quinta-feira, 6 de março de 2014

Holodomor: “Acusações v contra Stálin são falsas”, afirma historiador

“Acusações de Kruschev contra Stálin são falsas”, afirma historiador

O historiador norte-americano Grover Furr tem exposto as mentiras ocidentais relativas à história da URSS e de StalinA Verdade entrevistou Grover Furr, professor da Universidade de Montclair, no Estado de Nova Jersey, EUA, e autor do livroAntistalinskaia Podlost (“A infâmia antistalinista”), lançado recentemente em Moscou, na Rússia. Grover Furr é ph.D. em literatura comparada (medieval) pela Universidade de Princeton, e, desde 1970, ensina na Universidade de Montclair, sendo responsável pelos cursos de Guerra do Vietnã e Literatura de Protesto Social, entre outros. Suas principais áreas de pesquisa são o marxismo, a história da URSS e do movimento comunista internacional e os movimentos políticos e sociais. Nesta entrevista, o professor Grover fala de sua pesquisa e afirma que “60 de 61 acusações que  o primeiro-ministro Nikita Kruschev fez contra Stálin são comprovadamente falsas”.
A Verdade – Recentemente, um grande número de livros tem sido publicado atacando a pessoa e a obra de Josef Stálin. Como o senhor explica a intensificação desse antistalinismo nos EUA e no mundo?
Grover Furr – Desde o fim da década de 1920, Stálin tem sido o maior alvo do anticomunismo ideológico e acadêmico. Leon Trótsky atacava Stálin para justificar sua própria incapacidade de ganhar as massas trabalhadoras da União Soviética [URSS]. A verdadeira causa da derrota de Trótsky é que sua interpretação do marxismo – um tipo de determinismo econômico extremado – predizia que a revolução estava fadada ao fracasso a não ser que fosse seguida por outras revoluções nos países industrialmente avançados. Mas a liderança do Partido preferiu o plano de Stálin para primeiro construir o socialismo em um só país. As ideias de Trótsky tiveram (e ainda têm) uma grande influência sobre todos aqueles declaradamente capitalistas e anticomunistas. Os historiadores trotskistas são muito bem acolhidos pelos historiadores capitalistas. Pierre Broué e Vadim Rogovin, os mais proeminentes historiadores trotskistas das últimas décadas, já foram louvados e ainda são frequentemente citados por historiadores abertamente reacionários. Muitos na liderança do Partido em 1930 combateram Stálin quando este lutava por democracia interna no Partido e, especialmente, por eleições democráticas para os sovietes. As grandes conspirações da década de 1930 revelaram a existência de uma ampla corrente de oposição às políticas associadas a Stálin. Essas conspirações de fato existiam: os oposicionistas realmente estavam tentando derrubar o partido soviético e assassinar a liderança do governo, ou tomar o poder liderando uma revolta na retaguarda, em colaboração com os alemães e os japoneses. Nikolai Ezhov, líder da NKVD (o Comissariado do Povo para Assuntos Internos), tinha sua própria conspiração direitista, incluindo colaboração com o Eixo. Visando aos seus próprios fins; ele executou centenas de milhares de cidadãos soviéticos completamente inocentes para minar a confiança e a lealdade ao governo soviético. Quando Stálin morreu, Kruschev e muitos líderes do Partido viram que poderiam jogar a culpa por essas grandes repressões em cima de Stálin. Eles também inventaram muitas outras mentiras escancaradas sobre Stálin, Lavrentii Béria e pessoas próximas aos dois. Quando, bem mais tarde (1985), [Mikhail] Gorbachev assumiu o poder, ele também percebeu que as suas “reformas” capitalistas – o distanciamento do socialismo em direção a relações capitalistas de mercado– poderiam ser justificadas se sua campanha anticomunista fosse descrita como uma tentativa de “corrigir os crimes de Stálin”. Essas mentiras e histórias de horror permanecem como a principal forma de propaganda anticomunista, hoje, no mundo. A tendência é que elas se intensifiquem, pois os capitalistas estão diminuindo os salários e retirando benefícios sociais dos trabalhadores, caminhando em direção a um exacerbado nacionalismo, ao racismo e à guerra.
A Verdade – O que o levou a se interessar pela história da URSS?
Grover Furr – Quando estava na faculdade, de 1965 a 1969, eu fazia protestos contra a guerra dos EUA no Vietnã. Um dia, alguém me disse que os comunistas vietnamitas não poderiam ser “caras legais” porque eram todos “stalinistas”, e “Stálin tinha matado milhões de pessoas inocentes”. Isso ficou na minha cabeça. Foi provavelmente por isso que, no início da década de 1970, li a primeira edição do livro O grande terror, de Robert Conquest. Fiquei impressionado quando o li! Mas eu já tinha um certo domínio do russo e podia ler neste idioma, pois já vinha estudando literatura russa desde o ensino médio. Então examinei o livro de Robert Conquest com muito cuidado. Aparentemente ninguém ainda havia feito isso! Descobri, então. que Conquest fora desonesto no uso de suas fontes. Suas notas de rodapé não davam suporte a nenhuma de suas conclusões “anti-Stálin”. Ele basicamente fez uso de qualquer fonte que fosse hostil a Stálin, independentemente de se era confiável ou não. Decidi, então, escrever alguma coisa sobre o “grande terror”. Demorou um longo tempo, mas finalmente foi publicado em 1988. Durante este tempo estudei as pesquisas que estavam sendo feitas por novos historiadores da URSS, entre os quais Arch Getty, Robert Thurston e vários outros.
A Verdade – Seu livro Antistalinskaia Podlost (“A infâmia anti-stalinista”) foi recentemente publicado em Moscou. Conte um pouco sobre ele.
Grover Furr – Há aproximadamente uma década fiquei sabendo da grande quantidade de documentos que estavam sendo revelados dos antigos arquivos secretos soviéticos, e comecei a estudá-los. Li em algum lugar que uma ou duas das declarações de Kruschev em sua famosa “fala secreta”, de 1956, foram identificadas como falsas do início ao fim. Daí, pensei que poderia fazer algumas pesquisas e escrever um artigo apontando alguns outros erros de seu pronunciamento da “sessão secreta”. Nunca esperei descobrir que tudo o que Kruschev disse – 60 de 61 acusações que ele fez contra Stálin e Béria – eram comprovadamente falsas (não pude encontrar nada que comprovasse a 61ª)! Percebi que este fato mudava tudo, uma vez que praticamente toda a “história” anticomunista desde 1956 se baseia ou em Kruschev ou em escritores de sua época. Verifiquei que a história soviética do período de Stálin que todos aprendemos era completamente falsa. Não apenas “um erro aqui e outro ali”, mas fundamentalmente uma fraude gigantesca, a maior fraude histórica do século! E meus agradecimentos ao colega de Moscou Vladimir L. Bobrov, que foi o primeiro a me mostrar esses documentos, me deu inestimáveis conselhos, várias vezes, e fez um excelente trabalho de tradução de todo o livro. Sem o dedicado trabalho de Vladimir, nada disso teria acontecido.
A Verdade – Em suas pesquisas o senhor teve acesso direto a arquivos soviéticos abertos recentemente.  O que esses documentos revelam sobre os “milhões de mortos” sob o socialismo, especificamente no período de Stálin?
Grover Furr – Considerando que pessoas morrem a todo instante, eu suponho que você esteja falando de mortes “excedentes”. A Rússia e a Ucrânia sempre experimentaram fomes a cada três, quatro anos. A fome de 1932-33 ocorreu durante a coletivização. Sem dúvida, que um número maior de pessoas morreu do que teria morrido naturalmente. No entanto, muito mais pessoas iriam morrer em sucessivas fomes – a cada três, quatro anos, indefinidamente, no futuro – se não fosse feita a coletivização. A coletivização significou que a fome de 1932-33 foi a última, com exceção da grave fome de 1946-1947, que foi muito pior, mas isso devido à guerra. E, como mencionei anteriormente, Nikolai Ezhov deliberadamente matou milhares de pessoas inocentes. É interessante considerar o que poderia ter sucedido se a URSS não houvesse coletivizado a agricultura e não tivesse acelerado seu programa de industrialização, e se as conspirações da oposição nos anos 1930 não tivessem sido esmagadas. Se a URSS não tivesse feito a coletivização, os nazistas e os japoneses a teriam conquistado. Se o governo de Stálin não houvesse contido as conspirações direitistas, trotskistas, nacionalistas e militares, os japoneses e os alemães teriam conquistado o país. Em qualquer um desses casos, as vítimas entre os cidadãos soviéticos teriam sido muito, muito mais numerosas do que os 28 milhões mortos na guerra. Os nazistas teriam matado muito mais  eslavos ou  judeus do que mataram. Com os recursos, e talvez até mesmo com os exércitos da URSS do seu lado, os nazistas teriam sido muito, muito mais fortes contra a Inglaterra, a França e os EUA. Com os recursos soviéticos e o petróleo de Sakhalin, os japoneses teriam matado muito, muito mais americanos do que fizeram. O fato é que a URSS sob Stálin salvou o mundo do fascismo não apenas uma vez, durante a guerra, mas três vezes: pela coletivização; pelo desbaratamento das oposições direitista-trotskista-militares e também na guerra. Quantos milhões isso dá?
A Verdade – Alguns autores vêm tentando encontrar semelhanças entre Stálin e Hitler, e alguns até chegam a afirmar que o suposto “stalinismo” foi “pior” que o nazismo. Existia realmente alguma ligação entre Stálin e Hitler? 
Grover Furr – Os anticomunistas e os pró-capitalistas não discutem a luta de classes e a exploração. De fato, eles ou fingem que essas coisas não existem ou que não são importantes. Mas a luta de classes causada pela exploração é o motor da história. Então omitir isso significa falsificar a história. Hitler era um capitalista, um anticomunista autoritário de um tipo que é comum em vários países capitalistas. Stálin liderou o Partido Bolchevique e a URSS quando os comunistas em todo o mundo estavam lutando contra todo tipo de exploração capitalista. Sempre que dizemos “pior”, devemos sempre nos perguntar: “Pior para quem?” A URSS e o movimento comunista durante o período de Stálin foram definitivamente “piores que o nazismo”, para os capitalistas. Essa é a razão de os capitalistas odiarem tanto Stálin e o comunismo. O movimento comunista durante o período de Lênin e Stálin, e ainda por um bom tempo depois, foi a maior força de libertação humana da história. E novamente devemos nos perguntar: “Libertação de quem? Libertação do quê?” A resposta é: libertação da classe trabalhadora de todo o mundo, da exploração capitalista, da miséria e das guerras.
A Verdade – Um dos ataques mais frequentes a Stálin é que ele seria responsável pela fome na Ucrânia, em 1932-1933, também chamada de Holodomor. Esta versão da história corresponde ao que realmente ocorreu?
Grover Furr – O “Holodomor” é um mito. Nunca aconteceu. Esse mito foi inventado por ucranianos nacionalistas pró-fascistas, junto com os nazistas. Douglas Tottle comprovou isso em seu livro Fraud, Famine and Fascism(1988). Arch Getty, um dos melhores historiadores burgueses (isso é, não marxistas, não comunistas), também tem um bom artigo sobre isso. Até o próprio Robert Conquest deixou de defender sua antiga versão de que os soviéticos deliberadamente causaram a fome na Ucrânia. Nenhuma sombra de prova que poderia confirmar essa visão jamais veio à luz. O mito do “Holodomor” persiste porque ele é o “mito fundacional” do nacionalismo direitista ucraniano. Os nacionalistas ucranianos que invadiram a URSS juntamente com os nazistas mataram milhões de pessoas, incluindo muitos ucranianos. Sua única “desculpa” é propagandear a mentira de que eles “lutaram pela liberdade” contra os comunistas soviéticos, que eram “piores”.
A Verdade – Deixe uma mensagem para os trabalhadores brasileiros.
Grover Furr – Lutem pelo comunismo! Todo o poder à classe trabalhadora de todo o mundo!
Glauber Ataide, Belo Horizonte

terça-feira, 4 de março de 2014

Zé Ramalho sobre Dilma: "É um governo chato, voltado para o social-comunismo"






Do Jornal Estadão

A volta do que não foi

Zé Ramalho fala de carreira, política, biografias e Copa na primeira entrevista após boato de sua morte

03 de março de 2014 | 19h 31


Zé Ramalho foi um dos últimos a saber de sua própria morte. No ano passado, dias depois de ele ter sido submetido a um cateterismo, espalhou-se na internet o boato de que ele tinha morrido. Na ocasião, o cantor e compositor paraibano, que estava prestes a se apresentar em Salvador, usou seu perfil em redes sociais para desmentir as fofocas. Hoje, ele diz não guardar mágoas do episódio e cita Zé Limeira, o poeta do absurdo, para ironizar o ocorrido: "Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro".
'Não sei o que é sentir o medo da morte', afirma músico após boato de que ele teria morrido - WILTON JUNIOR/AGENCIA ESTADO/AE
WILTON JUNIOR/AGENCIA ESTADO/AE
'Não sei o que é sentir o medo da morte', afirma músico após boato de que ele teria morrido
Em 2014, quando Zé Ramalho completa 65 anos, sendo 40 de carreira, o plano imediato é de seguir com a turnê de seu disco mais recente, Sinais dos Tempos (2012). Mas também há outros projetos, como o de um show com Fagner e o de um disco dedicado à obra de Marinês e sua Gente, "artista contemporânea de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro mais importante da música nordestina".
Na primeira entrevista após sua "morte", Zé Ramalho fala dos 40 anos da gravação de um de seus discos mais cultuados, Paêbirú, e de projetos futuros, elogia músicos da geração atual, como o violonista Yamandu Costa, e critica o governo Dilma e as manifestações contra a Copa do Mundo no Brasil. Para ele, a seleção de Felipão, "apesar de boa, não será campeã".
Você vinha numa toada de interpretar e de fazer versões para canções de grandes nomes da música. Lançou os discos cantando Bob Dylan, Jackson do Pandeiro e Beatles, depois veio Sinais dos Tempos. O que te motivou a lançar um disco de inéditas?
Zé Ramalho - A pressão e cobrança dos fãs por um disco de inéditas era grande. A desconfiança e dúvida idem, vindas através de e-mails, recados no meu site e redes sociais em geral. Além disso, eu mesmo achava que depois dessa "toada" realmente merecia me dedicar a um projeto de inéditas. E foi o que me moveu, pois reuni todas as ideias que estavam anotadas, pedaços de canções inacabadas e letras que estavam rabiscadas em vários papéis.
Quais os planos para 2014?
Zé Ramalho - Há uma possibilidade, que não é certa, de realizar um projeto com Raimundo Fagner. A Sony Music tem nos procurado para a gravação de um show intimista, ao vivo. Isso ainda está em andamento. Quanto a composições inéditas, não seria esse o caso. Esse show seria de sucessos individuais de cada um dos artistas, cantados pelos dois ao mesmo tempo. Vamos ver no que vai dar…
Há algum músico consagrado com quem você gostaria de trabalhar? Em relação a novos músicos, há alguém no cenário brasileiro que chama sua atenção?
Zé Ramalho - Um cantor ou compositor consagrado, não tenho. O Fagner já preencheria essa resposta. Quanto aos novos músicos, há uma renovação permanente. O Yamandu Costa, por exemplo, é um fenômeno de habilidade. Não é comum aparecerem músicos dessa qualidade. Perdemosum dos maiores sanfoneiros que já existiu, Dominguinhos, que fazia parte dessa seleta dimensão musical. Armandinho é outro fenômeno. Mais dois dos maiores músicos do nosso país e talvez do mundo, com quem tive o privilégio de conviver e a felicidade de tê-los tocando para mim, foram Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti.
Como você vê a música brasileira hoje?
Zé Ramalho - A minha geração, que surgiu no final dos anos 70, e a que me antecedeu são de altíssima qualidade, há um padrão das arquiteturas musicais, em todos os estilos, principalmente no que se chamou MPB. Não vejo uma sequência de geração com a mesma qualidade. Os próprios mercados sertanejo, de pagode e de música baiana transformaram-se em desesperados autores à procura de um espaço para tocar suas músicas malfeitas e com letras chinfrins. Estou falando isso porque você me perguntou, não ando dizendo essas coisas de graça.
Qual avaliação faz de Sinais dos Tempos?
Zé Ramalho - Ele me deu um retorno muito grande de alegria dos fãs por perceberem que a minha veia criativa continuava jorrando. A tal crítica especializada "babou" ante as minhas novas composições! E a função dele, como disco, foi cumprida. Isto é, a extensão do meu trabalho como autor, compositor e cantor está ali. Eu não trabalho obrigado por ninguém, nem por nada! É pura satisfação e destino.
Em 2014, você completa 65 anos e 40 anos de carreira. Há algum projeto comemorativo?
Zé Ramalho - Em 1974 realizei o disco Paêbirú; em 1975, toquei com Alceu Valença na sua banda e o ajudei a galgar o seu início de carreira; e, em 1977, estreei o meu disco Avôhai, que considero a data mais pessoal para falar de carreira individual. Até lá, até 2017, pretendo realizar um show celebrativo, com os sucessos e todas as fases da minha carreira.
Sobre Paêbirú: há algoplanejado? Qual a avaliação que você faz hoje do disco? Qual a importância dele na sua vida?
Zé Ramalho - Sobre este disco, não falo quase nada. É complicado, para mim, falar hoje em dia deste disco. E é claro que eu não farei nenhum disco, nenhum show comemorando os 40 anos de Paêbirú. Até porque, o outro artista (Lula Côrtes, 1949-2011) já faleceu e não gosto de falar nesse assunto mesmo não. Pena é que há 40 anos, quando ele surgiu, a tal "crítica" não falou nada! Ninguém disse nada, nem sequer tocou em nenhuma rádio, mostrando assim a incompetência e falta de sensibilidade de todos que se achavam críticos musicais no nosso país.
Em junho, você criticou de maneira dura boatos veiculados na internet e na imprensa sobre seu estado de saúde. Chegaram a dizer que você tinha morrido. Ainda guarda mágoas daquele episódio? E o que de fato aconteceu? Como está sua saúde hoje?
Zé Ramalho - Eu não guardo mágoa. Isso é um fenômeno dos tempos em que vivemos. Ridículo é a pessoa ler uma notícia desse tipo e não checar com a fonte verídica! Ora, quando deram esta notícia de que eu tinha morrido, eu estava fazendo show em Salvador. Estava em uma turnê pelo estado da Bahia e vi a aflição dos empresários de locais onde eu iria me apresentar para desmentir e confirmar a minha presença. Cito aqui o grande poeta do absurdo, Zé Limeira, que disse: "Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro". Hoje estou completamente recuperado, gozando de saúde plena, fazendo minha turnê e planejando todos esses eventos dos quais falamos.
Você teme a morte?
Zé Ramalho - Não sei. Não sei se sentir medo da morte é estar na frente de um assaltante com uma arma apontada, ou estar dentro de um edifício em chamas. É um conceito humano, o medo. Agora, esperar essa passagem final com consciência é uma outra história. E não seria medo, seria mais a saudade e a tristeza de deixar entes queridos. Essas coisas nos fazem querer ficar vivos. E o prêmio maior é morrer durante o sono, como Carlitos, que morreu dormindo, Carlos Drummond de Andrade e outros que mereceram fazer a passagem sem saber que a estavam fazendo.
O que você costuma fazer quando não está compondo, gravando ou fazendo shows?
Zé Ramalho - Medito, escuto música eletrônica e vejo alguns filmes com minha mulher, depois das 23h. Meu hobby é estar com a família, ver os filhos crescerem e avançarem na sociedade e ter prazer e alegria em contemplar essas simples coisas.
Em 2013, houve debate em relação à autorização prévia de biografados. De um lado, os editores e autores de livros; do outro, alguns artistas, representados pela organização Procure Saber. Alguém desse grupo te procurou? O Procure Saber te representa?
Zé Ramalho - Nunca! Nunca procurei saber de nada. É arrogante e equivocado esse posicionamento. Nenhuma reivindicação será unânime! Os artistas têm cabeças diferentes. Alguns podem pensar parecido, mas ninguém jamais verá unanimidade nestas questões. Hoje em dia, pode-se quase tudo. Em tempos de internet, onde o anonimato é uma arma para se criticar, derrubar, execrar, não se pode cobrar dos artistas, como a imprensa fez, essas posições. Eu corri por fora dessas questões, porque eu já sabia, antes de procurar! Em 2013, Henri Kolliver, escritor e psicólogo francês, escreveu um livro sobre mim, mistura de biografia e entrevistas, Zé Ramalho – O Poeta dos Abismos (Editora Madras). Ele teve minha autorização. Mas tenho também livros que escreveram sobre mim sem a minha autorização. Fazer o quê? Difícil é se comprar livro, hoje em dia. Difícil é ter alguém pra ser biografado e alguém se interessar por aquela vida.
Você é a favor da autorização prévia para biografias?
Quem quiser escrever sobre mim, pode me pedir autorização ou não. Agora, quem vai ler ou comprar é o que importa. Imagine uma pessoa comprar um livro biográfico cheio de mentiras e fatos que nunca ocorreram! Se é isso que vai fazer sucesso e virar best-seller, estarão comprando um pacote de mentiras, ou seja, estarão sendo enganados.
Em 2013, houve ainda debate sobre o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição). Artistas foram a Brasília reivindicar que o órgão fosse fiscalizado. Você foi convidado? O Ecad deve ser fiscalizado? Você recebe corretamente por suas músicas?
Zé Ramalho - É um assunto complexo, com que também nunca me envolvi, apesar de ter sido convidado para ir à Brasília. Mas, fazer o quê lá? Chegar de terno e gravata e fazer fotos com os deputados? Há muito dinheiro em jogo, o Ecad existe há quase 40 anos, por que só agora estão querendo fiscalizar? Eu é que não vou me desgastar, tentando indagar e fazer justiça financeira para tanta cobiça. Recebo, através da minha arrecadadora, meus direitos autorais e, se não são o que deveriam ser, também não vou sair reclamando do que não conheço bem. Até porque, que órgão fiscalizador revelaria o verdadeiro valor bruto mensal de que o Ecad dispõe? É complicado.
As manifestações populares também geraram debates em 2013. E têm voltado em 2014, em grande parte contra a Copa do Mundo. Como avalia esse cenário?
Zé Ramalho - Esses protestos têm um quê de razão. Mas tornam-se panfletários, agressivos. Protestar contra a realização da Copa do Mundo é uma idiotice. Porque todos os que estão protestando estarão no estádio assistindo. É uma mesquinhez, um pensamento mesquinho, escolher este motivo para protestar contra gastos do governo.
Como avalia o governo da presidente Dilma?
Zé Ramalho - É um governo chato, voltado para o social-comunismo do século 21. Comunismo é um estado social chato, querem que tudo seja dividido igualmente e o governo é demagogo quando questionado sobre segurança pública, emprego e a lástima que é a saúde pública. Acho uma m... andar de avião com todas as cadeiras chapadas, não há mais primeira classe, executiva, é pra tudo ser igual. Fazer uma viagem comendo um kit Bauducco, enquanto a presidenta, o ministério e demais poderes andam nos seus jatinhos, pagos com o dinheiro dos contribuintes.

http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,a-volta-do-que-nao-foi,1136977,0.htm

Ucrânia: Rússia e China ameaçam os EUA com cobrança de dívida e recusa em continuar financiando o Império Ianque!

























 - por Marcos Doniseti!


Legenda da imagem: O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o Primeiro-Ministro da China, Wen Jiabao. No final de 2010, os governos da Rússia e da China decidiram abandonar o dólar como a moeda utilizada nas transações comerciais entre os dois países. Essa é a maior ameaça que existe sobre o Império Ianque, ou seja, que o dólar deixe de ser a principal moeda da economia mundial. 

A crise ucraniana escancarou e radicalizou um conflito, de caráter geopolítico, que já vinha se delineando no mundo todo desde que os EUA começaram a colocar em prática o chamado PNAC (Projeto para um novo Século Americano) que visa manter os EUA como sendo a única superpotência mundial durante todo o século XXI, além de impedir que qualquer outro país possa vir a se fortalecer de maneira que venha, algum dia, ter alguma chance de ameaçar a hegemonia global dos EUA.

Foi devido a essa política que os EUA começaram a promover guerras, golpes de estado e processos de desestabilização contra inúmeros governos de países que não se submetiam à sua vontade imperial, tal como fizeram no Afeganistão, Iraque, Líbia, China, Venezuela, Ucrânia, entre muitos outros. 

A China se aliou totalmente à Russia na questão ucraniana e o seu governo, agora, está dizendo claramente que poderá vir a cobrar a gigantesca dívida, de cerca de US$ 1,4 trilhão, que os EUA possuem com os chineses.

E a China ameaça exigir o pagamento da dívida que os EUA possuem com ela, de cerca de US$ 1,4 trilhão, entregando ouro para fazer tal pagamento. 

Mas acontece que os EUA não tem ouro suficiente para pagar tal dívida, e nem dólares, e teriam que dar calote nos chineses.

Com isso, a atitude chinesa deixaria explícito aquilo que o mundo inteiro sabe, mas que se recusa a admitir, ou seja, que os EUA não tem como pagar a gigantesca dívida que acumulou com os outros países nas últimas décadas. 

Com os EUA dando o calote no seu maior credor externo (o Estado chinês), a credibilidade do Estado ianque iria para a lata de lixo e ficaria muito mais caro para o governo do país financiar seus gastos gigantescos com guerras, gastos militares (que representam 50% do total mundial, chegando a US$ 1,5 trilhão anuais), bem como o seu consumismo desenfreado e irracional. 

Nesta nova situação, os credores dos EUA poderiam se recusar a fazer novos empréstimos enquanto o governo do país não pagasse as dívidas existentes ou, no mínimo (o que seria o mais provável), exigiria taxas de juros bem maiores para continuar financiando o Império Ianque. 

Em qualquer uma das situações, teríamos um agravamento da situação econômica, financeira e social dos EUA, piorando ainda mais a crise que se arrasta desde 2007-2008 e que está longe de ser superada, pois uma parcela muito maior do orçamento público dos EUA passaria a ser usado para pagar as dívidas acumuladas.

Além disso, não se pode esquecer que a dívida externa bruta total dos EUA é de US$ 16 trilhões, o que equivale 100% do PIB do seu PIB. Então, qualquer aumento no custo do financiamento da mesma terá um impacto significativo na economia ianque e sobre as condições de vida do povo americano. 

E boa parte desta dívida externa dos EUA está em poder de governos de outros países, que compraram grande quantidade de dólares e de títulos públicos dos EUA nas últimas décadas. 

E o país cujo governo possui a maior parcela desta dívida externa ianque é justamente a China. E a Rússia também está na lista de grandes credores dos EUA, bem como o Brasil e a Índia, que criaram os BRICS, junto com Rússia e China.

Assim, a crise ucraniana mostra que Rússia e China se aliaram de maneira a conter a agressividade do Império Ianque, que perdeu completamente a razão e decidiu que nenhum país do mundo poderá agir mais de forma soberana e independente, mesmo que seja uma potência nuclear com a capacidade de destruir os EUA em, no máximo, uns 15 minutos, como é o caso da Rússia.

Então, numa situação dessas, fica claro que se nem a Rússia, uma potência nuclear, tem mais segurança para viver de forma independente e soberana, que outro país do planeta poderá desfrutar dessa independência e soberania? Nenhum, é claro. 

Além da ameaça chinesa de cobrar a dívida dos EUA, o governo da Rússia também ameaçou despejar centenas de bilhões de dólares no mercado mundial, derrubando a cotação do dólar e agravando a crise econômica nos EUA. E como a Rússia, que possui US$ 457 bilhões, é um dos maiores credores dos EUA (possuindo cerca de US$ 200 bilhões em títulos públicos dos EUA), essa ameaça não pode ser ignorada pelo governo Obama. 

Um dos conselheiros do Presidente Vladimir Putin, Sergei Glazyev, declarou o seguinte: "Temos uma boa quantidade de títulos do Tesouro dos EUA - mais de $ 200 bilhões - e se os Estados Unidos se atrevem a congelar as contas de empresas cidadãos russos, então não podemos mais ver os Estados Unidos como um parceiro confiável" . 

Ele também disse o seguinte: "Vamos incentivar todos para despejar os títulos do Tesouro dos EUA, se livrar de dólares como moeda confiável e deixar o mercado dos EUA.".

É bom que fique claro uma coisa: Já há muitos anos que os EUA não conseguem mais financiar o seu consumismo desenfreado, as suas guerras infinitas e os seus gigantescos gastos militares com os seus próprios recursos. 

Desde o governo Reagan (1981-1989) que tudo isso está sendo financiado pelo mundo todo, cujos governos e investidores (empresas e pessoas físicas) passaram a comprar quantidades crescentes de dólares e de títulos públicos do governo dos EUA. 

Assim, se existe algo que pode fazer com que o Império Ianque desmorone é justamente isso, ou seja, que o governo dos EUA não consiga mais recursos externos suficientes, mundo afora, para financiar suas guerras infinitas, gastos militares o consumismo de sua população. 

Sem este financiamento externo, o Império Ianque irá desmoronar, pois o país terá que fazer tudo isso apenas usando dos seus próprios recursos e isso será inviável. A outra alternativa será continuar financiando tais políticas mas pagando muito mais caro pelos empréstimos que faz pelo mundo afora, o que também irá encarecer fortemente o custo destas políticas.

E daí os EUA poderão se ver frente a um dilema, que é o seguinte: Afinal, o que é mais importante para o país e o seu povo: manter o Império Global Ianque intacto, mesmo com o risco de, até, desencadear uma guerra nuclear, ou abandonar essa política agressiva e imperialista, procurando preservar o elevado padrão de vida que grande parte do povo americano ainda desfruta. 

Esse dilema é muito parecido com o que o então Império Britânico enfrentou ao final da Segunda Guerra Mundial, quando ficou claro que o mesmo estava financeiramente quebrado e que a Grã-Bretanha não tinha mais como manter um Império tão vasto ('onde o Sol nunca se punha', como se dizia) e aceitou iniciar um processo de descolonização tanto na África, como na Ásia. 

Os britânicos fizeram isso justamente porque o custo de manutenção deste Império tinha se tornado gigantesco demais. E isso aconteceu porque a economia britânica e sua moeda (a Libra) tinham perdido espaço no mundo nas décadas anteriores, desde o final do século XIX, na verdade, e isso inviabilizava a manutenção do Império, por mais que isso desagradasse Winston Churchill.

Os EUA, mais cedo ou mais tarde, terão que cair na real e aceitar que o mundo mudou e novas potências e países ganharam força militar e riqueza nas últimas décadas. E querer que estas nações abram mão de sua soberania e independência, bem como deixem de procurar se desenvolver, a fim de oferecer melhores condições de vida para os seus povos, é um absurdo total. Se os EUA pensam que isso irá acontecer e que todos os países e povos do mundo irão se submeter à sua vontade imperial, então eles enlouqueceram de uma vez por todas. 

Assim, estes dois fatos que analisei aqui demonstram claramente que a China e a Rússia se uniram com o objetivo de barrar a política agressiva e imperialista, colocando claros limites às ações insanas e desprovidas de racionalidade do Império Ianque. 

E o mais incrível é que estas duas potências irão fazer isso sem disparar um único tiro.

Se prepara, Império Ianque, porque o dia do acerto de contas com a sua arrogância e ganância ilimitadas irá chegar, estando cada vez mais próximo.

Viva a China! Viva a Rússia!

Link:

http://guerrilheirodoentardecer.blogspot.com.br/2014/03/ucrania-russia-e-china-ameacam-os-eua.html

China ameaça aos Estados Unidos com sanções econômicas, caso permaneça com a mesma postura em relação à Ucrânia:




China ameaça aos Estados Unidos com sanções econômicas, caso permaneça com a mesma postura em relação à Ucrânia:

O país asiático afirmou que se os EUA não mudam sua postura em relação à Ucrânia, pode exigir o pagamento das dívidas em ouro aos norte-americanos, o que poria em xeque à economia yankee. A ameaça é suficientemente eficaz na medida em que as reservas de ouro dos Estados Unidos não cobrem as obrigações da dívida.

Segundo informou o diário russo vesti.ru, vários líderes do governo chinês vem mantido diálogos com a Turquia, e tem chegado a um acordo com a nação islâmica com o intuito de não permitir a passagem de barcos da OTAN através do estreito de Bósforo, em Istambul.

É preciso lembrar que, há poucos dias, os EUA ameaçaram a Rússia com sanções econômicas, incluindo até mesmo o embargo, no caso de deslocamento de tropas para o território ucraniano. Por outro lado, não é a primeira vez que, recentemente, a China alça sua voz em questões estratégicas. Durante o conflito da Síria, Rússia e China bloquearam a resolução do Conselho de Segurança da ONU para invadir o território do país.

http://bit.ly/1ksDsnK

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segunda-feira, 3 de março de 2014

Sheherazade convoca “Marcha da Família”


Por Altamiro Borges

Saiu neste sábado (1) na coluna de fofocas de Felipe Patury, da revista Época: “No próximo dia 22, em São Paulo, sai da Praça da República rumo à Catedral da Sé a segunda edição da Marcha da Família com Deus pela Liberdade. A original fez, em 1964, percurso semelhante dias antes de o ex-presidente João Goulart ser derrubado. Há 50 anos, a organização coube a então primeira-dama do estado, Leonor de Barros, e a mulheres de empresários. A atual foi convocada pelas redes sociais, recebeu apoio de lideranças evangélicas e, pelo Facebook, da apresentadora Rachel Sheherazade, do SBT. O grupo diz contar com a simpatia do filósofo Olavo de Carvalho e até de Denise Abreu, a petista que mandou na aviação civil no governo Lula e ficou famosa por sua predileção por charutos”.

De imediato, dei risada! Pensei que era piada carnavalesca. Mas não é. A patética marcha, que relembra a ação dos golpistas em 1964, está marcada para 22 de março e a âncora do SBT, que explora uma concessão pública de tevê, realmente está metida na sua convocação. Em sua página no Facebook, a nova musa de direita conclama seus seguidores: “Gente boa, sempre vou defender a família. Participe da marcha, divulgue, mostre sua defesa em favor dessa instituição criada por Deus”. E Rachel Sheherazade não é ingênua. Ela sabe que a tal marcha nada tem a ver com Deus ou a família, termos usados para enganar os mais ingênuos e tapados. Num dos sítios que convoca a manifestação ficam explícitos os seus objetivos golpistas e fascistóides.

A marcha tem como principal intento exigir “intervenção militar constitucional já”. Entre outras bandeiras, ela prega: “1- destituir a presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer; 2- dissolver o Congresso Nacional; 3- prisão de todos os conspiradores por servirem aos interesses estrangeiros através do Foro de São Paulo, uma invasão sigilosa do território nacional executada pelo regime de Cuba através de agentes infiltrados; 4- dissolução de todos os partidos e investigação com punição das organizações integrantes do Foro de São Paulo; 5- Intervenção em todos os governos estaduais e municipais e nos seus respectivos legislativos; 6- combate à corrupção e à subversão; 7- intervenção no STF, cuja presença de ministros simpáticos aos conspiradores é clara e evidente”.

Já um folheto distribuído pelas ruas da capital paulista afirma que “há 50 anos, no dia 19 de março de 1964, nossos pais e avós foram às ruas e conseguiram a redenção do povo brasileiro. Eles tiveram coragem. Agora é a nossa vez”. O panfleto prega “intervenção militar constitucional” e rosna: “Fora o comunismo, o marxismo e as doutrinas vermelhas”; “Não seremos uma nova Cuba nem uma nova Venezuela”. Outro texto critica “a contratação de médicos cubanos e os gastos para a realização de grandes eventos esportivos no Brasil” e conclama: “Todos juntos nas ruas dizendo um não à tirania do PT, em apoio aos irmãos venezuelanos e contra a ditadura esquerdista... Todos em defesa da nossa pátria. Nossa bandeira é verde e amarelo e não foice e martelo”.

A apresentadora do SBT se soma a estas mensagens – um misto de fanatismo direitista e maluquice fascista. Em sua página no Facebook, os fiéis seguidores elogiam sua “coragem” e chegam a lançá-la para disputar cargos eletivos. Amilton Augusto, por exemplo, defende “Joaquim Barbosa (presidente) e Rachel Sheherazade (vice-presidente)”. Elias Machado comenta: “Não sei se ela tem vocação política, mas seria uma ótima opção para presidente”. Já Arthur Roque declara: “Eu apoio a intervenção militar. Somente isto para acabar com esta corja de comunistas. Está na hora do pau! Avante general Heleno, avante Jair Bolsonaro”. Só falta a emissora de Silvio Santos estampar uma convocatória para a "Marcha da Família"!

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domingo, 2 de março de 2014

Bolsa Filha de Milico: 5 bilhões por ano




Hoje, mais de 103 mil filhas de militares recebem aposentadorias herdadas de seus pais(Entre elas, Maitê Proença). O pagamento desses benefícios pelo Tesouro Nacional consome quase R$ 5 bilhões por ano. Entre as benficiárias das Forças Armadas estão 17 descendentes de ex-combatentes do Exército que lutaram na Guerra do Paraguai, entre 1864 e 1870. No total, pelas contas do Ministério da Defesa, as pensões a beneficiários de militares, incluindo as filhas, praticamente dobraram em uma década, passando de R$ 5,4 bilhões, em 2004, para R$ 10,3 bilhões em 2013.

As filhinhas de militares ganharam o direito de receber esta pensão vitalícia com a aprovação da Lei nº 3.765, de 1960. Pelo texto, o benefício seria pago somente às solteiras, o que levou várias delas a manter casamentos sem sacramentar a união no civil. As 17 herdeiras daqueles que lutaram na Guerra do Paraguai, por sua vez, foram contempladas anteriormente, com a promulgação da Lei nº 488, de 1948. Procurado pelo jornal Correio Braziliense para fornecer nomes e contatos delas, o Exército informou que não tinha autorização para isso.

(Fonte: Correio Braziliense, 23/02/2012)

http://www.dzai.com.br/nunes/blog/blogdovicente?tv_pos_id=147311


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