quinta-feira, 21 de março de 2019

Em nota, PCdoB comenta prisões de Michel Temer e Moreira Franco


O Partido Comunista do Brasil (PCdoB), repercutiu, por meio de nota, as prisões ocorridas nesta quinta-feira (21), do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco. O pedido de prisão foi assinado pelo juiz  da Lava Jato no Rio de Janeiro, Marcelo Bretas. Os comunistas chamam atenção para o fato das prisões coincidirem com a queda de popularidade de Bolsonaro. Defendem a investigação  e punição dos crimes de corrupção e que seja respeitado o devido processo legal.

PCdoB comenta prisões de Michel Temer e Moreira FrancoPCdoB comenta prisões de Michel Temer e Moreira Franco

Para os comunistas, estranha o fato que as prisões tenham ocorrido um dia após pesquisa apontar drástica queda de popularidade de Bolsonaro e no momento em que enfraquece o poder do governo em aprovar proposta de reforma da Previdência Social. 

Entretanto, a nota do PCdoB ressalta ainda que as prisões devem assegurar rigorosamente o devido processo legal e o amplo direito de defesa. Em proteção ao patrimônio público brasileiro, diz a nota, as investigações de crimes de corrupção devem prosseguir até o fim, respeitado o estado democrático de direito.

A nota é assinada pela Comissão Executiva Nacional da legenda. A íntegra se encontra abaixo:

Sobre as prisões de Michel Temer e Moreira Franco
Michel Temer, um dos líderes da escalada golpista que resultou no impeachment fraudulento de agosto de 2016, foi preso no dia de hoje pela Operação Lava Jato. Também foi recluso o ex-ministro Moreira Franco. Chama a atenção que o fato tenha ocorrido justamente quando o governo do presidente Jair Bolsonaro perde apoio e começa a ser desmascarado com sua ânsia de acabar com a aposentadoria da classe trabalhadora. 

As prisões ocorrem, ainda, quando cresce no país – inclusive no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal (STF) – o combate ao Estado de exceção que hoje sufoca o Estado Democrático de Direito. 

O PCdoB considera que as garantias e os direitos assegurados pela Constituição devem valer para todos. As prisões devem rigorosamente respeitar o devido processo legal e o amplo direito de defesa. Ao que parece, no caso em tela, trata-se de mais um episódio da banalização das prisões preventivas e cautelares que há muito se impôs no país. Mas somente a abertura do processo dirá se essa arbitrariedade se repetiu ou não.

O PCdoB, coerente com a defesa que faz do patrimônio público, também defende que devem prosseguir até o fim as investigações sobre os crimes de corrupção que pesam contra Michel Temer. Ao final, com base na lei, se comprovada a culpa, deve ser punido conforme o estatuto jurídico do país.

Brasília, 21 de março de 2019.
Comissão Executiva Nacional do Partido Comunista do Brasil-PCdoB

domingo, 17 de março de 2019

"Morte aos ricos": restaurante dos famosos destruído e queimado em Paris



Os protestos violentos regressaram ao coração de Paris, com mais uma manifestação dos coletes amarelos na capital francesa.
Fonte/ JN https://www.jn.pt/mundo/galerias/interior/morte-aos-ricos-restaurante-dos-famosos-ardeu-em-paris-10688434.html?fbclid=IwAR1eyrDvyLyK0UZ4qOkOcz5geMu0yKvb02C3XPu80PetvIK7DFtvxdh8SF8
A fúria dos manifestantes - vestidos de preto e talvez menos interessados em manifestar-se, do que em provocar destruição e caos no centro da cidade - focou-se em símbolos da riqueza e da ostentação que facilmente se encontram na zona.
Na Avenida dos Campos Elísios, as monstras de lojas de luxo e bancos foram vandalizadas. O "Fouquet's", restaurante dos "ricos e famosos" em França (em 2007, Sarkozy celebrou neste espaço a vitória nas eleições presidenciais), foi um dos alvos a abater. Primeiro, as pedras e a destruição da esplanada e interior. Depois, com cocktails molotov, os manifestantes pegaram fogo a parte do espaço. Numa rua próxima, um carro de luxo foi incendiado, e numa montra "morte aos ricos" foi escrito.
O ministro do Interior, Christophe Castaner, autorizou a polícia a retaliar contra "atos inadmissíveis" e condenou os "profissionais do vandalismo e da desordem", aqueles que "apelam à violência e estão a espalhar o caos em Paris"

JOICE DEFENDE GOLPE MILITAR E FECHAMENTO DO STF

Lula: eu avisei que os verdadeiros ladrões eram os que me condenaram!


Quais segredos Dallagnol ia entregar aos EUA em troca da Dalanlândia?
publicado 16/03/2019
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Conversa Afiada reproduz do site do PT carta que o Presidente Lula enviou aos Comitês Lula Livre neste sábado, 16/III:
Meus amigos e minhas amigas,
Quero, em primeiro lugar, agradecer a solidariedade e o carinho que tenho recebido do povo brasileiro e de lideranças de outros países, neste quase um ano em que me encontro preso injustamente. Agradeço especialmente aos companheiros da vigília em Curitiba, que me confortam todos os dias, aos companheiros que constituem os comitês Lula Livre dentro e fora do Brasil, aos advogados, juristas, intelectuais e cidadãos democratas que se manifestam pela minha libertação.
A força que me faz resistir a essa provação vem de vocês e da convicção de que sou inocente. Mas resisto principalmente porque sei que ainda tenho uma missão importante a cumprir neste momento em que a democracia, a soberania nacional e os direitos do povo brasileiro são ameaçados por interesses econômicos e políticos poderosos, inclusive de potências estrangeiras.
Como sempre fiz em minha vida, e lá se vão mais de 45 anos de atividade sindical e política, encaro essa missão como um desafio coletivo. A luta que faço para ter um julgamento justo, em que minha inocência seja reconhecida diante das provas irrefutáveis da defesa, só faz sentido se for compreendida como parte da defesa da democracia, da retomada do estado de direito e do projeto de desenvolvimento com inclusão social que o país quer reconstruir.
A cada dia que passa fica mais claro para a população e para a opinião pública internacional que fui condenado e preso pelo único motivo de que, livre e candidato, seria eleito presidente pela grande maioria da população. Minha candidatura era a resposta do povo ao entreguismo, ao abandono dos programas sociais, ao desemprego, à volta da fome, a todo o mal implantado pelo golpe do impeachment. É uma luta que temos de levar juntos, em nome de todos.
Para me tirar das eleições, montaram uma farsa judicial com a cobertura dos grandes meios de comunicação, tendo a Rede Globo à frente. Envenenaram a população com horas e horas de noticiário mentiroso, em que a Lava Jato acusava e minha defesa era menosprezada, quando não era simplesmente censurada. A Constituição e as leis foram desrespeitadas, como se houvesse um código penal de exceção, só para o Lula, no qual meus direitos foram sistematicamente negados.
Como se não bastasse me prender, por crimes que jamais cometi, proibiram que eu participasse dos debates e das sabatinas no processo eleitoral; proibiram minha candidatura, contrariando a lei e a ONU; proibiram que eu desse entrevistas, proibiram até que eu comparecesse ao velório de meu irmão mais velho. Querem que eu desapareça, mas não é de mim que têm medo: é do povo que se identifica com nosso projeto e viu em minha candidatura a esperança de recuperar o caminho de uma vida melhor.
Dias atrás, ao me despedir do meu querido neto Arthur, senti todo o peso da injustiça que atingiu minha família. O pequeno Arthur foi discriminado na escola por ser meu neto e sofreu muito com isso. Então, prometi a ele que não vou descansar até que minha inocência seja reconhecida num julgamento justo.
Na emoção daquele momento, recordo-me de ter dito: “Vou te mostrar que os verdadeiros ladrões são os que me condenaram”. Pouco depois, o jornalista Luís Nassif revelou ao público o acordo ilegal e secreto entre os procuradores da Lava Jato, a 13a. Vara Federal de Curitiba, o governo dos Estados Unidos e a Petrobras, envolvendo uma quantia de 2,5 bilhões de reais.
Essa quantia foi tomada à maior empresa do povo brasileiro por uma corte de Nova Iorque, com base em delações levadas a eles pelos procuradores do Brasil.
E eles foram lá aos Estados Unidos, com a cobertura do então procurador-geral da República, para fragilizar ainda mais uma empresa que é alvo de cobiça internacional.
Em troca dessa fortuna, a Lava Jato se comprometeu a entregar ao estrangeiro os segredos e informações estratégicas da nossa Petrobras.
Não se trata de convicções, mas de provas concretas: documentos assinados, atos de ofício de autoridades públicas. Estes moralistas sem moral ocupam hoje altos cargos no governo que só foi eleito porque eles impediram minha candidatura. Mas quem está preso é o Lula, que nunca foi dono de apartamento nem de sítio, que nunca assinou contratos da Petrobras, que nunca teve contas secretas como essa fundação que foi descoberta agora.
Mais do que manifestar indignação com esses fatos, quero dizer a vocês que o tempo está revelando a verdade. Que não podemos perder a esperança de que a verdade vencerá, e ela está do nosso lado. Por isso, peço a cada um e a cada uma que fortaleçam cada vez mais a nossa luta pela democracia e pela justiça. E só vamos alcançar esses objetivos defendendo os direitos do povo e a soberania nacional, porque foi contra estes valores que fizeram o golpe e interferiram na eleição. Foi para entregar nossas riquezas e reverter as conquistas sociais. Que os comitês Lula Livre tenham isso bem claro e atuem cada vez mais na sociedade, nas redes, nas escolas e nas ruas.
Tenho fé em Deus e confiança em nossa organização para afirmar com muita certeza: nosso reencontro virá. E o Brasil poderá sonhar novamente com futuro melhor para todos.
Muito obrigado, e vamos à luta, companheiros e companheiras.
Um grande abraço do
Luiz Inácio Lula da Silva
Curitiba, 16 de março de 2019