sábado, 1 de maio de 2010

Lula discursa aos trabalhadores


Lula defende redução da jornada no 1º de Maio Unificado
O presidente Lula destacou durante discurso, em São Paulo, no 1º de Maio Unificado convocado pela CTB, UGT e Nova Central, que entre outras coisas que se comemoram neste Dia dos Trabalhadores está a proposta de redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais em tramitação no Congresso Nacional, cujo principal objetivo é “empregar mais trabalhadores”. Muito bem recebido por um público estimado em 100 mil pessoas pelo presidente da CTB, Wagner Gomes, o presidente falou à tarde no ato realizado pelas três centrais, depois de prestigiar as manifestações organizadas pela Força Sindical e CUT. “Tem muita gente nova que não sabe dos sacrifícios que foram feitos no passado para que a classe trabalhadora conquistasse seus direitos”, declarou Lula, lembrando que antigamente, no capitalismo, a jornada diária de trabalho chegava a 16 horas e muita gente morreu para que o tempo de trabalho fosse reduzido a 8 horas diárias. Valeu a pena Segundo Lula, “valeu a pena a classe trabalhadora acreditar e eleger um metalúrgico para a Presidência. Já elegeu empresários, fazendeiros, advogados e professores, mas precisou eleger um metalúrgico para fazer o que a classe trabalhadora precisava”. Assegurou que concluirá oito anos à frente do Executivo com a criação de 14 milhões de empregos. Com a exceção da China, de acordo com ele ninguém mais conseguiu isto. Citou também a valorização do salário mínimo e o Bolsa Família como exemplos das medidas que foram tomadas pelo seu governo em prol da classe trabalhadora. Fora FMI O presidente disse que tem orgulho de poder olhar no olho dos trabalhadores e trabalhadoras do país, enquanto a maioria dos presidentes “não teria coragem sequer de participar de um 1º de Maio”. Segundo o presidente da CTB, Wagner Gomes, esta é a primeira vez desde 1951 que um presidente da República participa nas manifestações do Dia dos Trabalhadores. Lula conclui seu discurso contando uma pequena história relacionada ao FMI. Lembrou que os companheiros sindicalistas presentes (referindo-se aos presidentes da CTB, Wagner Gomes, UGT, Ricardo Patah, e Nova Central, José Calixto) ficaram com os braços cansados de carregar faixas contra o FMI. “Pois nós mandamos o FMI embora e depois ainda emprestamos 14 bilhões de dólares ao Fundo, viramos credores em vez de devedores”. Dilma Recebida no ato aos gritos de “olê, olê, olá, Dilma, Dilma”, a ex-ministra Dilma Roussef e pré-candidata do PT à Presidência da República também falou na festa do 1º de Maio Unificado. “Estamos reunidos num dia de comemoração e de luta”, ressaltou Dilma. “Temos o que comemorar. O salário mínimo hoje equivale a 300 dólares, quando o governo Lula começou valia menos que 100 dólares. O Brasil está crescendo e não só para os mais ricos, mas para todo o povo”, acrescentou. Ao elogiar o governo Lula, a pré-candidata do PT disse que “o presidente garantiu que o país não ficasse de joelhos perante o FMI. Passamos a ser um povo orgulhoso de nós mesmos e do nosso país, criamos 12 milhões de empregos com carteira assinada, retiramos mais de 20 milhões da pobreza e provamos que o Brasil pode crescer e ao mesmo tempo distribuir a riqueza e que a distribuição mais justa da renda nacional acelera o crescimento econômico”. “Mais desenvolvimento é o que queremos”, proclamou Dilma. “Mais salário no bolso do trabalhador, mais educação para os filhos da classe trabalhadora, mais creches e um povo com melhor qualidade de vida. É isto que queremos, é isto o que o Brasil precisa”. Sucesso Os presidentes das três centrais que organizaram o 1º de Maio Unificado ressaltaram, em seus pronunciamentos, a luta pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. Wagner Gomes, da CTB, considerou que o ato foi "um sucesso", destacando o seu "caráter unitário" e as seis bandeiras de luta (redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução de salário; ratificação da Convenção 158 da OIT, que proíbe demissões imotivadas; fim do fator previdenciário; direito à igualdade de oportunidade; desenvolvimento nacional com valorização do trabalho; e política de valorização permanete do salário mínimo). "Tivemos um bom público", prosseguiu o sindicalista, "recebemos o parabéns da Dilma por isto e fomos prestigiado pela presença do presidente da República, um fato histórico que ocorre pela primeira vez desde 1951. Foi um grande sucesso", arrematou. Entre outras personalidades passaram pela manifestação da CTB, UGT e Nova Central o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, os deputados federais Aldo Rebelo, Carlos Zaratine e Roberto Santiago, os senadores Aloísio Mercadante e Eduardo Suplicy, o delegado Protógenes Queiroz, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi e o presidente da UNE, Augusto Chagas. Da redação, Umberto Marti


Prêmio "O Corvo do Ano" 2010

Carlos Lacerda foi o fundador do PIG. Ex-comunista – como convém a um extremista de direita – publicou um livro denunciando o Partido Comunista. Passou a ser o principal líder golpista, renomado por ser dos que literalmente batia nas portas dos quartéis (chamados de “vivandeiras de quartel”), insuflando o golpe nos seus inflamados golpes e discursos no Congresso.

Pró norteamericano militante, anti-nacionalista, anti-getulista, frontalmente contra o movimento sindical e todos os movimentos populares, adepto militante da SIP (Sociedade Interamericana de Prensa, vetusto lugar de coordenação da imprensa mais reacionária, pró-EUA e golpista do continente, até hoje) – Lacerda tinha todo o perfil do reacionário de carteirinha.

Entre outras sandices antidemocráticas, disse: “Getúlio não dever ser candidato à presidência, se for, deve ser derrotado; se ganhar, não deve tomar posse, se tomar posse, deve ser derrubado por um golpe”. Chamava JK de “ladrão” e outras coisas mais dessa ordem, típicas de uma revista semanal, herdeira atual do Lacerda.

Foi chamado de “corvo”, pelo cheiro de carniça de tudo o que tinha a ver com ele – golpe, ditadura, massacre de mendigos no Rio, imprensa de direita, denuncismo dos “subversivos”. Acreditava que o golpe – que ele tanto pregou – tinha sido feito para tirar seus maiores adversários nas eleições programadas para 1965, JK e Brizola, deixando o campo livre para que fosse eleito ou praticamente nomeado pelos militares.

Enganou-se e terminou a vida penosamente: quando seus ideais se realizavam, com um governo em que seu companheiro de partido, a UDN, Juracy Magalhaes, primeiro ministro de Relações Exteriores da ditadura afirmava “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil” (sic), um governo que escancarou a entrada de capitais externos, prendeu, torturou, fuzilou, desapareceu os que considerava “subversivos”, o corvo não tinha lugar. Morreu sem pena nem glória, como um “corvo”.

Hoje vários jornais e jornalistas se candidatam a ser os corvos dos tempos atuais. Vamos fazer a lista dos candidatos e no fim do ano decidiremos quem merece o prêmio, numa batalha que, desde já, sabemos que será muito dura, tantos e tão medíocres são os candidatos.

Arrisco um primeiro candidato: Otávio Frias Filho, pela “ditabranda”, pelas acusações falsas, pelo silêncio sobre o que não lhe agrada.

Indiquem vocês os outros candidatos, controlemos seus desempenhos – frenéticos em ano de campanha eleitoral – e no fim do ano decidiremos quem merece o prêmio “O corvo do ano” 2010

" Não há cartilha mais comunista que o Evangelho "


O senador E PASTOR EVANGÉLICO Marcelo Crivella (RJ) saudou o PCdoB na sessão desta quarta-feira (28) em que o Senado homenageou o transcurso dos 85 anos da agremiação comunista, fundada em 25 de março de 1922. Em seu pronunciamento, Crivella ressalvou que, embora seja evangélico, reconhece a importância da pregação comunista do PCdoB para o desenvolvimento social do Brasil.

- Alguns dirão: ‘Mas o senhor é cristão, um homem da Bíblia, um homem do Evangelho’. Mas não há cartilha mais comunista que o Evangelho – sustentou, elogiando a luta histórica da militância do PCdoB por um Brasil mais justo. Crivella destacou ainda a luta do PCdoB contra sistemas políticos arraigados no passado e ainda presentes no quadro sociopolítico do Brasil, como o poder do latifúndio e do coronelismo. Lembrou ainda o enfrentamento do PCdoB à permanência da prática da escravização dos bóia-frias, “querecebem apenas o trabalho e não usufruem da riqueza”.

Fonte: Agência Estado

quinta-feira, 29 de abril de 2010





OS LOUCOS E INSENSATOS DO MST

Trafegava ontem (22.04) pela BR 324 (Salvador - Feira de Santana) e vi a marcha do MST pela rodovia. Saíram de Feira de Santana e a previsão de chegada a Salvador é na segunda-feira (26.04). São mais de 100 km de caminhada.  Fala-se em 5 mil ou 6 mil participantes. Vi muitos jovens e mulheres participando da marcha.

Segunda a imprensa local, "a manifestação tem como objetivos cobrar mais agilidade na reforma agrária no País e cobrar do governo a realização de obras negociadas em manifestações anteriores, como a construção de casas e escolas em 120 assentamentos no Estado. A marcha também tem o caráter de protesto contra a criminalização dos movimentos sociais e contra a impunidade no campo, afirmou o deputado estadual Valmir Assunção (PT), que integra a marcha. Com ele, estão outras lideranças do partido na Bahia, como o vice-presidente estadual da legenda, Weldes Valeriano. Na programação dos participantes, estão previstas caminhadas pela manhã e atividades culturais - como curso de formação política e exibição de filmes - nos outros períodos". (leia mais...)

Antes de encontrar os membros do MST em caminhada, parei em um posto para abastecer o carro e puxei conversa com o frentista sobre a marcha. Comecei perguntando se estavam muito na frente e ele me respondeu que tinham passado por ali na manhã anterior e que àquela hora (às nove horas, mais ou menos) já deveriam ter levantado acampamento e estavam novamente na pista. Em seguida, tentou me confortar argumentando que era feriado, o trânsito não estava intenso e talvez não encontrasse muito engarrafamento. Respondi que não me incomodava muito, pois o MST tinha o direito de lutar e de se manifestar. Ele se animou para continuar a conversa e alegou que também gostava do MST e da coragem deles, mas não gostava quando se tornavam violentos, destruíam plantações e casas das fazendas invadidas.

Desejei bom dia de trabalho ao frentista e segui viagem. Depois que passei por aquela multidão de homens e mulheres, caminhado em duas filas indianas, cantando e demonstrando que estavam voluntariamente naquela caminhada, pensei comigo mesmo: são mesmo loucos e insensatos! Ora, são mais de 100 km de caminhada e nesta época do ano costuma chover muito no recôncavo baiano. Loucos e insensatos, mesmo!

Mais na frente, lembrei-me da observação do frentista com relação à violência do MST e pensei: também, o que se pode esperar de loucos e insensatos? Que vão entrar com muito cuidado nas fazendas que ocupam, cuidar bem da casa, deixar tudo limpo e arrumado? Não, nada disso. São loucos e insensatos!

Mas o que os levou à loucura e à insensatez? Por que tantos jovens, moças e rapazes, já perderam a razão e os bons modos ainda na flor da idade?

Esta doença é hereditária e foi causada por mais de 500 anos de exclusão e opressão. No início, os índios, depois os negros, depois os posseiros e pequenos colonos foram excluídos da terra e lançados ao léu. Agora, séculos depois, tornaram-se "sem-terra"e marcham pelas rodovias do país, moram em acampamentos, ocupam fazendas, derrubam laranjais, queimam sedes luxuosas, matam bois para comer a carne... São uns loucos e insensatos.

Sendo assim, diferente dos "doutores da lei", eles não sabem distinguir os vários tipos de posse, não sabem distinguir posse de propriedade e, muito menos, o que sejam os tais "interditos proibitórios." Para eles, interessa somente a terra e os alimentos que dela brotam. Terra, portanto, não se confunde com posse e, muito menos, com propriedade. Terra é mãe e produz alimentos, é o local, o espaço sagrado e detentor das possibilidades de continuidade da espécie humana sobre o planeta. Propriedade, de outro lado, é mera abstração, conceito, idéia, pedaço de papel, registro em cartório...

Não compreendem os loucos e insensatos do MST, enfim, por que tantos "letrados" andam dizendo por aí que a "propriedade" é um direito sagrado. Ora, sagrada é a terra, e não a propriedade dela! Esse destino místico da terra, porém, não se realiza com pastos e pisadas de bois ou eucalipto para virar celulose, mas com a presença do homem, como se pertencessem um ao outro, plantando e colhendo, no cio da terra, alimentos para o mundo. O homem, portanto, não pode impor qualquer função ou amarras à terra, pois ela já tem desde sempre o seu destino inafastável, que é oferecer a vida ao homem que lhe habita.

Pensando bem, aliás, o que seria da vida, da liberdade e do mundo sem os loucos e os insensatos?

Escrito por Gerivaldo Alves Neiva

23-Abr-2010

Salvador, 22 de abril de 2010

-- "Deixe-lhe dizer sem medo de parecer ridículo, que o verdadeiro revolucionário está guiado por grandes sentimentos de amor" Che Guevara

quarta-feira, 28 de abril de 2010



DIA DOS TRABALHADORES

1º de Maio: centrais promovem três grandes manifestações em SP

Na zona oeste de São Paulo, em trecho da Avenida Marquês de São Vicente, o 1º de Maio Unificado com CTB, UGT e Nova Central. Ali perto, no Memorial da América Latina, a CUT e seu 1º de Maio Latino-Americano. Por fim, na Praça Campo de Bagatelle, zona norte, o 1º de Maio Unitário envolvendo Força Sindical e CGTB.

Escolhida, uma vez mais, como principal palco das celebrações nacionais do Dia Internacional do Trabalhador, São Paulo se prepara para receber três grandes atos no próximo sábado (1º/5). Mais de 2 milhões de pessoas devem passar pelas comemorações.

A ex-ministra Dilma Rousseff, pré-candidata à Presidência da República apoiada pela base aliada ao governo Lula, é aguardada nos três eventos. Já o presidenciável tucano José Serra foi convidado pela CUT e pela UGT para participar de suas respectivas manifestações — mas não deve comparecer.

Na celebração mais representativa, novamente CTB, UGT e Nova Central se uniram para promover um 1º de Maio Unificado. Desta vez, as centrais elegeram seis bandeiras de lutas: redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução de salário; ratificação da Convenção 158 da OIT (que proíbe demissões imotivadas); fim do Fator Previdenciário; direito à igualdade de oportunidade; desenvolvimento nacional com valorização do trabalho; e 70 anos do salário mínimo.

Haverá também programação artística e cultural. O 1º de Maio Unificado promete “o maior concerto sertanejo já organizado na capital”, com várias duplas do gênero, além de shows da sambista Leci Brandão e do padre Fabio de Melo. A expectativa das centrais é levar ao ato um público superior aos 200 mil reunidos no Dia do Trabalhador do ano passado.

Com o lema “Reduzir a Jornada e Ampliar Direitos”, Força Sindical e CGTB também vão unidas para o que chamam de “comemoração unitária do 1º de Maio em São Paulo”. O evento conjunto terá apresentações musicais durante todo o dia de sábado, além de sortear 18 automóveis zero quilômetro e um apartamento. No ato político, lideranças e entidades ligadas às duas centrais vão se concentrar em três reivindicais: redução da jornada para 40 horas, diminuição dos juros e fim dos leilões do pré-sal

O 1º de Maio da CUT envolve atividades e debates políticos como o Seminário Sindical Internacional, dirigido às entidades sindicais e sociais. Para celebrar a integração de 20 países da América Latina, a programação inclui ainda a exposição Trabalhador Latino-Americano, ato ecumênico, feira gastronômica, mostra artesanal, lançamento de livros e shows — quase tudo temático. A principal atração musical é o mineiro Milton Nascimento, que prestará tributo à grande cantora argentina Mercedes Sosa, falecida em outubro de 2009.