terça-feira, 18 de junho de 2013

UNE na luta pela redução das tarifas

Tem dinheiro pra Copa, mas não tem dinheiro para Saúde e Educação, né? Vamos aos números:

Tem dinheiro pra Copa, mas não tem dinheiro para Saúde e Educação, né? Vamos aos números:

por Julinho da Adelaide

Orçamento da União:
R$ 79.331 bilhões para a Saúde só em 2013
R$ 38.093 bilhões para a Educação só em 2013
R$ 26.621 bilhões para a Copa desde a escolha do Brasil como sede até a realização do evento em 2014. Média, portanto, de R$ 4 bilhões por ano.

Desses R$ 26 bi da Copa, a maior rubrica, R$ 8,6 bilhões é destinado a projeto de mobilidade urbana. A razão dos protesto em São Paulo durante essa semana não é exatamente a necessidade de investimentos em um nova política de mobilidade urbana nas grandes cidades brasileiras?

Outros R$ 6,8 bi são para melhorar os aeroportos das cidades-sedes e há ainda investimentos em segurança, portos, telecomunicações e turismo. Investimentos que o Brasil precisa e que ficarão como benefício para a população mesmo depois da Copa.

Há, contundo, R$ 7 bilhões destinados a construção e reformas de estádios (menos de 10% o orçamento da Saúde em um único ano). Vale a pena gastar esse recurso para sediar um evento como a Copa do Mundo? Não há retornos econômicos, fiscais, geração de emprego e aumento do turismo internacional? Não sei, mas esse é o verdadeiro debate.

Posso discordar da opinião dos que se manifestam contra a realização da Copa no Brasil, mas estes lutam por uma causa nobre e exercem um direito irrevogável num sistema democrático. Os que incitaram a vaia a Dilma dentro do estádio tem horror a eles, ali estava a elite brasiliense que chama manifestante de vândalo, gente cuja revolta é vinte centavos a mais no preço do combustível para colocar no seu carro importado, gente que odeia ter que pagar imposto para "dar bolsa-esmola para vagabundo". O maior erro de Dilma, e é isso que estavam dizendo aqueles que estavam do lado de fora do estádio, é ter aceito a Copa no Brasil tão elitista como em qualquer outro lugar do mundo.

Dizer que a Copa é a razão dos problemas do país, que não tem dinheiro para investir em outras coisas mais importantes, que a vaia é resultado de Dilma ter fechado os olhos para os problemas do país é só repetir o discurso de gente mal intencionado que quer aproveitar movimentos populares justos e necessários para levar ao poder quem trata o povo com a mesma truculência da PM de Alckmin

PCdoB :A voz do povo deve ser atentamente escutada e respondida


Renato: A voz do povo deve ser atentamente escutada e respondida



Portal Vermelho

As manifestações juvenis e populares que se ampliam e se estendem por todo país têm um motivo - uma causa social. Para o PCdoB a questão democrática se entrelaça com a questão social. Por isso, para o avanço democrático é precioso e auspicioso conhecer através de largas manifestações - por serem mais autênticas - o que clama e atormenta parcelas significativas do nosso povo. 

Por Renato Rabelo*


Muitas vezes são razões maiores que se acumulam, vindo à tona através de reivindicação aparentemente simples. A luta contra os preços das tarifas dos transportes urbanos e o descontentamento contra os elevados investimentos na construção dos estádios de futebol são
manifestações agudas e de um grande estresse vivido pela maior parcela da população dos grandes centros urbanos no Brasil.

As cidades em nosso país cresceram rapidamente, sem conseguir contar em tempo com estruturas adequadas para responder a essa galopante transformação, provocando assim uma concentração de graves problemas sociais - tornando-as inóspitas para seus habitantes - sobretudo para os que vivem nas suas periferias. O estalar desses acontecimentos que se espraia pelo país afora tem o sentido de uma alerta, de um extravasamento das reais condições da vida nas cidades, sendo um dos grandes problemas, na sequencia de muitos, que ocupam agora a ordem do dia e devem ter prioridade e serem enfrentados.

Defendemos que os governos realmente democráticos e comprometidos em garantir o avanço social - os governos em que estamos à frente, ou dele participamos - têm o dever de buscar saídas para começar a resolver os graves problemas urbanos. Uma solução de fundo que se impõe, defendida pelo Programa do PCdoB, é a concretização de uma Reforma Urbana, que possa estabelecer um plano integrado para o desenvolvimento, renovação e humanização das cidades. É uma exigência que se avoluma.

De imediato, medidas para enfrentar o urgente problema habitacional - que tem forte impacto nos centros urbanos - já foram deflagrados pela presidenta Dilma Rousseff por meio do programa de grande dimensão,Minha Casa Minha Vida, que vem cumprindo significativo papel no financiamento de moradias populares. Também através do PAC 2 são muitos os projetos em andamento para solucionar impasses estruturais de mobilidade urbana em grandes centros nas capitais. Mas vai se impondo como uma questão candente a resposta para a edificação de um sistema e o financiamento dos transportes de massa, de qualidade nos centros urbanos, que permita a locomoção dos seus habitantes sem necessitar do uso constante do automóvel.

O PCdoB se empenhará - por meio da sua influencia no movimento social e da sua participação e relação com os governos democráticos - na busca emergencial de medidas que encontrem já soluções para reduzir os preços das tarifas dos transportes urbanos e para maior eficácia das redes de transporte coletivo. Neste momento é necessário um esforço conjugado que reúna os governos Federal, estadual e municipal no caminho de encontrar uma saída de como responder a esses sentidos anseios.

*Renato Rabelo é presidente nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)


http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=216483&id_secao=1

domingo, 16 de junho de 2013

Jovens voltam às ruas nesta segunda por transporte melhor para todos

Jovem quer manifestar-se sem violência, em São Paulo
Está marcado para esta segunda (17), às 17 horas, novo manifesto dos jovens contra o aumento de tarifas do transporte coletivo da região metropolitana de São Paulo. O ato ocorrerá no Largo da Batata, em Pinheiros, por nde circulam muitos ônibus.
Os jovens mostram disposição em continuar as manifestações pacíficas coma palavra de ordem que mais se ouviu no ato de quinta (13) feita: “Sem violência”.
Na quinta, os excessos da polícia militar resultaram em 50 feridos e 243 presos, muitos pela acusação de “porte de vinagre”, que só carregam par se defender dos efeitos das bombas de efeito (i)moral. O movimento deseja apenas o direito de manifestar-se livremente.
Para quem pensa que os protestos da juventude em no país é somente para reduzir o preço da passagem, engana-se. Os jovens discutem a política de mobilidade urbana, pela qual até hoje, tem se privilegiado o transporte particular, individual.
O que se deseja e o movimento conseguiu atiçar essa discussão é uma valorização do transporte coletivo.
Em recente nota a UJS da capital paulista afirma que “o transporte coletivo utilizado pela maioria dos trabalhadores acabou sendo prejudicado por ter menos investimento e não ter um planejamento de acordo com as demandas das grandes cidades”. E, acrescenta, “a população que mora nas periferias é a mais prejudicada”, por residirem “distante dos locais de emprego, consumo e entretenimento”.
Além de tudo isso, as concessões públicas para transporte coletivo têm privilegiado grandes empresas que só visam altos lucros e não oferecem a qualidade desejada pelos usuários. São ônibus, trens e metrô superlotados nas horas de pico, onde as pessoas são literalmente amassadas, muitas vezes não se consegue mexer-se de tão lotada está a condução.
Os protestos também são contra a política do governador tucano Geraldo
Alckmin de São Paulo. Ele está desenvolvendo projetos de cortar integrações entre metrô, trens e ônibus, o que acarreta ainda mais custos ao bolso dos usuários. Como por exemplo, em Diadema onde o bilhete único funciona vem e os passageiros pagam uma passagem e de dentro dos terminais de trólebus usam esse serviço sem pagar outra passagem e na volta para casa a mesma coisa, pegam os ônibus municipais sem pagar. Uma conquista de 30 anos que Alckmin quer acabar, em acordos feitos com empresários do transporte.
O governador também tem mostrado intenções em acabar com as integrações na capital. Isso sem falar nas cidades da região metropolitana ode ainda nem, há integração nos vários transportes e dificilmente o trabalhador utiliza-se de somente um meio de transporte para chegar ao seu objetivo.
Por isso, os protestos contra aumento nas tarifas de transporte têm ganhado contundência no país todo. Os trabalhadores sabem o sufoco que é ir para o trabalho e voltar para casa e ao custo que está a locomoção.
Apesar da forte repressão policial, o movimento tem conseguido inúmeras vitórias. Nunca se viu o transporte coletivo
Novo ato na segunda (17), 17h, no Largo da Batatas, em Pinheiros
tão discutido nas ruas, nos pontos de ônibus, nos trens e metrôs, enfim em todos os lugares como agora.
Tanto que o prefeito da capital paulista, Fernando Haddad convocou reunião do Conselho da Cidade para a terça (18)
com a promessa de chamar os integrantes do Movimento Passe Livre para ouvir suas propostas para o transporte coletivo, o que já é um avanço para quem não queria nem conversar.
Falta agora o governador tucano seguir o exemplo e em vez de balas de borracha, spray de pimenta e bombas enviar propostas de diálogo.
Da redação

 http://ujs.org.br/portal/?p=16394


NOTA DA UJS-SP SOBRE O AUMENTO DA TARIFA DE ÔNIBUS

Ao longo de décadas, o automóvel foi prioridade no investimento em mobilidade urbana na cidade de São Paulo. Ocorreu um desenvolvimento no mercado de crédito, produção de insumo, controle pelo governo no combustível, investimento em vias públicas – onde na maioria das vezes, o automóvel recebia prioridade.
Isto é, o transporte coletivo utilizado pela maioria dos trabalhadores acabou sendo prejudicado por ter menos investimento e não ter um planejamento de acordo com as demandas das grandes cidades. Infelizmente a população que mora nas periferias da cidade é a mais prejudicada, pois residem distante dos locais de emprego, consumo e entretenimento. Além disso, sofre com a espera absurda nos pontos de ônibus. Enfrentam todos os dias ônibus superlotados para ir e voltar do trabalho ou estudar, congestionamentos quilométricos e muitas vezes, falta dinheiro para pagar as tarifas caríssimas.
Esses problemas também são frutos da exploração do transporte coletivo, por conta de empresas privadas, que o administram e servem a interesses econômicos, de lucro e acumulação de capital.
Anualmente uns dos mais receios da população são os reajustes das tarifas de ônibus, trem e metrô. Essas empresas não poupam o bolso do trabalhador, pressionam o governo que se deixa ceder pelos reajustes no alto custo das tarifas e retenção ao investir em infraestrutura.
Diante desta negligência, é legitimo e necessário o ato de se manifestar, e é ampla a comoção da população, pois são muitas as indignações. O que não aceitamos num Estado democrático é a forma repressora, violenta que age a PM nos protestos e no cotidiano da juventude nas periferias. A conduta policial controlada pelo governador de São Paulo tem causado mais revolta e atos extremos por conta de uma minoria dos manifestantes.
É possível para a prefeitura de São Paulo não ceder aos interesses dos empresários e ficar ao lado do povo revogando o aumento da tarifa e promover um amplo diálogo sobre as melhorias no transporte público com a população paulistana. Estamos confiantes e sempre na luta!
União da Juventude Socialista – SP

São Paulo, 12 de junho de 2013

 http://ujs.org.br/portal/?p=16220

PCdoB condena violência policial contra manifestantes em SP

Do Portal Vermelho



A violência injustificável praticada pela Polícia Militar (PM) do Estado de São Paulo contra os manifestantes transformou a cidade em um “campo de batalha”. O PCdoB, em nota, condena a ação truculenta e reforça a defesa da livre manifestação e a importância do diálogo entre movimento social e poder público.



Nota pública


O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) condena a truculência da Polícia Militar empregada na manifestação da noite desta quinta feira (13). A repressão da força policial, com cenas de agressões, ferimentos e prisões injustificadas contra os manifestantes transformaram a cidade em um campo de batalha.

O PCdoB defende um transporte público eficiente, de qualidade e mais barato. Para consegui-lo é preciso investimentos contínuos na expansão das linhas ramais de metrô e trens, construção de corredores de ônibus, integração entre modais, a implantação do bilhete único mensal, desoneração de impostos e outras medidas que possibilitam um transporte público mais acessível.

As manifestações contra o aumento da tarifa demonstram uma insatisfação com o preço praticado e a qualidade do serviço. Sempre defendemos o direito à manifestação e a liberdade de expressão. Defendemos a abertura do diálogo entre os movimentos sociais e o poder público para se chegar a um melhor resultado para a população.

Jamil Murad
Presidente do Diretório Municipal do PCdoB de São Paulo



UNE contra o fascismo da PM:Entidades estudantis divulgam nota de repúdio condenando despreparo da PM

Entidades estudantis divulgam nota de repúdio condenando despreparo da PM
A União Nacional dos Estudantes e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas divulgaram nota de repúdio condenando a ação da Polícia Militar de São Paulo em repressão aos protestos desta quinta-feira (13/06). Leia a íntegra:

A União Nacional dos Estudantes e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas condenam a agressão policial injustificável contra jovens ocorrida na noite desta quinta-feira, 13 de junho, em mais um protesto pelas ruas da capital paulista contra o aumento das passagens do transporte público.
A passeata, que teve início no Theatro Municipal e seguia de forma totalmente pacífica, com os manifestantes distribuindo flores, foi interrompida de maneira desproporcional pela Polícia Militar na rua da Consolação, na altura da Praça Rooselvelt, onde o protesto iria se encerrar. Truculenta, violenta e despreparada, a polícia formou um cerco e impediu a ocupação da Praça, dando início a agressões com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os jovens que estavam na passeata, atingindo também a população que passava pelo local.
A UNE e a UBES participaram da marcha e denunciam a ação criminosa da PM do Estado de São Paulo, que colocou em risco a integridade física não apenas dos integrantes da passeata, mas também do povo paulista.
Não é de hoje que a polícia do governador Geraldo Alckmin trata com violência e criminaliza os movimentos sociais. Atos isolados dentro de uma passeata de mais de 5 mil pessoas não são justificativas para o clima de terror que a PM tem imposto aos legítimos protestos contra o aumento da passagem na capital paulista.
Foi nas ruas que já conquistamos vitórias em Porto Alegre, Goiânia e Manaus, com revogações dos aumentos das passagens nessas capitais. Já no Rio de Janeiro, milhares tomaram as ruas e foram duramente reprimidos.
Essas movimentações em todo o Brasil são reflexos de uma precariedade e altos preços, problemas que precisam ser tratados de forma democrática, com diálogo e não com repressão. Seguiremos na luta pela paz, contra o aumento da tarifa, pela qualidade no transporte público e um Estado de São Paulo verdadeiramente democrático.
13 de junho de 2013.
União Nacional dos Estudantes – UNE
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES
União Estadual dos Estudantes de São Paulo – UEE-SP
União Paulista dos Estudantes Secundaristas – UPES

Fascismo :"Vi o policial mirar em mim", afirma repórter baleada no olho

"Vi o policial mirar em mim", afirma repórter baleada no olho


O fotógrafo Sérgio Silva, da agência Futura Press, atingido no olho esquerdo por um tiro de bala de borracha disparado pela Polícia Militar durante o protesto de quinta-feira (13), em São Paulo, tem poucas chances de recuperar a visão. Já a repórter da Folha de S. Paulo, Giuliana Vallone, também atingida no olho por uma bala de borracha, não corre risco de ter danos maiores. No Facebook, a jornalista comentou o que houve e agradeceu o apoio: "Vi o policial mirar em mim".



Foto: UOL

Na quinta-feira (13), enquanto ocorria a quarta manifestação contra o aumento da passagem, na capital paulista, dois profissionais foram detidos: Piero Locatelli, jornalista da revista Carta Capital, por portar vinagre em sua mochila; e Fernando Borges, repórter cinematográfico do portal Terra. No terceiro protesto, ocorrido na terça (11), Pedro Ribeiro Nogueira, repórter do Portal Aprendiz, já havia sido espancado e preso.

Outros jornalistas também foram agredidos:

Vagner Magalhães – repórter portal Terra
Fernando Mellis – repórter portal R7
Gisele Brito – repórter Rede Brasil Atual
Leandro Morais – repórter fotográfico do UOL
Sérgio Silva – repórter fotográfico agência Futura Press
Fabio Braga – repórter fotográfico Folha de S. Paulo
Marlene Bergamo - repórter fotográfico Folha de S. Paulo
Félix Lima – repórter Folha de S. Paulo
Ana Krepp – repórter Folha de S. Paulo
Leandro Machado – repórter Folha de S. Paulo
Giuliana Vallone – repórter TV Folha
Rodrigo Machado – repórter TV Folha
Henrique Beirange – repórter jornal Metro
André Américo – repórter fotográfico jornal Metro

Segundo a jornalista Kátia Passos,casada com Sérgio Silva, "o caso dele é bastante grave". "Os médicos acham que, mesmo se fizesse agora uma cirurgia, pode até piorar a pequena acuidade visual que ele ainda tem. Mas a chance de ele recuperar (a visão) é mínima", disse ela.

Sérgio está internado no hospital H. Olhos (Hospital de Olhos Paulista), no bairro Paraíso, em São Paulo, e está consciente. Na noite de quinta-feira, ele trabalhava na cobertura do protesto contra o aumento da tarifa de transporte público quando foi ferido por uma bala de borracha, na rua da Consolação. "Ele foi socorrido por um professor que estava na manifestação, que o levou para o Hospital Nove de Julho", disse Kátia. Ainda na noite de ontem, Sérgio foi transferido ao H. Olhos.

O boletim médico do fotógrafo foi divulgado nesta sexta-feira, e diz que ele sofreu "lesões oculares e fratura de órbita". O documento, no entanto, diz que "não é possível afirmar o prognóstico visual". A mulher dele aguarda a opinião de outros especialistas para decidir quais procedimentos podem ser feitos.

Kátia lamentou o fato de que Sérgio pode não ter condições de voltar a trabalhar como fotógrafo. "Provavelmente não haverá condição de retornar (ao trabalho como fotógrafo). Pelo menos eu não conheço nenhum fotógrafo que consiga fotografar com um olho só", disse ela.

"Vi o policial mirar em mim"


Giuliana Vallone, repórter do jornal Folha de S. Paulo atingida no olho direito  por uma bala de borracha durante a manifestação contra a alta da tarifa, no Centro de São Paulo, fez uma declaração em sua página no Facebook relatando o fato, na manhã desta sexta. Ela aproveitou para agradecer o apoio. Ela contou que graças aos óculos que usava nada de pior ocorreu. Abaixo, o comentário de Giuliana. Até o fechamento desta matéria já tinha mais de 9.300 compartilhamentos.


Queridos,

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a todas as manifestações de carinho e preocupação recebidas dos amigos e também de pessoas que não tive a oportunidade de conhecer. Vocês são incríveis.

Agora, o boletim médico: passei a noite no hospital em observação. A tomografia mostrou que não há fraturas nem danos neurológicos. A maior preocupação era o comprometimento do meu olho, que sofreu uma hemorragia por causa da pancada. Felizmente, meu globo ocular não aparenta nenhum dano. E agora, ao acordar, percebi a coisa mais incrível: já consigo enxergar com o olho afetado, o que não acontecia quando cheguei aqui. Fora isso, estou muito inchada e tomei alguns pontos na pálpebra.

Sobre o aconteceu: já tinha saído da zona de conflito principal --na Consolação, em que já havia sido ameaçada por um policial por estar filmando a violência-- quando fui atingida. Estava na Augusta com pouquíssimos manifestantes na rua. Tentei ajudar uma mulher perdida no meio do caos e coloquei ela dentro de um estacionamento. O Choque havia voltado ao caminhão que os transportava. Fui checar se tinham ido embora quando eles desceram de novo. Não vi nenhuma manifestação violenta ao meu redor, não me manifestei de nenhuma forma contra os policiais, estava usando a identificação da Folha e nem sequer estava gravando a cena. Vi o policial mirar em mim e no querido colega Leandro Machado e atirar. Tomei um tiro na cara. O médico disse que os meus óculos possivelmente salvaram meu olho.

Cobri os dois protestos nesta semana. Não me arrependo nem um pouco de participar desta cobertura (embora minha família vá pirar com essa afirmação). Acho que o que aconteceu comigo, outros jornalistas e manifestantes, mostra que existem, sim, um lado certo e um errado nessa história. De que lado você samba?

Em tempo: obrigada Giba Bergamim Junior e Leandro Machado pelos primeiros socorros!

Vídeo da Carta Capital sobre a detenção por porte de vinagre do jornalista Piero Locatelli:




Da redação do Vermelho com agências

(fotos: de cima para baixo, Sérgio Silva permanece hospitalizado - Arquivo Pessoal / Divulgação; Giuliana Vallone ao ser atingida por bala - Diego Zachetta/Estadão)

Anti-fascismo: Manifesto contra a violência da PM

Altamiro Borges: Manifesto contra a violência da PM

Do Portal Vermelho


CRESCEM AS CRÍTICAS NA SOCIEDADE À BRUTAL VIOLÊNCIA DA PM DE SÃO PAULO, SOB COMANDO TUCANO, CONTRA JOVENS EM LUTA PELA REDUÇÃO DAS TARIFAS DO TRANSPORTE PÚBLICO. PESQUISAS JÁ INDICAM QUE A POPULAÇÃO PAULISTA APÓIA OS LEGÍTIMOS PROTESTOS DA JUVENTUDE - MAS REJEITA ATOS TRESLOUCADOS. 

POR ALTAMIRO BORGES, EM SEU BLOG


Um ampla unidade vai se forjando em defesa da plena liberdade de manifestação e contra a postura fascista do governador Geraldo Alckmin. 

Leia também:
Polícia aterroriza manifestantes e gera medo em paulistano
Repressão policial e a democracia que não queremos em São Paulo

O manifesto abaixo é mais uma iniciativa importante neste rumo. Assine! Ajude a divulgar!

A ação da Polícia Militar do estado de São Paulo em protesto de jovens contra o aumento das tarifas da passagem do ônibus, metrô e trem na capital paulista é mais um episódio na história de violência e desrespeito ao direito de organização e manifestação. 

O direito de manifestação sofre permanente ameaça no país, mesmo depois de 25 anos de promulgação da Constituição Federal, o que demonstra que a democracia ainda não está consolidada no país. A PM do estado de São Paulo, controlada pelo PSDB, mantém os métodos que desenvolveu na ditadura militar, reprimindo manifestações, efetuando prisões políticas de cidadãos e estimulando tumultos, inclusive com infiltrações para desmoralizar a luta e organização popular. 

Não podemos esperar um comportamento democrático de uma PM liderada pelo PSDB que, em janeiro de 2012, mobilizou helicópteros, carros blindados e 2 mil soldados do Batalhão de Choque para fazer a reintegração de posse violenta de 1600 famílias que viviam desde 2004 no bairro Pinheirinho, em São José dos Campos (97 km de SP). 

A legitimidade do protesto dos jovens contra o aumento das tarifas não pode ser desmoralizada por causa de ações equivocadas de uma minoria, que infelizmente não compreende que a sociedade está do lado daqueles que querem transporte barato e de qualidade para a população de São Paulo. 

Apesar desses acontecimentos pontuais, a responsabilidade pela violência nos protestos é da Polícia Militar, que tem provocado o conjunto dos manifestantes, promovido o caos e agredido cidadãos que estão nas ruas exercendo o seu direito de manifestar de forma pacífica. 

Esses protestos são importantes porque colocam em xeque uma questão central para a população da cidade, que é a mobilidade urbana. Os paulistanos perdem horas e horas todos os dias dentro de um carro ou ônibus parados no trânsito ou de um vagão de metrô e trem lotados. Horas que poderiam ser destinadas para ficar com a família ou para cultura, esporte e lazer, das quais são privados por causa de uma clara opção que privilegia o transporte privado e individual em detrimento do público e coletivo. 

O histórico crescimento desordenado da cidade, o trânsito causado pelo número de carros nas horas de pico, a falta de linhas de metrô/trem, a baixa qualidade do sistema e a chantagem das empresas privadas concessionárias de ônibus, as altas tarifas do transporte público representam um problema social, que prejudica o conjunto da população, especialmente os mais pobres, que moram na periferia. 

A lentidão da expansão do metrô é uma questão crônica da gestão do PSDB, que construiu apenas 21,6 Km de linhas do metrô, o que representa uma média de 1,4 km por ano. Com isso, São Paulo tem a menor rede metroviária entre as grandes capitais do mundo (apenas 65,9 km). 

A gravidade dessa questão fez com que a mobilidade urbana fosse um dos temas centrais da campanha eleitoral para a prefeitura no ano passado. E o candidato Fernando Haddad, que acabou eleito, prometeu dar respostas que tocassem na raiz do problema. 

A movimentação da prefeitura para adiar e realizar um aumento da passagem do ônibus abaixo da inflação do último período, dentro de um quadro de pressão das empresas concessionárias, não atende os anseios criados com a derrota dos setores conservadores nas eleições em São Paulo. 

A resolução da questão urbana exige medidas estruturais, como a efetivação de um modelo de desenvolvimento, que prescinda o estímulo à indústria automobilística, e a implementação do controle direto sobre as tarifas por meio da municipalização dos transportes. Com isso, se evita soluções paliativas como a subvenção das concessionárias, financiando setores cujo interesse em lucrar se choca com a possibilidade de um sistema de transporte que atenda as necessidades da população. 

Por isso, os protestos realizados pelos jovens ganham importância, uma vez que representam um sintoma do problema e constituem uma força social que pode apontar e sustentar mudanças estruturais na organização territorial e na mobilidade urbana. Essas mobilizações são um instrumento de pressão sobre as autoridades, para sustentar um processo de negociação, especialmente com a prefeitura, que esperamos que possa render conquistas para a população e acumular forças para novas lutas que virão. 

Nesse processo, a mídia burguesa e os setores conservadores colocam uma cortina de fumaça sobre as soluções estruturais para as quais apontam os protestos, com a execração pública dos atos realizados por uma minoria. Esse tipo de cobertura coloca luz sobre os vínculos dos meios de comunicação da burguesia com as empresas automobilísticas (interessadas em vender mais carros), com as empresas privadas concessionárias de transporte (que lucram com a chantagem sobre a prefeitura) e com a especulação imobiliária (contrária à reorganização territorial). 

Assim, manifestamos nosso apoio aos protestos dos jovens em defesa do transporte público, dos quais queremos contribuir para garantir a massificação e manifestação organizada e pacífica, condenamos a ação violenta da Polícia Militar, cobramos a libertação dos presos políticos e rechaçamos o aumento das tarifas de ônibus, metrô e trem. 

- ABGLT- Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais 
- Consulta Popular 
- Fora do Eixo 
- JCUT- Juventude da Central Única dos Trabalhadores 
- JPT/SP- Juventude do Partido dos Trabalhadores da cidade de São Paulo 
- JSOL - Juventude Socialismo e Liberdade 
- JUNTOS! 
- Levante Popular da Juventude 
- MAB- Movimento dos Atingidos por Barragens 
- MST- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra 
- PJ- Pastoral da Juventude 
- PJMP- Pastoral da Juventude do Meio Popular 
- Quilombo 
- REJU- Rede Ecumênica da Juventude 
- UBES- União Brasileira dos Estudantes Secundaristas 
- UJR- Partido Comunista Rebelião 
- UJS- União da Juventude Socialista 
- UNE- União Nacional dos Estudantes 

 
* Organizações/entidades que quiserem informar que aderiram ao manifesto devem enviar e-mail para nacional@levante.org.br

** Quem quiser assinar o manifesto deve acessar a página

Comunistas...atualidade em Marx



Posição dos Comunistas Frente aos Diferentes Partidos de Oposição
Manifesto do Partido Comunista
"Os comunistas combatem pelos interesses e objetivos imediatos da classe operária, mas, ao mesmo tempo, defendem e representam, no movimento atual, o futuro do movimento. Aliam-se na França ao partido democrata-socialista contra a burguesia conservadora e radical, reservando-se o direito de criticar as frases e as ilusões legadas pela tradição revolucionária.

Na Suíça, apoiam os radicais, sem esquecer que esse partido se compõe de elementos contraditórios, metade democratas-socialistas, na acepção francesa da palavra, metade burgueses radicais.

Na Polônia, os comunistas apoiam o partido que vê numa revolução agrária a condição da libertação nacional, isto é, o partido que desencadeou a insurreição de Cracóvia em 1846."
Na Alemanha, o Partido Comunista luta de acordo com a burguesia, todas as vezes que esta age revolucionariamente: contra a monarquia absoluta, a propriedade rural feudal e o espírito pequeno-burguês.

Mas nunca, em nenhum momento, esse partido se descuida de despertar nos operários uma consciência clara e nítida do violento antagonismo que existe entre a burguesia e o proletariado, para que, na hora precisa, os operários alemães saibam converter as condições sociais e políticas, criadas pelo regime burguês, em outras tantas armas contra a burguesia, a fim de que, uma vez destruídas as classes reacionárias da Alemanha, possa ser travada a luta contra a própria burguesia.

É para a Alemanha, sobretudo, que se volta a atenção dos comunistas, porque a Alemanha se encontra nas vésperas de uma revolução burguesa e porque realizará essa revolução nas condições mais avançadas da civilização européia e com um proletariado infinitamente mais desenvolvido que o da Inglaterra no século XVII e o da França no século XVIII e, por conseguinte, a revolução burguesa alemã só poderá ser o prelúdio imediato de uma revolução proletária.
Em resumo, os comunistas apoiam em toda parte qualquer movimento revolucionário contra o estado de coisas social e político existente.

Em todos estes movimentos, põem em primeiro lugar, como questão fundamental, a questão da propriedade, qualquer que seja a forma, mais ou menos desenvolvida, de que esta se revista.

Finalmente, os comunistas trabalham pela união e entendimento dos partidos democráticos de todos os países.

Os comunistas não se rebaixam a dissimular suas opiniões e seus fins. Proclamam abertamente que seus objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda a ordem social existente. Que as classes dominantes tremam à idéia de uma revolução comunista! Os proletários nada têm a perder nela a não ser suas cadeias. Têm um mundo a ganhar.

Proletários de todos os países, uni-vos! "

capítulo 4 do manifesto do Partido Comunista

KARL MARX (1848)