sábado, 16 de julho de 2016

Panteras Negras se reorganizam e marcham armados nos EUA


Fonte http://www.ceert.org.br/noticias/historia-cultura-arte/12529/panteras-negras-se-reorganizam-e-marcham-armados-nos-eua
Panteras Negras se reorganizam e marcham armados nos EUA
Os Panteras Negras, reorganizados no grupo Huey P. Newton Gun Club, protestam contra a violência policial
Além dos Panteras Negras, na última década, outros grupos revolucionários têm se organizado para ampliar a resistência à ação violenta das forças policiais
Os últimos episódios de violência policial contra negros, nos EUA, levaram os Novos Panteras Negras, grupo de orientação marxista inspirado no The Black Panthers: Vanguard of the Revolution (Os Panteras Negras: A Vanguarda da Revolução), ativo na década de 1970, a marchar armados em Baton Rouge, capital do Estado da Louisiana, no Sul do país. Na última semana, Alton Sterling e Philando Castile, dois homens negros, foram assassinados por policiais brancos.
A manifestação, realizada na tarde desta quarta-feira, amplia o abismo entre a maioria branca e as comunidades negras, principalmente nos Estados norte-americanos que integraram o movimento confederado, na guerra civil que varreu o país entre 1861 e 1865. A luta contra a segregação e o racismo perdura ao longo de mais de 150 anos, com períodos de enfrentamento nas ruas das grandes cidades, a exemplo do surgimento dos Panteras Negras.
Na última década, outros grupos revolucionários têm se organizado para ampliar a resistência à ação violenta das forças policiais. Ao longo de 2014 até agora, cinco organizações paramilitares negras uniram-se sob a bandeira do grupo Huey P. Newton Gun Club, que presta homenagem no nome a um dos principais líderes dos Panteras Negras. Newton foi assassinado em 1989 na cidade de Oakland, no Estado da California.
Racismo e assassinatos
As imagens das mortes de Castile e Sterling, gravadas por celulares e amplamente compartilhadas na internet, foram o pavio que detonou a revolta na população negra que permanece nas ruas em protestos contra a violência policial, muitos deles reprimidos com truculência pelas tropas de choque. Cidades como Austin, Phoenix, Nova York, Atlanta, São Francisco e Nova Orleans, entre outras, têm percebido um número cada vez maior de protestos e de manifestantes.
Na Rodovia I-94, que atravessa Minneapolis e Saint Paul, as duas principais cidades do Estado de Minnesota, protesto em curso desde a noite de domingo paralisavam o tráfego. Com a chegada da polícia, os manifestantes tiveram que desbloquear a estrada. Ao serem desmobilizados, porém, jogaram pedras, garrafas e até restos de material de construção civil em direção aos policiais. Três integrantes das forças de segurança foram feridos.
Em resposta, a polícia fez prisões, disparou balas de borracha e jogou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Segundo a polícia, a estrada voltou a ser aberta em seguida.
Nas ruas de São Francisco, no Estado da Califórnia, centenas de manifestantes bloquearam ruas da cidade. Eles impediram a entrada e a saída de veículos da Ponte Bay, que liga São Francisco à cidade de Oakland. A polícia da Califórnia interveio em pelo menos duas ocasiões para liberar o tráfego pela ponte. Houve também protestos na região central da Califórnia, onde manifestantes bloquearam estradas.
Em Denver, capital do Estado de Colorado, manifestantes sentaram-se em frente ao prédio da prefeitura e seguem acampadas no Parque Cívico da cidade. Eles reafirmaram, nesta manhã, que seguem na ocupação do espaço público.
Na Flórida, centenas de pessoas fizeram passeata pacífica em West Palm Beach e Fort Lauderdale, ao longo do dia, como parte do movimento antirracista.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Cazuza: Ideologia, Brasil, Burguesia e O Brasil vai ensinar o mundo, o amadurecimento político do poeta



Cazuza: Ideologia, Brasil, Burguesia e O Brasil vai ensinar o mundo, o amadurecimento político do poeta

Do Blog Terra de Gigantes  - Esdras Gomes
A burguesia fede! Um poeta rebelde antes do adeus afirmou. Agenor de Miranda Araújo Neto, Cazuza, nasceu na Cidade do Rio de Janeiro em 4 de abril de 1958 e morreu no dia 7 de julho de 1990 com 32 anos.
Do primeiro disco com o Barão Vermelho em 1982 ao último gravado em 1989, não é só refinamento do poeta que é visto. Mas sim o amadurecimento político de Cazuza.
O primeiro disco, com o nome de Barão Vermelho trouxe músicas comoDown em mim e Todo amor que houver nessa vida, que tem uma visão subjetiva interna do poeta. No segundo disco de 1983, Barão Vermelho 2, aparece a música Pro dia nascer feliz, sucesso do grupo, tocada no primeiro Rock in Rio em 1985 e regravada por diferentes interpretes.
No ano de 1984, em seu último disco com o Barão Vermelho, que teve como nome Maior Abandonado, trouxe como sucessos, Maior Abandonado, Por Que a Gente é Assim? e Bete Balanço, música tema do filme com o mesmo nome, dirigido por Lael Rodrigues.
Em 1985, Cazuza inicia sua carreira solo e lança seu primeiro disco com o nome Exagerado, que possui como sucessos “Exagerado”, “Mal Nenhum” e “Codinome Beija-flor”.
O disco Só se for a dois foi lançado em 1987, com destaque para as músicas "O Nosso Amor a Gente Inventa (Uma Estória Romântica)", “Solidão, que nada” e “Ritual”.
A virada do poeta do amor ao político começa em Um trem das estrelas
Em 1987, Cazuza descobriu que era portador do vírus HIV. Partiu atrás de tratamento na cidade Boston, no New England Hospital, voltando ao Brasil em dezembro de mesmo ano e começando a trabalhar em seu novo álbum. Diferente dos outros trabalhos que tinham como o enfoque o artista, a vida e o amor, os novos trabalhos tinham a reflexão a vida, a política, o Brasil, a Ideologia e a revolução.
Cazuza declarou que a mudança começou com a composição “O trem das estrelas” que compôs com Gilberto Gil para o filme homônimo de Cacá Diegues, que inclusive participou como ator.
Em entrevista ao Jornal da Tarde, no dia 04 de março de 1988, declarou sobre essa mudança. "Eu achava que não podia falar sobre política, por não ser uma pessoa política. Eu tinha muito preconceito em falar no plural, achava que só falava bem do meu mundinho. Isso começou a mudar quando fiz a letra de Um trem pras Estrelas, com a música do Gil, a partir do roteiro do filme de Cacá Diegues. Depois conversando com mil pessoas, inclusive Gil, pensei por que não mostrar a minha visão, por mais ingênua que ela seja? Não sei quanto é a dívida externa, qual é o rombo das estatais... não estou por dentro destas coisas, tenho uma visão romântica, mas a maioria da população também deve ter uma visão ingênua, então por que não me posicionar?"
A composição fala da situação das pessoas que vivem em busca “dos salários de fome” e denuncia com a estrofe que faz referência ao nome do filme, “Num trem pras estrelas / Depois dos navios negreiros / Outras correntezas”, colocando que o transporte da miséria continua não nos navios que trouxeram escravos da África, mas nos meios de transporte que levam à miséria a busca de seus empregos “para não desistir dos seus salários de fome”.
Conheça a Letra – Trem das Estrelas

Em busca de uma IDEOLOGIA
No ano 1988, Cazuza lançaria o terceiro álbum de sua carreira solo e que teria o maior número de sua história com um milhão e setecentas mil copias vendias que lhe valeria o disco de Diamante Duplo.
Na música, Cazuza reflete sobre o caráter de sua juventude, "Ideologia fala da minha geração sem ideologia, compactada entre os anos 60 e os dias de hoje. Eu fui criado em plena ditadura, quando não se podia dizer isso ou aquilo, em que tudo era proibido. Uma geração muito desunida. Nos anos 60, as pessoas se uniam pela ideologia. 'Eu sou da esquerda, você é de esquerda? Então a gente é amigo'. A minha geração se uniu pela droga: ele é careta e ele é doidão. Droga não é ideologia, é uma opção pessoal. A garotada teve a sorte de pegar a coisa pronta e aí pode decidir o que fazer pelo país, embora do jeito que o Brasil está, haja muita desesperança", em entrevista a Deborah Dumar,  para o jornal O Globo, em janeiro de 1988.
Sobre os destinos do Rock declarou em março de 1988, a Sônia Maia para revista Bizz, "O rock já não é uma coisa da qual se possa debochar... A gente está com uma força de palavras, as pessoas estão ouvindo o que o Renato Russo fala, o que o Lobão fala... Por mais que cada um tenha caminhos loucos, eles estão falando. Somos uma geração muito mal informada - não tivemos participação política alguma; estamos chegando aos tropeções. A gente nunca teve ideologia..."
Veja Cazuza - Ideologia 

A reflexão política começa acontecer nesse disco de Cazuza, a música Ideologia, apresenta os diversos símbolos das correntes politicas como o comunismo, capitalismo, nazismo, anarquismo, movimento hippie, sionismo, dentre outras. Como também aparecem no clipe símbolos religiosos como a cruz que representa o cristianismo, yin yang representando o lado holístico oriental, dentre outros.
O grito da música reflete o desejo de uma juventude, mas talvez o seu próprio desejo, “Ideologia! Eu quero uma pra viver”.
O disco Ideologia tem outros sucessos da carreira de Cazuza como Blues da Piedade, Faz parte do meu show e Brasil. Esta última foi sucesso na voz de Gal Costa, composta por Cazuza e George Israel, ganhando o prêmio Sharp de melhor canção. A canção foi tema da novela Vale Tudo.
Veja Brasil - Cazuza e Gal Costa
 
O Tempo não Pára
O ultimo registro ao vivo de Cazuza, foi lançado no ano de 88. Gravado no Canecão (RJ) nos dias 14, 15 e 16 de outubro, tendo a direção de Ney Matogrosso.
Fazendo uma referência a vida, com diversas intervenções do cantor ao longo do show, fez uma compilação de diversos sucessos, da época do Barão Vermelho até ideologia. Duas novas músicas foram inseridas que foram “Vida Louca Vida” de Lobão e Bernado Vilhena, e a música “O tempo não Pára”.
Cantada em primeira pessoa, a música fala sobre a luta individual dele e do povo brasileiro, da situação social que era imposta no Brasil e o que apontava o seu próximo trabalho, “Burguesia”.
 “Eu sou um cara / Cansado de correr / Na direção contrária”. Os versos registram a sina dos indignados com a resistência do que contradizem a maré imposta pelo algoz oculto na música de Cazuza e Brandão. Mas afirma: “Mas se você achar / Que eu tô derrotado / Saiba que ainda estão rolando os dados”.
Esse sentimento seria registrado em entrevista, para Sonia Maria, em Março de 1989, para a revista Bizz. "Aquele show no Palace foi uma coisa muito louca, porque eu acho que ele foi histórico para São Paulo... Teve as eleições de 15 de novembro e no primeiro de dezembro eu estava lá. E tinha aquele clima de euforia, as pessoas querendo acreditar novamente que tudo vai mudar, que pode mudar... Tanto que eu considero 'Ideologia' , 'Brasil', e 'O tempo não pára' uma trilogia de Sarney ao PT no poder. É uma trilogia de esperança... Eu nunca tive medo de falar quando eu estava de baixo astral. Acho que a gente não pode ficar 'tudo bem' o tempo todo: o mundo é ruim, as pessoas são ruins, o mal sempre vence, então tem esse lado forte. Mas agora estou numas da corrente do bem. Tô nessa e acho genial. Tudo bem: o mal tá lá, as pessoas ruins estão lá, pessoas mesquinhas, mas não vão me atrapalhar mais. Não vou mais sofrer por causa delas".
O desafio sobre esse adversário invisível vem com “A tua piscina tá cheia de ratos / Tuas idéias não correspondem aos fatos / O tempo não para”, onde os sentimentos de libertação e de justiça social. Para mais a frente denunciar o preconceito e a corrupção do Brasil com “Nas noites de frio é melhor nem nascer / Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer / E assim nos tornamos brasileiros / Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro / Transformam o país inteiro num puteiro / Pois assim se ganha mais dinheiro”.
A desesperança com o sistema aparece nas frases, “Eu vejo o futuro repetir o passado / Eu vejo um museu de grandes novidades”, mas aponta a mudança e a esperança com “O tempo não pára”.
Veja Cazuza - O Tempo não Pára
 
O inimigo ganha nome: Burguesia!
Se em “O tempo não pára”, o poeta ainda apontava um adversário desconhecido. É no seu último trabalho realizado na cadeira de rodas, debilitado pelo vírus HIV, que declara a Burguesia como inimiga do povo brasileiro. Burguesia foi composta por Cazuza, George Israel e Ezequiel Neves.
A canção tem ritmo de manifesto. Ela tem três momentos, o primeiro a descrição da percepção do compositor sobre a burguesia, o segundo momento que seria a chamada do povo para realizar uma revolução, a mudança social de derrubada da burguesia e a terceira que seria a caracterização de burgueses que são aliados do povo, ele próprio como artista e de profissionais que trabalham dignamente.
A evolução de toda denuncia social de Ideologia até este álbum vem com a frase a “Burguesia fede”, pois compreende que a situação social imposta pela burguesia não espaço para a verdadeira poesia. Pois esta é insensível a dor dos mais pobres.
A consciência de Cazuza ganhou uma ideologia neste período ao declarar nos jornais em 1989, "Sou socialista e acho que o único caminho para um país do terceiro mundo chegar ao primeiro mundo é através do socialismo".
Veja Burguesia - Cazuza
 
No ano de 1988 ao jornal O Globo, tinha declarado: "Os problemas do Brasil parecem ser os mesmos desde o descobrimento. A renda concentrada, a maioria da população sem acesso a nada. A classe média paga o ônus de morar num país miserável. Coisas que, parece, vão continuar sempre. Nós teríamos saída, pois nossa estrutura industrial até permitiria isso. O problema do Brasil é a classe dominante, mais nada. Os políticos são desonestos. A mentalidade do brasileiro é muito individualista: adora levar vantagem em tudo". E como solução apontava: "Educação é a única coisa que poderia mudar este quadro. Brasileiro é grosso e mal-educado, porque não pensa na comunidade, joga lixo na rua, cospe, não está nem aí. Este espírito comunitário viria com a cultura. Acho que o socialismo talvez possa trazer este acesso à cultura de massa. Fazer como o Mao Tsé-tung fez com a China. Educar todo mundo à força. Temos que estudar, ler, ter acessos a livros".
O disco Burguesia de Cazuza foi um álbum duplo com 20 músicas. O primeiro disco com nove músicas trouxe o estilo rock, com músicas como burguesia e como dizia Djavan, trazendo parcerias com Rita Lee, Frejat, George Israel, Lobão dentre outros parceiros. Nabuconosor foi a única faixa gravada no primeiro disco que não foi de autoria de Cazuza, sendo do parceiro, George Israel.
O segundo traz o estilo MPB com 11 faixas, com interpretações de músicas como: Quase um segundo de Hebert Viana, Cartão Postal de Rita Lee e Paulo Coelho, Esse Cara de Caetano Veloso, Preconceito de Antonio Maria e Fernando Lobo. Além de trazer composições próprias em parcerias com Angêla Rô Rô, Bebel Gilberto, João Rebouças, Lobão, Cartola, Leoni e Arnaldo Brandão.
Sobre a parceria com Cartola, Cazuza explicou em entrevista ao Globo em março de 1989: "Essa música minha com o Lobão eu adoro; Azul e Amarelo são cores do meu santo, ogum edé, que é um santo criança, o mesmo santo do Gilberto Gil. Com azul e amarelo estou protegido. E temos a parceria do Cartola nesta música, - ele diz rindo - porque usamos uma frase sua: 'Não quero, não vou, não quero'."
Renato Russo faz uma homenagem ao amigo, em um show, ao cantar “Quando eu estiver cantando”, numa clara amostra de carinho.
Veja Renato Russo – Quando eu estiver cantando

O adeus do Poeta e o recado com “O Brasil vai ensinar ao mundo”
A morte veio em 7 de julho de 1990. Mas no ano de 1991, lançaram o último álbum com 11 canções inéditas. Sobras de trabalhos anteriores, nove do disco Burguesia e uma do disco “Só se forem a dois”.
Músicas como Camila, Camila do Nenhum de nós e Summertime, sucesso na voz de Janis Joplin, mas a música de Raul Seixas, Cavalos Calados, refletia sobre sua situação nos últimos dias.
Veja Cazuza - “O Brasil vai ensinar ao mundo”

O destaque político vai “O Brasil vai ensinar ao mundo” de Cazuza e Renato Rocketh, onde faz uma análise política do mundo, dizendo que o Brasil vai ensinar a convivência entre as raças, religiões, diferenças. Onde diz que vamos ensinar o mundo a tolerância e temos que aprender a respeitar as leis com o mundo.
Conheça “O Brasil vai ensinar ao mundo”

Escute Cazuza – Cavalos Calados

http://terradegigantes65.blogspot.com.br/2013/01/cazuza-ideologia-brasil-burguesia-e-o.html

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Jandira: Dilma está animada para reverter impeachment no Senado

Do Portal Vermelho


  
"Ela tem feito reuniões semanais com o conselho político. Eu estou achando Dilma muito bem. É impressionante a capacidade de resistência que ela tem. Ela foi forjada na dificuldade, né? Ela está animada, está indo bem com a rua, os movimentos, o Senado. Eu saí de lá animada. (...) Ela nos consultou sobre o manifesto que vai soltar. A visão dela é muito positiva do processo. E ela está muito bem, firme e tranquila. Está construindo uma agenda com o Senado."

Segunda Jandira, Dilma calcula reverter o placar no plenário, onde precisa de mais seis votos, além dos 22 que já possui, para derrubar o pedido de impeachment. A votação na comissão especial, liderada por Antonio Anastasia (PSDB), já é contabilizada como uma derrota para os aliados da petista.

Jandira também avaliou que a eleição de Rodrigo Maia (DEM) para a presidência da Câmara expôs a divisão da base parlamentar do interino Michel Temer (PMDB) e, ocasionalmente, favorecerá a atual oposição.

"A eleição expressa a falta de unidade da base do governo. A paz não vai reinar. Aumentou a fragmentação e a disputa na base do governo, o que, nesse aspecto, é bom para nós. Isso mostra que a gente pode, em alguns momentos, ganhar posições e afrontar decisões que prejudicam o País", explicou.

Para Jandira, alas do PT, PCdoB e PDT, entre outros partidos, empurraram a candidatura de Marcelo Castro (PMDB), mesmo sob uma chuva de críticas à esquerda, para evitar que Eduardo Cunha (PMDB) emplacasse um aliado no comando da Câmara.

A estratégia não deu certo mas, para a deputada, a eleição nao foi de todo ruim. "O ruim não é enfraquecer Cunha e o centrão. O ruim é fortalecer o PSDB e o DEM [que patrocinaram a eleição de Maia]. Mas essa é a cara da maioria da Câmara hoje. Não vejo como poderia ser diferente. Mesmo que unisse a esquerda inteira, não teria chances de vitória."

Cassação de Cunha

Jandira Feghali disse que o esperado é que os trabalhos da Câmara sejam "desacelerados" no segundo semestre, em função das Olimpíadas e, princialmente, das eleições. Os "recessos brancos" - semanas em que a Casa fica mais vazia porque os deputados estão em suas bases eleitorais - podem favorecer o ex-presidente Eduardo Cunha.

Eleito novo comandante da Casa, Rodrigo Maia (DEM) fez um aceno a Cunha: disse que não vai marcar a data da sessão que deve cassar o mandato do parlamentar, e que pretende convocar a votação apenas quando a Câmara tiver quorum de cerca de 500 deputados. Isso, segundo ele, para dar "legitimidade" ao processo.

Cunha trabalha justamente com a intenção de esvaziar as sessões da Câmara, na tentativa de negociar sua salvação. O deputado é réu em duas ações na Lava Jato e precisa manter o foro privilegiado para ser julgado na segunda turma do Supremo Tribunal Federal.

Para Jandira, contudo, será muito difícil Maia empurrar a cassação de Cunha para depois da eleição. Ela disse que quando a Casa retornar do recesso que começa esta semana, essa demanda será cobrada. "Vamos pedir que ele coloque [a cassação] para votar no início de agosto."

Eleição da Câmara

Jandira convocou a imprensa, na tarde desta quinta (14), para explicar fazer um balanço dos trabalhos da minoria na Câmara e falar sobre seu posicionamento diante da eleição de Rodrigo Maia.

Ela afirmou ter anulado o voto quando a disputa caminhou para o segundo turno entre Maia e Rogério Rosso (PSD), candidato favorito de Cunha e representante do "centrão".

Contra Temer

Jandira Feghali listou uma série de projetos "gravíssimos" que serão ou já foram apresentados pelo governo do interino Michel Temer. O principal, segundo ela, é a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do teto dos gastos públicos, que abrirá portas para a privatização de estatais e serviços públicos.

Segundo ela, Rodrigo Maia é muito mais alinhado com Temer "do ponto de vista ideológico" do que qualquer outro candidato, e certamente colocará em votação os projetos de interesse do interino.
 

 Fonte: GGN

Ratinho é condenado por trabalho análogo à de escravo em fazenda



© Fornecido por Notícias ao MinutoDo site do MSN http://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/ratinho-%C3%A9-condenado-por-trabalho-an%C3%A1logo-%C3%A0-de-escravo-em-fazenda/ar-BBuj8qx?li=AAggXC1&ocid=mailsignoutO apresentador do SBT Ratinho foi condenado a pagar R$ 200 mil por danos morais coletivos. Ele é acusado de manter trabalhadores em situação análoga a de escravos em uma propriedade rural em Limeira do Oeste (MG). Segundo o Tribunal Superior do Trabalho (TST), Carlos Roberto Massa não fornecia equipamentos de segurança nem alojamento e alimentação adequadas para os funcionários de sua fazenda de cana de açúcar. As informações são do G1.
A denúncia do TST diz que os empregados tinham de se alimentar na lavoura e nos banheiros. Ratinho também teria aliciado pessoas no Maranhão e na Bahia para que elas trabalhassem para ele em situação irregular.
A Justiça de Minas Gerais já havia condenado o apresentador a pagar R$ 1 milhão em danos morais coletivos, depois que o Ministério Público do Trabalho (MPT) ajuizou uma Ação Pública Civil contra Ratinho em Uberlândia. o fazendeiro recorreu e conseguiu reverter a decisão. No entanto, o MPT levou o caso ao TST, que interpretou a questão de outra forma.
Em nota, Ratinho afirma que ele não é mais proprietário da fazenda em Limeira do Oeste desde abril de 2010. No comunicado, a assessoria do apresentador dia que "não existiu trabalho em condição análoga à de escravo, mas restabeleceu a condenação no pagamento de indenização por dano moral coletivo, no valor R$ 20 mil em razão do suposto descumprimento dos aspectos da legislação indicados no item 4".

terça-feira, 12 de julho de 2016

8 palavras e expressões discriminatórias para eliminar do dicionário

Fonte:http://www.midiamax.com.br/midiamais/8-palavras-expressoes-discriminatorias-eliminar-dicionario-307711

Algumas palavras podem ser forte ferramenta de discriminação
As palavras muitas vezes são instrumento de ofensa sem saber (Foto ArtFile.Ru)As palavras muitas vezes são instrumento de ofensa sem saber (Foto ArtFile.Ru)


O 'políticamente correto' também está na língua portuguesa. Além da importância de neutralizar as referências pronominais em algumas frases como forma de combater o machismo presente no nosso idioma, algumas palavras também podem e devem ser substituídas. Isso porque algumas delas têm significado que estigmatiza e pode carregar de preconceito a ideia que se tenta passar, mesmo que não haja intenção de ofender.
A formação das palavras e a inserção delas nos dicionários estão bastante relacionadas ao uso popular, principalmente em períodos em que a igualdade entre diversos segmentos da sociedade era ainda pior que atualmente. E como o uso dessas palavras podem atravessar gerações, o uso inconsequente de algumas acaba alimentando um ciclo de discriminação por meio da linguagem. Por exemplo, quando utilizamos a palavra 'judiar', como sinônimo de 'maltratar', sem termos a menor noção de que é um termo extremamente ofensivo para judeus.
Portanto, como as palavras machucam ( e como) e alimentam esse ciclo de discriminação, o MidiaMAISprocurou algumas dessas expressões e palavras de uso bastante comum que simplesmente devemos eliminar do nosso dicionário e propõe a substituição. Confira na lista!

1. 'Denegrir'

A palavra que significa 'tornar negro ou impuro' é claramente racista. Largamente utilizada desde o período em que o Brasil era escravocrata, 'denegrir' é uma palavra cujo sentido pode ser facilmente substituído por 'desqualificar' ou 'caluniar'. Desta forma, mantém-se o sentido da frase e esquiva-se do racismo embutido.

2. 'Judiar'

A palavra que tem sentido de 'atormentar' ou 'maltratar' e até mesmo 'zombar' refere-se, na verdade, ao povo judeu, que historicamente foi vítima de perseguições, inclusive vítima de um holocausto e dizimado em câmaras de gás nos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. 

3. 'Mulherzinha'

Expressão utilizada para desmerecer uma atividade, é extremamente machista, já que é empregada quando alguém tenta reduzir a importância de uma reação ou atividade (chorar e trocar a fralda de um bebê, por exemplo).

4. Traveco

É uma forma pejorativa de referir-se à travestis e tem o mesmo sentido desdenhoso de quando usamos o sufixo 'eco' em 'jornaleco', por exemplo. Para referir-se corretamente a esta população, use o termo 'travesti' e sempre utilizando o artigo feminino ('a' travesti), nunca o masculino ('o' travesti).

5. Bicha

Bicha, veado, veadinho... Todas as expressões que ridicularizam um homossexual não são ok de usar. É claro que esta população busca ressignificar a palavra (bichinha é quem é gay? Ok, eles têm orgulho de serem assim), mas estas expressões só podem ser utilizadas se houver intimidade entre os interlocutores.

6. Gordice​

"Gordo só faz gordice", diz o ditado preconceituoso e gordofóbico, já que 'gordice' é o termo utilizado para referir-se a qualquer trapalhada cometida por uma pessoa gorda - que curiosamente costumam ser as mesmas trapalhadas de pessoas magras. 'Gordice' nem está no dicionário, deveria sair também das nossas expressões.

7. 'Nego', 'neguinho' e 'nega'

Nego, uma corruptela de negro, é costumeiramente numa expressão referencial do tipo "mas nego gosta de uma confusão" ou "neguinho ta achando que pode" e ainda "não sou tuas nega". São expressões racistas, que são sempre utilizadas, na forma geral, para referenciar um mau comportamento. Risque da sua lista já!

8. Bugre

A palavra, que para muitos em Mato Grosso do Sul é sinônimo de índio, tem teor altamente racista, já que foi inicialmente designada para referir-se a estrangeiros numa visão etnocêntrica, ou seja, do ponto de vista do colonizador (civilizado), que estava diante de um 'primitivo' (pagão, sem alma, sem educação, civilidade, um sub-humano, na visão dos portugueses). Tem a mesma origem que o termo usado para designar os búlgaros na Europa antiga que seguiam os preceitos de uma ramificação da Igreja Católica não alinhada a Roma.

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