sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Comunismo: O que é o símbolo da foice e do martelo?



A foice e o martelo é um dos símbolos mais utilizados para representar o movimento socialista e comunista, disseminado principalmente por personalidades como Karl Marx, Friedrich Engels e Vladimir Lênin.


O emblema da foice e do martelo como símbolo da ideologia comunista foi amplamente utilizado nos brazões e bandeiras da URSS - União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, e de suas repúblicas constituintes.

O símbolo da foice e do martelo foi criado durante a Revolução Russa, em 1918, quando os trabalhadores russos, liderados por Lênin, acreditavam que só seria possível a vitória do socialismo com a união das forças entre os camponeses e os operários.

O idealizador do símbolo foi o artista russo Evgueni Kamzolkin, em 1918, que, curiosamente, não era comunista, vinha de uma família bastante rica e era um homem muito religioso. De acordo com algumas interpretações, o símbolo da foice e do martelo teria sido baseado no símbolo da maçonaria, um cinzel e um martelo.

No entanto, para a ideologia comunista, a foice seria o símbolo da força dos camponeses e o martelo dos trabalhadores industriais, assim sendo, a união da foice e do martelo representava a aliança entre os dois tipos de proletariados essenciais para que houvesse a revolução do socialismo e, consequentemente, do comunismo.

Na bandeira da ex União Soviética, o símbolo comunista estava representado com a imagem da foice fundida à do martelo, sobre um fundo vermelho, como se as duas ferramentas estivessem entrelaçadas.

Chega ao fim o Programa Ciência sem Fronteiras


Chega ao fim o Programa Ciência sem Fronteiras





Confirmado recentemente por grandes jornais e agências de notícias, o fim do Programa Ciência Sem Fronteiras é mesmo algo certo e irreversível. Segundo editorial publicado pelo Estadão, um assessor do Ministério da Educação confimou o fim do programa durante uma sabatina no Comitê para os Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas. No ano passado, a Folha de São Paulo já havia revelado que o programa seria congelado e que novas bolsas de estudos não seriam mais concedidas. Em publicação recente, o jornal também confirmou que vários participantes do programa tiveram a bolsa mensal interrompida indefinidamente após parecer negativo da Capes, agência federal que participa do programa.
Segundo o Ministério da Educação, existem atualmente 2.713 alunos de doutorado com bolsa plena do governo federal fora do país, e a especulação entre os estudantes é que o governo estaria cortando bolsas no exterior para reduzir custos, diante da atual crise econômica. No mês passado, o governo interino de Michel Temer, através do Ministério da Educação, finalmente anunciou o fim da concessão de novas bolsas de intercâmbio a alunos graduação, ignorando o parecer favorável da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado, que recomendou a continuidade da oferta de bolsas de estudos para estudantes de graduação.
Para os senadores Cristovam Buarque (PPS/DF), Hélio José (PMDB/DF), Omar Aziz (PSD-AM) e Lasier Martins (PDT/RS), que assinam o documento, “não há dúvidas de que a oportunidade tenha sido bem aproveitada pela maioria dos graduandos contemplados”. Eles recomendam ainda aperfeiçoamento na articulação do programa com outros mecanismos capazes de reverter esses ganhos individuais na formação em retornos concretos para a sociedade, e apontam a necessidade de reequilíbrio na oferta de bolsas para estudantes da graduação e da pós-graduação, com prioridade para a pós, tanto na modalidade plena como na sanduíche. 
Para o deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL/PA) está decisão marca o retrocesso na promoção da consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio internacional.
“Para esse governo, a solução é menos saúde, mais analfabetismo, menos investimento em ciência e tecnologia, menos futuro à nossa juventude e ao nosso país. Tudo isso para garantir mais lucro aos banqueiros transnacionais. Eu que sou crítico do governo Dilma Rousseff, pelas concessões feitas às empresas privadas da área de educação, particularmente, em relação ao ensino superior, advogo, no entanto, que um dos mais importantes programas de todos de tempos na área da educação foi exatamente o Ciência sem Fronteiras”, afirma o deputado do PSOL.
Segundo o Ministro da Educação, Medonça Filho, o fim do Ciência Sem Fronteiras para estudantes de graduação poderá ajudar o governo a destinar verbas para parcelas da população que realmente poderão aproveitar de maneira mais eficaz a experiência de estudar por um ano no exterior. O ministro diz que ouviu relatos sobre estudantes de graduação participantes do programa que não se dedicavam aos estudos e aproveitavam o tempo para viajar as custas de recursos do governo durante o intercâmbio. Além disso, o ministro também relatou a dificuldade e os problemas que envolvem os processos de equivalência de disciplinas entre os cursos do Brasil e de outros países, o que muitas vezes tornava o intercâmbio inaproveitável em termos curriculares.
O fim do programa tem sido criticado não apenas por parlamentares, mas também por grande parte da sociedade, em especial o movimento estudantil e a comunidade acadêmica. Em carta aberta, Paulo Zambarda, ex-bolsista do Ciência Sem Fronteiras na Islândia, faz duras criticas ao governo interino de Michel Temer e protesta contra o fim do programa, que segundo ele estaria negando o direito e o acesso a uma educação com experiência internacional a milhares de brasileiros. Segundo o ex-bolsista do programa, o governo interino acaba com o sonho de uma educação internacional no Brasil.
Confira na íntegra a CARTA ABERTA A MICHEL TEMER escrita pelo ex-bolsista do Ciência Sem Fronteiras.
O Programa Ciência Sem Fronteiras foi criado em 2011 no primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff para incentivar a formação acadêmica no exterior. Os alunos brasileiros recebem ajuda financeira para estudar em universidades de outros países. De acordo com o Ministério da Educação, até o final de 2014 foram concedidas 101.446 bolsas de estudo. Destas, 78% foram para graduação sanduíche (parte no Brasil e parte no exterior). O total gasto com o programa de 2012 a novembro de 2015 foi de cerca de R$ 10,5 bilhões. A maioria das bolsas foi concedida para as áreas de engenharia e demais tecnológicas, especialmente em universidades dos Estados Unidos.

PF conclui relatório do triplex do Guarujá e não indicia Lula e seus familiares

Da coluna de Fernando Rodrigues no Uol:

A Polícia Federal entregou à Justiça na 6ª feira (12.ago) o relatório final sobre a fase Triplo X da Lava Jato, deflagrada em 27.jan.2016. Foram indiciados a publicitária Nelci Warken (que admitiu ser a verdadeira dona de um tríplex no Condomínio Solaris, no Guarujá) e funcionários da Mossack Fonseca no Brasil.
As informações são do repórter do UOL André Shalders.
O relatório final da PF foi tornado público pelo juiz Sérgio Moro no final da tarde de hoje (18.ago). Leia a íntegra aqui.
Além de Nelci, são arroladas Maria Mercedes Riaño (chefe do escritório da Mossack no Brasil), Luis Fernando Hernandez, Rodrigo Andrés Cuesta Hernandez, Ricardo Honório Neto e Renata Pereira Britto, que trabalhavam para a Mossack. Também é indiciado o empresário Ademir Auada, que intermediava negócios para a Mossack.
O ex-presidente Lula e seus familiares não foram indiciados. A real propriedade do apartamento do Guarujá, porém, é apurada em uma investigação à parte. A defesa do ex-presidente pediu a Sérgio Moro acesso à essa apuração na tarde de hoje (18.ago). Ainda não há decisão.
A Mossack Fonseca se tornou conhecida no Brasil após a divulgação da série jornalística Panama Papers, em abril deste ano. A série baseou-se em um acervo de 11,5 milhões de documentos internos da Mossack, obtido pelo jornal alemão “Süddeutsche Zeitung” e compartilhado com o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). No Brasil, participaram da apuração o UOL, o jornal “O Estado de S. Paulo” e a “RedeTV!”.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Por 59 votos a 21, Senado aprova fim das férias, do 13º salário e privatizações

Do Blog do Esmael

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senado_golpe_trabalhadoresNa calada da noite, por 59 votos favoráveis e 21 contra, o Senado deu mais um passo rumo à aprovação do fim das férias, do 13º salário, aumento da idade para aposentadoria, congelamento de salários por 20 anos, privatizações de empresas públicas e troca do nome do Brasil de República Federativa do Brasil para “República Golpista das Propinas do Brasil”.
O país soube no último final de semana que o interino Michel Temer (PMDB) e seu séquito de ministros provisórios foram delatados por receber propina da Odebrecht. Eles embolsaram, juntos, R$ 33 milhões de dinheiro sujo, segundo procuradores da Lava Jato.
Volto ao golpe desta madrugada. Evidentemente que esse resultado não é definitivo. Já era esperado nessa etapa. Os trabalhadores e o povo brasileiro ainda podem reagir e os senadores podem mudar o voto, como naquela votação dos destaques cujo placar foi 58 votos a 22.
Não é o afastamento de Dilma Rousseff que está em jogo, como foi dito aqui ontem. São os direitos sociais e a CLT — as leis protetivas dos trabalhadores — que correm risco de serem revogadas. Por isso a necessidade de afastar a presidente mesmo sem crime de responsabilidade.
Muita água ainda vai rolar debaixo dessa ponte até o início do julgamento do mérito, pelo mesmo Senado, até o fim deste mês. Tem senador que não quis revelar sua posição na votação desta madrugada, que, no juízo final, pode mudar…
Caso fique tudo como está, se consolide a cassação de Dilma, os movimentos sociais e sindicais que preparem o lombo para encarar a Lei Antiterror. O interino Michel Temer não se fará de rogado para utilizar dessa ferramenta antidemocrática visando a retirada de direitos sociais e trabalhista. Ele já deu mostras na Olimpíada quando censurou manifestações contra o golpe nas arenas dos jogos no Rio.
Paralelamente a perdas de direitos políticos, sociais e trabalhistas, se içado à condição de titular, Temer não titubeará para cassar partidos e criminalizar ainda mais a oposição para consolidar o golpe de Estado — contra os trabalhadores e o povo brasileiro.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Medalhista de ouro (BOXE) brasileiro critica redução da idade penal e pede mais políticas sociais


http://www.inesc.org.br/noticias/noticias-gerais/2016/agosto/medalhista-de-ouro-brasileiro-critica-reducao-da-idade-penal-e-pede-mais-politicas-sociais

Medalhista de ouro brasileiro critica redução da idade penal e pede mais políticas sociais
   
Publicado em 17/08/2016 17:10
Robson Conceição, que conquistou uma histórica primeira medalha de ouro olímpica no boxe para o Brasil, afirma que projetos sociais e esportivos podem mudar a vida dos jovens das periferias do país.


Um dia após conquistar a inédita medalha de ouro olímpica no boxe para o Brasil, o pugilista Robson Conceição fez um apelo ao governo brasileiro, para que invistam mais em programas sociais voltados para crianças e adolescentes do país, e criticou quem pede a redução da idade penal como solução para a criminalidade e violência.
"Não acho justo punir crianças. Deveríamos é investir mais em projetos sociais e fazer crianças e adolescentes praticarem esportes", disse o baiano de 27 anos, natural de Salvador, lembrando que tanto ele como Rafaela Silva, medalha de ouro no judô também nos Jogos do Rio 2016, ingressaram no esporte por meio de projetos sociais desenvolvidos em suas respectivas comunidades.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/1993 que está em discussão na Câmara dos Deputados pretende reduzir a idade penal de 18 para 16 anos, colocando uma pressão injusta e violenta sobre milhões de jovens em todo o país. Como bem lembram Cleo Manhas e Dyarley Viana neste artigo, os parlamentares que defendem essa PEC querem criminalizar jovens, "especialmente aqueles que são vítimas das desigualdades raciais, educacionais, sociais e regionais" em nosso país.
"Reflitamos então sobre a “pátria educadora”. Ela pressupõe uma sociedade preocupada com sua sustentabilidade social, uma terra de direitos sem distinção de cor, classe, gênero. Os adultos dessa sociedade deveriam compreender que a educação é o bem maior a se ofertar, que sua força está para além de políticas armamentistas, coercitivas, extensões territoriais e riquezas naturais, pois sem ela, desfrutar de tais riquezas é loucura e auto- extermínio.

Políticas públicas têm de ser elaboradas apoiando-se  em dados produzidos por pesquisas de órgãos especializados. No entanto, o que presenciamos no  Parlamento brasileiro são projetos e leis baseadas em convicções pessoais, que tornam-se preconceituosas na medida em que não são corroboradas com dados da realidade."

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Militante urina e defeca em foto de Jair Bolsonaro em baixo do prédio do MASP, em São Paulo



https://youtu.be/-poSb8-05Tk


Priscilla Toscano, atriz, performer, diretora e produtora de teatro, expeliu por seus orifícios toda a sua arte em nome da Democracia. Durante a intervenção urbana ‘MÁFIA – exposição interativa’, realizada pelo grupo artístico, que ela mesma dirige, ‘Desvio Coletivo’. No ato Priscilla Toscano cospe, vomita, urina e defeca em uma foto do Deputado Jair Bolsonaro. 
“Para realização dessa performance eu escolhi simbolicamente o deputado Jair Bolsonaro para passar duas horas cuspindo. Vomitei diversas vezes também. Quase ao final da intervenção tomei a decisão de urinar e defecar sobre sua foto em sinal ao tamanho desprezo que eu e milhares de pessoas temos por um político fascista, tieti de torturador, racista, homofóbico e machista. Fiz e faria outra vez.” 

Fonte
http://www.blogtvwebsertao.com.br/2016/04/militante-urina-e-defeca-em-foto-de.html

Michel Temer e mais outros 36 deputados receberam homenagem parecida dos outros membros do ‘Desvio Coletivo’, porém apenas Jair Bolsonaro teve sua foto defecada. Priscilla Toscano exibiu com orgulho o vídeo em seu próprio perfil no Facebook.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Caso Feliciano: Patrícia tratou com Bauer ida para SP; 50 mil caem na conta

http://colunaesplanada.blogosfera.uol.com.br/2016/08/14/caso-feliciano-patricia-tratou-com-bauer-ida-para-sp-50-mil-caem-na-conta/


DO UOL NOTÍCIAS

Leandro Mazzini
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> Homem tenta invadir casa da jovem em Brasília, PM foi acionada e não apareceu
> Extrato da conta do BB de Patrícia aparece com crédito de R$ 50 mil para entrar nesta segunda (15); advogado pede bloqueio
> Polícia do Rio já procura intermediário, que recebeu R$ 50 mil; mas carioca some do radar 
> 20 mil apreendidos pela polícia de SP vieram de carro de Orlândia, cidade de Feliciano
* * *
> Em programa de Roberto Cabrini deste domingo, no SBT, Feliciano mostra vídeo em que entra no Ministério do Trabalho no dia do suposto crime. Mas agenda oficial do ministro não tem reunião com deputado
> Patrícia volta a afirmar que esteve com Feliciano pela manhã do dia 15 de junho, entre 9h30 e 11h, no apartamento funcional

Novos capítulos do escândalo que envolve Patrícia Lélis e o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) complicam mais os dois – também o chefe de gabinete dele, Talma Bauer, e um suposto intermediário de um pagamento no Rio de Janeiro, identificado pela Polícia de São Paulo até agora como Arthur Mangabeira.
Como notório, Patrícia acusa o parlamentar de tentativa de estupro, assédio sexual e agressão dentro do apartamento funcional, no dia 15 de junho. Ele divulgou vídeo em que nega as acusações e as chama de fantasiosas.
Neste fim de semana, mais duas surpresas. Durante a madrugada de sábado, um homem não identificado tentou invadir a casa de Patrícia, em Brasília, pelo telhado. Ela, a mãe e o pai perceberam a movimentação e chamaram a Polícia Militar do DF, que, segundo a família, não apareceu.
E um misterioso crédito de exatos R$ 50 mil, registrado no extrato para entrar na conta pessoal de Patrícia nesta segunda-feira (15), aumentou a tensão. O advogado da jovem, José Carlos Carvalho, pediu o bloqueio da conta ao banco para evitar o depósito – não se sabe até agora quem foi o remetente e de qual agência, por ter sido registrado no sábado.
TRATO DIRETO
Em novas revelações, cujos materiais já estão com o 3º Distrito Policial de SP (Campos Elísios), em perícia, os prints de conversas atribuídas a Emerson Biazon e Patrícia comprovam que foi ela quem tomou a iniciativa de viajar para SP para resolver sua vida financeira, envolvendo a denúncia.
De acordo com os prints, Patrícia fala com Emerson. Ele diz que já tinha viagem marcada para Brasília, para reuniões de trabalho, e que conheceu Patrícia por intermédio de um amigo, Marcelo Machado.
Daqui, Emerson e Patrícia viajaram para SP no dia 30 de julho. Lá, ela começou a tratar tudo com Bauer, o chefe de gabinete de Feliciano, e Emerson foi testemunha – ele filmou escondido várias situações.
Na conversa pelo whatsapp, Patrícia pede ainda dinheiro antecipado para seus gastos pessoais, e que Bauer pague o seu bilhete aéreo ( ela voou Avianca JK-Congonhas no sábado dia 30/7 ), e pague o hotel por pelo menos uma semana – a Polícia já sabe que quem pagou a hospedagem no hotel San Raphael foi a filha de Bauer.
Print das conversas atribuídas a Emerson ( cx de texto verde ) e Patrícia, já em perícia, entregues por ele
Print das conversas atribuídas a Emerson ( cx de texto verde ) e Patrícia, já em perícia, entregues por ele
De acordo com as investigações da Polícia, com esse adiantamento dado por Bauer, Patrícia teria gastado R$ 700 com uma maquiagem, antes de fazer um dos vídeos a favor de Feliciano, e também passeado por shoppings com o então namorado de Santos, que viajou para SP e ficou com ela hospedado no hotel. Esses R$ 2 mil, segundo a investigação, foram dados por Bauer, após sacar R$ 1 mil numa agência do Banco do Brasil próximo ao hotel, e complementar o restante em dinheiro.
Desde então, o grupo – Patrícia, o namorado, Bauer, Emerson e o empresário dela, Marcelo Machado ( que chegou a fechar contrato para ela palestrar em eventos gospel ) passou a circular pela cidade. Patrícia, de acordo com a Polícia, não tinha planos de voltar a Brasília, e queria seguir a vida em SP como profissional após receber o pagamento por seu silêncio.
O advogado dela, José Carlos Carvalho, reforça que a todo momento ela foi coagida por Bauer. Num dos prints deste mesmo dia de diálogos com Emerson, à noite, após ela registrar B.O., Patrícia cita para Emerson que vai contar à Polícia que estava sequestrada, e ele corta relações com ela.
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FELICIANO FALA AO SBT, MAS HÁ CONTRADIÇÃO
No programa Conexão Repórter do SBT da noite deste domingo, 14 ( meia-noite), o deputado Feliciano fala com exclusividade a Roberto Cabrini. Na 'chamada' na TV para o programa divulgada pelos telejornais, o político volta a repetir que tudo é fantasia da garota, e como prova de que não houve encontro no apartamento funcional no dia citado, exibe vídeo em que entra ao lado de Bauer na portaria do Ministério do Trabalho, em Brasília, para reunião com o ministro Ronaldo Nogueira. Diz que chegou às 8h45 e ficou até 9h esperando o ministro.
Mas há uma contradição nesta versão. Segundo apurou a Coluna hoje (14/8), não há registro na agenda oficial do ministro de encontro com Feliciano no dia 15 de junho pela manhã ( confira imagem ) . E as reuniões do ministro só se iniciaram às 11h – durante o dia, Nogueira recebeu parlamentares, e o nome de Feliciano não aparece na lista. ( Veja aqui a agenda completa ) . Atualizada domingo, 14, 13h03– A assessoria de Nogueira avisou que Feliciano esteve com o ministro extra-agenda, e não há como provar.
A contradição entra como mais um mistério nessa novela. Até que a perícia da Polícia Federal, que deve entrar no caso, comprove quem fala a verdade, periciando vídeos dos envolvidos, fica a versão de Feliciano contra Patrícia, e vice-versa.

domingo, 14 de agosto de 2016

Eu, o rum e o comandante

Do Portal Vermelho


Divulgação
"Fui buscar uma cerveja bem gelada que ajudaria a diminuir a caldeira atiçada pelo rum, segundo ensina a ciência popular""Fui buscar uma cerveja bem gelada que ajudaria a diminuir a caldeira atiçada pelo rum, segundo ensina a ciência popular"
No dia anterior, dois dos jornalistas responsáveis pela Mesa Redonda, programa rádio televisivo cubano, onde se abordam temas da atualidade nacional e estrangeira, me haviam convidado para ir lá. Seria parte do público, e não como jurado.

Agradeci, porém disse que não podia ir porque estaria muito ocupado numa reunião sobre meu último livro. Foi uma mentira piedosa, porque na verdade não queria perder uma comilança de um porco assado nos arredores de Havana.

- Não te arrependerás se fores! – insistiram.

- Vão distribuir rum e petiscos de porco no final? – perguntei-lhes.

- Oxalá! – disseram, sorridentes. E tornaram a dizer:

- Vamos te esperar amanhã!

Naquela noite, no pátio de uma casa no bairro Novo Vedado, entre congri, torresmos, petiscos de banana verde e rum, o convite foi-se para o baú do esquecimento.

No dia seguinte cheguei aonde estava hospedado pelas oito da manhã. O único ventilador pouco diminuía o calor que já começava a sufocar. O rum consumido até pouco antes ajudou-me a dormir cheio de suor.

Quem sabe quinze minutos ou quinze dias depois, algo ressoou em alguma parte. Era como sinos que explodissem a minha cabeça. Pensei que era o começo de um pesadelo, porém sua insistência em meu cérebro me fez entender que era uma campainha de telefone – sim, o telefone estava quase que grudado ao meu ouvido. Sem abrir os olhos, estirei o braço, procurando até encontra-lo.
- Não te esqueças que te esperamos esta tarde na Mesa Redonda – disse a voz.

Fazendo de conta que estava acordado fazia muito tempo, respondi com grande ânimo:

- Estarei aí, claro que sim! Obrigada!

Foi tudo. Desligamos.

Ia continuar dormindo, quando pulei da cama e fiquei sentado. Eu havia aceitado ir ao programa! Já não podia dar ré. Nenhum pretexto serviria. Olhei para o relógio: tinha duas horas para estar no edifício do Instituto Cubano de Rádio e Televisão. Só duas horas!

Fui buscar uma cerveja bem gelada que ajudaria a diminuir a caldeira atiçada pelo rum, segundo ensina a ciência popular. Nem quente havia. Tomei um banho bem frio e saí para a rua.

O sol me fez sentir que boa parte do rum continuava na primeira fila. Já disse que o dia era belo, belíssimo, porém as circunstâncias em que eu me encontrava eram terríveis para a minha integridade física.

Cheguei à esquina. O acesso à rua estava restrito, mas sem barreiras nem cercas. Dois homens magros, com suas simples camisas por fora das calças eram o único obstáculo. Perguntaram-me aonde ia. Expliquei. Assim que dei meu nome, um deles o encontrou numa lista impressa. Sem nem ao menos mostrar-lhes meu documento de identidade, me permitiram passar.

Já ia entrar quando me lembrei da urgência da cerveja. Disse-lhes que tinha que ir um momento ao Hotel Capri, a uns poucos metros dali. Lá, pedi meia cerveja “Bucanero”, bem gelada. Era suficiente.
Entrei no edifício. Senti que a caldeira do estômago havia se acalmado, porém que o rum ainda continuava dançando na minha cabeça. Então pensei, para livrar-me de culpas:

- “Que me importa? Insisti para que não me convidassem. Além do mais, estarei sentado dentre o público!”

Apenas cheguei ao estúdio e me encontrei com Rogério Polanco, também diretor do diário Juventude Rebelde. Creio que foi quem mais insistiu para que eu estivesse ali. Depois de uma fraternal saudação, perguntou-me:

- Acabaste de sair de uma festa ou de um barril de rum?

Entre risadas lhe respondi que me havia untado de rum para afugentar os mosquitos, e depois fizera gargarejos com o líquido para curar uma dor de dentes.

Ele me levou até uma cadeira da primeira fila, das três que havia. Quando se distanciou foi que me dei conta que, por causa do meu estado etílico, estava sentado em um dos piores lugares, pois bem ali as câmaras estariam fazendo tomadas regulares. Não poderia bocejar nem me permitir uma dormidinha. E o programa era ao vivo.

Polanco voltou com um chiclete. Agradeci e de má vontade comecei a masca-lo, pois nunca gostei daquilo.

- Hernando Calvo Ospina – me disse – prepara-te para a grande prova de não dormir durante uma hora.

Tudo estava pronto para começar o programa. Luzes, câmaras, som e vozes estavam testados. E todo o mundo se levantou. Pareceu-me estranho que se cantasse o hino nacional antes do programa, porém me levantei, pus as mãos para trás e me preparei para escutá-lo com o devido respeito merecido, pois não conhecia a sua letra.

Quando esse silêncio se instalou foi chegando um murmúrio, mesclado com o som de vários passos. Olhei para a minha direita. Diante do que vi, acreditei que estava sonhando, que o rum me deixara delirante pela primeira vez na minha vida. Apertei os olhos com força, porém, ao abri-los, a cena havia mudado muito pouco. Então só me ocorreu exclamar muito pra dentro, quase arrebentando a caixa toráxica:

- Minha mãe, Fidel!

Entrou saudando muito amavelmente, com o braço um pouco levantado. Em seguida vi como cumprimentou a três pessoas que estavam antes de mim, na mesma fila. Então, aterrado, pensei no meu bafo de rum! Penso que desejei que ele me ignorasse, que não me cumprimentasse para não sentir o cheiro.

E ele se aproximou de mim. Estendeu a mão e muito amavelmente me cumprimentou. Quando me apertou a mão, só atinei dizer:

- Comandante, boa tarde.

Ele me disse umas breves palavras, e em seguida passou a cumprimentara os que iam participar do programa. Todos continuávamos em pé.

Em seguida ele nos pediu, com imensa amabilidade, para sentarmos. E começou o programa.
De vez em quando, dissimuladamente, eu insistia em constatar que ele estava muito perto, só dois homens nos separando. Não podia acreditar que este gigante da humanidade tinha apertado a minha mão. Muito menos que estava ali.

Não recordo qual foi o tema do programa. Só não conseguia parar de pensar, preocupado: haveria sentido o meu bafo? Pois o que restava do meu porre havia fugido desde que o vi entrar pela porta.

Acabou-se o programa.

Ele se levantou e foi conversar com os debatedores.

Um homem da sua escolta se aproximou de mim, acompanhado pelo outro jornalista que havia insistido para que eu viesse.

- Estes são dois livros seus. Entregue-os ao Comandante, por favor.

Espantado os recebi como se nada tivessem a ver comigo. Vi quais eram. Os dois foram me acompanhando, ou, quem sabe, me empurrando suavemente, pois, de susto, eu não sabia aonde ia, apesar de Fidel estar a menos de dois metros. Esperamos que ele terminasse de conversar com alguém. Em seguida vi como ele se virava e se punha diante de mim de novo. Meus dois acompanhantes se retiraram. Eu era como uma criança que entregava ao seu mais admirado professor um presente feito com as próprias mãos.

Ele pegou os livros, folheou-os, e começou a falar deles. Ele os havia lido!!! Como para me dar certeza disso, me disse que em Dissidentes ou mercenários havia um erro. Explicou-me qual era. De Bacardi, a guerra oculta, teve comentários positivos que eu não esperava.

Depois quis saber do meu trabalho, dos meus projetos, da minha família. Não sei quanto tempo ficou ali. Não foi muito tempo, creio. Porém para mim foram dos maiores com que a vida me presenteou! Tempos depois o encontrei duas vezes mais. Porém essa vez continuou sendo essa vez.

Quando Fidel deu por terminado nosso encontro e eu me encontrava com as mãos sem livros, chegou perto outro dos guardas e me disse com voz grave, porém com rosto cúmplice:

- Companheiro, se alguém houvesse acendido um fósforo, você e o Comandante haveriam explodido! Que bafo de rum!

E veio a imagem que acabou com a vergonha que eu continuava tendo: Fidel, que estava muito perto, escutou o comentário, virou a cabeça e me sorriu!
 

Tradução: Urda Alice Klueger