sábado, 26 de maio de 2012

Comunista Manuela lidera pesquisa à prefeitura de Porto Alegre



Comunista  Manuela  lidera pesquisa à prefeitura de Porto Alegre 

A pré-candidata do PC do B à Prefeitura de Porto Alegre, Manuela D´Ávila, lidera, com 41,3%, pesquisa de intenção de voto, do Instituto Methodus, divulgada nesta quinta-feira (24). O atual prefeito, José Fortunati (PDT), vem em segundo, com 28,7%.
O instituto ouviu 1.200 pessoas entre os dias 15 e 18 de maio de 2012. A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número RS-00020/2012. A margem de erro é de três pontos porcentuais para mais ou para menos.

Imagens da corrida eleitoral pela Prefeitura de Porto Alegre




Foto 20 de 27 - 11.mai.2012 - Pré-candidata do PC do B à Prefeitura de Porto Alegre, Manuela D"Ávila, conversa com moradores do bairro vila Santo Antônio, na capital gaúcha. Manuela lidera a corrida eleitoral, de acordo com as mais recentes pesquisas de intenção de voto Mais Dani Barcellos/Divulgação
Os pré-candidatos Paulo Borges (DEM), com 9,2%, o petista Adão Villaverde, com 5,7%, Nelson Marchesan Jr. (PSDB), com 3,9%, vêm na sequência. Roberto Robaima (PSOL) obteve 1% e Érico Corrêa (PSTU) e José Francisco Mallmann (PHS) estão com 0,6% e 0,3%, respectivamente.
Em pesquisa realizada pelo Instituto Vox Populi no começo do mês, Fortunati apareceu na liderança na preferência do eleitorado de Porto Alegre, com 38%, à frente de Manuela D´Ávila, que obteve 31% das intenções de voto.

Segundo turno

O Instituto Methodus também fez três simulações de segundo turno. Se a disputa fosse entre Manuela e Fortunati, a deputada federal sairia vencedora com 50,7% das intenções de voto, contra 38,2% do atual prefeito.

A pré-candidata do PC do B conseguiria uma distância ainda maior se o confronto fosse com o petista Adão Villaverde (PT). Nesse cenário, Manuela ganharia com 65,9%. Villaverde teria 15,3%.
Leia também:
 Os encantos de Manuela




RejeiçãoNa simulação de segundo turno entre Fortunati e Villaverde, o pré-candidato à reeleição venceria, com 64,2% das intenções de voto, contra 13,3% do petista.
O instituto também pesquisou o índice de rejeição dos pré-candidatos. De acordo com o levantamento, 24,3% dos entrevistados não votariam em Villaverde ; 19,2% em Corrêa; e 19,1% em Robaina.

Marchesan Jr. é o quarto com maior rejeição, com 17,8%, seguido por Mallmann , com 16,8%, e por Manuela, com 16,1%.

Paulo Borges (DEM) tem 15,3% de rejeição e José Furtunati (PDT), 12,9%. Dos entrevistados, 28,8% não rejeitariam nenhum candidato e 4,2% não souberam responde

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Deputado valentão do Paraná, o tucano Franceschini ameaça petista Dr Rosinha


                             Deputado da "boca grande"...
Deputado "valentão" do Paraná, o tucano Francischini   ameaça petista Dr Rosinha
O deputado federal Fernando Francischini (PSDB-PR) e o deputado Dr. Rosinha (PT-PR) quase saíram no tapa durante a sessão da CPI mista do Cachoeira nesta quinta-feira (24). O motivo foi uma declaração dada pelo tucano, revoltado com as perguntas feitas pelo relator Odair Cunha (PT-MG).
"Quando o relator pergunta das relações da empresa Delta e o governador Agnelo Queiroz (PT-DF), ele é tchutchuca. Quando a questão é o governador Marconi Perillo (PSDB), ele vira tigrão", disse Francischini.
O deputado Doutor Rosinha (PT-PR), que discursou em seguida, criticou o caráter midiático de alguns parlamentares – uma indireta a Francischini. Daí o tucano levantou-se da cadeira, foi tirar satisfações com o petista e insinuou: “Você sabe onde põe suas emendas parlamentares”. Rosinha rebateu: “Aqui não é lugar de riso, é lugar de seriedade”. 
Foi preciso a intervenção de outros dois paranaenses na CPI – Alvaro Dias (PSDB) e Rubens Bueno (PPS) – para acalmar os ânimos.
Depois, Francischini disse que jamais agrediria o colega: “Eu me levantei para demonstrar minha indignação”, garantiu, sem explicar a referência às emendas. Rosinha disse sequer ter criticado o colega diretamente na fala que deu origem à briga: “A carapuça serviu”.

Código Florestal: Dilma faz 12 vetos e 32 modificações


Do Portal Vermelho


Código Florestal: governo diz que vetos protegem pequenos



A proposta do governo federal para o novo Código Florestal é “recompor o texto do Senado, preservar acordos e respeitar o Congresso", anunciou a ministra de Meio Ambiente, Izabella Teixeira, na entrevista coletiva, na tarde desta sexta-feira (25), sobre os vetos que foram feitos na matéria aprovada pelo Congresso Nacional.


"O veto é parcial em respeito ao Congresso Nacional, a democracia e ao diálogo com a sociedade, para evitar insegurança jurídica e por questões de inconstitucionalidade; não permitir a proteção aos desmatadores e nem estimular o desmatamento e nada que impeça a restauração ambiental. Para que todos possam fazer a recomposição ambiental sem que ninguém seja anistiado. São essas as razões que justificavam vetos, inclusões e reduções. O que vai ser apresentado ao Congresso Nacional”, explicou a ministra. 

Ela enfatizou, assim como o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, que as decisões do governo federal ao apresentar veto parcial era de proteção aos pequenos produtores rurais. Por isso, criava regras diferenciadas para quem possui até quatro módulos rurais, que representam 90% das propriedades rurais e 24% da área plantada. Todo o resto está reservado para médias e grandes, que ocupam 76% da área de agricultura. 

Para os ministros, eles usaram os critérios da área de justiça tributária, de quem ganha mais paga mais, quem tem mais área recompõe mais. Pepe Vargas disse que, com isso, se estabelece o princípio de justiça ripária (que habita a margem de um curso de água), garantindo inclusão social e produtiva. 

O governo vai editar uma Medida Provisória (MP), na próxima segunda-feira (28)para regulamentar os pontos que foram vetados pela presidente Dilma Rousseff. O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, o primeiro a falara, disse que “foram 12 vetos e 32 modificações, das quais 14 recuperam o texto do Senado, cinco correspondem a dispositivos novos e 13 são ajustes ou adequações de conteúdo". 

Novos debates
O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, disse que novos debates acontecerão e produziremos o documento que a sociedade espera, fazendo referência à proposta do governo que será encaminhada ao Congresso Nacional. E destacou o que foi dito ao longo dos debates: “Esse) Não é o código nem dos ambientalistas e nem dos ruralistas, é dos que tem bom senso, que sabe que o Brasil pode produzir com respeito ao meio ambiente”.

Eu sou Minsitro da Agricultura de um país que mais produz e exporta alimentos no mundo e tenho orgulho de ter a legislação ambiental que vai garantir mais segurança ao produtor, clareza de que pode produzir alimentos para o Brasil e para o mundo e produzir guardando o meio ambiente”. 

A ministra tentou acalmar os jornalistas, avisando que as informações contidas nos slides apresentados seriam distribuídos. “Vocês vão receber, calma, vocês vão receber, ao final da coletiva”, disse a ministra ao anunciar, com rapidez, os dados.

De Brasília
Márcia Xavier

http://www.vermelho.org.br/meioambiente/noticia.php?id_secao=1&id_noticia=184228

Imigrante nos EUA é comparado a cães


Imigrante nos EUA é comparado a cães


















Por João Novaes, no sítio Opera Mundi:

Do Blog do Miro

O deputado norte-americano Steve King, que já chegou a defender que as fronteiras dos EUA com o México fossem reforçadas por cercas elétricas, voltou a causar polêmica em mais um discurso no qual atacou a imigração. Congressista do Partido Republicano pelo Estado de Iowa, King disse nesta segunda-feira (21/05), em Des Moines, durante um evento de sua campanha para reeleição na Câmara, que os Estados Unidos devem escolher os imigrantes que entram no país, como “como se escolhe um cão de caça em uma matilha, na qual devemos escolher os melhores segundo as necessidades da ocasião”.


Não é a primeira vez que King comparou imigrantes a animais. Ao defender o cerco elétrico na fronteira, King justificou sua proposta dizendo que “fazemos isso com o gado o tempo todo”. A nova declaração de King ocorre na mesma semana em que o provável candidato republicano Presidência do país, Mitt Romney, inicia uma campanha para tentar ganhar votos em meio à comunidade hispânica.

No Congresso, King é vice-presidente de Imigração da Câmara de Representantes em Washington. Sua comparação de imigrantes com cachorros gerou uma série de críticas da opinião pública norte-americana e de organizações em defesa de imigrantes.

Em entrevista ao jornal The Des Moines Register publicada nesta quarta-feira (23/05), Matt Sinovic, diretor-executivo da ONG Progress Iowa, publicada nesta quarta-feira (23/05) que as palavras do congressista ofendem aos imigrantes da classe trabalhadora, mulheres e idosos.

Sua rival política no Estado pelo Partido Democrata, a deputada Christie Vilsack, também o criticou, dizendo que, antes de falar qualquer coisa sobre imigração, King deve tomar ciência de que os imigrantes também são seres humanos.

Arizona

Durante um de seus discursos contra os imigrantes no Congresso, King foi um dos mais ferrenhos defensores da Lei antiimigração do Arizona. Na ocasião, ele irritou alguns de seus colegas ao dizer que os policiais “não precisam usar perfis raciais, pois existem pessoas que possuem “um sexto sentido” para identificar inigrantes ilegais”, disse. “É possível detectar um imigrante ilegal ao observar suas roupas, a forma como se comporta, seu sotaque, entre outras maneiras”, afirmou na ocasião.

Entre outros pontos, a medida permite que a polícia local pare qualquer cidadão “suspeito” de ser um imigrante ilegal. Neste caso, a pessoa poderá ser presa, caso não esteja com seus documentos, mesmo estando regularizada. Para associações de defesa dos estrangeiros, que também questionaram a medida, a lei torna os cidadãos de origem hispânica suspeitos potenciais, ainda que estejam com sua situação regularizada ou sejam norte-americanos.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Prefeito Luciano Ducci ( PSDB-DEMo-PSB) persegue movimentos sociais em Curitiba


Prefeito Luciano Ducci  ( PSDB-DEMo-PSB) persegue e ataca movimentos sociais em Curitiba 




Por   * Carlos Maia


            A prefeitura municipal de Curitiba, na pessoa de Luciano Ducci, numa atitude arbitrária, lembrando os  tempos de exceção no Brasil (ditadura militar) foca seu olhar e age  contra  os movimentos sociais de Curitiba e de suas lideranças. Se municiando de argumentos inexistentes,  com   o envio de carros  da prefeitura estacionadas em frente à sede, funcionários da prefeitura arrombando, derrubando portas  e invadindo nossa (com testemunhas nossas que viram isso tudo) sede em busca de indícios que possam embasar seus  falsos argumentos tentam a todo o custo tomar de assalto a sede própria de nossa organização  comunitária.

     A associação de moradores do Boa vista,que  este ano  complentará 48 anos, está sendo alvo das ambições de grupos políticos do Prefeito Luciano Ducci-PSB-PSDB-DEMo.Com seu estatuto deixando claro que a associação procura não  se   envolver em disputas política  -partidárias , o mesmo não acontece , infelizmente com a atual  administração municipal.O atual presidente, Carlos Maia, militante do PCdoB, tem um blog ( blogdocarlosmaia)  onde   escreve e ,também,direciona seu foco às debilidades e mal-feitos do atual prefeito e sua equipe (PSDB-DEMo-PSB), com  certeza isso  não  seria  bem visto  aos tucanos e aliados  na região do Boa Vista onde se situa a  associação dos moradores e faz com que  essas perseguições se traduzam em :RETALIAÇÕES POLÍTICAS!

Carlos Maia - Presidente da AssBV ( Associação dos   Moradores do Bairro da Boa Vista )

                O terreno da  associação foi doada pela prefeitura em 1965, conquista daqueles que ousaram em, pleno regime militar, lutar por um espaço físico que pudesse organizar as demandas de seus moradores. Com quase 1000 metros quadrados, e com 400 de área construída, (material de construção arrecadado junto a comunidade) se localiza numa área nobre do bairro da Boa Vista.

     Democraticamente eleita a atual  direção da associação dos moradores a tempos vem  sofrendo     pressões do atual prefeito, Luciano Ducci,  em forma de intimações feitas e encomendadas pela Regional Boa Vista,(espécie de  filial da prefeitura que atende a  zona norte de Curitiba)   requisitando pagamentos vultuosos de supostos   impostos  não pagos pela associação e nos ameaçando de despejo.   Como todos sabem, organizações comunitárias são isentas  de pagamentos de impostos, mas não pro atual alcaide.

    Desde que a atual administração da associação assumiu a direção,    os problemas começaram..Foram várias manifestações  e atos públicos feitos  com abaixo assinado alertando os problemas do bairro.Desde situações  básicas de infraestrutura (buracos  nas ruas, falta de sinalização de trãnsito, lombadas,  falta de calçadas, etc)até casos graves   de  casas de  prostituição infantil e tráfico de drogas que se intalaram no bairro e que  foram repassados a  regional Boa vista, alguns resolvidos, outros nem respostas tivemos.

    Atualmente a Associação desenvolve  trabalhos  junto a comunidade, com sua  biblioteca comunitária,    arrecadação de roupas que são repassados ao colégio estadual proximo de nossa organização, etc.Organizamos também eventos esportivos junto aos colégios da região e também estamos preparando trabalhos culturais junto à escola de samba principal de Curitiba (  Acadêmicos da Realeza , atual campeã do carnaval de Curitiba)com  seus carros alegóricos , fantasias, etc.  que estão   acomodados em nossa sede.

    Portanto, isso tudo faz crescer  os olhos dos que  , antidemocraticamente ,tentam ganhar a disputa política-comunitária de uma forma tacanha, no tapetão , utilizando  de cartas  ameaçadoras e de invasões ao nosso prédio e agora envolvendo questões judiciais  e afins.

   Estaremos atentos a tudo isso e resistiremos,  principalmente num momento onde  a equipe que ora nos    atormenta (PSDB-DEMO-PSB) e que está a 24 anos no poder está prestes a sofrer uma derrota histórica nas urnas com a possível vítória das oposições representadas por PT,PDT,PCdoB, PSC e PMDB.Nós do movimento comunitário continuaremos na luta por um movimento comunitário democrático, plural e que seja respeitado pelo poder público!

*Calos Maia :  Publicitário, comunista de nascença....e nas horas vagas, blogueiro.

A força das redes sociais: MPF representa contra repórter nazista do Programa Brasil Urgente








A força das redes sociais: MPF representa contra repórter do Programa Brasil Urgente
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Por Marlene Senna :Indignados com a falta de respeito pelo ser humano, vergonha de que uma pessoa como essa seja "jornalista", tuiteiros fizeram campanha contra essa violação dos direitos constitucionais do detido que resultou na representação do MPF contra essa "repórter".

Parabéns tuiteiros! Parabéns jornalista Lalo Leal Filho (@Lalolealfilho) que incansavelmente encabeçou esta campanha no twitter.  







 Vídeo da nazistinha




MPF representa contra repórter do Programa Brasil Urgente por indícios de violação de direitos constitucionais de um entrevistado

De acordo com a representação, a conduta da repórter ofende direitos constitucionais do “entrevistado”, que se encontrava preso, à disposição do Estado, em uma delegacia de polícia. Por haver indícios de violação de direitos constitucionais de um preso, a coordenação do Núcleo Criminal do Ministério Público Federal na Bahia (MPF/BA) representou à Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), do próprio MPF/BA, a fim de que adote as medidas cabíveis contra a repórter Mirella Cunha, do programa Brasil Urgente, exibido pela filiada baiana da emissora Band. Há alguns meses, a emissora veiculou a entrevista feita pela jornalista a um homem que se encontrava preso e algemado em uma delegacia de polícia, à disposição do Estado, sob a suspeita de crime patrimonial e estupro.

O procurador da República Vladimir Aras, que é coordenador do Núcleo Criminal do MPF/BA, também encaminhou a representação à Procuradoria-Geral de Justiça do Estado da Bahia; à 2ª Câmara de Coordenação e Revisão da Procuradoria Geral da República (PGR), em Brasília, e à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), também da PGR, a fim de que adotem providencias pertinentes no âmbito da atribuição de cada uma.

Para o procurador, na entrevista há, em tese, indícios de abuso de autoridade, de ofensa a direitos da personalidade, bem como de descumprimento da Súmula Vinculante (SV) 11 do Supremo Tribunal Federal (STF), que limita uso de algemas a casos excepcionais.

O procurador também solicitou que a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP/BA) informe se há, no âmbito da secretaria, algum regulamento infralegal quanto à proibição de exposição de presos a programas como o Brasil Urgente, dentro das delegacias de Polícia de Salvador/BA, e que remeta ao MPF cópia do auto de prisão em flagrante do homem entrevistado.

A representação foi encaminhada, ainda, à Defensoria Pública da União, para ciência, e eventual exercício de suas atribuições na tutela individual do hipossuficiente, no caso o entrevistado, e à produção do Brasil Urgente para que preserve a fita bruta (sem edição) do programa e a encaminhe ao MPF em cinco dias.

Assessoria de Comunicação
Ministério Público Federal na Bahia
Tel.: (71) 3617-2299/2474/2295/ 2200
E-mail: ascom@prba.mpf.gov.br
www.twitter.com/mpf_ba 
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http://brasilmobilizado.blogspot.com.br/

Antigamente eles tinham barba.


José Roberto Torero: A vitória da gilete 


Antigamente eles tinham barba. 

Quando falo “antigamente”, não quero dizer pré-história. E quando falo “eles”, não quero dizer australopitecos.

Quero dizer umas décadas atrás e jogadores de futebol.

Você que é dos tempos d.c, depois do computador, pode não acreditar, mas havia vários jogadores que usavam barba. 

Quereis nomes? Dou-vos.


 barbudos
Os alemães Gerd Muller e Paul Breitner e os argentinos Maradona e Che: barbudos
Havia, por exemplo, Gerd Muller, até hoje o maior artilheiro da seleção alemã. Ele tinha apenas 1,74m, pernas grossas, barba (pensando bem, talvez realmente lembrasse um australopiteco) e jogava muito. Foi campeão mundial com a seleção em 1974 e pelo Bayern em 1976. 

Aliás, no mesmo Bayern de Munique havia outro lendário barbudo: Paul Breitner. Era um lateral-esquerdo excelente. Depois foi para o meio-campo, sendo a estrela do Real Madrid em meados dos anos 70. Abandonou o futebol aos 31 anos, dizendo que ainda gostava de futebol, mas que estava cansado das coisas que aconteciam fora do campo. Numa polêmica entrevista, Breitner declarou-se socialista e leitor de Mao Tse Tung. E eis aí uma das características dos jogadores barbudos: muitos eram politicamente engajados. 

Sócrates é o nosso maior exemplo. Politizado e opinativo, ele foi uma das grandes estrelas da campanha das Diretas Já. Mas houve outros, como Afonsinho, também médico e barbudo, um dos primeiros a lutar pelos direitos dos jogadores.

Maradona é outro que teve sua fase de pelos faciais. E não se pode dizer que seja um sujeito apático politicamente. É a favor de Cuba e tem posições controversas sobre todos os assuntos. 

A barba é uma espécie de marca registrada dos sujeitos que gostam da ideia de mudar o mundo. Ela pode ser vista nos rostos comunistas de Marx e Engels, nos revolucionários Fidel e Che, no anarquista Bakunin, em Jesus, Maomé e Freud.

É como se estes homens dissessem que não têm tempo para se preocupar com a aparência, pois têm que pensar, escrever, agir. 

Mas hoje as barbas sumiram dos campos. Na verdade, até os cabelos andam desaparecidos, já que muitos deixam suas cabeças totalmente peladas. Especialmente os zagueiros, como Domingos, que mais parece uma estátua da Ilha de Páscoa.

Na política não é muito diferente. Por lá as barbas também estão de molho. E, quando há alguma, é aparada com o mesmo esmero com que uma drag queen faz suas sobrancelhas.

Em vez de barbas desleixadas, a moda é usar os pelos como logotipo. É o caso de Valdívia, com seu bigode de ladrão mexicano, de Marcelinho Paraíba, com seus cabelos loiros, e principalmente de Neymar, com seu moicano mutante.

Trocaram-se as barbas emaranhadas pelo cabelo cuidadosamente elaborado, o “não ligo para minha aparência” por horas nas cadeiras dos salões de beleza. 

Hoje em dia, talvez o uruguaio Loco Abreu, do Botafogo, que se formou em jornalismo e tem opiniões firmes, seja o único barbudo legítimo do futebol brasileiro. É pouco.

As barbas fazem falta. No futebol e na política.

PS: Falei em favor da barba, mas esta semana deixei o clube dos barbudos. É que Catarina, minha sobrinha de três anos, negou-se a beijar meu espinhento rosto. Então não tive dúvidas: raspei tudo. O que não se faz pelo beijo de uma senhorita...

 Publicado na Carta Maior



http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=184077&id_secao=1 


quarta-feira, 23 de maio de 2012

Mário Lago, poeta comunista




Mário Lago, poeta comunista


Mário Lago foi um artista consagrado e reconhecido e conquistou um lugar no coração dos brasileiros como ator, compositor, ator de filmes e novelas. Mas é menos conhecido como militante comunista, condição que lhe valeu sete prisões, nos anos de 1932, 1941, 1946, 1949, 1952, 1964 e 1969. E registrou com humor e agudo senso crítico a memória delas num pequeno livro, “Reminiscências do sol quadrado”, de 1979.

Por José Carlos Ruy


Seu primeiro livro, “O povo escreve a história nas paredes”, foi publicado em 1948 (a edição fac-similar pode ser lida e impressa neste portal; está disponível no portal www.mariolago.com.br), é um intenso protesto contra o fechamento do Partido Comunista do Brasil, em maio de 1947, e a cassação dos mandatos de seus deputados e do senador Luís Carlos Prestes, em janeiro de 1948.

É um livro militante que já diz ao que veio logo na nota explicativa que Mário Lago colocou em suas primeiras páginas. Antecipando-se às críticas que veriam naqueles poemas um tom de comício e um sabor de manifesto, ele adverte: “Concordo que elas são comício e manifesto. São umas das mil formas de se chegar ao povo quando negam ao povo a praça pública.” Mas adiantava que não aceitaria alegações de que aqueles poemas fossem destituídos de beleza poética e escreveu: “discordo. Elas foram escritas na linguagem do povo. Inspiradas e ditadas pelo povo.”
Fecharam o Partido, mas ele não acaba, diz num dos poemas. “Porque somos milhões / De mãos dadas / ombro a ombro” e termina com uma pequena quadrinha onde comemora a permanência do mandato dos comunistas que foram eleitos por outras legendas, e não pela sigla da foice e do martelo. É a quadrinha “Paródia dos nossos dias”, onde diz: “Cassarás, não cassarás / Mas dois deles vão ficar / Vai ficar o Arruda / Vai ficar Pedro Pomar”. O livro pode ser acessado através do endereço: 

www.mariolago.com.br/download/o_povo_escreve_a_historia_nas_paredes.pdf


http://www.vermelho.org.br/ma/noticia.php?id_noticia=169387&id_secao=11

Eleição nos EUA :Romney reitera promessa de agilizar fim do regime socialista em Cuba


Eleição nos EUA :Romney reitera promessa de agilizar fim do regime socialista em Cuba


Washington, 18 mai (EFE).- O provável candidato presidencial republicano, Mitt Romney, reiterou nesta sexta-feira sua promessa de que se ganhar em novembro agilizará o fim do regime castrista em Cuba, ao comemorar o Dia da Independência da ilha, a ser lembrado no próximo domingo.
"Se for eleito presidente, o regime castrista não terá razão para duvidar de nosso inquebrantável compromisso com a causa (da liberdade). O regime sentirá todo o peso da determinação americana", disse Romney em comunicado emitido por sua campanha.
"A comunidade internacional saberá que o futuro de Cuba está nas mãos da liderança do movimento pró-democrático cubano... e juntos agilizaremos o dia em que o regime chegará a seu fim", prometeu Romney, ao mencionar pelo nome dissidentes como José Daniel Ferrer e Berta Soler.
Romney afirmou que sob a "tirania do regime castrista", o povo cubano não só esteve privado durante mais de 50 anos de liberdades básicas como a liberdade de culto, de imprensa e de expressão política, mas também o regime recorreu à "brutalidade e à violência para suprimir estes direitos".
O ex-governador de Massachusetts fez estas declarações em um momento em que tenta captar o apoio dos eleitores hispânicos e a Flórida, berço do exílio cubano anticastrista, é chave para esses esforços.
Ao felicitar o povo cubano pelo 110º aniversário de sua Independência, Romney citou o poeta e herói nacional da ilha, José Martí, para enfatizar que "a liberdade é a essência da vida".
"Essas palavras foram certas em Cuba há um século, e em breve o serão de novo mais uma vez", especificou. EFE

Câmara derrota ruralistas e aprova PEC do Trabalho Escravo


Câmara derrota ruralistas e aprova PEC do Trabalho Escravo


Com 360 votos a favor, 11 anos de atraso e muita disputa política, a Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta terça-feira (22), a PEC do Trabalho Escravo, que expropria a terra onde for encontrado trabalho análogo à escravidão. A bancada ruralista tentou até a última hora evitar a votação, mas, apesar da tentativa de esvaziamento, 415 deputados votaram na sessão e apenas 29 foram contra e 25 se abstiveram. Eram necessários 308 votos para aprovação da matéria. 


Ag. Câmara
Câmara derrota ruralistas e aprova PEC do Trabalho Escravo
Os deputados desfraldaram uma bandeira do Brasil para comemorar a vitória.
Os parlamentares progressistas comemoram o resultado. De mãos dadas, cantaram o hino nacional. Nas galerias, os representantes das centrais sindicais, que acompanhavam a votação, imitaram o gesto.

O líder do PCdoB na Câmara em exercício, deputado Osmar Júnior (PI), anunciou o voto da bancada favorável à matéria, destacando que “há quase quatro séculos, o nosso país luta para extirpar o trabalho escravo da vida do Brasil, luta que chegou até os dias de hoje”. E anunciou que “o PCdoB vota ‘sim’ porque precisamos dos instrumentos para enterrar na história do Brasil essa triste chaga”.

O líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-PB), também declarou o voto favorável à PEC. Foi ele quem propôs o adiamento da votação da matéria para esta terça-feira, diante da resistência de parte da bancada peemedebista/ruralista na votação marcada para semana retrasada. 

O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), elogiou o voto do PMDB, esclarecendo que foi retomado o acordo feito anteriormente de que na votação da matéria no Senado, para onde será encaminhada agora, será discutida a regulamentação da lei.

Sem alteração

Os partidos conservadores declararam que votariam a favor da PEC, mas destacaram a necessidade da lei complementar para esclarecer os parâmetros e qualificativos do trabalho análogo ao trabalho escravo, fazendo coro à bancada ruralista. Foi o caso do líder do DEM, deputado ACM Neto. 

O PP disse que orientava ‘sim’, mas que sabia que a bancada não iria atender, porque não chegou a solução consensual. Solução consensual seria aceitar a votação de uma alteração no Código Penal, proposta pela bancada ruralista, redefinindo o trabalho escravo, o que inviabilizaria a fiscalização. O mesmo aconteceu com o PTB e o PSC.

Já o PT, o PSB, o PSOL, o PDT se uniram ao PCdoB na defesa da PEC. A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) disse que defende a lei que elimina de uma vez por todas o trabalho escravo e coloca o Brasil em sintonia com o mundo inteiro. Segundo ela, o PSB mantém a mesma posição de 11 anos atrás quando a matéria foi votada em primeiro turno.

O líder do PDT, deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), disse que o interstício de cinco sessões entre os dois turnos de votação da PEC, nesse caso, demorou 11 anos. 

O deputado Alberto Lupion (DEM-PR), contrário à PEC, em meio à iminência da derrota, disse que "quem comete trabalho escravo precisa ir para cadeia. Expropriação é coisa para Venezuela, Bolívia", disse.

De Brasília
Márcia Xavier, para o Vermelho

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=183950&id_secao=1

CPI :Cachoeira fica calado na CPMI; parlamentares fazem acusações


Cachoeira fica calado na CPMI; parlamentares fazem acusações


O contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, não respondeu a nenhuma das perguntas dos parlamentares na reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga suas relações com agentes públicos e privados, nesta terça-feira (22). Ele declarou que, por orientação do advogado, dará sua versão das acusações das operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal, depois de sua audiência na Justiça. "Depois, podem me chamar que eu irei falar", disse.


Agência Senado
Cachoeira fica calado na CPMI; parlamentares fazem acusações
A atitude de Cachoeira foi criticada pelos parlamentares.
Os parlamentares se queixaram do silêncio, criticando o desrespeito de Cachoeira à CPMI, mas aproveitaram todo o tempo disponível para as perguntas que se tornavam discursos de acordo com os interesses políticos. 

Os governistas se concentraram nas denúncias contra o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) e o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), envolvidos nas denúncias do esquema Cachoeira com jogos ilegais, corrupção e tráfico de influência. A oposição fez perguntas sobre as denúncias contra o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e a Construtora Delta.

Pedido de suspensão

Entre as perguntas, vários parlamentares se manifestaram favoráveis à suspensão da reunião. O deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), membro da CPMI , destacou que diante do silêncio de Cachoeira, que era um direito constitucional dele, a comissão deveria se voltar em busca de informações nas provas documentais.

Os parlamentares que sugeriram a suspensão da sessão alertaram para o fato de a CPMI estar preparando Cachoeira para o próximo depoimento, que eles pretendiam votar , ao adiantar as perguntas. O líder do PSDB, deputado Bruno Araújo (PE), propôs que a CPMI pedisse à Justiça todo o conteúdo do depoimento dele no Judiciário.

O relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), o primeiro a falar, fez uma série de perguntas, não respondidas por Cachoeira. Ele também concordou que a reunião não estava surtindo o efeito desejado que era de fazer a investigação seguir em frente e pediu que fosse votado requerimento para reconvocá-lo após o depoimento na Justiça. 

“Vamos buscar outros instrumentos de investigação, os discursos infindáveis não vão colaborar com as investigações, e reconvocá-lo entre os dias 31 de maio e 1º de junho”, sugeriu Cunha. 

Até que o requerimento, solicitando a suspensão da reunião, fosse votado, a lista de inscrição foi cumprida. Da lista de inscrição fizeram parte primeiro os autores do requerimento de convocação de Cachoeira, que tinham tempo livre para falar; depois os membros titulares da CPMI, os suplentes e depois os não-membros. Os líderes dos partidos também podiam usar o tempo de três minutos para falar, embora não pudessem fazer perguntas. 

O requerimento suspendendo a reunião foi aprovado às 16h30min, quando ainda tinha 39 parlamentares inscritos para falar.

De Brasília
Márcia Xavier

Matéria alterada às 16h30min para atualização de informação.

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=183912&id_secao=1

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Detran:TJ volta atrás e mantém cheque em branco a Beto Richa PSDB - Pr




Detran:TJ volta atrás e mantém cheque em branco a Beto Richa


Por 14 a 11 votos, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Paraná(TJ-PR) voltou atrás e não concedeu a liminar apresentada pela bancada da Oposição que declara inconstitucional a vinculação das taxas do Departamento de Trânsito do Paraná(Detran/PR) ao Fundo Estadual de Segurança Pública(Funesp).
O presidente do TJ, Miguel Kfouri Neto, argumentou que na sessão anterior, quando a maioria dos desembargadores entendeu que a transferência de arrecadação de um órgão para outro era inconstitucional, não havia maioria absoluta de votos e retificou a decisão. Na sessão desta segunda-feira,21, votaram os cinco desembargadores que faltavam para completar o quórum qualificado de 13 votos. Todos eles votaram contra a liminar.Único a se justificar, o desembargador Neoval Quadros, afirmou que “deve haver conveniência política numa decisão dessa, e que haveria mais risco em cortar o repasse”. 
A bancada da Oposição, autora da Ação Direta de Inconstitucionalidade(ADI) contra o tarifaço do Detran, aguardará a publicação do acórdão no diário oficial de justiça e avisa que vai recorrer da decisão no Supremo Tribunal Federal.
Assinam a ADI os deputados Enio Verri, Luciana Rafagnin, Elton Welter, Péricles de Mello, Professor Lemos,Tadeu Veneri, Toninho Wandscheer, do PT, além de Anibelli Neto, do PMDB. O senador Roberto Requião, do PMDB, também subscreve a representação ao Ministério Público.

MV Bill, traficante de informações


Jean Mello: MV Bill, traficante de informações



“Combatente não aceita. Comando de canalhas que a nós não respeita.
Excluído, iludido… Quem nasce na favela é visto como bandido! Rouba muito, magnata… Não vai para cadeia e usa terno e gravata. Causa e efeito… Só dever sem direito”. (MV Bill)

Por Jean Mello*




Raro nos dias atuais alguém conseguir desmistificar aspectos cruciais da situação que o Brasil vive, principalmente em pouco mais de cinco minutos. Nesse clipe lançado em abril de 2011, MV Bill incorporou questões extremamente relevantes para entendimento daquilo que realmente é o “País Tropical”.

Lógico que nada dá pra ver e dar um completo amém. Tampouco dizer que toda produção do cantor é tão madura quanto essa música.

Controvérsias à parte, conferir detalhes da obra que inspirou esse texto permite compreender melhor como se comporta um sistema cuja lógica inclui conservar as misérias e as desigualdades sociais. Também é um dos pedaços do quebra cabeça para montar o que muita gente espera que aconteça de vez por aqui: negros dizendo aquilo que apenas os negros viveram e ainda vivem.

Como diz o MV Bill, “a superação me emociona, mas a apatia dos irmãos me decepciona”. Para enfrentá-la, o artista volta a romper as fronteiras da pura crítica. Sua arte retoma e reinterpreta

Acontecimentos que já afligiram as periferias de todas as metrópoles brasileiras. Desde as investidas da polícia, como braço do poder para disseminar o medo, até a falta de oportunidade aos jovens, sobrando poucas alternativas para levar a vida à frente.

Com imagens que lembram um fanzine ou história em quadrinhos, o som vai ilustrando aquilo que vemos. Ou será que é a imagem que diz exatamente o que ouvimos?



MV B ILL....arrebentando com a Globo:


Em alguns momentos, MV Bill foi acusado de sensacionalismo e apologia ao crime. Recentemente, negou as investidas de vários canais de comunicação, segundo os quais teria espancado a irmã pauladas. Disse em nota oficial que sua familiar sofre de problemas psicológicos e que jamais cometeria tal ato.


Bate de frente com o que diz combater. No programa do Faustão, vídeo que está quase batendo na casa de dois milhões de visualizações, canta com fervor as contradições da grande mídia. Em dado momento foi cortado ao vivo, mas já tinha dado vários minutos de recados contundentes.

Alguns se perguntam se um rapper deve aceitar esse tipo de convite. Ele e alguns outros optaram por ir e dizer o que pensam. Os mais tradicionais não querem nem chegar perto. Recentemente, Emicida concedeu uma entrevista ao SBT que teve boa repercussão — só que nem sempre é assim que funciona.

Em outra oportunidade comento o que penso dessas inserções. Mas na maioria dos casos, a mídia do dinheiro pinta os saraus dos escritores marginais, as músicas das quebradas e outras formas de revoluções periféricas como se fosse algum artigo da moda. Omite a essência do que inspira as letras, documentários e livros.

A questão é que o “trampo” de Bill não consiste simplesmente em críticas. É um dos criadores da Central Única de Favelas – CUFA. Luta para continuidade de um trabalho sólido com crianças e adolescentes em situação de risco social e pessoal. A música passa a ser um meio e não um fim, para contribuir na formação de uma sociedade mais justa. Sim, MV Bill ainda é um traficante de informações, como ele mesmo gosta de ser chamado.

*Jean Mello e colunista do Blog Coletivo Outras Palavras.

Fonte: Blog Coletivo Outras Palavras

 http://www.vermelho.org.br/hiphop/noticia.php?id_noticia=183411&id_secao=130

Sem-teto são unha encravada no centro de São Paulo, diz Mano Brown-Racionais





Cinco anos após um show que terminou em pancadaria na praça da Sé, o grupo de rap Racionais MC's volta sua artilharia para o centro de São Paulo.
É terça à noite, e Mano Brown, KL Jay, Edi Rock e Ice Blue estão na rua Mauá, 340, ao lado da Estação da Luz. O que um dia foi o Hotel Santos Dumont parece, para quem vê de fora, uma edificação em ruínas.
O líder do Racionais sobe num tablado, colocado no pátio central do prédio, e se dirige às famílias de movimentos de sem-teto.
"Para eles [poder público], o ser humano é um mero detalhe. Não é o povo deles que está aqui, que vai ser despejado!" Todos aplaudem, inclusive donas de casa que assistem à movimentação da janela de seus dormitórios.
Brown decidiu gravar o clipe da música "Marighella" --sobre o guerrilheiro comunista Carlos Marighella (1911-1969)-- num local com todos os ingredientes para se tornar um novo Pinheirinho --só que, dessa vez, no coração da metrópole, numa região sob disputa política por conta do projeto Nova Luz e das recentes operações anticrack.
Segundo ele, a gravação foi a maneira encontrada para apoiar as mais de 1.300 pessoas que moram no local há quase cinco anos. A Justiça determinou neste mês a reintegração de posse, cuja data será definida em julho.
Embalados pelo discurso de Brown, os integrantes do Racionais e o rapper Dexter emendam um pocket show de luxo. Hits como "Nego Drama" e "Vida Loka (Parte 2)", pelos quais se costuma pagar alto para ouvir em clubes de "playboys", jorram um atrás do outro para os sem-teto.
Marlene Bergamo/Folhapress
Mano Brown canta a música "Marighella" em ocupação na região da Luz, no centro de São Paulo
Mano Brown canta a música "Marighella" em ocupação na região da Luz, no centro de São Paulo
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Folha - O que veio fazer aqui?
Mano Brown - Eu já vinha acompanhando o caso da ocupação pelo noticiário. Estava indiretamente engajado, e o pessoal do movimento vinha falando que a gente precisava gravar aqui, porque aqui é onde estão as ideias do Marighella.
Como foi gravar na Mauá?
A ficha ainda não caiu. Eu já tive oportunidade de cantar falando das coisas dentro da coisa em si, como na casa de detenção. A gente fez a música 'Diário de Um Detento" e cantamos dentro da detenção [Carandiru], antes dela cair. Foi mais ou menos como hoje aqui. O Marighella falava sobre isso: reforma agrária, divisão das terras, justiça social. E aqui é como se fosse a unha encravada da cidade. É um problema que eles [poder público] não querem, não têm sensibilidade para resolver como deveriam.
Como vê as ações recentes aqui na cracolândia?
Isso se chama especulação imobiliária. Já fizeram isso em São Paulo no começo do século 20. Fizeram isso no Rio de Janeiro, no Bronx, em vários lugares. É um lance racial. São Paulo foi forjada assim. O que a gente tá vivendo aqui é resquício da época da escravidão, são as mesmas fórmulas. Eles querem "limpar", sumir com o problema, e não resolver.
Acho que eles [sem-teto] têm que lutar mesmo. Não tem que demarcar território para A, B ou C. Se eles estão vivendo aqui, eles têm que continuar aqui. E o rap deve ajudar. Eu sei que eu tenho um peso e que eu posso colaborar.
E a prisão do rapper Emicida em Belo Horizonte?
O Brasil está em transição. O Brasil não sabe se é um país moderno ou se ainda está em 1964. Essa geração da direita... eles falam que não existe direita, mas existe direita. Kassab é de direita, Alckmin é de direita, certo? Eles falam que não, mas têm o mesmo modus operandi dos caras da antiga, de usar a força, de usar o poder e de passar para frente o B.O. para outro resolver.
Acha que essa causa da Ocupação Mauá vai conseguir apoio da população de São Paulo?
A sociedade primeiro tem que se sensibilizar. São Paulo é uma terra em que as pessoas são muito individualistas. Usa-se o termo reacionário, né? Grande parte da população vê eles [sem-teto] como um problema e prefere se livrar deles usando o sistema. Isso é uma coisa bem de São Paulo. A pessoa cai aqui, você passa por cima e vai embora. Isso é São Paulo.
Quem mora lá [na periferia] fica isento de muita coisa, tem um lugar reservado, mas fica longe de tudo. E aqui eles estão perto de tudo --e isso tem um preço. Estar perto do progresso tem um preço. Então querem cobrar esse preço deles. Você não tem direito de estar perto do hospital, da estação de trem, do metrô, você não tem direito de estar a cinco minutos do trabalho. Você tem que estar lá no fundo, onde as pessoas que não têm direito estão.
Ninguém é dono de São Paulo e o paulista não é dono de São Paulo. O brasileiro é dono de São Paulo, como é também dono da Bahia, dono de Minas Gerais...
O que acha da Comissão da Verdade?
Tem que fazer justiça mesmo. Tem que buscar o pé da fita mesmo, como dizem lá na minha quebrada, e tem que punir quem tem que ser punido. Se é que eles estão vivos ainda. Vai punir quem? Quem tá vivo para ser punido? Igual o [ditador chileno Augusto] Pinochet, que foi preso com oitenta e tanto. Vive bem, dorme bem, come bem, aí vive 90 anos. E o trabalhador mesmo...
O espaço do rap na Virada Cultural diminuiu. Isso tem a ver com o show do Racionais de 2007, na Sé?
Com certeza, isso daí tem a ver com o Kassab.
Você acha que a Prefeitura de São Paulo ainda não superou, não esqueceu?
Não esqueceu, mas é lógico que o Racionais é a ponta do iceberg. O Racionais é um grupinho, é grão de areia perto do problemão que eles têm que enfrentar. Eu não ligo pelo rap, eu não ligo pelo estilo musical. Eu brigo por uma raça, por um povo. Não está acontecendo só com o rap isso. Os caras estão invadindo as festas nos bairros, ospancadões que o pessoal faz na rua. Não tem carnaval na Bahia, que é popular, que acontece na rua? Não tem carnaval na rua lá no Rio? E por que não pode ter em São Paulo?
Carlos Cecconello/Folhapress
Hotel abandonado no centro, onde moram mais de 1.300 sem-teto, virou cenário de clipe do Racionais
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