quarta-feira, 27 de junho de 2012

Com transtorno bipolar, Sinéad O'Connor cancela turnê


A cantora se desculpou por meio de um comunicado. Foto: Frazer Harrison/Getty Images A cantora se desculpou por meio de um comunicado
Com transtorno bipolar, Sinéad O'Connor cancela turnê22 de abril de 2012 15h40 atualizado às 15h53

Sinead O'Connor anunciou o cancelamento de sua turnê por meio de um comunicado em seu site oficial. A cantora disse que sofre de transtorno bipolar.

"Com enorme pesar eu tenho que anunciar que preciso cancelar a turnê deste ano, já que não estou bem, com transtorno bipolar. Tive sérios problemas entre dezembro e março e meu médico avisou que seria melhor não continuar com a turnê, mas eu não quis desapontar meus fãs, já que as datas já estavam marcadas e coincidiam com o lançamento do álbum", escreveu.
Sinéad disse que no começo foi "estúpida" e ignorou os conselhos médicos, o que causou ainda mais mal a sua saúde. "Tentei ser mais forte do que eu realmente sou. Peço sinceras desculpas pelas dificuldades que isso tudo vai causar. Apesar disso, pretendo aparecer no tributo a Curtis Mayfiel, no Lincoln Center, em julho", completou.
http://musica.terra.com.br/noticias/0,,OI5733541-EI1267,00-Com+transtorno+bipolar+Sinead+OConnor+cancela+turne.html

Caso Orlando: Veja diz que não tem que dar satisfação à verdade

Caso Orlando: Veja diz que não tem que dar satisfação à verdade


Já se passaram três semanas desde a absolvição de Orlando Silva pela Comissão de Ética da Presidência da República. Até o fechamento desta matéria, a revista Veja, base do processo contra o ministro, não deu uma linha sobre fato. A reportagem da TV Vermelho procurou o editor da Veja Brasília, Rodrigo Rangel, para saber o porquê do silêncio. Resposta: a Veja não tem que dar satisfação à verdade.




Em 12 de junho, a Comissão de Ética, por absoluta falta de provas, arquivou o processo contra o ex-ministro. O caso foi baseado em matérias da revista Veja com o policial militar João Dias, que acusou Orlando de ter recebido dinheiro ilegal de ONGs.

A matéria intitulada “Ministro recebia dinheiro na garagem”, da edição de 13 de outubro de 2011, foi assinada por Rodrigo Rangel, também editor da Veja Brasília. Rodrigo e Policarpo Junior, editor chefe do semanário em Brasília e um dos personagens envolvidos nos esquemas do bicheiro Carlinhos Cachoeira, se empolgaram na fabricação do texto. Ambos deram seis páginas para o suspeito PM João Dias e apenas oito linhas para a defesa de Orlando, por sinal, nenhuma apas do ministro.

Em entrevista à TV Vermelho, o ex-ministro afirma que, na época, foi apenas comunicado, por um editor da Veja, de que uma matéria sobre ele seria publicada no dia seguinte. Orlando afirma que a única chance de defesa que a revista ofereceu foi publicar uma nota do ministério na Veja Online. A edição impressa já estava a caminho das bancas.

Satisfação

Em agosto do ano passado, o mesmo Rodrigo Rangel chegou a ser agredido pelo lobista Júlio Fróes enquanto tentava cumprir uma das obrigações do bom jornalismo: ouvir o outro lado da história (aqui a notícia). Por que no caso de Orlando não foi possível ter o mesmo empenho?

Para saber esta e outras respostas é que a TV Vermelho procurou o editor da Veja. Basta ver o vídeo acima para saber a versão do outro lado: “Sim, mas eu tenho que dar satisfação a você?”, ironizou Rodrigo Rangel.

Tentamos explicar que não era à repórter que o jornalista devia uma satisfação, mas sim aos milhões de brasileiros que foram enganados ao longo de oito meses, graças às mentiras veiculadas na Veja. Mas e a verdade, ela não merece nenhuma satisfação? “Agora não posso falar, agora não posso falar”, repetia o editor da revista à nossa reportagem.

Proceso na Justiça

O única tentativa do editor para justificar o absoluto silêncio da Veja sobre a absolvição de Orlando foi de que o processo continua correndo na justiça.

Então noticie, pelo menos, há quantas anda o processo na Justiça! Sim, porque até o presente momento há apenas um processo e este foi movido pelo próprio Orlando Silva contra os caluniadores João Dias e Célio Soares, funcionário do PM que disse à Veja ter entregue dinheiro ao ex-ministro.

Já houve uma primeira audiência. Célio Soares não compareceu e está desaparecido. Por este motivo, a Justiça não consegue intimá-lo para depor. O único a comparecer foi João Dias. Ele propôs a conciliação ao ex-ministro, que não aceitou.

Além do processo movido por Orlando contra os caluniadores, há um inquérito, a pedido da Procuradoria Geral da União, em andamento no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Inquérito não é processo, mas sim, investigação. Até o momento, o ex-ministro não foi chamado para depor.

Impunidade

A grande ironia de toda esta história está nas duas frases que fecharam a primeira matéria, aquela de oito meses atrás: “A polícia e o Ministério Público têm uma excelente oportunidade para esclarecer o que se passava no terceiro tempo do Ministério do Esporte. As testemunas [João Dias e Célio Soares] estão prontas para entrar em campo”.

Que piada. Mesmo dias depois da reportagem, João Dias se negou a comparecer ao Congresso para falar sobre o caso (aqui a matéria).

Já se passaram oito meses. Orlando segue a batalha de cabeça erguida. E a Veja? Só mesmo um milagre tem evitado que o dono da revista, Roberto Civita, não seja chamado a depor na CPI do Cachoeira.

Até quando a mídia vai ficar impune?

Por Carla Santos

Mais vídeos nossos aqui.
http://www.vermelho.org.br/tvvermelho/noticia.php?id_noticia=186931&id_secao=29

terça-feira, 26 de junho de 2012

PCdoB apresenta nomes para compor chapa com Haddad

 Leci Brandão e Jamil Murad

PCdoB apresenta nomes para compor chapa com Haddad


Na tarde desta terça-feira, o presidente municipal do PCdoB de São Paulo, Wander Geraldo, reuniu-se com o presidente municipal do PT, Antônio Donato, para tratar das convenções do PCdoB e do PT no próximo sábado (30).


Wander comunicou, ao candidato e aos partidos aliados, a disposição do PCdoB em participar da chapa majoritária de Fernando Haddad.

Conforme deliberação da direção do PCdoB, os nomes sugeridos para compor a chapa são da deputada estadual Leci Brandão, do vereador Jamil Murad e da atual presidente estadual do partido, Nádia Campeão.

Os comunistas aguardam a decisão de Haddad. “Apresentamos nomes qualificados, com perfis diferentes, que podem somar com Haddad na campanha eleitoral e auxiliá-lo na gestão da cidade”, declarou Wander Geraldo.

Da Redação


http://www.vermelho.org.br/sp/noticia.php?id_noticia=186930&id_secao=39

Vamos falar de alianças?

 


Vamos falar de alianças?


Da esquerda para a direita: Gilberto Kassab (PSD-SP), José Arruda (DEM-DF), 
Valdemar Costa Neto (PR-SP), Joaquim Roriz (PSC-DF), Jaqueline Roriz (PMN-DF), Paulo Preto (ex-diretor da Dersa e ex-assessor de Serra), Silas Malafaia (pastor fundamentalista), Soninha Francine (PPS-SP), Índio da Costa (DEM-RJ), Marconi Perillo (PSDB-GO), Demóstenes Torres (ex-DEM-GO). Esses são apenas alguns dos cébelebres aliados e apoiadores de José Serra. Ajude-nos a completar a lista, que é longa


O purismo e o verdadeiro Maluf

O purismo e o verdadeiro Maluf
 
 
A estratégia era clara demais para comportar tergiversações. O Maluf atual, aquele que merece combate, aquele que é conhecido pelos métodos fascistas de lidar com adversários e movimentos sociais, atende por outro nome: José Serra. Será preciso desenhar?

- por Gilson Caroni Filho*, na Agência Carta Maior
O "Coiso" na Veja: esse é o novo Maluf
Ao firmar acordo com o deputado federal Paulo Maluf (PP), se deixando fotografar com seu adversário histórico, o ex-presidente Lula produziu a perplexidade que dominou, no primeiro momento, setores do próprio campo progressista. O debate que se seguiu foi - e é da maior seriedade - e da maior gravidade.

O purismo tem que despertar da frívola ciranda para a dura realidade do mundo adulto, do universo das relações reais entre pessoas e partidos. O erro maior de quase todos os revolucionários brasileiros, do século XIX em diante, foi não apenas ter frequentemente cometido equívocos nas análises das condições objetivas, mas também no exame da condição subjetiva fundamental, que é o alheamento político a que um modelo de exploração desigual submeteu nosso povo. A exclusão de processos decisórios torna-o cético diante do que não sabe, enquanto a classe dominante dá o exemplo com sua atitude invariavelmente cínica.

Analistas políticos que não percebem bem o que acontece por um misto de má-fé e preguiça mental - resultante da partidarização da imprensa e da academia - pontificaram sobre a logística comandada por Lula. E, triste, foram endossados por setores que se apresentam como a "esquerda autêntica". O papel de um operador político do quilate do ex-presidente é semelhante ao do regente de uma orquestra. Não faz a música, mas dá o compasso, define a harmonia do conjunto e tira de cada instrumento o som mais adequado.

Não pode ser confundido com alguém ocupado em arranjos paroquiais para colocar seu candidato em uma posição mais confortável. Não deve ser tratado como bufão que faz parte do espetáculo, mas não é bem-visto na peça. Não lhe faz justiça a roupagem de um Moisés a quem cabia levar seu povo à terra prometida, mas terminou por preferir ser adorador de um bezerro de ouro.

Não houve vacilações ou atitudes opacas, mas perfeito tino da logística requerida pela dinâmica política. A estratégia era clara demais para comportar tergiversações:aliança com ex-prefeita Erundina e o PSB, à esquerda, para garantir o apoio dos socialistas e neutralizar os descontentamentos do grupo ligado à senadora Marta Suplicy. Aliança com Maluf, à direita, para neutralizar parte do PSD de Kassab. Um tabuleiro sobre o qual havia que se debruçar meticulosamente, sem pruridos de uma ética de algibeira.

Esses apoios levariam o candidato do PT ao segundo turno até por que o partido tem históricos 30% dos votos na capital e, à exemplo de Dilma, a rejeição do Fernando Haddad é muito pequena em São Paulo. Para isso seria necessária a manutenção das candidaturas de Russomano e de Netinho, até então provável candidato do PC do B no primeiro turno. No segundo turno, ainda teríamos agregado o apoio de Chalita, do PMDB Apenas assim se conseguiria derrotar a máquina eleitoral do estado e do município de São Paulo pró- Serra, que tem cerca de 30% de rejeição dos eleitores na capital.

Pelo visto , faltou combinar com uma geração que gosta do suicídio político para expiar culpas sociais. Faltou dizer que o Maluf atual, aquele que merece combate, aquele que é conhecido pelas falcatruas e pelos métodos fascistas de lidar com adversários e movimentos sociais, atende por outro nome: José Serra. Será preciso desenhar?

*Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil

segunda-feira, 25 de junho de 2012

PCdoB anuncia apoio a Haddad em ato com críticas a Serra

PCdoB anuncia apoio a Haddad em ato com críticas a Serra


O PCdoB anunciou nesta segunda (25), num ato político que contou com a presença do ex-presidente Lula, o apoio à candidatura de Fernando Haddad (PT) a prefeito de São Paulo. O partido ressaltou o cenário de polarização na cidade, o tom de nacionalização da campanha local e a aliança história com o PT como razões para unir forças contra a candidatura de José Serra (PSDB). O ato foi marcado por críticas à atual gestão e ao tucano, que, segundo Lula, abandonou a cidade.



Cláudio González
 ato Ato de apoio a Haddad, na sede do PCdoB, em São Paulo
Com a decisão de fazer a aliança com o PT, a sigla comunista abre mão de lançar o vereador Netinho de Paula na disputa majoritária. Investirá agora na sua reeleição. A ideia é fazer dele o vereador mais votado da cidade. Apesar de se dizer triste em abandonar a candidatura, Netinho afirmou que transformará esse sentimento em força para defender o nome de Haddad.

Primeiro a falar no evento, o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, destacou a importância da aliança com o PT e o ciclo iniciado desde a vitória de Lula, em 2002, com muitas conquistas para o povo brasileiro. Segundo ele, a disputa eleitoral em São Paulo, nesse contexto, tem uma importância muito grande. “O PCdoB leva em conta a disputa eleitoral no maior município do Brasil. Temos que considerar isso como marco importante da disputa política”, disse.

Rabelo destacou que a pré-candidatura de Netinho foi importante para apresentar ao povo as ideias e projetos do PCdoB para a cidade, mas ressaltou a necessidade de unidade. “É preciso unir as forças mais avançadas, as forças progressistas, de esquerda, como também outras forças que conosco possam marchar para a construção desse País. A concepção do PCdoB é de que é preciso ter alianças amplas", anunciou Rabelo.

Afirmando que as ideias do PCdoB convergem com as de Haddad, ele ressaltou que a sua candidatura tem uma dimensão maior e representa um projeto. “Por isso, queria dizer neste momento, Fernando Haddad, conte com nosso apoio. O PCdoB é sempre fiel aos seus aliados, assume compromisso”, encerrou, mencionando a contribuição que uma liderança popular como Netinho pode dar à sua campanha.

Reforço de Netinho
Até então pré-candidato à Prefeitura, Netinho participou das discussões sobre o apoio a Haddad e recebeu apelos do próprio ex-presidente Lula para que marchasse ao lado da candidatura do ex-ministro da Educação. O gesto público de Lula demonstrou o prestígio político alcançado pelo Partido e pela liderança de Netinho, que sempre figurou nas primeiras colocações nas pesquisas.

“O coração do negrão está ferido, não dá para esconder. Mas as pessoas que vêm de onde eu vim, transformam esse sentimento em força pra vencer, pra superar, e é essa força que eu vou transferir para a candidatura de Haddad”, comprometeu-se o vereador, que disse não ter nenhuma dificuldade em defender a candidatura petista, uma vez que sempre reconheceu o bom trabalho de Haddad à frente do ministério da Educação.

“Mas não é que eu desisti, é que ainda não chegou a hora. Fui convencido a fazer parte desse projeto nacional. Perdi esse debate porque de fato a eleição está polarizada. E, quando há polarização, meu lado vai ser sempre o lado da figura que ajudou milhares de pobres e negros neste país", disse, referindo-se a Lula.

Mudar São Paulo

O pré-candidato Fernando Haddad afirmou que aprendeu a admirar o PCdoB desde os tempos de estudante e ressaltou o protagonismo do partido na organização de estudantes e trabalhadores. “O partido tem uma atuação importante na organização do movimento estudantil e estimula o espírito crítico dos jovens. É nas escolas e universidades que se começa a fazer política. Tem também uma tradição na organização dos trabalhadores. E esses são dois eixos do desenvolvimento do país”, disse.

Haddad falou que PT e PCdoB participam, juntos, da transformação iniciada pelo governo Lula no Brasil. E defendeu que essas mudanças cheguem agora a São Paulo. “O Brasil vem se transformando em uma nação mais respeitada, desenvolvida, soberana e justa sob vários aspectos. O que eu e Netinho queremos para São Paulo é que esses ventos de prosperidade que sopram com mais força no território nacional, atinjam São Paulo, que, na a minha opinião, vem sendo governada de costas para as parcerias necessárias para se colocar no trilho do desenvolvimento”, defendeu.

O ex-ministro criticou a atual gestão, que, segundo ele, perdeu várias oportunidades de atuar em conjunto com o governo federal e fazer parcerias público-privadas em prol da cidade. “O poder público local deixa muito a desejar, há muito o que ser feito. Oitenta por cento da população deseja um novo rumo. Em cada cinco paulistanos, quatro querem uma mudança”, contabilizou.

Segundo ele, sua candidatura está em pleno processo de elaboração do plano de governo e o PCdoB deverá contribuir com sua plataforma. Haddad reconheceu a importância da adesão de Netinho à sua postulação. “Sei o que ele representa. As pessoas se identificam com ele, pelo talento, pela origem, pela cor. As pessoas veem em você um exemplo de superação”, opinou.

Ele afirmou que tem procurado todas as forças da base do governo federal para tentar uma ampla aliança. Haddad qualificou um eventual governo seu não como uma gestão do PT com o apoio do PCdoB, mas como “uma coalizão de forças para mudar São Paulo, um governo de corresponsabilidades”.

As críticas de Lula

A saúde ainda debilitada não impediu o ex-presidente Lula de discursar no ato, embora ele tivesse alertado ao PCdoB que não poderia falar por razões médicas. O petista ressaltou a gratidão histórica em relação aos comunistas, defendeu a candidatura de Haddad e desferiu muitas críticas ao tucano José Serra.

"Vou dizer para vocês que o meu compromisso era não falar. Estou com a garganta muito inflamada, mas estou fazendo trabalho para recuperar totalmente a voz. Já tive várias oportunidades de enaltecer a minha relação com o PCdoB. Nós militamos juntos desde a campanha das diretas. Militamos juntos desde antes de 1989. Foi nessas campanhas que pude aprender a admirar a lealdade do PCdoB nos compromissos assumidos comigo e com meu partido", falou.

Ele disse ter aprendido algumas lições com a sigla ao longo de sua trajetória política. Uma delas foi o falecido presidente do PCdoB, João Amazonas, que lhe ensinou, quando em 1989 pensava em desistir da disputa presidencial por causa de seus índices nas pesquisas. “Amazonas disse que precisávamos definir para quem íamos fazer campanha, qual era o nosso lado. E fizemos um discurso mais ideológico e fomos para o segundo turno”, contou.

“Aqui em São Paulo vivemos isso. Qual é o nosso lado?”, disse, lembrando que São Paulo vem, há décadas, sendo liderada por governos conservadores, com exceção das gestões de Luiza Erundina (1989) e Marta Suplicy (2001). “Penso que temos que saber quantos votos a esquerda tem em São Paulo. É fácil fotografar onde estão os votos de esquerda e os votos conservadores na cidade. Nas últimas sete eleições, tivemos trinta e poucos por cento dos votos”, disse, lembrando que, na campanha presidencial, ele viveu a mesma dificuldade de ampliar sua votação, alcançando os outros 20% necessários. Lula afirmou que conquistou esse percentual na coligação com o seu vice, José Alencar.

De acordo com o ex-presidente, o desafio de Haddad também é descobrir quem pode ajudar a mudar o pensamento daquelas pessoas que, “por alguma razão, têm medo do PCdoB, por alguma razão não gostam do PT e por alguma razão não votam no PSB. E por outra razão votam no Tiririca. É um povo que está aí e é igual nós”. Segundo ele, Netinho terá importante papel nesse processo.

“Na medida em que a campanha está nacionalizada, polarizada, que vai ficar ente os tucanos e os que não são tucanos, o Haddad pode governar muito melhor do que eles fizeram. Governar não pela propaganda, mas pelos efeitos positivos na população da periferia”, disse Lula que, em seguida, respondeu o discurso de Serra na convenção do PSDB, na qual o tucano afirmou que sua candidatura representaria a experiência e a competência.

“Temos que enfrentar a eleição sem medo. Estou vendo nosso adversário dizer que a competência vai vencer o novo. Portanto, meu filho, você já ganhou, porque de competência ali não tem nada”, disse, olhando para Haddad e arrancando risadas da plateia.

“Serra está patinando nas pesquisas. Acho que jogaram óleo na pista de patins dele. Ele vai perceber que foi um equívoco quem o convenceu a ser candidato. O povo precisa lembrar que ele foi eleito uma vez e abandonou a cidade. Ele não pegou nem a segunda enchente e já correu”, disse, bem-humorado.

Lula afirmou que, até o início da campanha, espera já estar totalmente recuperado, para participar de todas as formas da disputa. “Quero estar junto com vocês, vou me dedicar, vou à periferia fazer comício. Se necessário, morderei a canela dos adversários para que o Fernando Haddad seja eleito”, brincou.

Participaram do ato ainda várias lideranças comunistas, além de membros do PT e do PSB. Apesar da coligação na disputa majoritária, o PCdoB terá chapa própria na proporcional, com 83 vereadores. O partido tem sido cotado para ocupar o espaço na vice de Haddad, mas o tema não foi discutido no evento desta noite. São cotados para compor a chapa majoritária a deputada estadual Leci Brandão, o vereador Jamil Murad e a presidenta do PCdoB de São Paulo, Nádia Campeão.

Veja abaixo o vídeo do evento:



Confira a íntegra em áudio do ato desta segunda-feira (25).


Ato de apoio do PCdoB à candidatura de Fernando Haddad - Parte 2


Ato de apoio do PCdoB à candidatura de Fernando Haddad - Parte 1

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=186830&id_secao=1

Netinho, PCdoB, retira pré-candidatura e anuncia apoio a Haddad em SP





Netinho retira pré-candidatura e anuncia apoio a Haddad em SP


O vereador Netinho de Paula (PCdoB), pré-candidato do partido à Prefeitura de São Paulo, disse nesta segunda-feira (25) que desistiu da candidatura e decidiu concorrer à reeleição na Câmara Municipal. Após encontro com o ex-presidente no Instituto Lula, que contou com a presença de Fernando Haddad, ele anunciou apoio à chapa petista. 
“Saio com o coração ferido”, declarou Netinho, que esteve reunido no Instituto Lula com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Deixo a campanha com dor no coração. Atendo ao pedido do próprio Lula. Assim, tentarei a reeleição como vereador.”


Haddad quer apoio de Netinho na periferia

Pré-candidato petista diz que sabe significado do vereador para o povo “do gueto”

O candidato petista na disputa pela Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (25) que a entrada do PCdoB em sua campanha – o partido retirou a pré-candidatura de Netinho de Paula – o fará mais forte no contato com a população de periferia.
— Terei nele um companheiro inestimável nas caminhadas por São Paulo. Sei bem o que ele representa para o povo como ele gosta de dizer, “do gueto”, maneira carinhosa como ele se refere às pessoas trabalhadoras do país, que nas condições mais adversas conseguem juntar forças e superar obstáculos.


PCdoB anuncia apoio a Haddad nesta tarde


PCdoB anuncia apoio a Haddad nesta tarde


Depois de reunião da comissão política, as direções estadual e municipal do PCdoB de São Paulo anunciarão oficialmente, na tarde desta segunda-feira (25), o apoio do partido à candidatura do ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) à Prefeitura da capital. 


Para coligar-se com o petista, o partido abriu mão de lançar a postulação do vereador Netinho de Paula, que deve disputar a reeleição.

O anúncio acontecerá às 17h, na sede nacional do PCdoB, no centro de São Paulo, com presença de Haddad e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


domingo, 24 de junho de 2012

Lugo se reunirá com ministros para instalar "governo de resistência", diz assessor



LUGO SE REUNIRÁ COM MINISTROS PARA INSTALAR "GOVERNO DE RESISTÊNCIA", DIZ ASSESSOR

Presidente deposto quer estabelecer "gabinete pela restauração democrática" para pressionar por anulação do impeachment







O presidente deposto do Paraguai, Fernando Lugo, se reunirá nesta segunda-feira (25/06) com os ministros de seu gabinete para “instalar seu governo” mesmo após a destituição parlamentar. A informação foi confirmada ao Opera Mundi pelo assessor presidencial, Gustavo Codas. A reunião ministerial está convocada para o início do dia (25/06) na sede do partido País Solidário, em Assunção. Seu objetivo é o de estabelecer um "gabinete pela restauração democrática", informou porta-voz de Lugo. 
“Para amanhã está convocada uma reunião de gabinete, como todas as segundas-feiras”, afirmou Codas, complementando que “a postura do Lugo, como ele disse, é continuar batalhando. Num processo de mobilização com a cidadania, vai amanha instalar seu governo, como um governo que restitua a ordem constitucional e a legitimidade do poder”.

De acordo com o assessor, a intenção da manutenção das reuniões ministeriais são tornar Lugo a referência de um governo de resistência contra um governo considerado ilegítimo, de modo a criar uma pressão popular pela anulação do impeachment. "Se o presidente tivesse convocado as pessoas a resistir e convocar, e dito 'não saio do palácio', teria uma convulsão. E como ficou um clima tranqüilo disseram que [as pessoas] aceitaram e acharam boa a mudança do governo", explicou.
Codas disse ainda que Lugo continua atuando na política exterior do Paraguai, garantindo que Lugo “continua sendo a referência” para os governos dos países vizinhos. “Governo paralelo é o que há no Palácio [presidencial] de los López”, concluiu o assessor.

Nota oficial da UNE contra o golpe no Paraguai



Nota oficial  da UNE contra o   golpe no Paraguai
A União Nacional dos Estudantes (UNE) condena o golpe ocorrido nesta sexta-feira, dia 22 de junho, no Paraguai, país vizinho que vem consolidando com o seu presidente, Fernando Lugo, um novo ciclo político de valorização do povo paraguaio, aprofundamento da democracia nesse pais e contribuindo na integração latino-americana.
A UNE denuncia um golpe branco para derrubar o primeiro presidente popular eleito após mais de seis décadas de uma sofrida historia paraguaia. Por mais de 60 anos, o povo paraguaio esteve nas mãos de uma única elite de um único partido.
As mudanças que começaram a ser engrenadas pelo presidente paraguaio,  Fernando Lugo, buscando avançar, por exemplo, na reforma agrária, colocou novamente em alerta a elite que agora financia um golpe “relâmpago”.
A UNE –que em seus 75 anos de vida em defesa da democracia lutou contra o nazi-facismo, combateu com bravura uma ditadura militar no Brasil, colocou-se firme contra o neoliberalismo e outras tentativas de golpes de uma elite nacional– apoia a decisão da União das Nações Sul-Americnas (Unasul) e outros organismos internacionais que manifestaram que não concordam com a destituição e que não vão reconhecer outro presidente.
A UNE repudia a decisão do Congresso Paraguaio de destituir do cargo o presidente Lugo que vinha conduzindo um enfrentamento com os grandes proprietários de terras.
Não podemos nos esquecer que diante de um processo de início de revoluções democráticas na América Latina, países como Venezuela, Bolívia e Honduras sofreram tentativas de reverses parecidos com o que a gente vê no Paraguai, tendo as elites conservadoras como eixos sustentadores de golpes.
A UNE se indigna e se mostra preocupada com o impedimento à continuidade de governos progressistas em nosso continente. O importante agora é garantir a integridade física de Fernando Lugo e do povo paraguaio. Essa história que insiste em se repetir não passará! 
União Nacional dos Estudantes22 de junho de 2012

Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil -CTB: Urge desmascarar e barrar o golpe contra Lugo no Paraguai


Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil -CTB: Urge desmascarar e barrar o golpe contra Lugo no Paraguai


Um golpe branco está em curso no Congresso do Paraguai contra o presidente Fernando Lugo. Em nota, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) publicou uma nota em apoio ao presidente latino-americano:


Dominada pela direita neoliberal – representante dos latifundiários, da grande burguesia e do imperialismo –, a Câmara de Deputados do país aprovou nesta quinta-feira (21), por 73 votos a 1, a instalação de um processo de impeachment contra o mandatário, usando como pretexto o conflito pela posse da terra em Curuguaty no Departamento (Estado) de Canindeyú, próximo da fronteira com o Brasil, na sexta-feira, 15, que deixou 11 camponeses sem-terra e sete policiais mortos. O  pedido vai ser examinado provavelmente ainda nesta quinta (21) no Senado, onde ruralistas e golpistas também contam com ampla maioria. O impeachment pode ser aprovado em rito sumário no prazo de apenas 24 horas, sem tempo hábil para a defesa.

As versões sobre os fatos são controvertidas. Os representantes dos sem-terra acusam os latifundiários pelos crimes, enquanto esses, respaldados pela direita e a mídia golpista, alegam que os camponeses receberam os policiais à bala. Sem aguardar a apuração rigorosa do episódio, determinada por Lugo, os parlamentares responsabilizam o presidente e aproveitam a ocasião para tentar roubar-lhe, através do impeachement, o mandato que lhe foi concedido pelo povo em 2008. 

Em seu lugar, assumiria o vice, Frederico Franco, político aliado dos latifundiários e do imperialismo. Lugo já declarou que não renuncia e convocou o povo à resistência. A Unasul enviou uma delegação ao Paraguai, presidida pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, para acompanhar a crise. “Nosso compromisso é com a democracia”, proclamou Patriota.

Eleito em 2008, com a promessa de realizar a reforma agrária e contemplar outras demandas históricas dos movimentos sociais, Fernando Lugo faz parte da leva de políticos progressistas latino-americanos e tem sofrido recorrentes tentativas golpistas. Sem respaldo no Congresso, totalmente dominado por forças reacionárias, ele não reuniu condições de realizar as reformas anunciadas durante a campanha presidencial, em particular a reforma agrária. Cerca de 40% dos 6 milhões de paraguaios residem no campo e a democratização da propriedade fundiária é um grande anseio dos sem-terra. 

O confronto que serve de pretexto aos golpistas ocorreu numa fazenda do milionário Blas Riquelme, ex-senador do Partido Coloroda, que enriqueceu à sombra do general Alfredo Stroessner, ditador que comandou o país com mão de ferro entre 1954 a 1989 e distribuiu a amigos e aliados latifundiários (inclusive grandes fazendeiros brasileiros produtores de soja, os brasiguaios) centenas de milhares de hectares de terras públicas, exacerbando a concentração fundiária na nação vizinha, onde 2% dos proprietários dominam cerca de 80% do espaço rural destinado à produção agropecuária.

A responsabilidade pela crise sangrenta cabe aos latifundiários e políticos que se negam a observar os princípios elementares da Justiça e impedem a realização de reformas democráticas, especialmente no campo, mediante a recuperação de terras desabitadas, a expropriação de latifúndios improdutivos e a distribuição gratuita de terra aos trabalhadores camponeses e indígenas.

O golpe em curso no Paraguai não é um acontecimento fortuito e isolado na América Latina. Associa-se às iniciativas golpistas na Venezuela (2002), Bolívia (2008), Equador (2010) e Honduras (2009), este bem sucedido, patrocinadas pela direita neoliberal em aliança ostensiva ou velada com os EUA. Trata-se de uma reação à mudança do cenário político na América Latina iniciado com a eleição de Hugo Chávez na Venezuela em 1998 e que já resultou na criação da Unasul, Alba e Celac.

Em nome da classe trabalhadora brasileira e com a certeza de representar o pensamento das demais centrais, a CTB manifesta seu apoio e solidariedade ao presidente Fernando Lugo, aos sem-terra e trabalhadores e trabalhadoras do Paraguai, ao mesmo tempo em que rechaça a iniciativa da direita golpista e se soma à voz dos que reclamam a reforma agrária e a efetiva democratização do país. 

São Paulo, 21 de junho de 2012.

Wagner Gomes
Presidente Nacional da CTB

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=7&id_noticia=186527

Emir Sader: O que é um tucano?



Tucano

Emir Sader: O que é um tucano?


Avis rara, animal político com grave risco de extinção, o tucano se diferencia dos outros animais. Identifiquemos suas características, antes que seja tarde demais:



Tucano
O tucano tem certeza que tem razão em tudo o que diz e faz.

O tucano lê a Folha de São Paulo cedinho e acredita em tudo o que lê.

O tucano nunca foi à América Latina, considera o continente uma área pré-capitalista e, portanto, pré-civilizatória.

O tucano considera a Bolívia uma espécie de aldeia de xavantes e a Venezuela uma Albânia.

O tucano nunca foi a Cuba, mas achou horrível.

O tucano foi a Buenos Aires (fazer compras com a patroa), mas considera a Argentina uma província européia.

O tucano considera FHC merecedor de Prêmios Nobel – da Paz, de Literatura, de física, de química, quaisquer.

O tucano considera o povo muito ingrato, ao não reconhecer o bem que os tucanos – com FHC à cabeça - fizeram e fazem pelo país.

A cada derrota acachapante, o tucano volta à carga da mesma maneira: ele tinha razão, o povo é que não o entendeu.

O tucano acha o povo malcheiroso.

O tucano considera que São Paulo (em particular os Jardins paulistanos) o auge da civilização, de onde deve se estender para as mais remotas regiões do país, para que o Brasil possa um dia ser considerado livre da barbárie.

O tucano mora nos Jardins ou ambiciona um dia morar lá.

O tucano é branco ou se considera branco.

O tucano compra Veja, mas não lê. (Ele já leu a Folha).

O tucano tem esperança de retomar o movimento Cansei!

O tucano tem saudades de 1932.

O tucano venera Washington Luis e odeia Getúlio Vargas.

O tucano só vai a cinema de shopping.

O tucano só vai a shopping.

O tucano freqüenta a Daslu, mesmo que seja por solidariedade às injustiças sofridas em função da ação da Justiça petista.

O tucano nem pronuncia o nome do Lula: fala Ele.

O tucano conhece o Nordeste pelas novelas da Globo.

O tucano dorme assistindo o programa do Jô.

O tucano acorda assistindo o Bom dia Brasil.

O tucano acha o Galvão Bueno a cara e a voz do Brasil.

O tucano recorta todos os artigos da página 2 da Folha para ler depois.

O tucano acha o Serra o melhor administrador do mundo.

O tucano acha Alckmin encantador.

O tucano tem ódio de Lula porque tem ódio do Brasil.

O tucano sempre acha que mereceria ter triunfado.

O tucano é mal humorado, nunca sorri e quando sorri – como diz The Economist sobre o candidato tucano - é assustador.

O tucano não tem espírito de humor. Também não tem motivos para achar graças das coisas. É um amargurado com o mundo e com as pessoas pelo que queria que o mundo fosse e não é.

O tucano considera a Barão de Limeira sua Meca.

O tucano acha o povo brasileiro preguiçoso. Acha que há milhões de “inimpregáveis” no Brasil.

O tucano acha a globalização “o novo Renascimento da humanidade”.

O tucano se acha.

O tucano pertence a uma minoria que acha que pode falar em nome da maioria.

O tucano é um corvo disfarçado de tucano.

Fonte: Blog do Emir Sader
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=186696&id_secao=1