sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Ibope: Dilma sobe 39%, Marina cai 31% e Aécio já era 15%




Pesquisa Ibope divulgada nesta sexta-feira mostra ampliação da vantagem da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, diante de sua principal adversária, Marina Silva (PSB). Dilma oscilou de 37% para 39% e Marina foi de 33% para 31%; dessa forma, as duas saíram da situação de empate técnico. O candidato do PSDB, Aécio Neves, manteve os 15% pontuados na semana passada.
Pastor Everaldo (PSC) tem 1% dos votos, também o mesmo índice alcançado na última sondagem. Os outros candidatos, somados, têm 1%, ante 2% no levantamento anterior. Brancos e nulos são 8%, ante 7% na sondagem anterior, e indecisos somaram 5%.
Na pesquisa espontânea, em que não são apresentados os nomes dos candidatos, Dilma aparece com 35% das intenções de voto, seguida de Marina, com 23%, e de Aécio, com 12%. Outros somam 1%, brancos e nulos são 11% e não sabem ou não responderam somam 19%.
A pesquisa Ibope contratada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) entrevistou 2.002 eleitores em 144 municípios de todo o País entre os dias 5 e 8 de setembro. A margem de erro máxima é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, em um nível de confiança estimado de 95%. Ou seja, se fossem feitas 100 pesquisas idênticas a esta, 95 deveriam apresentar resultados dentro da margem de erro. A pesquisa foi registrada na Justiça eleitoral com o número BR-00593/2014. O último levantamento Ibope, da semana passada, foi encomendado pelo Estado e pela Rede Globo.
Por Ricardo Brito e Ricardo Della Coletta - Brasília


http://www.emresumo.com.br/2014/09/12/ibopecni-dilma-tem-39-marina-31-e-aecio-15_39604.html?utm_source=HomePortal&utm_medium=baixaki

Aécio apoia o trabalho escravo?


Por Altamiro Borges

Até agora, quatro presidenciáveis assinaram a “carta-compromisso contra o trabalho escravo”: Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB), Luciana Genro (PSOL) e Eduardo Jorge (PV). Segundo informa o blogueiro Leonardo Sakamoto, “o candidato Aécio Neves (PSDB) foi convidado a assinar, mas ainda não se pronunciou”. O documento foi lançado pela Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, que já utizou o mesmo expediente de pressão nas eleições de 2006, 2008, 2010 e 2012. “A carta tem servido como instrumento de monitoramento das políticas públicas voltadas a esse tema por parte da imprensa, organizações da sociedade civil e eleitores”.

A “carta-compromisso” fixa que o candidato renunciará ao mandato caso seja encontrado trabalho escravo sob sua responsabilidade ou se ficar comprovado que alguma vez já se utilizou desse recurso. Ela também define que será prontamente exonerada qualquer pessoa que ocupe cargo público de confiança sob sua responsabilidade que vier a se beneficiar desse tipo de mão de obra. Além disso, o candidato assume publicamente que irá defender a definição de trabalho escravo hoje PRESENTE no artigo 149 do Código Penal, evitando mudanças que prejudiquem o combate a esse crime, e que não promoverá empreendimentos e empresas, dentro ou fora do país, que tenham utilizado mão de obra escrava.

“Durante as eleições de 2010, dezenas de candidatos aos governos dos Estados e à Presidência da República assinaram o documento... Como resultado, políticas públicas adotadas nas gestões dos eleitos tiveram origem no texto, como a criação de Comissões Estaduais e Municipais de Erradicação ao Trabalho Escravo, o lançamento de Planos Estaduais de combate a esse crime, a aprovação de leis que restringem as compras públicas de mercadorias produzidas com trabalho escravo, criam entraves à existência de empresas responsabilizadas pela situação ou aumentam as punições a quem usa esse tipo de mão de obra”, relata Leonardo Sakamoto. Nem todos, porém, cumpriram suas promessas.

No caso de Aécio Neves, a assinatura ainda é aguardada. Mas pode não ocorrer. Afinal, o tucano tem o apoio de vários parlamentares ruralistas, alojados principalmente no DEM. Na votação da Câmara Federal que finalmente aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Trabalho Escravo, em 2012, muitos deles foram contra a própria orientação dos seus partidos. Dos 512 deputados em exercício quando a PEC foi aprovada, 151 se ausentaram, se abstiveram ou votaram contra ou pela obstrução da medida. O site “Repórter do Brasil” traz a lista da votação e lembra que 85% desses parlamentares disputam algum cargo eletivo em 2014. Vale conferir para não desperdiçar seu voto.

Reproduzo abaixo a íntegra da “carta-compromisso contra o trabalho escravo”:

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Caras cidadãs, caros cidadãos;

Eu,___________________________, candidata(o) à Presidência da República/ao Governo Estadual de _____, firmo aqui o compromisso de atuar pela erradicação do trabalho escravo contemporâneo. Tendo em vista as condições a que estão sujeitos milhares de brasileiros, tolhidos de sua liberdade de ir e vir, despidos de seus direitos e de sua dignidade, desde já assumo o compromisso público de que o combate ao trabalho escravo será uma das prioridades do meu mandato.

Considerando que: a) O Estado brasileiro reconheceu, em 1995, a existência de escravidão contemporânea diante das Nações Unidas; b) Após a criação, pelo governo federal, do sistema de combate ao trabalho escravo, mais de 46 mil trabalhadores foram libertados da escravidão; c) Malgrado os esforços e avanços empreendidos por órgãos governamentais, entidades da sociedade civil, empresas e movimentos sociais, focos de trabalho escravo ainda permanecem no Brasil; d) Os fundamentos da dignidade da pessoa humana e da valorização social do trabalho estão previstos no artigo 1°, III e IV, no artigo 3º, I e III, no artigo 4º, II, no artigo 170, III e VIII e no artigo 186, III e IV, todos da Constituição Federal; e) O Código Penal, em seu artigo 149, prevê a punição a este crime desde 1940; f) Todas as formas contemporâneas de escravidão são graves violações aos direitos humanos, condenadas expressamente por instrumentos como a Declaração Universal dos Direitos Humanos e as Convenções 29 e 105 da Organização Internacional do Trabalho, a Convenção Suplementar sobre a Abolição da Escravatura, do Tráfico de Escravos e das Instituições e Práticas Análogas à Escravatura e a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, das quais o Brasil é signatário.

Assumo, caso eleita(o), o compromisso público de:

1) Não permitir influências de qualquer tipo em minhas decisões, que me impeçam de aprovar leis ou implementar ações necessárias para erradicar o trabalho escravo;

2) Efetivar ações PRESENTES no 2º Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo e nos Planos Estaduais para a Erradicação do Trabalho Escravo (onde eles existirem), além de apoiar a implantação e/ou manutenção de comissões municipais para erradicação do trabalho escravo e desenvolver políticas públicos de erradicação ao trabalho escravo;

3) Reconhecer e defender a definição de trabalho análogo ao de escravo PRESENTE no artigo 149 do Código Penal, caracterizado por trabalho forçado, servidão por dívida, condições degradantes ou jornada exaustiva. A definição desse artigo, considerada como uma referência global pelas Nações Unidas, tem sido fundamental para o resgate da dignidade de trabalhadores em todo o país;

4) Não promover empreendimentos e empresas, dentro ou fora do País, que tenham utilizado mão de obra escrava ou infantil. Por outro lado, apoiar iniciativas de empresas que combatem a incidência desse crime em seus setores produtivos;

5) Buscar proteção aos defensores dos direitos humanos e líderes sociais que atuam no combate à escravidão e na defesa dos direitos dos trabalhadores;

6) Destinar recursos e garantir apoio político para a manutenção das ações de fiscalização de denúncias que resultam nas libertações de trabalhadores;

7) Fortalecer a prevenção ao trabalho escravo, ampliando os programas de geração de EMPREGO e renda nos municípios fornecedores de mão de obra escrava, priorizando a reforma agrária nessas regiões e fortalecendo as ações de reinserção social dos libertados;

8) Apoiar a criação e implantação de estruturas de atendimento jurídico e social aos trabalhadores migrantes brasileiros e estrangeiros em território nacional;

9) Informar aos trabalhadores sobre seus direitos por intermédio de campanhas de informação, que incluam as entidades públicas competentes e buscar a inclusão da temática do trabalho escravo contemporâneo nos parâmetros curriculares da rede pública de ensino municipal;

10) Apoiar a implementação de uma política de atendimento aos trabalhadores resgatados com ações específicas voltadas à educação básica e profissionalizante e à reintegração social e econômica do trabalhador;

11) Buscar a aprovação ou a regulamentação de projetos de lei que contribuirão com a erradicação desse crime, como aquele que condiciona a formalização de contratos com órgãos e entidades da administração pública a empresas que declarem não ter utilizado trabalho análogo ao de escravo na produção de seus bens e serviços;

12) Apoiar o cadastro de empregadores flagrados com mão de obra escrava, conhecido como a “lista suja”, instrumento mantido por intermédio da Portaria Interministerial 02/2011, do Ministério do Trabalho e EMPREGO e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que tem sido um dos mais importantes mecanismos de combate a esse crime.

Por fim, asseguro que renunciarei ao meu mandato se for encontrado trabalho escravo sob minha responsabilidade ou se ficar comprovado que alguma vez já utilizei desse expediente no trato com meus empregados. Além disto, garanto que será prontamente exonerada qualquer pessoa que ocupe cargo público de confiança sob minha responsabilidade que vier a se beneficiar desse tipo de mão de obra.


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PT deve ter maior bancada no Congresso


Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Vocês já devem ter ouvido o ridículo prognóstico do “historiador” tucano Marco Antonio Villa. Ele e outros iguais (Gabeira, etc) vivem falando em “fim do PT”. Há anos.

O partido, no entanto, cresce ano a ano. Em número de vereadores, prefeitos, governadores, deputados estaduais, federais e senadores. E deve estar novamente no segundo turno deste ano, com grande chance de eleger o próximo presidente da república.

Hoje, Valor e Folha publicaram estudos de como ficarão as bancadas da Câmara e do Senado a partir de 2015.

Todos os cenários, mesmo os mais pessimistas para o PT, indicam que ele deverá eleger este ano a maior bancada da Câmara dos Deputados. Para o Senado, a previsão é de manter a segunda maior bancada, atrás apenas de uma legenda aliada, o PMDB.

No mundo inteiro, qualquer partido gostaria de ter um “fim” desses!

Na verdade, quem deve desaparecer de vez é o DEM, que elegeu 84 deputados em 2002, na primeira eleição de Lula e agora poderá ter apenas 20.

O PSDB, que elegeu 70 em 2002, poderá ver sua bancada reduzida para apenas 36 deputados este ano.

Com Marina, governo será do PSDB


Por Bruno Pavan, no jornal Brasil de Fato:

“Caso algo mude até a publicação, a gente pode marcar uma outra conver­sa”, disse o cientista político e professor da USP André Singer no começo da noite do dia 25 de agosto. 12 dias após a mor­te de Eduardo Campos, então candidato do PSB, a pesquisa mais recente que tí­nhamos em mãos mostrava Marina Silva com 21% dos votos no primeiro turno e o tucano Aécio Neves com 20%.

Dez dias depois, na segunda parte des­ta entrevista – esta entrevista foi feita em duas etapas –, Marina Silva já estava 19 pontos percentuais na frente do tucano no primeiro turno. Além disso, estava 7 pontos na frente da atual presidenta Dil­ma Rousseff no segundo. Mesmo assim, o professor é cuidadoso e não decreta pa­receres categóricos sobre o instável cená­rio eleitoral brasileiro.

A prudência de Singer tem várias ra­zões de ser. Na eleição que se projeta a mais embolada dos últimos tempos, de­sejo de mudança e antigos temores se misturam na cabeça dos eleitores brasi­leiros e em um mar de números e por­centagens, o professor tenta transformar o horizonte em algo mais palpável.

Para ele, os números mostram o que analistas políticos já esperavam: a jun­ção de promessa de uma nova política, desejo de mudança e pouco crescimen­to econômico transformaria essa eleição na mais equilibrada dos últimos tempos. “Insatisfação de social, queda constante da aprovação do governo desde junho do ano passado são sempre indicativos de eleição difícil”, analisa.

Nessa entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, Singer responsabiliza a “difi­culdade em ganhar a confiança da ca­mada mais baixa da população” como o principal desafio do PSDB nessas elei­ções. Além disso, aponta que o duelo de Marina e Dilma será pela maior faixa de eleitores com renda de dois a cinco sa­lários mínimos mensais. “Você não tem chance nenhuma de ganhar a eleições no Brasil sem ter uma penetração importan­te nessa faixa de renda”.

Na nossa última conversa (primeira parte desta entrevista), você disse que não acreditava na possibilidade de Marina Silva ganhar a eleição. Hoje, dez dias depois, Marina está empatada com Dilma no primeiro turno e quase 20 pontos percentuais à frente de Aécio Neves. É possível dizer que Marina tem chances de ser a próxima presidenta do Brasil e que Aécio está fora do segundo turno?

As pesquisas divulga­das nos últimos dias mostram que sim, Marina Silva pode vir a ganhar a eleição e ser presidente. Isso confirma um prog­nóstico de que esta eleição seria difícil. Não era algo impossível de prever tendo em vista o fato de que a economia brasi­leira teve uma redução importante do ní­vel de crescimento, e diante disso, exis­te um gradativo aumento da insatisfação social e uma queda constante da aprova­ção do governo desde junho do ano pas­sado. O que houve até aqui foi um fenô­meno previsível, a Marina já tinha 27% das intenções de voto em abril deste ano. Agora é que de certa forma começa o jo­go. Uma vez que ela tenha se colocado na posição de que vá disputar com a pre­sidente Dilma, começam a aparecer as perguntas pra ela: o que ela pensa em fa­zer? Qual é o seu projeto de país? O que ela representa? Já começaram a apare­cer questionamentos sobre a consistên­cia das propostas dela, tanto das outras campanhas como da própria impren­sa. Eu acho que o eleitorado vai pensar nessas semanas que nos separam do pri­meiro e segundo turnos. Quanto ao Aé­cio Neves eu diria que hoje, com os da­dos que temos, é difícil imaginar que ele consiga reverter essa situação, mas não é impossível.

A Marina tem um histórico de lutas na esquerda, mas chamou pra ser vice um quadro mais pragmático, caso do Beto Albuquerque, ligado ao agronegócio. Essa nomeação é uma espécie de “carta aos brasileiros” de Marina?

Não chega a tanto, mas vai nessa di­reção. Ela faz uma série de movimentos para se colocar nitidamente ao centro do debate, e isso é uma tática eleitoral mui­to inteligente. Essa maior proximidade da Marina com a esquerda tem a ver com dois elementos: o histórico, pois ela foi uma importante militante e depois diri­gente do PT durante muito tempo; e es­se vínculo por meio da questão ecológica com os movimentos pela reforma agrá­ria. Esses dois elementos, porém, são mais históricos do que presentes. O tipo de movimento que a Marina está fazendo hoje, de assinar esse tipo de compromis­so com setores da direita, apenas reflete ou expressa de maneira mais clara a op­ção que ela já fez há um bom tempo, es­ses movimentos não são novos. Hoje eles têm maior visibilidade e impacto porque ela passa a ser uma peça muito impor­tante no jogo eleitoral.

Marina se coloca como representante da nova política. Em notícia que saiu na semana passada, com possíveis nomes de seu ministério, existem nomes como Luiza Erundina, Eduardo Suplicy e José Serra. Qual a chance dessa formação ministerial dar certo?

Ela vai ter uma base partidária para um eventual governo muito frágil e vai ter que fazer enormes composições, que será bem difícil por conta que ela tem centra­do a plataforma dela na fundação de uma nova política. Esse é um dos grandes pro­blemas dessa abordagem. Na prática, as dificuldades pra ela serão enormes por­que a governabilidade, em alguma medi­da, passa por uma maioria congressual. Sem isso, ela vai ter que negociar com os partidos que lá existem. Como ela se co­locou no centro ideológico da disputa, a questão então será de saber pra que la­do ela fará essa composição. Ela teria que ser muito pouco realista para entrar por um caminho de desconhecer as forças políticas representadas no Congresso na­cional. Porém, eu não acredito num pri­meiro momento que o PT se disponha a participar de um governo Marina. O PT é uma grande máquina partidária e vai fazer uma política de oposição para vol­tar em 2018, caso perca as eleições. Por essa razão, eu acho que ela terá que se apoiar muito no PSDB. Ela pode tentar essa composição com forças heterogêne­as que estejam em diversos partidos, mas me parece um caminho muito arriscado e pouco promissor. Se ela vencer, terá que partir pra uma composição partidá­ria mais sólida do que essa de pegar no­mes aqui e ali de maneira fragmentada.

Muito se reclama da bipolarização da disputa presidencial no Brasil. Marina aparece em 2010 e consegue quase 20 milhões de votos investindo no desejo da novidade para o eleitor brasileiro. Em 2014 ela conseguiu capturar os votos de Aécio Neves com muita rapidez. A polarização do Brasil era PT x PSDB ou petismo x o antipetismo?

Você tem esses dois fenômenos: o pri­meiro é o da polarização PT x PSDB, so­bretudo porque são as duas grandes ins­tituições partidárias brasileiras. Apesar de o sistema partidário ter dezenas de partidos registrados e representados na Câmara dos Deputados e de ser um siste­ma altamente fragmentado, ele tem três partidos relevantes: o PT, PSDB e PM­DB. Esses são visivelmente os partidos que constantemente têm maior possibi­lidade de ocupação dos cargos executivos importantes e de representação parla­mentar. Nesse contexto, o PMDB apare­ce como um partido que tem uma singu­laridade que é não apresentar candidatos a presidente e de ser o fiador da governa­bilidade no Brasil. Surpreendentemente, ele consegue se manter como um partido relevante. Isso significa que do ponto de vista partidário a polarização PT x PSDB vai continuar existindo mesmo que Aécio Neves não vá para o segundo turno. Eles continuarão sendo as duas grandes má­quinas partidárias que disputam o poder central. Por outro lado, existe essa pola­rização também de pestismo x antipetis­mo e isso é bem forte. Eu diria que o an­tipetismo é um fenômeno social e políti­co importante e que nesse momento está sendo canalizado para a candidatura Ma­rina Silva, que está sendo o escoadouro dessa tendência e aparece como a pessoa que vai disputar palmo a palmo a presi­dência da república com o PT. Se ela vir a ganhar a eleição, é possível que faça um governo que, na prática, seja um gover­no do PSDB com ela à frente. Não tendo uma estrutura partidária e de aliança de classes, ela precisará desse suporte. Não sei como o PSDB reagiria a essa eventu­alidade, mas eu diria que pra ela é quase que uma alternativa única.

A campanha de Aécio Neves, quando Eduardo Campos era o candidato do PSB, não tinha sequer fôlego para levar a eleição ao segundo turno. Hoje, ele está 19 pontos atrás de Marina Silva e praticamente fora do segundo turno. O que o PSDB precisa fazer para “roubar” votos de Marina e se garantir no segundo turno da eleição?

O desafio do PSDB nesta eleição é o de adquirir um perfil mais popular. Não é muito diferente do que ele vem tendo em 2002 e, sobretudo, 2006. Hoje, o gover­no não é tão bem avaliado quanto era há algum tempo, a gente sabe também que há certo desejo de mudança, e isso é uma situação melhor pra oposição. O proble­ma para o PSDB está em que ele tem mui­ta dificuldade de convencer a população de baixa renda de que ele tem uma alter­nativa que pode favorecê-la. O desafio principal me parece ser tirar da Marina os votos dos setores mais populares por­que dificilmente ele vai conseguir com­petir com ela na faixa dos jovens de clas­se média urbanos. Existe um sentimen­to nessa parcela de que é preciso uma nova política mais moderna, que eu te­nho utilizado a categoria de pós-materia­lismo para caracterizar. Esse é um con­ceito formulado por um cientista políti­co norte-americano chamado Ronald In­glehart em que ele explica que uma mu­dança ocorre na agenda política dos paí­ses que estão no centro do capitalismo mundial a partir da década de 1970. De fato, eu acho que ele capturou certa mu­dança ideológica que está em curso des­de então, e acho que em certa medida ela se aplica a setores do eleitorado brasilei­ro, que são bem representados pela can­didatura da Marina.

A ascensão do PT em 2002 se deu muito por aquilo que você muito bem definiu como Lulismo: um governo sem rupturas, e de mudanças graduais. Agora, Dilma se depara com uma estagnação econômica e com os eleitores querendo mudança. Esse ciclo acabou?

A situação que a gente está vivendo é ligada à mudança da conjuntura eco­nômica internacional e essa dificuldade trazida pela baixa do crescimento que está se expressando nessa vontade de mudar. A partir de 2011, nós passamos a viver uma tendência de baixa geral da atividade econômica no mundo e isso impactou o Brasil de uma maneira que não tinha acontecido no auge da crise em 2008/09. Cabe lembrar que o Bra­sil é um país onde pra uma enorme fatia da população está tudo por fazer. Hou­ve melhorias importantes, só que como eu procurei mostrar, elas foram pauta­das por um gradualismo extremo, elas são melhoras incrementais e trouxeram as pessoas pra uma condição de vida su­perior a que elas tinham, mas que ain­da está longe de uma situação que vo­cê possa dizer que o fundamental es­tá resolvido e a partir de agora a gente vai pro complementar. Eu não concor­do com a ideia de que o ciclo se esgotou, mas que ele se confrontou com uma si­tuação bem mais difícil do que vinha en­frentado no período anterior, que a eco­nomia mundial estava crescendo e va­lorizando rapidamente as commodities brasileiras. Estamos passando por um período de impasse em que diante des­sa nova situação a pergunta é: o que fa­zer? A presidente Dilma tentou na pri­meira metade do seu governo uma via mais à esquerda e procurou romper o impasse baixando juros, desvalorizan­do o real, fazendo certo controle dos ca­pitais externos, criando marcos regula­tórios que estimulavam atividade eco­nômica para um modelo de desenvolvi­mento com distribuição de renda, cito, por exemplo, a questão da energia elé­trica. Mas esse ensaio, que eu chamo de desenvolvimentista, não deu certo. Ele se interrompeu porque, pelo que dizem os economistas, faltou investimento pri­vado. A partir daí a gente começa a vi­ver uma espécie de patinação, os juros voltam a subir e a economia começou a enfraquecer ainda mais, resultando na situação que nós estamos hoje. Eu vejo muito mais perguntas do que respostas no horizonte sobre essa questão.

Críticos e membros do PT culpam o distanciamento que o partido teve dos movimentos sociais nos últimos anos por uma possível derrota da presidenta Dilma. Esse distanciamento pode ser responsável por essas dificuldades?

Não diretamente. Esse distanciamen­to é algo que diz respeito ao que eu cha­mo de passagem para o Lulismo, que é um modelo de formação que não pas­sa pela mobilização social, é um mode­lo de transformação lenta e dentro da ordem, isso foi uma mudança que ocor­reu na política brasileira e depois den­tro do próprio PT. O que está aconte­cendo na eleição é que o eleitorado rea­ge à piora da situação econômica. A di­minuição do crescimento em um país co­mo o nosso, em que boa parte da popula­ção ainda tem muito para melhorar pa­ra chegar num estágio de satisfação das suas necessidades básicas, faz com que a insatisfação aumente de maneira rápida. Estamos entrando no quarto ano de bai­xo crescimento, portanto existe um acú­mulo na insatisfação, que se expressa­ram nas manifestações de junho e que de lá pra cá têm se mantido mais ou menos constantes. De tal forma que eu diria: são dois fenômenos reais, o distanciamento dos movimentos sociais e a dificuldade eleitoral em 2014, mas acho que eles não estão diretamente relacionados.

Observando a pesquisa completa do Ibope, se observa um número grande de entrevistados que consideram o gover­no regular (37%). Desses, 24% declara­ram voto na Dilma e 47% em Marina. Pra ganhar a eleição, o PT terá que ganhar votos de Marina necessariamente. Você acha que é essa parcela de eleitores que terá que ser convencida?

Essa é uma leitura possível: pegar quem avalia o governo de uma forma in­termediária, que é um eleitor mais dis­ponível de ser convencido a dar uma se­gunda chance ao governo Dilma. Mas vo­cê tem outras leituras possíveis, e a que eu prefiro é outra. A candidatura Marina já produziu uma novidade interessante que é uma divisão no campo popular, ela conseguiu puxar uma parcela importante que são os eleitores com ganhos mensais de 2 a 5 salários mínimos. De modo ge­ral, você pode dividir as faixas de renda do Brasil em quem ganha até 5 salários mínimos e os que ganham acima disso, são duas partes bem diferentes do eleito­rado. Não há chance nenhuma de ganhar eleição no Brasil se você não tem uma pe­netração importante nos eleitores dessa faixa que ganha até 5 salários mínimos, que são eleitores de renda baixa, mas que já superaram uma condição básica de pobreza. Eu acho uma maneira inte­ressante de pensar o processo da toma­da de decisão é que o fiel da balança es­teja localizado entre esses eleitores. Eles podem ser recuperáveis uma vez que ti­veram uma ascensão de classe patrocina­da, direta ou indiretamente, por progra­mas do governo. Essa é um elemento que joga a favor da candidata do PT. Se isso será suficiente para reverter o que as pes­soas hoje indicam em relação ao segundo turno, não é possível dizer nesse momen­to, mas é uma possibilidade.

A ascensão do discurso conservador representa algum perigo para o Brasil? As questões morais têm ganhado mais espaço no debate político?

Existe uma situação complexa, porque as questões morais estão gradativamente ganhando maior peso na disputa eleito­ral, mas eu não acho que seja numa mu­dança completa em que de uma hora pa­ra a outra elas vão passar ao centro do debate ou da decisão eleitoral. Elas vão de alguma maneira se combinar com os problemas centrais que na verdade con­tinuam sendo da esfera econômica. A Marina Silva é evangélica, por isso ela exerce uma atração sob os evangélicos. Os membros dessas igrejas pentecostais e neopentecostais dão bastante impor­tância a essa questão moral, portanto is­so pode fortalecer a candidatura dela e ao mesmo tempo explica o motivo dela to­mar a atitude de recuar na questão do ca­samento entre homossexuais. As confis­sões evangélicas estão bastante voltadas para a participação política e essa parti­cipação se dá em torno de eixos morais com posturas conservadoras. Na medi­da em que essas confissões crescem, sem dúvida há um ambiente mais conserva­dor. Todo esse cenário tem influência so­bre o conjunto da política brasileira por­que essa posição está nitidamente cres­cendo e puxando a política pra uma con­figuração que antes ela não tinha, por exemplo, essas questões morais e a in­fluência dela nas eleições majoritárias, mesmo sendo tímidas, começam a apa­recer e impactar todos os atores, sobre­tudo os partidos majoritários. O PSDB visivelmente será impactado, mas tam­bém o PT será, como outros. Talvez eu não falasse em ascensão do conservado­rismo, mas que há vários sinais de cres­cimento. Nas questões morais, que se li­gam ao crescimento das confissões evan­gélicas; no plano da cultura também vo­cê observa uma proliferação de autores que já assumem uma posição mais clara abertamente de direita. Além disso, na­queles setores em que houve uma ascen­são social, começa a ficar mais forte a de­fesa de posições meritocráticas, que deve ter mais sucesso aquele que faz mais es­forço, e isso vem acompanhado de uma posição que é contraria a universalização de direitos, sobretudo direitos que sejam garantidos pelo estado e por investimen­tos públicos.

As manifestações de junho de 2013 tiveram uma temática muito variada. O primeiro ponto era a mobilidade urbana, passou pela condenação da violência policial e chegou à reforma política. Inclusive o assunto chamou atenção da presidenta Dilma que foi para rede nacional na TV defender um Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva do Sistema Político, que hoje foi encampada pelos movimentos sociais. É essencial hoje uma reforma política no Brasil? E com que fins?

O movimento pela reforma política é uma das novidades mais interessantes e promissoras desse último período. Acre­dito que ele aponta na direção de uma transformação necessária e muito posi­tiva e que fundamentalmente passa pela questão de democratizar a democracia. A democracia é um regime político insu­perável do ponto de vista dos interesses populares, mas ela está sempre em mo­vimento, não é uma obra acabada e en­cerrada e tanto pode sofrer pressões tan­to no sentido de ser colonizado pelo di­nheiro quanto no sentido de ser reapro­priado pela própria população. No ca­so brasileiro, a reforma me parece fun­damental porque embora tenhamos as­pectos democráticos muito interessan­tes, como o referendo, as conferências nacionais e essa proposta de formaliza­ção dos mecanismos de participação por meio dos conselhos, as campanhas elei­torais são das mais caras do mundo e o sistema de financiamento delas se trans­formou em um sistema empresarial. Evidentemente, quando as campanhas ficam tão caras e são praticamente to­das financiadas por empresas, você es­tá numa condição em que o capital tem muita influência sobre o processo eleito­ral, e o cidadão comum e os movimentos populares muito pouca. Penso que da­ríamos um grande passo se conseguís­semos modificar a forma de fazer cam­panha. Elas têm que ser mais baratas e com teto de custos baixo e que, portan­to, qualquer campanha mais cara fosse facilmente fiscalizável. Se estabelecesse obrigatoriedade de programas de televi­são no horário gratuito em que os can­didatos se apresentassem expondo seus programas, sem toda essa parafernália cinematográfica caríssima que acrescen­ta pouco à pedagogia democrática. O ar­gumento contrário é o de que vão conti­nuar existindo doações por baixo do pa­no e que se você promulgar uma legisla­ção desse tipo você vai perder o contro­le sobre as doações em lugar de adqui­rir maior controle. Eu reconheço que es­se não é um argumento trivial, pois toda a mudança de regra tem uma maneira de se burlar. Mas a sociedade tem que ten­tar se mexer na direção de encontrar um modelo que faça esse movimento de de­mocratizar a democracia. No contrário, vai acontecer o que muitos observam em diversos países do mundo, sobretudo nos mais desenvolvidos, em que há um esvaziamento da democracia, uma per­cepção por parte dos eleitores que a po­lítica não tem nada a ver com ele, é uma estância que funciona descolada das as­pirações da própria sociedade. Eu reco­nheço que mudar regras não é simples, e que a gente precisa ter uma postura cautelosa, mas ao mesmo tempo é pre­ciso convir que a sociedade tem que se mexer, ela tem que tentar essas mudan­ças na direção daquilo que lhe interessa. Ela estando mobilizada em torno desse movimento é a maior garantia de que as novas regras poderão funcionar. É claro que haverá tentativas de fazer financia­mento por baixo do pano se você mudar a regra que proíba, por exemplo, a do­ação de pessoa jurídica. Como você vai evitar isso? A mobilização da sociedade como fiscalizadora.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Veja não ressuscita Aécio. Coitado!


Por Altamiro Borges

A pesquisa MDA/CNT divulgada nesta terça-feira (9) bagunçou todas as apostas eleitorais. Alguns achavam que o “furacão” Marina Silva poderia vencer a disputa já no primeiro turno. Erraram. Os jornalistas mais honestos, como Ricardo Kotscho, fizeram autocrítica desta leitura precipitada. Outros colunistas, com intimas ligações com o tucanato, torceram para que Dilma desabasse. Também se deram mal. Mas o dado mais cruel da pesquisa é sobre o desempenho de Aécio Neves. A mídia tucana apostou que a “delação premiada e premeditada” de um ex-diretor da Petrobras, obrada pela revista Veja, poderia ressuscitar o presidenciável do PSDB. A pesquisa, porém, mostra que o cambaleante, de fato, virou pó!

Segundo o levantamento, a presidenta Dilma subiu 3,9% nas intenções de voto e agora está com 38,1%. A ex-verde Marina Silva também cresceu (5,3%) e aparece com 33,5%. O problema para a candidata-carona do PSB é que a sua vantagem diminuiu na simulação do segundo turno; ambas estão agora tecnicamente empatadas – 42,7% para a petista e 45,5% para a “socialista”. Já o pobre do Aécio Neves – para quem não se lembra, é aquele do “trensalão tucano”, do “aecioporto” na fazenda do titio-avô e do bafômetro carioca – caiu 1,3% e tem apenas 14,7% das intenções de voto. A revista Veja, editada à beira do esgoto da avenida marginal, até que tentou salvar o tucano. Mas parece que não tem mais jeito!

O resultado da pesquisa da CNT poderá fazer ressurgir o movimento “Volta Aécio, para Minas”. É que as suas intenções de voto despencaram no Estado – o ex-governador mineiro-carioca está em terceiro lugar. Pior ainda: o seu candidato ao governo local, o “mensaleiro” Pimenta da Veiga, também não convenceu os eleitores e está na rabeira do petista Fernando Pimentel. O risco da derrota em Minas Gerais apavora os tucanos, que aparelham o governo mineiro há vários anos. Daí o movimento para que Aécio Neves desista do seu sonho presidencial, defenestre Pimenta da Veiga, assuma a candidatura estadual e tente manter a hegemonia – e os empregos – dos caciques do PSDB em Minas Gerais.

Antes do factoide da “Veja”, esta manobra encontrava-se em estágio avançado. Até o coordenador-geral da sua campanha, o demo Agripino Maia, jogou a toalha e antecipou que PSDB e DEM iriam de Marina Silva. O quadro ficou tão dramático que Aécio Neves foi obrigado a convocar entrevistas para desmentir que desistiria da sua candidatura presidencial. Um fato inusitado e risível! A partir da “delação premedita e premiada”, ele voltou a ficar eufórico. Agora, deverá cair em nova depressão. Pode até não desistir da candidatura presidencial, mas precisará concentrar esforços em Minas Gerais – se não quiser sofrer um profundo abalo na sua carreira! Uma notinha na Folha neste domingo já apontava este risco:

“A campanha de Aécio Neves reconhece que um de seus maiores erros foi descuidar de Minas Gerais. Ele contava com uma vitória histórica em seu Estado, mas desabou para o terceiro lugar, com apenas 22% no Datafolha... Já de olho no pós-2014, o candidato pediu esforço máximo para evitar que um fiasco em casa comprometa suas ambições futuras... Nos últimos dias, Aécio ouviu uma série de relatos de voto útil em Marina em bases tucanas... O vice Aloysio Nunes resume a situação: ‘Muitos eleitores nossos dizem que preferiam Aécio, mas acham que só a Marina pode derrotar o PT. Essa é a pedreira que nós temos que enfrentar’”. De fato, a cambaleante candidatura tucana está virando pó!

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Datafolha enterra Aécio e alerta Marina


Por Altamiro Borges
O Datafolha publicou na noite desta quarta-feira (10) sua nova pesquisa sobre a corrida presidencial. Desta vez, o "Datafalha", como também é conhecido, evitou abusar da inteligência dos que ainda acreditam nestes levantamentos. A pesquisa confirmou o que já havia sido apontado pelo Ibope, Vox Populi e MDA/CNT: Dilma Rousseff cresce, Marina Silva empaca e Aécio Neves, coitado, virou pó. Segundo o levantamento, a atual presidenta teria 36% das intenções de voto no primeiro turno; a candidata-carona do PSB ficou com 33%; e o cambaleante tucano, apesar da ajudinha dos factoides da revistaVeja, aparece com apenas 15%, o maior vexame na história do PSDB.

Já na simulação de segundo turno, o Datafolha também aponta empate técnico. Marina marcou 47%, contra 44% de Dilma. O problema para a ex-verde, bancada por Neca Setubal, herdeira do Itaú, é que a diferença diminuiu. Na pesquisa anterior do mesmo instituto, a sua vantagem era de sete pontos percentuais. Todos os levantamentos publicados nestes dias indicam que esta eleição será das mais disputadas. Haverá fortes emoções, muita adrenalina. Nada está descartado, inclusive a vitória da presidenta Dilma no primeiro turno. A televisão, as ruas e as redes definirão o futuro do Brasil!

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terça-feira, 9 de setembro de 2014

A um mês da eleição, Flávio Dino do PCdoB, mantém vantagem de 30 pontos pra Governador



Divulgada nesta terça-feira (2) mais uma pesquisa Exata/TV Guará/Fiema e os dados confirmam o que as últimas pesquisas vêm apurando: a vitória do candidato da coligação Todos Pelo Maranhão Flávio Dino com 55% dos votos. A última pesquisa Exata foi divulgada no dia 16 de agosto e já mostrava Flávio Dino na liderança com 30 pontos de vantagem.


Pesquisa: a um mês da eleição, Flávio Dino mantém vantagem de 30 pontosPesquisa: a um mês da eleição, Flávio Dino mantém vantagem de 30 pontos
O candidato apoiado pelo grupo Sarney, o suplente de senador Edinho Lobão (PMDB), aparece em segundo lugar, com 25% dos votos. Mesmo com o início do programa eleitoral, Edinho não conseguiu subir em relação à última pesquisa, quando tinha 26%.

Lobão Filho (PMDB) aparece em segundo lugar, com 25% dos votos. No levantamento anterior, ele aparecia com 26%. Zé Luislago (PPL) tem 2%; Saulo Arcangeli (PSTU), Pedrosa (PSOL) e Prof. Josivaldo (PCB) têm 1% cada um.

Votos nulos e brancos somam 8%. Os eleitores que não sabem ou não responderam pontuam 7%.

A pesquisa foi realizada entre os dias 23 e 28 de agosto, quando foram ouvidas 1.400 pessoas em 45 municípios maranhenses escolhidos aleatoriamente, mas contemplando as quatro regiões do Estado e a ilha de São Luís. A margem de erro da pesquisa é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

A pesquisa avaliou as intenções de voto para governador e senador, sob o protocolo MA – 00038/2014. Também foi observada a intenção de voto para presidente da República, com registro no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR – 00482/2014.

Fonte: Coligação Todos pelo Maranhão - Flávio Dino 65

“Delação”, manobra para golpear Dilma e ressuscitar Aécio



Na boca da urna, a delação do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, corrupto assumido, além de “premiada” indica ser “premeditada”. Quando exatamente a campanha de Dilma cresce, a revista Veja, mais uma vez, detona munição suja. Aécio a isto se agarra igual o afogado a um bote. Apoiado nessa armação, tenta se levantar do chão. Marina se esquiva de fininho, endossa esse golpe da grande mídia contra Dilma, e faz uma defesa tímida da memória de Eduardo.

Por Adalberto Monteiro


  
O ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, foi demitido da estatal em abril de 2012. Em março desse ano foi preso pela Polícia Federal e, em maio, foi solto por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 11 de junho, por ordem judicial, voltou para a cadeia. E, no dia 29, ele começa a depor ao Ministério Público Federal do Paraná no regime de “delação premiada”. Somam-se até agora – dizem – 42 horas de gravação. Tudo isso se encontra trancado “numa caixa-forte”, e as gravações transcritas em arquivos criptografados em computadores sem internet. O processo está “sob segredo de justiça”.

Mas a Veja, “obstinada”, diz que obteve um resumo fiel dos depoimentos de PRC por “fontes diretas” e o divulga justamente quando, três dias antes, pesquisas de intenção de voto indicavam o crescimento da campanha de Dilma, empatada tecnicamente com Marina que estancara sua subida. Aécio na poeira.

Pergunta: De fato a revista teve acesso ao teor dos depoimentos? Ninguém sabe. E se houve quebra do segredo de Justiça, por quais expedientes esse crime foi consumado?

Como diz o ministro Gilberto Carvalho, o que há até agora é um mero boato. Boato que pelo respaldo da grande mídia ganha status de verdade. De sentença, trânsito em julgado.

Sem prova, sem indício, sem nada, a Veja publica uma lista de políticos acusados como beneficiários de um esquema de corrupção na Petrobras. A quase totalidade deles pertence a partidos da base do governo Dilma, com exceção de Eduardo Campos, candidato a presidente do PSB, ceifado por uma tragédia. O “chumbo grosso”, não há dúvida, visa a atingir eleitoralmente a presidenta Dilma. Marina é atingida de raspão e, assim, prefere fazer um dueto com Veja para engrossar o ataque à Dilma. Eis mais uma faceta de sua “nova política”.

Aécio Neves, pela evolução da disputa, se reduziu a uma candidatura coadjuvante da oposição conservadora. Viu sua condição de predileto dos banqueiros e da grande mídia lhe ser roubada por Marina. Nem a dita revista havia chegado às bancas e ele reapareceu com ares de ressuscitado afoito. Afinal, caprichosamente, nenhum tucano aparecera na lista dos “condenados” de Veja. Jornalões como O Globo alardearam a hipótese de o tucano novamente voltar à disputa por uma vaga no segundo turno. Claro que com cautela: “Quem sabe”, “talvez”. Mas, convenhamos, expressões desse gênero, para quem é tido como um morto, não deixam de ser um alento.

Esse episódio mais uma vez traz à tona a instrumentalização de instituições e instrumentos do Estado nacional para beneficiar polos em disputa nas eleições. Sempre ou quase sempre para favorecer a oposição. Ministério Público, Polícia Federal, por exemplo, são locus várias vezes reincidentes de quebra de segredo de justiça. E nenhuma autoridade destas instituições diz absolutamente nada quanto a providências e apurações para coibir esse tipo de anomalia.

A presidenta Dilma Rousseff reagiu com serenidade e firmeza. Disse que nada de concreto há contra seu governo ou qualquer integrante dele. Afinal, tudo até aqui se resume em uma reportagem. E – convenhamos – de um periódico que ao longo das últimas disputas eleitorais tem se reiterado como uma fábrica de munição suja.

Adalberto Monteiro é presidente da Fundação Maurício Grabois e editor da revistaPrincípios

Netinho: Nós não fugimos da briga. Ajuda à Dilma vai vir da periferia

 Netinho: A gente não foge da briga. O que tiver que fazer, nós vamos fazer pela presidenta”.



Durante comício na Cidade Tiradentes e Cohab José Bonifácio, o candidato a deputado federal, Netinho de Paula, fez um chamado aos trabalhadores para defender a presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT.



Para Netinho, a periferia tem que ajudar a eleger a candidata do petista para não retroceder nos direitos conquistados até aqui e para exigir mais mudanças e progressos na vida do trabalhador.

“Se a Dilma está precisando de ajuda, ela vai ver de onde vem a ajuda. Vai vir da periferia, do povo trabalhador que sabe o que a presidenta fez por nós”, afirmou Netinho.

De acordo com Netinho, as pessoas que moram na periferia já fizeram a sua opção em quem votarão para presidente. “Esse povo aqui tem lado e não é porque a conjuntura balança que a gente muda de lado, de discurso. Quando balança, a gente balança mais para tomar um bom rumo.  A gente não foge da briga. O que tiver que fazer, nós vamos fazer pela presidenta”.

Netinho também criticou a mídia que age no país como um poder paralelo que mente para eleger os seus candidatos. “A gente não se ilude com o programa de televisão, com o apoio que a mídia dá para os outros, com as mentiras que eles inventam. Porque se fosse isso, esse povo não me receberia com tanto carinho”, constatou.

“O que fizeram comigo foi um linchamento público, portanto o nosso time vai poder contar com o povo da cidade Tiradentes. Esse povo é Dilma e vai fazer a diferença nas urnas”, discursou o candidato.

O comício foi a largada da carreata que Netinho de Paula participou com o candidato a deputado estadual Wagner Gomes. A atividade percorreu as ruas da Cidade Tiradentes, seguiu para Cohab José Bonifácio e depois para Cohab Juscelino Kubitschek.

Segundo Wagner Gomes, Marina não tem time para governar o Brasil. “O nosso país é um boeing para ser pilotado por uma pilota de teco-teco, precisa ser pilotado por uma comandante com o patamar de Dilma Rousseff”.

Acompanhe a campanha de Netinho pelo Facebook

Fonte: Assessoria de Comunicação de Netinho de Paula


http://www.vermelho.org.br/sp/noticia/249181-39

CNT/MDA: Avaliação positiva do governo subiu para 37,5%


Segundo a CNT, em opinião explicitada no relatório, "a pesquisa mostra o crescimento das intenções de voto em Dilma Rousseff, em consequência da melhoria da avaliação de governo e de seu bom programa eleitoral"
A pesquisa MDA também mostrou que para 66,1% dos entrevistados, a forma de atuar do próximo presidente tem que mudar total ou parcialmente. Para 28,4% dos entrevistados, a mudança tem que ser total e outros 37,7%, a mudança tem que ser na maioria nas ações.
Outros 24,6% dos entrevistados defenderam que o próximo presidente mantenha a maioria das ações e 8,3% apoiam que se mantenha "totalmente" a atual forma de governar. Não soube ou não respondeu somam 1%.
Foram entrevistadas 2.002 pessoas, em 137 municípios de 25 unidades da federação das cinco regiões entre os dias 5 e 7 de setembro. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos. O levantamento foi registrado no TSE sob o protocolo BR-00574/2014.
Por Ricardo Brito - Brasília

Afinal, quem são “os evangélicos”?


Por Ricardo Alexandre, na revista CartaCapital:

Homofóbicos, cortejados pela presidente, fundamentalistas. Massa de manobra de Silas Malafaia, conservadores, determinantes no segundo turno das eleições. De tanto que se falou sobre os evangélicos nas últimas semanas, nos jornais e nas redes sociais, talvez caiba uma pergunta: afinal, quem são “os evangélicos”?

A resposta mais honesta não poderia ser mais frustrante: os evangélicos são qualquer pessoa, todo mundo, ou, mais especificamente, ninguém. São uma abstração, uma caricatura pintada a partir do que vemos zapeando pelos canais abertos misturado ao que lemos de bizarro nos tabloides da internet com o que nosso preconceito manda reforçar. Dizer que “o voto dos evangélicos decidirá a eleição” é tão estúpido quanto dizer a obviedade de que 22,2% dos brasileiros decidirão a eleição. Dizer que “os evangélicos são preconceituosos”, significa dizer o ser humano é preconceituoso. É não dizer nada, na verdade.

Acreditar que há uma hegemonia de pensamento, de comportamento ou de doutrina evangélica é, em parte, exatamente acreditar no que Silas Malafaia gosta de repetir, mas é, em parte, desconhecer a história. A diversidade de pensamento é a razão de existir da reforma protestante. E continuou sendo pelos séculos seguintes, quando as igrejas reformadas do século 16 deram origem ao movimento evangélico, estes aos pentecostais e estes aos neopentecostais, todos microdivididos até o limite do possível, graças, novamente, à diversidade de pensamento – sobre forma de governo, vocação e pequenos pontos doutrinários. Boa parte destas, sem organização central, sem “presidência” nem representante, com as decisões sendo tomadas nas comunidades locais, por votação democrática.

Assim como não existe “os evangélicos” também não existe “os pentecostais”, nem “os assembleianos”: dizer que Malafaia é o “papa da Marina Silva” como disse Leonardo Boff, apenas porque ambos são membros da Assembléia de Deus, é ignorar que, por trás dos 12,3 milhões de membros detectados pelo IBGE, a Assembleia de Deus é rachada entre ministérios Belém, Madureira, Santos, Bom Retiro, Ipiranga, Perus e diversos outros, cada um com seu líder, sua politicagem e sua aplicação doutrinária. A Assembleia de Deus Vitória em Cristo de Malafaia, aliás, sequer pertence à Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil.

Ignorância parecida se manifesta em relação ao uso do termo “fundamentalista”, como sinônimo de “literalista”, aquele incapaz de metaforizar as verdades morais dos textos sagrados. A teologia cristã debate há dois mil anos sobre a observação, interpretação e aplicação dos escritos sagrados, quais são alegóricos e quais são históricos, quais são “poesias” e quais são literais. O deputado Jean Wyllys, colunista da Carta Capital, do alto de alguma autoridade teológica presumida, já chegou à sua conclusão: o que não forleitura liberal, é fundamentalista e, portanto, uma ameaça às minorias oprimidas. (Liberalismo teológico é uma corrente teológica do final do século 19 que lançou uma leitura crítica das escrituras, completamente alegorizada, negando sua autoridade sobrenatural, a existência dos milagres, e separando história e teologia).

Só que isso simplesmente não é verdade. Dentro da multifacetação das igrejas de tradição evangélicas, há as chamadas “inclusivas”, mas há diversas igrejas históricas, tradicionais, teologicamente ortodoxas, que acreditam nos absolutos da “sola scriptura” da Reforma Protestante, mas que têm política acolhedora e amorosa com as minorias. Algumas criaram pastorais para tratar da questão homossexual, outras trabalham para integrá-los em seus quadros leigos; outros, como disse o pastor batista Ed René Kivitz, estão mais dispostos aaprender como tratar “uma pessoa que está diante de mim dizendo ter sido rejeitado por sua família, pelo meu pai, pela minha igreja” do que discutir a literalidade dos textos do Velho Testamento.

O panorama da questão pode ser melhor entendido em Entre a cruz e o arco-íris: A complexa relação dos cristãos com a Homoafetividade (Editora Autêntica), livro qual tive a honra de editar. Nele, o pastor batista e sociólogo americano Tony Campolo, ex-conselheiro do presidente Bill Clinton, diz: “Se você vai dizer à comunidade homossexual que em nome de Jesus você a ama (...) não teria que lutar por políticas públicas que demonstrem que você as ama? Pode haver amor sem justiça? Eu luto pela justiça em favor de gays e lésbicas, porque em nome de Jesus Cristo eu os amo.” Campolo, entretanto, faz distinção entre direitos e casamento: “O governo não deve se envolver nem declarar, de forma alguma, o que é casamento, quem pode ou não se casar”, ele disse. “Governo existe para garantir os direitos das pessoas. Casamento é um sacramento da igreja – governos não devem decidir quem deve ou não receber esse sacramento.” Campolo acredita que esta será a visão dominante entre cristãos americanos “em cinco ou seis anos”.

Entre os evangélicos brasileiros há quem pense desde já como Campolo – distinguindo união civil de casamento. Há quem pense de forma ainda mais radical: que a união civil, com implicações patrimoniais e status de família, deveria valer não apenas para casais homossexuais, mas para irmãos, primos ou quem quer que se entenda como família. Há quem defenda o acolhimento dos gays nas igrejas, mas o celibato para eles. Quem, embora sabendo que mais da metade das famílias brasileiras já não são no formato pai-mãe-filhos, ainda luta para restabelecer esse padrão idealizado. Há, sim, quem acredite que o seu conjunto de doutrinas e o seu modo de vida são fundamentais. Há aqueles que, enquanto estamos discutindo aqui, está mais preocupado se a melhor tradução do grego é a João Ferreira de Almeida ou a Nova Versão Internacional. E há quem acorde diariamente acreditando ser porta-voz do “povo de Deus”, pague espaço em redes de televisão para multiplicar esse delírio (mas, a julgar pelo 1% de intenção de voto do Pastor Everaldo, somente ativistas gays e jornalistas desmotivados acreditam nesse discurso). Esses são “os evangélicos”.

Na fatídica sexta-feira em que o PSB divulgou seu programa de governo, enquanto Malafaia gritava no Twitter em CAPSLOCK furibundo, o pastor presbiteriano Marcos Botelho, postou: “Marina, que bom que vc recebeu os líderes do movimento LGBTs, receba as reivindicações com a tua coerência e discernimento de sempre e um compromisso com o estado laico que é sua bandeira. Vamos colocar uma pedra em cima dessa polarização ridícula entre gays e evangélicos que só da IBOPE para líderes políticos e pastores oportunistas.”

Botelho não representa “os evangélicos” porque não existe “os evangélicos”. Mas Marcos Botelho existe e é evangélico. Assim como existe William Lane Craig, o filósofo que convida periodicamente Richard Dawkins para um debate público, do qual este sempre se esquiva; existe o geneticista Francis Collins vencendo o William Award da Sociedade Americana de Genética Humana; existe Jimmy Carter, dando aula na escola bíblica no domingo e sendo entrevistado para a capa da Rolling Stone por Hunter Thompson na segunda-feira; existe o pastor congregacional inglês John Harvard tirando dinheiro do próprio bolso para fundar uma universidade “para a honra de Deus” nos Estados Unidos que leva seu sobrenome; existe o pastor batista Martin Luther King como o maior ativista de todos os tempos; existe o jovem paulista Marco Gomes, o “melhor profissional de marketing do mundo”, pedindo licença para “falar uma coisa sobre os evangélicos”. E existe o Feliciano, o Edir Macedo, a Aline Barros, o Thalles Roberto, o Silas Malafaia e o mercado gospel. Como existe bancada evangélica, mas existem os que lutaram pela “separação entre igreja e estado” na constituição, e existem os que acreditam que levar Jesus Cristo para a política é trabalhar não para si, mas para os menos favorecidos.

Existe o amor e existe a justiça, como existe o preconceito, o dogmatismo, o engano, o medo, a vaidade e a corrupção. Não porque somos evangélicos, mas porque somos humanos.

Ricardo Alexandre é jornalista e escritor, radialista e blogueiro, Prêmio Jabuti 2010, ex-diretor de redação das revistas Bizz, Época São Paulo e Trip. E é membro da Igreja Batista Água Viva em Vinhedo, interior de São Paulo.

As encruzilhadas de FHC, o rejeitado!

Por Altamiro Borges

O ex-presidente FHC, que deixou o Palácio do Planalto com os piores índices de popularidade da história do país, está numa baita encruzilhada. Como fundador, mentor e chefão do PSDB, ele não tem como abandonar o cambaleante Aécio Neves. Mas ele sabe que as chances do seu pupilo são remotas e que o PSDB caminha para ficar de fora do segundo turno das eleições – fato inédito nos seis últimos pleitos presidenciais no país. Um verdadeiro vexame! Daí sua crise existencial. Em texto publicado no domingo (7) em vários jornais, intitulado “A encruzilhada da mudança”, FHC até tenta disfarçar sua angustia, mas não consegue. A única coisa que ainda o motiva é a obsessão por derrotar o chamado "lulopetismo".

Para o rejeitado príncipe da Sorbonne, a presidenta Dilma “embarcou num desvio que está custando caro a ela e ao país”. O motivo deste desastre teria sido a rejeição às teses neoliberais aplicadas em sua gestão – “consideradas fórmulas velhas, ‘ortodoxas’, monetaristas, submissas ao FMI, propensas a fazer o ajuste fiscal à custa do povo. Os resultados estão à vista, e em mau momento: o das eleições”. Ele cita a redução do PIB e a “inflação que roça o teto da meta”. FHC, que já pediu para esquecerem o que escreveu, parece que também esqueceu o desastre do seu reinado – com um PIB medíocre e a crescente inflação, para não falar da explosão do desemprego e da miséria no país.

Diante deste cenário sombrio, segundo a ótica do vaidoso sociólogo, qual seria a alternativa? Para o grão-tucano, “Dilma é o mesmo, com mais propaganda... Lula parece arrependido de ter indicado candidatos-postes cujas luzes não acendem”. Nada se salva no atual governo. Já Marina Silva é apresentada com mais complacência e simpatia. “As intenções da candidata oposicionista são boas”. O problema, teoriza o seguidor de Weber, é que ela não teria base de sustentação política e esbarraria em dificuldades para “somar os ‘bons’ e alinhá-los contra os ‘maus’... A candidata Marina Silva, se vencer a eleição, será capaz de tal proeza? Tomara, mas ainda é uma incógnita”.

Tentando ainda manter de pé o cambaleante Aécio Neves, o ex-presidente FHC cai no ridículo. Ele garante que o tucano “representa a oposição que vem junta há muitos anos”. De qual oposição unida ele está falando: a de José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves, que vivem se bicando de forma sangrenta? Ou da oposição que ainda tenta evitar expor na tevê o próprio FHC? Haja cinismo! Como conclusão, FHC decreta:

“Escolheremos o caminho mais SEGURO ou, no embalo da velha tradição personalista, embarcaremos na direção de mares nunca dantes navegados? Embora a opção em causa seja diferente de outras que nos levaram a impasses e desastres no passado, prefiro manter-me firme ao lado de quem já passou por provas que o capacitam a governar com grandeza e competência, e a obter os apoios necessários para tirar o País do labirinto lulopetista”. Bonito, mas nem ele acredita! Haja crise existencial!

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