsa Família é um programa barato, mas como incomoda a classe média (ela ri). Esse incômodo vem do preconceito.
Fala-se que acomoda os pobres.
Como acomoda? O ser humano é desejante. Eles querem mais da vida, como qualquer pessoa. Quem diz isso falsifica a história. Não há acomodação alguma. Os maridos dessas mulheres normalmente estavam desempregados. Ao perguntar a um deles quando tinha sido a última vez que tinha trabalhado, ele respondeu: “Faz uns dois meses, eu colhi feijão”. Perguntei quanto ele ganhava colhendo feijão. Disse que dependia, que às vezes ganhava 20, 15, 10 reais. Fizemos as contas e vimos que ganhava menos num mês do que o Bolsa Família pagava. Por que ele tem que se sujeitar a isso, praticamente à semiescravidão? Esses estereótipos tem que ser desfeitos no Brasil, para que se tenha uma sociedade mais solidária, mais democrática. É preciso desfazer essa imensa cultura do desprezo.
No livro a senhora diz que essas mulheres veem o benefício como um favor do governo.
Sim, de 70% a 80% ainda veem o Bolsa Família como um favor. Encontramos poucas mulheres que achavam que é um direito. Isso se explica porque temos uma jovem democracia. A cultura dos direitos chegou muito tarde ao Brasil. Imagino que daqui para a frente a ideia de que elas têm direito vai ser mais reforçada. Para isso precisamos, porém, de políticas públicas específicas. Seriam um segundo, um terceiro passo… Os desafios a partir de agora são muito grandes.
Qual é a sua avaliação geral do programa?
Acho que o Bolsa Família foi uma das coisas mais importantes que aconteceram no Brasil nos últimos anos. Tornou visíveis cerca de 50 milhões de pessoas, tornou-os mais cidadãos. Essa talvez seja a maior conquista.
Entre as mulheres que ouviu, alguma foi mais marcante para a senhora?
Uma das mais marcantes foi uma jovem no sertão do Piauí. Ela me disse: “Essa foi a primeira vez que a minha pessoa foi enxergada”. Tinha uma outra, do Vale do Jequitinhonha, que morava num casebre, sozinha com três filhos. Quando começou a contar a história dela, perguntei qual era a sua idade, porque parecia que já tinha vivido muita coisa. Ela respondeu: “29 anos”. E eu: “Mas só 29?” Ela: “Mas, dona, a minha vida é comprida, muito comprida.” Percebi que falar que “a minha vida é muito comprida” é quase sinônimo de “é muito sofrida”.