sábado, 19 de novembro de 2011

Manuela D'Ávila , a comunista do PCdoB no 'The world leaders of tomorrow' do 'The Independent'




A ex-diretora da UNE e ainda dirigente da União da Juventude Socialista (UJS), fenômeno eleitoral gaúcho aparece na reportagem "New power generation: The world leaders of tomorrow" (Nova geração de poder: Os líderes do mundo de amanhã), do jornal inglês "The Independent".
Leia abaixo a versão em português (tradução livre):

'Nova geração de poder: Os líderes do mundo de amanhã

Ela foi eleita para o Congresso brasileiro com mais de 270.000 votos, com a idade de apenas 25 anos. Quatro anos depois, em outubro de 2010, Manuela D'Ávila foi reeleita com uma votação de meio milhão de votos, uma vitória sem precedentes para uma candidata do sexo feminino.
E tudo isso aconteceu no Rio Grande do Sul, estado mais meridional do Brasil, conhecido por suas suas "gaúchas" tradições de resistência de ponta. O estado também é o berço da supermodelo Gisele Bündchen e alguns críticos têm sugerido que era a própria beleza de D'Avila que a ajudou a ganhar de forma tão convincente.
D'Avila, que agora tem 29, descarta essa teoria, impaciente. "Só a imprensa que falava sobre a minha aparência", diz ela. "Eu fui eleita porque eu era uma jovem candidata, em um país jovem. Era uma questão de identificação. Eu já tinha um histórico."
A carreira de D'Avila começou na década de 1990, quando ela se envolveu na política estudantil. Ela estudou jornalismo na Universidade Católica em Porto Alegre, sua cidade natal, logo se tornando uma líder estudantil, então vice-presidente do entidade estudantil nacional. Então, ela se juntou ao Partido Comunista do Brasil.
Porquê aderir ao Partido Comunista, quando o comunismo ruiu em todo o mundo? "Era o partido mais organizado entre os estudantes", ela diz agora.
"Eles abriram meus olhos para questões mais amplas, como as tentativas do governo de privatizar a empresa estatal de petróleo, de privatizar a produção mineral. Eles queriam reverter o Estado. Mas em um país como o Brasil, onde a desigualdade é tão grande, o Estado é necessário ".
Os pais de D'Avila são de classe média - a mãe é uma juíza, seu pai é um professor universitário - de repente se viram com uma filha que se tornou não só uma política (uma classe difamada no Brasil), mas uma política comunista. No início, eles ficaram alarmados, diz ela, mas agora eles estão orgulhosos.
No Congresso, os interesses de D'Avila são diversos, abrangendo a juventude e o esporte, a liberdade da internet, as questões gays, lésbicas e transsexuais. Mas a educação é sua paixão. Um estudo da OCDE sobre as habilidades de 15 anos de idade, acaba de colocar o Brasil na miserável 53a posição entre 65 países.
"A educação tem que ser uma prioridade", diz ela com firmeza. A maioria das crianças brasileiras vão para a escola agora, mas as horas em sala de aula são curtas, e a maioria dos professores ainda é mal paga e destreinada. "Nós temos que fazer as escolas atraentes para os jovens."
Para colocar suas idéias em prática, em 2010 ela se candidatou a prefeita de Porto Alegre. Em 2008, até sua popularidade pessoal não poderia compensar o suporte limitado para os comunistas.
No Congresso, D'Ávila é uma entre apenas 43 representantes do sexo feminino (de um total de 513). Contudo, o Brasil acaba de eleger sua primeira presidente mulher, Dilma Rousseff. "O presidente Lula, depois de oito anos no governo, deixou um bom legado. Dilma deveria ser capaz de promover grandes reformas. O mundo está em crise, mas é um bom momento para o Brasil."'

Leia a versão original em inglês e conheça outras lideranças da reportagem, como da China, Israel, Índia, Rússia, China, Inglaterra, França, Estados Unidos e Austrália


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo


Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo

É popularmente conhecida como FARC-EP, sua criação se deu em 1964 apenas como uma guerrilha-revolucionária do Partido Comunista Colombiano. As FARC são uma das mais capacitadas, equipadas e a mais antiga das forças insurgentes do continente sul-americano. Foi durante a realização da Conferência da Sétima Guerrilha, no ano de 1982, que a denominação Ejército del Pueblo ou Exército do Povo (EP) foi adicionada ao nome oficial do grupo.

A direção da FARC-EP é feita por um secretário, (matéria feita em 2008) Manuel Marulanda Vélez, mais conhecido como Tirofijo, e seis outros membros, incluindo o sênior comandante militar Jorge Briceño, também conhecido por Mono Jojoy. Sua organização é juntamente às linhas militares e inclui diversas fontes urbanas. Tem aproximadamente 12.000 a 18.000 membros dos quais mantém presença em aproximadamente 80% do território Colombiano, comandando grande parte dele, a maioria em florestas e selvas a sudeste da base das montanhas dos Andes.

Em muitos países as FARC são classificadas como organização terrorista. Mas ela se auto proclamou uma organização político-militar marxista-leninista de inspiração bolivariana . A FARC diz representar a população rural contra as classes abastadas e se opõe à influência do EUA na Colômbia. A organização argumenta que esses objetivos motivam os esforços do grupo pela tomada do poder na Colômbia através de uma revolução armada. Segundo o governo norte-americano, as FARC obtêm financiamento principalmente através de extorsões, seqüestros e tráfico de drogas. A maior parte do combatentes e informantes das FARC são menores de idade, estima-se que cerca de 20 à 30 por cento têm menos de 18 anos.

http://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/farc.htm


Sem as mulheres, não existe verdadeiro movimento de massas.


No teatro de Brecht
Escrito por CECÍLIA TOLEDO
Qui, 07 de Setembro de 2006 00:00
No teatro de Brecht, a força dramática das personagens femininas

Sem as mulheres, não existe verdadeiro movimento de massas. A pedido de Brecht, essa afirmação de Lênin ficava exposta na sala de espetáculos sempre que era encenada sua peça A Mãe.

No dia 14 de agosto de 2006 cumpriu-se meio século da morte de Bertold Brecht. Destes 50 anos, tudo pode ser dito, menos que Brecht "morreu". Presença constante em todo bom teatro, Brecht pode ser relembrado de inúmeras maneiras. Uma delas é resgatando algumas das mais belas personagens femininas ele criou.

Brecht nasceu em 10 de fevereiro de 1898 em Augsburg, na Alemanha, num bairro operário, apesar de ser filho do diretor de uma fábrica de papel. Fernando Peixoto, um dos mais importantes estudiosos da obra de Brecht no Brasil, diz que apesar de ter sido filho de um industrial e ter nascido para ocupar seu lugar na produção ao lado dos patrões, Brecht não fabricará papel mas sim palavras para preencher papéis, "palavras que serão armas contra sua própria classe, tendo optado pelo lado dos operários e tornando-se o mais expressivo poeta revolucionário do século 20".

Quando faleceu, há exatos 50 anos, Brecht tinha deixado para o mundo uma rica produção artística, que inclui algumas das melhores peças teatrais de todos os tempos, encenadas e vistas por gerações e gerações de atores e espectadores do mundo inteiro, até hoje, em pleno domínio da cibernética e do ciberespaço.

Rosa Luxemburgo, uma inspiração

Brecht foi profundamente influenciado pelas obras de Marx e Engels, bem como pelos grandes fatos da luta de classes, como as revoluções alemã e russa. Em todas elas, ele tomava um partido claro, ao lado da classe operária e dos povos oprimidos. Mas reservou um olhar especial para a mulher. Tanto que uma das suas primeiras peças, Tambores na Noite, escrita em 1920, tem como grande inspiração Rosa Luxemburgo, que ele admirava. A peça faz uma reflexão vigorosa sobre as contradições da revolta spartakista na Alemanha, da qual ele toma parte ativa. Aluno de medicina, ele trabalha como enfermeiro em um hospital de Augsburg e chega a ser eleito para o conselho operário. O assassinato de Rosa e o desaparecimento de seu cadáver o afetaram tanto que ele escreveu para ela, em 1919, um epitáfio:

Rosa, a Vermelha, também desapareceu.

Ninguém sabe onde repousa o seu corpo.

Disse a verdade aos pobres.

E por isso foi morta pelos ricos.

A mãe, a prostituta, a operária

Militante socialista, Brecht não teve a menor dúvida quanto ao potencial revolucionário latente na opressão feminina. E colocou sua arte a serviço de sua emancipação, o que o levou a criar algumas das mais complexas personagens femininas do teatro mundial. A Mãe, Santa Joana dos Matadouros, A Alma Boa de Setsuan e Os Fuzis da Senhora Carrar mostram mulheres em seu papel social decisivo, já conscientes disso ou em processo de conscientização.

Escrita em 1931 a partir do romance de Gorki, A Mãe mostra a trajetória de uma mulher alemã, revolucionária, que luta para esclarecer milhares de mães alemãs que não compreendem a realidade em que vivem. Em A Alma Boa de Setsuan, a personagem central é Shen-Te, uma prostituta que impede o suicídio de um aviador desempregado que afirma: eu li todos os livros possíveis sobre aeronáutica na escola de Pequim, todas as páginas, exceto uma, e nessa página estava escrito que ninguém tinha mais necessidade de aviadores. É por isso que eu sou um aviador sem avião. No coração dessa prostituta, símbolo vivo do amor como mercadoria, nasce um amor sincero. Shen-Te fica grávida, mas o amor, nas condições em que vive o povo, continuará uma mercadoria: ela é explorada pelo aviador, e talvez seja obrigada a casar-se com quem não a ama.

Outra forte personagem feminina de Brecht é Teresa Carrar. Hoje, aos 70 anos da Guerra Civil Espanhola, é preciso citar, entre a rica produção cultural que ela deu origem, a peça de Brecht, Os Fuzis da Senhora Carrar. Em 1937 a situação ainda está indecisa na Espanha. É o ano de Guernica, de Picasso, e também o anoem que Brecht escreve Os Fuzis da Senhora Carrar, encenada ainda em 1937, em Paris, com Helene Weigel no papel central.

A peça foi escrita com um objetivo claro: incentivar a luta dos povos contra o fascismo. Tem apenas um ato, com duração precisa: o tempo de assar um pão, que Teresa Carrar coloca no forno no início e retira no final. Viúva de um operário morto na luta contra Franco, Teresa Carrar vigia os filhos para que não se envolvam no combate revolucionário. Teme perdê-los. A peça debate o significado da neutralidade, sua impossibilidade: quem não toma partido, ajuda o inimigo. Teresa abomina a violência: o fuzil não resolve nada! E esconde em casa as armas do marido. Os diálogos da mãe com o filho, com o irmão operário que vem em busca das armas, o diálogo do irmão com o padre, com a noiva do filho, com os fizinhos vão se acumulando e desvendando a situação do povo espanhol na guerra civil. Ao longe, os cantos de guerra das Brigadas Internacionais. Tudo vai se acumulando dentro dela, mas o que acaba por conscientizá-la é o choque brutal que recebe quando vê chegar em casa o cadáver de um dos filhos, assassinado enquanto pescava. Agora ela compreende o que significa ser neutra. Diante do corpo do filho, Teresa compreende que deve assumir a luta. Entrega os fuzis, retira do forno o pão e parte para o front.

Outra peça de Brecht que destaca o papel da mulher na sociedade é O Círculo de Giz Caucasiano. Um rico governador é derrubado por uma revolta de nobres. .No momento de fugir do palácio, a primeira dama esquece de levar o filho pequeno. A criada Grousha hesita, mas resolve pegar a criança, enquanto os outros criados fogem dos soldados. Ela assume a maternidade não por vocação ou desejo, mas por força dos acontecimentos. É perseguida, e bate num soldado que reconhece a criança e tenta roubá-la. No final, a mulher do governador tenta reaver a criança, mas Grousha resolve lutar por seus direitos. A peça levanta inúmeras questões, mas nela Brecht centralmente visa a opor à maternidade natural, de sangue, uma maternidade social.

O que ler sobre Brecht

Brecht Vida e Obra, de Fernando Peixoto. Ed. Paz e Terra.

Brecht: A Estética do Teatro, de Gerd Bornheim. Ed. Graal.

Bertold Brecht. Teatro Completo. Org. Fernando Peixoto. Ed. Paz e Terra.

O que ver de Brecht

O Círculo de Giz Caucasiano está em cartaz no Rio de Janeiro, encenada pela Companhia do Latão. Em São Paulo, até o dia 28 de agosto fica no Sesc Pompéia o evento Brechtianas Kabaré, com a apresentação de cenas de peças de Brecht.


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Olavo de Carvalho foge do hospício



OBs.Artigo publicado em agosto de 2011...Mas, sempre atual...



Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho :

Não lhes aconselho a ler o artigo de Olavo de Carvalho, publicado hoje na Folha. Minha breve carreira de analista de mídia, contudo, já me ensinou a não subestimar nem esnobar ninguém, sobretudo os próceres do conservadorismo tupi. Eu uso essa intimidade, chamando-o de Olavão, porque já briguei tanto com ele em minha trajetória – essa um pouco mais longa – de blogueiro de esquerda, que sinto aquele carinho exótico de um oficial de guerra por outro. Isso não me impede, porém, de desprezá-lo profundamente. A ele e às suas ideias. A ele, porque ele é o protótipo da desonestidade intelectual. Às suas ideias, porque são positivamente fascistas, além de esquizofrênicas. Vamos organizar:



- Desonestidade intelectual. Em seu artigo na Folha, Olavo ensaia uma breve história intelectual da USP. Começa razoavelmente. A partir do segundo parágrafo, todavia, vemos os primeiros espamos da grave e melancólica epilepsia ideológica de que sofre o filósofo. Seu erro nasce, como aliás é tão comum em acadêmicos, da arrogância e esquematização com que trata fenômenos históricos, políticos e mesmo psicológicos. Mas os delírios realmente assustadores (maior característica do Olavão) ainda estão por vir.


- O paroximo da esquizofrenia olaval se mostra a partir do oitavo parágrafo, quando afirma que “bilionários globalistas passam a patrocinar movimentos esquerdistas por toda parte”. É uma afirmação completamente desvairada.


- Aí já temos um espetáculo deprimente: um filósofo brasileiro berrando insanidades como um louco furioso num jornal de grande circulação nacional. Sem a mínima preocupação de ater-se à realidade, Olavo repete seus conhecidos chavões de que a mídia brasileira é esquerdista.


- Conclui o artigo dizendo que todo mundo no Brasil é esquerdista, aprova o uso de maconha na USP e simpatiza com os radicais de ultra-ultra-esquerda que ocuparam a reitoria. Todos partilham da “Ideologia”. Todos: deputados, senadores, professores, reitores, ministros de Estado e empresários de mídia. Sem explicar muito bem que sinistra ideologia seja essa, o leitor é fatalmente levado a pensar que deve ser alguma variação particularmente maligna do esquerdismo contemporâneo. Olavo esqueceu, porém, de mencionar, dentre os que sofrem dessa doença, garis, astrofísicos, jogadores de sinuca, viciados em crack e representantes da indústria de tecidos.


- Olavão agora é presidente do Inter-American Institute for Philosophy, Government and Social Thought, um nome bonito para associação dos fascistas brasileiros doentes mentais que vivem de esmolas do Tea Party.


Eu uso uma linguagem particularmente agressiva com Olavo porque conheço a figura. Durante anos, ele tinha uma coluna no jornal O Globo, e era idolatrado por escritores analfabetos politicamente. Então um dia fui à biblioteca do CCBB e li seus livros. Ele é ainda mais doente, rancoroso e delirante em seus livros. A pretexto de falar de filosofia, ele simplesmente faz um proselitismo ideológico vagabundo, onde a sigla PT aparece mais do que o nome de qualquer pensador. Lembra até o Nietzsche da última fase, já louco por causa da sífilis, xingando os cristãos por páginas a fio, mas sem o talento literário do alemão, e substituindo os cristãos por petistas.


E Olavo usava seu espaço na mídia, praticando todo o tipo de pilantragem intelectual, para perseguir covardemente aqueles com os quais ele discutia na internet. É, definitivamente, um crápula.