sábado, 5 de maio de 2018

A quinta-coluna trotskista marchou na Avenida Paulista a favor do golpe

Para deleite da mídia, grupos trotskistas incitaram arruaças na manifestação do “Dia Internacional das Mulheres”, na Avenida Paulista, na cidade de São Paulo. E saíram em marcha própria, dividindo o ato político, gritando slogans contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidenta Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores (PT). Os grupos seriam ligados ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e ao Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU). Como não poderia deixar de ser, a mídia franqueou suas páginas, microfones e câmeras para que os trotskistas deitassem falação bem ao gosto dos golpistas.

Por Osvaldo Bertolino
Para deleite da mídia, grupos trotskistas incitaram arruaças na manifestação do “Dia Internacional das Mulheres”, na Avenida Paulista, na cidade de São Paulo. E saíram em marcha própria, dividindo o ato político, gritando slogans contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidenta Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores (PT). Os grupos seriam ligados ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e ao Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU). Como não poderia deixar de ser, a mídia franqueou suas páginas, microfones e câmeras para que os trotskistas deitassem falação bem ao gosto dos golpistas.
No final dos anos 1930, quando o líder fascista espanhol Francisco Franco preparava-se para marchar sobre Madri com quatro colunas, o general Queipo de Llano disse: “A quinta-coluna está esperando para saudar-nos dentro da cidade.” Pela primeira vez, o mundo ouvia a palavra fatídica — “quinta-coluna”. Era uma referência ao ultra-esquerdista Partido Operário de Unificação Marxista (POUM), que aderira à política de Leon Trotski e promovia uma frenética propaganda contra o governo republicano. Em 1937, o partido apelou para “uma ação resoluta” a fim de derrubar o governo republicano. O POUM dizia que praticava uma oposição “revolucionária”, mas, na prática, como disse o general Llano, era uma importante linha auxiliar dos fascistas.
Vistas pelas lentes da mídia, as manifestações foram assim: a “petista” foi uma “passeata de claques pagas pelo Estado” e a segunda uma mostra da possibilidade de a oposição ter nas mãos o que o tucano Aécio Neves chamou de pedido da “sociedade” pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Não parece haver argumentos muito brilhantes, no plano prático da luta política, a favor dos trotskistas. Alastram-se indicativos de que os elementos de classe contidos na crise não satisfazem os neurônios dos militantes “revolucionários” educados no preceito do vanguardismo febril do esquerdismo deletério.
Dois erros nunca se anulam
A justificativa pode ser encontrada em um texto antigo intitulado “Fora todos!”, publicado no site do PSTU, segundo o qual “apenas uma revolução socialista no país e a construção de um Estado dirigido pelos trabalhadores pode acabar com a corrupção”. É preciso algum traquejo para distinguir os sintomas dessa doença infantil. Com seu discurso “radical”, esse movimento quer mesmo é produzir encrenca e desgastar o governo. Ao tentar atiçar as massas contra um sistema de representação que considera inócuo para construir um dique contra o capitalismo — isso em meio a uma tempestade de dimensões históricas —, ações como essa servem mesmo para ser explorada pela mídia e engrossar a oposição direitista.
O termo “quinta-coluna” cai como uma luva — a manifestação é contra o capitalismo e ponto. Diz o axioma que dois erros nunca se anulam. Aliás, geralmente somam-se para dar um resultado ainda pior. Ou seja: a manifestação trotskista, que seria contra o “petismo” e o capitalismo, supre um vazio da direita, porque há um inegável clima de desmoralização dos métodos golpistas (especialmente os do juiz Sérgio Moro) criado exatamente pela compreensão da tática e da estratégia do jogo da direita pelo que a mídia chama de “petismo”. A mídia se esforça para manter a chama acesa, mas, para o infortúnio dos que monopolizam o noticiário as luzes do palco onde o golpismo é encenado estão ficando opacas.
Palavras de Lênin sobre Trotski
Quem aprecia esse estilo de fazer política pode até reencenar, irresponsavelmente e com sinal invertido, aquele juvenil orgulho dos tempos do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, quando os que estavam nas ruas eram exatamente os mesmos que hoje voltam a elas para defender a moralidade pública e a democracia, contra o golpismo. Mas isso não passa de demagogia barata, conluio com a desinformação, falta de seriedade ou estultícia mesmo. Para se ter uma ideia de até onde vai esse desvario, a há algum tempo a deputada Luciana Genro (PSOL-RS) elogiou, recorrentemente, o papel da mídia na cobertura da crise política durante entrevista ao apresentador da TV Globo, Jô Soares.
Apesar da superioridade potencial, as forças democráticas e progressistas ainda estão dispersas. Pela falta de uma delimitação mais clara das posições desse campo político, gente notoriamente comprometida com os interesses da elite consegue iludir setores consideráveis do povo. O esforço agora é para ampliar a unidade das ações a favor da democracia e isolar os grupos golpistas — entre eles o trotskismo. Quanto à manifestação esquerdista infantil do dia 8 de março, é oportuno terminar com algumas palavras de Vladimir Lênin sobre o papel histórico de Trótski: “Tenho a declarar que ele representa unicamente a sua própria facção.”

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Paraná Pesquisas: Lula lidera e Manuela supera Maia, Temer e Meirelles


Levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas, em parceria com o Jornal do Brasil, aponta que o ex-presidente Lula – preso político desde o dia 7 de abril –, mantém a preferência dos brasileiros nas intenções de voto. A pré-candidata à Presidência pelo PCdoB, Manuela D’Ávila, também é citada no levantamento, furando o bloqueio midiático polarizado das pesquisas.

Por Dayane Santos

Foto: Rodrigo Positivo
  
O instituto apresentou dois cenários aos entrevistados: um em que Lula é candidato e outro sem o ex-presidente. Em um cenário que considera o ex-presidente como candidato do PT, Lula tem 27,6% das intenções de voto, enquanto o segundo colocado, o deputado Jair Bolsonaro, tem 19,5%.

Ainda num cenário com Lula, a percentagem de brasileiros que não votariam em nenhum dos pré-candidatos alcança 9,6%, seguido por Joaquim Barbosa (9,2%), Marina Silva (7,7%), Geraldo Alckmin (6,9%), Ciro Gomes (5,5%), Alvaro Dias (5,4%), todos candidatos que já tiveram seus nomes em outros pleitos nacionais ou figuraram em casos de ampla repercussão midiática.

Num ambiente de forte ataque midiático da direita e enfrentando a enxurrada de fakenews nas redes sociais contra a esquerda, principalmente contra os comunistas, a candidata comunista Manuela D’Ávila aparece na pesquisa com 1,2%.

Apesar da pouca exposição midiática em nível nacional, Manuela apresentou um desempenho superior a candidatos como Michel Temer, presidente ilegítimo, Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda de Temer, Rodrigo Maia, atual presidente da Câmara dos Deputados. Todos não atingiram 1%. 

Cenário sem Lula

No cenário apresentado sem o ex-presidente Lula como candidato, Manuela sobe para 2,1%. Nessa situação, a fragmentação das intenções de voto é maior. Bolsonaro aparece com 20,5%, seguido por 17,5% que pretendem votar em nenhum candidato; 12,0%, em Marina Silva; 11,0%, Joaquim Barbosa; 9,7%, Ciro Gomes; Geraldo Alckmin: 8,1%; Alvaro Dias: 5,9%; Não sabe: 4,7%; e Fernando Haddad: 2,7%.

Na separação por região, Lula teve desempenho maior no Nordeste, com 43,8% das intenções de voto, e Bolsonaro teve maior percentual no Sudeste, com 21,8%. Por idade, Lula teve maior resultado com o grupo entre 35 e 44 anos (30,2%); e Bolsonaro com pessoas entre 16 e 24 anos (27,7%).

O levantamento aponta também a disposição dos eleitores em votar em algum candidato ou candidata apoiada pelo ex-presidente, caso ele não tenha garantido o seu direito de participar do pleito. Entre entre os eleitores de Lula, 62% votariam no candidato apoiado por ele; 20,3%, dependendo do candidato; e 16,8% não votariam. Não sabem ou não opinaram, 0,9%.

O Instituto Paraná Pesquisas ouviu 2.002 eleitores em 26 estados e Distrito Federal e em 154 municípios brasileiros entre os dias 27 de abril a 2 de maio 2018 e possui um grau de confiança de 95%. A margem de erro é estimada em 2% para mais ou para menos.



Do Portal Vermelho

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Stalingrado, 75 anos: a vitória do heroísmo popular


O triunfo de Stalingrado teve extraordinária importância, assinalou o começo de uma virada radical não apenas no desenvolvimento da Grande Guerra Patriótica, mas também no desenvolvimento de toda a Segunda Guerra Mundial. Começava, como disse Stálin, o crepúsculo do exército alemão.






Há 75 anos, no dia 2 de fevereiro, o Exército Vermelho Soviético, sob a lúcida direção política do Partido Comunista liderado por Stálin e contando com o inaudito heroismo das massas populares, triunfava num dos episódios mais importantes da Segunda Guerra Mundial – a Batalha de Stalingrado.
Por José Reinaldo Carvalho*
O triunfo às margens do Volga sobre um exército que se julgava invencível, mudou o curso da Guerra Patriótica do povo soviético e criou as condições para decidir o desfecho da Segunda Guerra Mundial. Stalingrado foi o prelúdio da grande ofensiva soviética que só terminaria a 2 de maio de 1945 com a definitiva aniquilação da Wehrmacht em Berlim e o hasteamento da bandeira comunista na cúpula do Reichtag.
É sempre bom lembrar que não havia ainda sido aberta a segunda frente de guerra na Europa Ocidental. As potências europeias ainda nutriam a esperança de que os nazistas batessem a União Soviética, presas de uma mentalidade que combinava a “desonra” com a “derrota”, para usar as expressões de um dos seus líderes, Winston Churchill. “Vocês tinham a escolha entre a guerra e a desonra; vocês escolheram a desonra e terão a guerra”, dizia, em discurso na Câmara dos Comuns britânica, em outubro de 1938, após a assinatura dos acordos de Munich. “Escolhemos uma derrota sem guerra, e as consequências disto nos acompanharão em nossa rota”.
Diante da inexistência de uma segunda frente na Europa Ocidental e depois de ser contida na batalha de Moscou, em dezembro de 1941, a Alemanha nazista lançou novas divisões na frente de guerra contra a União Soviética.
A ocupação de Stalingrado era uma manobra estratégica dos alemães a fim de novamente abrir caminho para ocupar Moscou. O comando soviético compreendeu os planos hitleristas e atribuiu grande importância à batalha em defesa de Stalingrado. Milhares de cidadãos, mobilizados pelo Partido Comunista, imbuídos de patriotismo revolucionário, trabalhavam afanosamente para fortificar a cidade.
Depois de combates sangrentos, os alemães penetraram em Stalingrado. O comando militar soviético, com o povo em luta, criou as condições para uma forte contraofensiva. Em novembro de 1942, o exército vermelho lançou-se ao ataque e cercou as forças alemãs.
Na cidade ocupada irrompeu o heroísmo de massas, o povo lutou homem a homem, cada casa era uma trincheira, cada centímetro do território urbano foi disputado a bala.
Em 2 de fevereiro de 1943, a batalha de Stalingrado foi coroada com a vitória soviética. Stalingrado não se entregou, Stalingrado venceu.
O triunfo de Stalingrado teve extraordinária importância, assinalou o começo de uma virada radical não apenas no desenvolvimento da Grande Guerra Patriótica, mas também no desenvolvimento de toda a Segunda Guerra Mundial. Começava, como disse Stálin, o crepúsculo do exército alemão.
*Jornalista e membro do Comitê Central do PCdoB

José Reinaldo: Stalingrado, 75 anos: a vitória do heroísmo popular