sábado, 27 de julho de 2013

Mensalão da Globo: Receita notificou a Globo 776 vezes

Receita notificou a Globo 776 vezes

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A matéria assinada por Amaury Ribeiro e Rodrigo Lopes no jornal Hoje em Dia, de Minas, que circulará na manhã de hoje – e que foi antecipada peloViomundo, de Luiz Carlos Azenha - é de deixar escandalizados mesmo aqueles que sabem que a Globo é uma máquina de fraude.

A empresa dos Marinho recebeu 776 notificações da Receita Federal nos últimos dois anos, segundo a reportagem. Ou mais de 11 notificações por semana.

Extrapola qualquer situação aceitável, quando uma empresa recebe uma, duas, uma dúzia que seja, de notificações fiscais, compreensíveis dentro de uma atividade comercial.

776 notificações em dois anos só podem ocorrer quando há uma máquina de sonegação, montada para elidir, escapar e fraudar obrigações tributárias.

Mais: a empresa se vale da holding Globopar para deixar “limpas” as subsidiárias que recolhem mais dinheiro público na forma de publicidade oficial, que não pode, por lei, ser contratada em veículos que estão inadimplentes com o Tesouro.

E o Ministério Público está estarrecido porque Miguel do Rosário publicou a representação de um fiscal da Receita pedindo uma ação penal contra a Globo por sonegar R$ 615 milhões!

Os doutores do “persecutio criminis” estão muito ocupados procurando uma brecha para processar os blogueiros que revelam isso, porque sabem que estão em situação confortável por termos uma imprensa canalha que silencia diante disso e que os protege quando se trata de condenar sua inação – não, meus doutos senhores, os senhores não vão vão me pegar por uma palavra, porque este é meu ofício, como defender o povo é, ou deveria ser, o seu – diante da condestável do podre capitalismo brasileiro, a Imperatriz do Jardim Botânico.

Perdoem-me os leitores se escrevo com indignação, mas é que falta indignação neste país.

Dependesse ne nossas instituições e Rupert Murdoch receberia aqui rapapés e títulos honoríficos.

Leiam o post de Luìs Carlos Azenha.

É de despertar o nojo cívico em qualquer um que ache que a lei é para todos e que as instituições deste país são republicanas.

"Mais médicos" e os juros


Por Saul Leblon, no sítio Carta Maior:

Em tese, a política fiscal seria o espaço da solidariedade no capitalismo.

Caberia a ela transferir recursos dos mais ricos para os fundos públicos, destinados a contemplar os mais pobres e o bem comum.

A sonegação praticada pela Globo (R$ 615 milhões) e aquela que teria sido cometida pelo presidente do STF, (Joaquim Barbosa, noticia-se, teria adquirido apartamento de R$ 1 milhão, declarando gasto de R$ 10 reais), são pequenas ilustrações da afronta a esse princípio, facilitadas, no caso, pelo acesso (legal?) a operações em paraísos fiscais

Palavras como ética, transparência, republicanismo, justiça, interesse público soam constrangedoras quando a contraface do emissor é a sonegação.

Sem carga tributária adequada não se constrói uma Nação, mas um ajuntamento conflagrado.

A carga tributária adequada depende do estágio de desenvolvimento da sociedade. Mas não apenas isso. Sua composição é decisiva na incidência regressiva ou redistributiva que provoca.

Um país como o Brasil, com 200 milhões de habitantes e enormes carências estruturais, não pode avançar com uma carga equivalente a da Europa, cuja infraestrutura está consolidada (nos dois casos, a carga média gira em torno de 36%; mas há vários países com infraestrutura madura onde a carga passa de 40%).

O sistema brasileiro avulta, ademais, como um caso pedagógico de regressividade.

Impostos indiretos, embutidos nos preços dos bens de consumo, representam mais de 60% do que se recolhe.

Não importa a renda do consumidor: ganhe um ou 100 salários mínimos por mês, o imposto que paga por litro de leite é o mesmo.

Regressividade é isso: uma engrenagem fiscal feita para taxar mais os pobres do que os ricos.

O imposto sobre o patrimônio, em contrapartida, que incide diretamente sobre os endinheirados, não chega a 3,5% da arrecadação total.

Nem é preciso ir à Suécia para um contraponto.

Na festejada Coréia do Sul, meca da eficiência capitalista, ele é da ordem de 11%; nos EUA passa de 12%.

A taxação direta, no Brasil, recai fortemente sobre os assalariados da classe média (amplo sentido), o que explica, em parte, a revolta com a qualidade dos serviços públicos obtidos em troca.

Cerca de 25% da receita fiscal incide diretamente sobre a renda, assim:

a) a metade sobre o holerite da classe média;

b) a outra metade sobre os ganhos de capitais, que é onde se concentra cada vez mais a riqueza no capitalismo financeiro dos nossos dias.

Bancos, por exemplo, pagam menos impostos no Brasil que o conjunto dos assalariados.

As distorções não param aí.

A receita obtida tampouco se destina automaticamente a reduzir abismos sociais.

Há filtros de classe pelo caminho

A dívida pública é o principal deles.

Ela funciona como uma espécie de reforço na regressividade do sistema fiscal brasileiro.

Assemelha-se a uma coleira, um enforcador que subordina o princípio da solidariedade à primazia rentista.

O mecanismo é ‘autossustentável’.

Vejamos.

Sem espaço político para taxar endinheirados e o seu patrimônio, afinal, o Estado tem que ser mínimo, diz o cuore neoliberal, governos são compelidos cada vez mais acompensar a anemia tributária com endividamento público.

Emprestam e pagam juros por aquilo que deveriam arrecadar.

Do ponto de vista do dinheiro grosso, um belo negócio.

Em vez de impostos adicionais, investimentos em títulos do Tesouro, um porto seguro de renda e liquidez.

O segredo do negócio é a vigilância diuturna da matilha midiática sobre a boa gestão da dívida pública.

dinheiro grosso investe nisso. Uma legião de consultores dá plantão permanente no telefone para esclarecer e municiar ventríloquos e ventríloquas dos mercados em suas obsequiosas colunas diárias.

Prover a ração bilionária destinada anualmente aos rentistas é o objetivo.

No linguajar técnico, trata-se de fazer cumprir a ‘meta cheia do superávit primário’.

Ou seja, o arrocho sobre o resto.

O corte adicional de R$ 10 bi nos gastos este ano, anunciado agora pelo governo Dilma, tem essa finalidade.

Reconquistar a ‘confiança’ rentista na política fiscal, teoricamente ensombrecida por artifícios contábeis – tolos, mas lícitos — cometidos em 2012.

A gendarmeria sustentada pelos rentistas para proteger seus interesses abriu fogo e fuzilou a administração fiscal, por conta da 'manobra' para fechar as contas em 2012.

Mídia, consultores, professores banqueiros e assemelhados puseram a faca na boca: o Brasil precisa de arrocho efetivo; corte real nas despesas, sem malabarismos contábeis.

E mais juros.

Porque a inflação, diziam, e agora se vê, era um engodo (como mostra Amir Khair, nesta pág) ameaça corroer a renda do capital a juro, finalidade primordial de uma nação, no entender do jornalismo embarcado nos mercados.

O governo aquiesceu em uma ponta e outra.

Não inovou nesse aspecto.

A agenda fiscal brasileira foi sequestrada pelo rentismo há muito tempo.

Discute-se de tudo --carga excessiva, gestão deficiente dos gastos, superávit insuficiente, maquiagens etc.

Menos o custo do próprio rentismo para o país.

Em média, o preço da supremacia financeira sobre a agenda fiscal custa R$ 200 bilhões por ano.

Cerca de 5% do PIB em juros pagos aos detentores de títulos da dívida pública.

Equivale a mais de dez vezes o custo do Bolsa Família que beneficia 13 milhões de famílias, 52 milhões de pessoas.

É quatro vezes mais o que supostamente custaria a implantação da tarifa zero no transporte coletivo das grandes cidades brasileiras.

Treze vezes o que o programa ‘Mais Médicos’ deve investir até 2014 em obras em 16 mil Unidades Básicas de Saúde; na aquisição de equipamentos para 5 mil unidades já existentes; com as reformas em 818 hospitais; para equipar outros 2,5 mil e providenciar melhorias nas instalações de 877 Unidades de Pronto Atendimento.

Repita-se: o dinheiro destinado ao rentismo em um ano daria para ampliar em 13 vezes a escala e a intensidade do programa ‘Mais Médicos’, atacando mais depressa as carências sabidas de infraestrutura e equipamentos de saúde.

Não serve de consolo, mas já foi pior.

No final do governo FHC, gastava-se quase 10% do PIB com juros.

O investimento público direto da União em logística e infraestrutura social era um traço.

Agora, o que a União investe oscila em torno de 1% do PIB (descontado o Minha Casa, Minha Vida).

Muito distante do desejável para uma sociedade que atingiu o ponto de saturação na convivência com serviços públicos insuficientes e de baixa qualidade.

A questão é saber quem vai amarrar o guizo no gato.

Dizer à população que, para cada um real destinado pela União a gerar escolas, hospitais e estradas, outros quatro vão para os bolsos da plutocracia rentista.

Naturalmente, não se trata de um capricho contábil.

A equação fiscal condensa uma correlação de forças.

Hoje ela reflete a supremacia das finanças desreguladas.

Não só aqui, mas em escala planetária, vive-se sob a coação permanente de fluxos voláteis de capitais, capazes de produzir a desestabilização de uma economia quando contrariados.

Inverter o jogo não se resume, assim, a uma mudança nas rubricas de receita/despesa.

Tampouco, porém, a equação pode ser naturalizada como uma fatalidade acima da história.

Aqueles que, a exemplo de Carta Maior, evocam espírito público da parte dos profissionais da medicina, diante da dimensão emergencial do ‘Mais Médicos’, não podem exigir menos da pátria rentista.

Mesmo sabendo de antemão que seu quociente de solidariedade é baixo.

Por certo, inferior a 0,38% dos cheques robustos que emite.

Essa era a alíquota da CPMF, derrubada em 2007, por um mutirão que reuniu a crème de la crème do espírito cidadão entre nós: a coalizão demotucana, os endinheirados e o jogral midiático conservador.

A ver.

Dr. Barbosa e o condomínio do fausto

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Como o Dr. Joaquim Barbosa é um homem público e a revista Veja é seu principal cabo pré-eleitoral, tomo a liberdade de oferecer aos mastins de Policarpo material para uma bela reportagem sobre o condomínio onde o presidente do Supremo adquiriu, usando o artifício legal de montar uma empresa na Flórida sediada no seu apartamento na Asa Norte em Brasília.

O que me move é mostrar, da maneira mais evidente, como este lixo impresso se comporta. E, também, o dever de fidelidade à memória de quem, em 23 anos de convívio diário, pude ser aprendiz de lições de honradez e destemor.

Faço pelo que a imparcial Veja, em 2001, publicou: uma matéria sobre o “escandaloso” enriquecimento de Brizola, um amontoado de infâmias que, na época, como seu assessor de imprensa, cuidei, em respeito ao jornalismo, de promover um contato entre o então governador e a revista, no qual ele pedia que esperassem sua volta da viagem que fazia ao interior do Rio Grande do Sul para esclarecer todas as informações falsas ou distorcidas que recolheram. Num fax, a revista disse que não poderia aguardar e sugeriu que ele falasse por telefone ou comparecesse à delegacia, digo, à sucursal da Veja para explicar-se…

E também porque a Veja não publicou, em 1987, quando mandou seu então repórter Marco Damiani ao Uruguai para ver como eram os bens que Brizola tinha no exterior, por conta do exílio a que foi mandado pelos militares. Transcrevo o que ele conta, para que se tenha ideia da monstruosidade:

E havia a fazenda de Brizola a descobrir. Foi preciso fazer muitas perguntas para saber onde ela ficava. Naquele 1987, Brizola, então governador do Rio em final de primeiro mandato, costumava passar alguns finais de semana e pequenas temporadas na própria fazenda. A propriedade era quase uma lenda: a misteriosa fazenda de Brizola…

Obtivemos a informação: chamava-se Repetchó (que significa pequena subida) e ficava no departamento de Durazno, no interior do país. Acertamos com um taxista e fomos para a estrada. Talvez duas, três horas de viagem, se me lembro bem. Numa estradinha de terra, depois de muito rodar, veio a pequena elevação e, pouco depois, do nosso lado direito, cercada por arame farpado, vimos as terras de Brizola. Perto das demais à sua volta, todas com grandes extensões, a fazenda mais parecia, na boa, um sítio de final de semana. Tinha uma casa simples e, ao lado dela, uma construção de acabamento humilde com janelão de vidro frontal. Era ali que Brizola gostava de ficar, me disse o caseiro, olhando um pequeno rebanho de ovelhas. Gerchman chegou a fazer a foto, lembro-me do cromo revelado. Para saber isso, tivemos, é claro, de empurrar a porteira de madeira com a mão e entrar. Não havia campainha a tocar. Não me pareceu o caso de berrar para chamar alguém. E eu tinha de entrar! Em fazendas, de resto, muita gente entra assim, abrindo a porteira com as próprias mãos e avançando até encontrar alguém responsável pela propriedade. Foram poucos passos até encontrarmos essa pessoa. Um homem, o caseiro. Ele foi econômico nas palavras e avisou que não poderíamos ficar. Acreditava que o govenador não iria gostar nada daquilo. Agradecemos, voltamos por onde havíamos entrado e retornamos, com a sensação de missão cumprida, para Montevidéo. Escrevi a matéria, que iniciava com um cálculo, em dólares, segundo os valores do mercado imobiliário local, do quanto valiam as propriedades de Brizola no Uruguai (o apartamento e a fazenda). Passei por telex, que não existiam celular, internet para todos, nada disso. Dei o tempo regulamentar para a matéria ser lida e telefonei para o editor de Brasil. “Vocês fizeram um ótimo trabalho”, me disse ele. “Mas não vamos publicar uma linha sequer”. Eu não perguntei nada, e mesmo assim me foi explicado: “O Brizola ligou aqui, disse que Veja invadiu uma propriedade particular dele e que, se sair uma linha, vai processar a revista. Estamos fora!”.


Imaginem o que faria Veja com as fotos abaixo se, em lugar de Joaquim Barbosa, fosse Leonel Brizola o dono do apartamento.

Bem, mas o Dr. Barbosa é “o menino pobre que mudou o Brasil”. E embora a revista conhecesse bem, há mais de um ano, o fato de vários brasileiros estarem comprando imóveis ali, com certeza se lhes escapou o fato de que Joaquim Barbosa era um deles.

Brizola também foi um menino pobre, mas nunca – ao contrário de Joaquim Barbosa – foi nomeado para cargo algum, exceto o de modesto secretário de Obras no Rio Grande do Sul dos anos 50. O que tinha, todos sabem, originava-se da herança de D. Neuza, herdeira – como seu irmão Jango, do patrimônio dos Goulart.

Mas Brizola, ao contrário de Joaquim, tentou mudar o Brasil e não conseguiu, entre outras razões, porque uma imprensa podre como a Veja não permitiu que mudasse.

Então, com os meus cumprimentos, para a caterva de Veja, os cultores do “domínio do fato” barbosiano, as fotos do site oficial do faustoso condomínio Icon Brickwell, onde o Dr. Joaquim Barbosa - ou a sua empresa Assas JB, registrada na Flórida – é o feliz proprietário de um apartamento. As facilidades expostas estão também lá, numarquivo pdf.



PS. Depois de publicar, vi que Luis Carlos Azenha já publicou uma foto do condomínio, como bom repórter que é. Registro, portanto, que não é totalmente inédito por aqui o fausto do lugar. Aqui, o link para seu post.

A falta de transparência de Barbosa


Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

“A vida pública deve ser e tem que ser vigiada pela imprensa.”

Joaquim Barbosa disse isso ao receber um prêmio do Globo, em março passado.

“Não consigo ver a vida do Estado e de seus agentes e personagens sem a vigilância da imprensa. Na minha concepção, a transparência e abertura total e absoluta devem ser a regra. Não se deve ter mistério para aqueles que exercem a atividade pública que eu exerço atualmente”, acrescentou.

Devia ser assim. Mas é assim?

Vamos aos poucos. Algumas semanas depois, JB usou um avião da FAB para uma viagem inútil à Costa Rica.

Onde estava a imprensa para vigiá-lo no uso abusivo do avião e do dinheiro do contribuinte?

Bem, estava a bordo. Uma jornalista do Globo participou da boca livre da Costa Rica, conforme revelado na ocasião pelo Diário.

E então você vai ler, depois, no próprio Globo: “A Procuradoria da República no Distrito Federal abriu investigação preliminar para apurar supostas irregularidades no uso de um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).”

JB é poupado não apenas pelo Globo como pela Procuradoria da República.

É um jornalismo estranho, e uma estranha justiça.

O vôo de Costa Rica é significativo. Longe de se vigiarem, Globo e JB, na verdade, gozam de uma proximidade cúmplice e nociva para a sociedade.

Desde o prêmio, um filho de JB foi admitido na Globo, para trabalhar no programa de Luciano Huck.

É legal? É.

É imoral? É.

No código de ética dos juízes americanos, está escrito que algum tipo de vínculo pessoal como este que acabou unindo JB e a Globo por um filho desqualifica um magistrado para julgar causas em que a Globo, no caso, seja o réu.

Imaginemos que o processo de sonegação bilionária da Globo na operação dos direitos de transmissão da Copa de 2002 chegue ao STF.

Joaquim Barbosa se declarará impedido?

O código de ética dos juízes americanos também determina que os magistrados dêem as informações requeridas quando surge dúvida em relação a aspectos financeiros de sua vida.

Recentemente, soube-se que JB comprou um apartamento em Miami mediante o uso de uma empresa de fachada para não pagar impostos.

Para os que gostam de curiosidades, a empresa de JB recebeu o nome de Assas por causa da conhecida faculdade de direito de Paris em que ele gastou quatro anos em pós-graduação bancada pelo dinheiro público do brasileiro.

Quatro anos, repito. JB foi um estudante moroso: fez a faculdade de direito em Brasília em sete anos e meio.

O Globo foi atrás de informações sobre o apartamento?

Pausa para rir.

Depois que se soube que o valor da transação registrado no contrato foi zero, o jornalista Luís Nassif enviou uma mensagem ao STF pedindo explicações.

A resposta: “Prezado Nassif, o presidente Joaquim Barbosa não comentará.”

Voltemos a JB na premiação do Globo. (Em si um absurdo pela proximidade que traz a pessoas que devem manter uma distância intransponível pelo bem da sociedade.)

“Na minha concepção, a transparência e abertura total e absoluta devem ser a regra. Não se deve ter mistério para aqueles que exercem a atividade pública que eu exerço atualmente.”

Pausa para rir.

Transparência? Ausência de mistério?

É realmente estranha a noção de transparência de JB. Vale, provavelmente, para os outros.

Com ou sem avião da FAB, mas sempre com vôos bancados pelo contribuinte, Joaquim Barbosa gosta de viajar. Isso, infelizmente, não o faz produtivo.

Um dia depois de uma manifestação que parou Florianópolis, ele se ausentou de Brasília e foi para Santa Catarina, a convite da Fiesc, associação de empresários locais.

O encontro foi noticiado num site local. Foi memorável a resposta de um leitor.

“Com todo respeito à pessoa do ministro Joaquim Barbosa, mas será que não existem coisas mais importantes a fazer em Brasília? Como por exemplo: Analisar o processo do caso Varig ao qual o ministro pediu vistas. Já são 7 anos de espera, 7 anos de desespero, 7 anos esperando que a justiça seja feita, 7 anos em que os aposentados do Aérus esperam seus salários, 7 anos de humilhação, aposentados sem dinheiro para alimentação, remédio e o mínimo para suas subsistência. Será que isto não é importante para o ministro?”

Clap, clap, clap para o atento leitor.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

O papa e o complexo de vira-lata

Por Altamiro Borges

A visita do papa Francisco é reveladora do complexo de vira-lata da mídia nativa. Além da overdose na exposição do evento – que transformou a programação das tevês numa espécie de missa pública e colocou em dúvida se o Brasil é realmente um país laico –, ainda há os que só veem defeitos na recepção ao líder católico. Tudo deu errado e a culpa, lógico, é da presidente Dilma e da incompetência brasileira. Eliane Cantanhêde, a da “massa cheirosa” da Folha, não perde oportunidade para desferir as suas bicadas tucanas:


“Na chegada, o carro do papa Francisco espremido entre táxis e ônibus, num baita engarrafamento na Avenida Presidente Vargas, centro do Rio, enquanto na larga pista ao lado, interditada, não se via uma única bicicleta. Um vexame inexplicável. Logo mais, no Palácio Guanabara, a presidente Dilma, em vez de um singelo discurso de boas-vindas ao papa, puxou e leu um discurso maior do que o da grande estrela do evento. Faltou ‘semancol’. Na mesma noite, enquanto o mundo queria saber a quantas andava o papa no Brasil, o que se via era uma guerra campal entre policiais, vândalos e infiltrados de toda ordem. Uma violência vergonhosa”.

A colunista chega a insinuar que o governo foi culpado pelo alagamento do campo de Guaratiba, previsto para o encerramento da maratona papal. “A culpa é só da chuva?”, fustiga. Ela nem sequer informa os seus leitores que a decisão de realizar a atividade no local foi da cúpula da igreja católica e não do governo. Para Cantanhêde, que até hoje morre de saudades do reinado neoliberal de FHC, todos estes incidentes comprovam a incapacidade dos brasileiros. “Competência zero”, esbraveja.

O complexo de vira-lata fica explícito quando a própria jornalista reforça as críticas maldosas de alguns veículos internacionais, como o New York Times e o Chicago Sun-Times. Este último jornal reflete a magoa da cidade em que é editado, que perdeu a disputa dos Jogos Olímpicos para o Rio de Janeiro. “Perdemos para isso”, questiona, ressentido. Na sua visão colonizada, a jornalista da “massa cheirosa” dá destaque para a frase preconceituosa do jornal ianque contra o Brasil. Que deprimente!

***

Em tempo: Nem todos na Folha padecem do mesmo complexo de vira-lata. Em sua coluna, o jornalista Nelson de Sá questiona o tipo de cobertura da visita papal feita pelas emissoras de televisão. Reproduzo o curto artigo para a reflexão dos que não se deixam contaminar pela fé cega:

*****


Na TV, evento é prévia kitsch da Olimpíada

NELSON DE SÁ – DE SÃO PAULO

A Globo interrompeu sua programação por cerca de dez minutos, às 19h30, para transmitir ao vivo a "Celebração da Palavra" com o papa Francisco, em Copacabana.

Mas o canal do papa foi, de novo, a Globo News, que entrou ao vivo com ele a partir das 9h40. Mas o melhor veio à noite, em Copacabana, na cerimônia que fez as vezes de abertura de Olimpíada. Foi quando o canal abraçou retórica e estética católicas. Na barra de informações, "Jovens representam a alegria do carioca".

Fafá de Belém foi a estrela. Na descrição da apresentadora Leilane Neubarth: "Ela me disse que estava com muito frio. Estava com um vestido bem leve, decotado, mas brincou: Meu coração está muito quente'".

Depois, a apresentadora deu seu testemunho: "Francisco tem essa doçura de tocar com delicadeza o coração das pessoas. Eu me incluo"
.


Leia também:


O papa e a corrupção... no Vaticano!

Por Altamiro Borges

Num primeiro momento, a mídia oposicionista estanhou a ausência de críticas políticas nos sermões do papa Francisco no Brasil. Já nesta sexta-feira (26), ela soltou rojões com as suas genéricas referências à corrupção durante a visita à favela Varginha (RJ). O alvo, segundo alguns “calunistas”, foi a presidenta Dilma. O repórter Fabiano Maisonnave, conhecido por suas coberturas antichavistas quando era correspondente da Folha na Venezuela, enfatizou: “Num discurso de forte conteúdo social e recheado de mensagens políticas, o papa Francisco encorajou ontem os jovens a lutar contra a corrupção”. Os telejornais, principalmente os da TV Globo, também elogiaram o “recado papal”.


O discurso do papa Francisco nem foi tão “forte” assim! “Vocês, queridos jovens, possuem uma sensibilidade especial frente às injustiças, mas muitas vezes se desiludem com notícias que falam de corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o seu próprio benefício... Nunca desanimem, não percam a confiança, não deixem que se apague a esperança. A realidade pode mudar, o homem pode mudar. Procurem ser vocês os primeiros a praticar o bem”, afirmou. Para o jornalão da famiglia Frias, porém, “o discurso do papa foi interpretado como uma alusão à onda de protestos iniciada no país em junho”. Haja imaginação e vontade!

A postura mais cautelosa do papa nem podia ser diferente, apesar dos apelos midiáticos. Afinal, ele assumiu o Vaticano num período de grave crise da Igreja Católica, inclusive com inúmeras denúncias de corrupção. No início de julho, por exemplo, dois diretores do Banco do Vaticano, Paolo Cipriani e Massimo Tulli, pediram demissão após a prisão do monsenhor Nunzio Scarano, acusado pelo desvio de milhões de euros da instituição. O escândalo financeiro da Santa Sé continua sob a investigação da polícia italiana por lavagem de dinheiro e remessa ilegal de 20 milhões de euros (cerca de R$ 57 milhões) em dinheiro da Suíça para a Itália.

Monsenhor Nunzio Scarano já foi apelidado pela imprensa italiana de “Dom 500”, numa referência à nota de € 500 que seria a sua preferida. Antes de viajar ao Brasil, o papa Francisco anunciou a decisão de auditar as contas do Banco do Vaticano, cujo nome oficial é IOR (Instituto para Obras da Religião). Em 2012, a poderosa instituição financeira declarou possuir € 7,1 bilhões (R$ 20,18 bilhões) em ativos e ter obtido um lucro de € 86,6 milhões (R$ 246,16 milhões). Antes da prisão, Scarano chefiava o departamento conhecido pelo curioso nome de Administração do Patrimônio da Sé Católica. Antes deles, outros religiosos também foram denunciados por atos ilícitos no Vaticano.

Como se observa, a corrupção não é uma chaga que corrói o Brasil – apesar da abordagem seletiva e manipuladora da mídia oposicionista. Ela atinge a própria Santa Sé, o que recomenda cautela ao papa nos seus sermões!

quinta-feira, 25 de julho de 2013

“Mujica não foi porque não é católico e o Uruguai é um país laico”




Do Blog Pragmatismo Político

A PRIMEIRA DAMA DO URUGUAI, LUCIA TOPOLANSKY, AFIRMOU QUE ELA E SEU MARIDO NÃO FORMA À CERIMÔNIA DE ENTRONIZAÇÃO DO NOVO PAPA FRANCISCO PORQUE AMBOS NÃO SÃO CATÓLICOS E O URUGUAI É UM PAÍS ABSOLUTAMENTE LAICO

O presidente do Uruguai, José “Pepe” Mujica, não estava presente na cerimônia de entronização do novo Papa nesta terça-feira (19/3/2013). Na missa inaugural, realizada na Basílica de São Pedro, no Vaticano, o governo do país foi representado por Danilo Astori, vice-presidente.
“Não somos crentes, diferentemente do nosso vice-presidente, Danilo Astori. Por isso, Mujica considerou mais oportuno que seria ele quem viajaria ao Vaticano. Isso é algo particular e tem a ver com a fé de cada um”, explicou Lucia Topolansky.
mujica lucia novo papa francisco
Jose Pepe Mujica e a esposa Lucia Topolansky (Foto: Reprodução)
A primeira dama uruguaia advertiu ainda que o “Uruguai é um país absolutamente laico, com a igreja separada do estado desde o início do século, ao contrário da enorme maioria dos demais países da América Latina”.
Ela reconheceu a importância da nomeação de um papa argentino, e disse que considera bom “que o Papa seja do Rio da Prata. É uma novidade que seja latino-americano”. A primeira-dama uruguaia ainda felicitou os católicos, especialmente os argentinos, pela escolha do papa Francisco. “Me parece fantástico que ele tome mate e goste de tango”, brincou Lucia.

Curitiba , racismo:PROFESSORA DA UFPR CONDENADA POR RACISMO.



Por  *Mario de Andrade

A professora Ligia Regina Klein, do setor de educação da Universidade Federal do Paraná, teria feito o seguinte comentário dentro de uma sala de aula, dirigindo-se a duas estudantes negras: "Vocês, só fazendo lanchinho. Duas macaquinhas comendo banana. Eu também gosto de banana em doces, bolos".
O fato, ocorrido na data de dia 11 de abril de 2012 envolveu as alunas Eliane Regina Graciano e Kely Cristina Cunha, ambas do segundo ano do curso de pedagogia. Logo em seguida, a professora teria se aproximado novamente das alunas, que haviam esquecido de levar um texto que seria analisado em sala, e dito a uma delas: "Esqueceu de trazer o texto, mas a bananinha não esqueceu, né". As alunas protocolaram a denuncia no Ministério Público de Curitiba.

SENTENÇA: CONDENO LIGIA REGINA KLEIN por injuria infração ao art. 140, § 3º,
combinado com o art. 141, inc. III e art. 70, todos do Código Penal." Dispositivo: "Face o exposto, JULGO PROCEDENTE a denúncia e CONDENO LIGIA REGINA KLEIN por infração ao art. 140, § 3º, combinado com o art. 141, inc. III e art. 70, todos do Código Penal." Penas Privativa de liberdade: 1 ano e 6 meses e 20 dias em regime inicial Aberto. Substituída pelas seguintes penas restritivas de direitos: Diário Eletrônico do Tribunal de Justiça do Paraná - Prestação de serviços: `a comunidade, 100 horas, segunda a sexta, paós trabalho, uma por dia, até cumprimento da pena - Multa: 10 dias-multa Pecuniária (multa): - Dias-multa: 26 - Proporção do Salário Mínimo: 1/2 Magistrado: Mauro Bley Pereira Junior .-


Mario de Andrade, dirigente da UNEGRO -Pr



quarta-feira, 24 de julho de 2013

Reacionários: Feliciano, Malafaia e o papa Francisco

Feliciano, Malafaia e o papa Francisco

Por Lino Bocchini, na revista CartaCapital:

Os evangélicos estão sendo injustiçados. O tsunami de críticas que atingiu Marco Feliciano, Silas Malafaia e demais líderes evangélicos fundamentalistas se aplica ao papa Francisco e à Igreja Católica. Explico: as mesmas bandeiras conservadoras levantadas pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos do Congresso estão no centro da atuação da igreja católica há séculos. E o argentino Mario Bergoglio, agora chamado de Francisco, comunga destes ideais e não se mostra disposto a alterá-los. Pelo contrário.

Vamos por partes:

Primeiro, a homofobia

Muito se reclamou da atuação de Feliciano contra os direitos fundamentais dos homossexuais. A coleção de frases e a atuação do pastor não deixam dúvidas quanto à sua posição. Como é sabido, a igreja católica igualmente condena a homossexualidade, e considera pecado o amor da população LGBT.

O próprio Francisco, pessoalmente, demonstra preocupação com o que chama de “lobby gay” no Vaticano. Conforme revelou o site católico Reflexión y Liberación, o pontífice afirmou o seguinte em uma audiência recente com a diretoria da Confederação Latino-Americana e Caribenha de Religiosos: “Na Cúria há gente santa de verdade. Mas também há uma corrente de corrupção, é verdade. Fala-se de lobby gay, e é verdade, ele está aí... temos que ver o que podemos fazer”.

Segundo, os direitos da mulher

Em entrevista para o livro “Religiões e política”, o deputado do PSC-SP afirmou o seguinte: “Quando você estimula uma mulher a ter os mesmos direitos do homem, ela querendo trabalhar, a sua parcela como mãe começa a ficar anulada, e, para que ela não seja mãe, só há uma maneira que se conhece: ou ela não se casa, ou mantém um casamento, um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo; [assim] você destrói a família, cria-se uma sociedade só com homossexuais, e essa sociedade tende a desaparecer, porque ela não gera filhos”.

A igreja católica sempre tratou a mulher de forma diferenciada. A começar pelo fato de que elas não podem ser ordenadas. Aos homens (padres) cabe orientar os fiéis, ditar os rumos da igreja e do mundo. Às freiras cabem tarefas como cuidar dos enfermos e necessitados e, por exemplo, cozinhar, lavar e passar para o “homem simples de fala mansa” que está entre nós.

Mais: estão sendo distribuídas 2 milhões de cópias de um Manual de Bioética (em PDF) durante a visita do papa ao Brasil, sendo quase a metade da tiragem a versão em português, segundo informações da Confederação Nacional de Bispos Brasileiros. De suas 72 páginas, praticamente a metade traz pilhas de informações “científicas” e julgamentos morais contra o aborto. O restante divide-se entre a condenação depesquisas com células-tronco, a condenação da inseminação artificial e a condenação da eutanásia.

O direito sobre o próprio corpo, uma questão que o movimento feminista do mundo todo considera vital desde a década de 1960, é classificado como “crime” em diversos pontos do texto. De acordo com o manual, mesmo em caso de estupro ou de inviabilidade do feto, a interrupção da gravidez não pode ser sequer aventada: “O direito de matar o próprio filho não pode ser fonte de liberdade nem de realização pessoal”. Todos os métodos contraceptivos, pílula e DIU inclusive, são considerados abortivos e criminosos.

Em terceiro lugar, o apego ao dinheiro

Causou espécie um vídeo que circulou recentemente, no qual o pastor Marco Feliciano pedia a senha de um cartão de crédito para um fiel, dizendo que, caso a senha não fosse revelada, “o milagre não viria”. Costuma ser igualmente criticada a cobrança do dízimo por parte de igrejas evangélicas –como se a igreja católica não o fizesse.

Tudo isso, contudo, é esmola perto do patrimônio misterioso e incalculável da igreja católica. A revista Exame fez uma reportagem bastante reveladora sobre o Banco do Vaticano. Entre diversos casos de lavagem de dinheiro, escândalos sexuais, corrupção e má administração relatados pela publicação, destaco uma informação: o banco gere cerca de 6 bilhões de euros em ativos. Vou repetir: 6 bilhões de euros.

Isso sem contar as milhares de propriedades da igreja católica ao redor do globo todo. Não sou um estudioso do cristianismo, mas acredito que valores como ajuda ao próximo, desapego e amparo aos pobres não combinam com a acumulação de fortunas dessa grandeza. Mesmo que o chefe da instituição prefira andar num fiat “sem luxo” e dormir num “quarto simples”.

Em quarto lugar, a promiscuidade com o poder público

Muito se critica Feliciano e a bancada evangélica por usarem o poder público que detêm para obter vantagens para suas instituições. O que afronta o conceito de estado laico. O catolicismo faz o mesmo.

O amplo uso de estruturas e verbas públicas durante a visita de Francisco; o mesmo lobby para isenções fiscais e outras benesses financeiras; a mesma submissão dos governantes (de Dilma ao vereador de Pindamonhangaba). Mais: há crucifixos em repartições públicas (desrespeitando os evangélicos, inclusive) e mensagens religiosas nas notas de dinheiro, que são um símbolo nacional. E por aí vai.

(Parênteses: pedofilia)

Aqui não há o paralelo com Feliciano, mas vale lembrar das inúmeras acusações de abuso sexual contra padres no mundo inteiro, muitas cometidas contra menores e encobertas pelo Vaticano. A situação é tão grave que a ONU pediu, agora no começo de julho, esclarecimentos sobre os crimes cometidos por padres em todo mundo. Como o vaticano é membro das Nações Unidas e tem a falta de transparência como uma de suas marcas, a ONU quer saber o que a Igreja Católica têm feito de efetivo contra os criminosos que foram descobertos em suas fileiras.

Por fim, o apoio da mídia

Aqui, uma das maiores injustiças com Marco Feliciano. O pastor é hostilizado por todos, TV Globo inclusa. Suas posições, conforme demonstrado, são irmãs siamesas das defendidas por Francisco e pela religião que comanda. E dos dogmas vindos de Roma ninguém reclama.

Pior: a maior TV do país (bem como quase todos os outros veículos de imprensa) ajoelha-se ao mandatário da tv católica. E não acredito ser esta uma decisão baseada somente pela audiência. A missa de domingo está na grade da Globo há décadas --atualmente é celebrada ao vivo pelo Padre Marcelo. E a emissora, apenas recentemente, de olho na perda de audiência e de dinheiro, começou um flerte institucional com os evangélicos, inaugurado com o festival de músicas gospel Promessas.

Pare finalizar, deixo vocês com algumas frases do primeiro bloco do Jornal Nacional desta segunda-feira. Tentem imaginar Marco Feliciano ou qualquer outro líder evangélico sendo tratado desta forma pelo noticioso visto por quase metade da população brasileira toda noite:

“De papamóvel, fez um passeio que vai ficar na memória dos fieis”

“Distribuiu simpatia”

“Mais perto do povo, do jeito que o papa Francisco gosta”

Fiel: “Foi um presente de Deus, eu consegui estar perto dele e pude constatar que ele realmente é esse pastor humilde, amigo do povo e que veio pra resgatar mais fieis pra igreja católica”

“Deixou uma legião de fieis encantados”

“Santo, abençoado, humilde... os elogios vão brotando”

Fiel: “Ele é gente como a gente”

“A cada esquina ele faz novos amigos”

“Os gritos pareciam saídos de um show de rock”

“Se fosse só isso, já valeria a pena, e o papa Francisco acabou de chegar”.

Papa é a contrarrevolução moderna


Por Breno Altman, no sítio Opera Mundi:

A visita do chefe máximo da Igreja Católica ao Brasil virou um daqueles consensos aos quais se referia o escritor Nelson Rodrigues. “A unanimidade é burra”, pontificava o reacionário e fanático torcedor do Fluminense. Praticamente todos os setores da sociedade, afinal, estão batendo palmas para o sumo pontífice.


Até mesmo representantes ilustres da antiga teologia da libertação juntam-se ao coro dos embevecidos. O centro nervoso do culto ao papa argentino está em seus modos simples e nos discursos voltados à pobreza. Depois da égide de uma nobreza eclesiástica ancorada na guerra fria contra o socialismo, eis que o Vaticano passa ao comando de um cardeal paisano e latino-americano.

Cada gesto seu é saudado como se uma grande modificação estivesse em curso. Acobertura de emissoras tão díspares como a Globo e a venezuelana Telesur parece decidida pelo mesmo editor. As loas ao líder dos católicos eventualmente obedecem a pontos de vista opostos, mas buscam anular qualquer atividade ou pensamento críticos.

Os meios de comunicação brasileiros se calam sobre a biografia de Jorge Mario Bergoglio, quase sempre abdicando de qualquer apuração ou comentário acerca de seu papel durante a ditadura militar argentina. Sequer entre os veículos progressistas há real interesse de colocar luz sobre o tema, apesar de a Jornada Mundial da Juventude ser momento propício para discutir credenciais em direitos humanos.

Ressurgido como Francisco e elevado ao trono de Pedro, o religioso portenho reanima a mais importante instituição mundial do conservadorismo. Despida de ritos aristocráticos e confrontando a antiga cúria corrupta, a Igreja Católica apresenta-se com uma face nova, capaz de cativar o mundo para as mesmas ideias de sempre.

A imagem midiática do papa tem se sobressaído tanto que poucos se dão ao trabalho de informar e analisar a doutrina que vértebra seu mandato. Mas uma boa leitura da primeira encíclica que publicou, além de um quase desconhecido manual de bioética que está no prelo, pode revelar que tudo segue como dantes no quartel de Abrantes.

Não há qualquer diferença de abordagem, nestes textos, daquela pregada por João Paulo II e Bento XVI. Continuam de pé os mesmo dogmas: a centralidade da fé religiosa sobre os problemas políticos e sociais, , o combate irascível do direito das mulheres à interrupção da gravidez e a afirmação da heterossexualidade como única relação erótico-afetiva possível.

O estilo de Francisco, claro, é muito diferente. Traz jovialidade, simpatia e humildade à linguagem carcomida de seus antecessores. Apesar de refutar qualquer alteração ao conjunto de decisões que tiraram correntes católicas do apoio às batalhas populares, sua oratória a favor dos pobres rejuvenesce o Vaticano.

Estratégia

A direita encontra, nesta renovação, bom motivo para entusiasmo. Um papa fortalecido e celebrado é instrumento notável para qualquer estratégia de redução da influência de esquerda nas camadas de menor renda, especialmente na América Latina. Além de criar obstáculos para a expansão de pentecostais e outros grupos religiosos, em países nos quais a maioria da elite se vincula à tradição católica.

Não é à toa que o jornalista Elio Gaspari, em artigo recente e afobado, vaticinou que a visita de Francisco ao Brasil poderia ter significado semelhante aquela de Karol Wojtyla a Polônia, em 1979, deflagrando o cerco político que levaria à queda dos regimes socialistas no leste europeu.

Tamanha euforia também levou conservadores a redobrar esforços pelo veto presidencial ao PL 03/103, que regulamenta procedimentos médicos no Sistema Único de Saúde para casos de violência sexual, incluindo a profilaxia da gravidez. O papa irá embora apenas três dias antes do prazo final para a sanção da lei, que passará a vigorar em 1º de agosto.

O curioso é ver forças de esquerda, em plena continuidade da contrarrevolução iniciada nos anos 80, também exaltarem a Francisco. Atiram-se às migalhas oferecidas pela retórica da pobreza como se fosse, depois de décadas ao relento, a própria redenção do catolicismo progressista.

Ainda que de ilusão também se viva, há um preço por abrir mão da crítica, a única vacina possível contra valores reacionários que se camuflam de modernos. Fragiliza a batalha por corações e mentes. Torna mais vulnerável o caráter laico do Estado.

A presidente Dilma, a bem da verdade, com um discurso secular na chegada do ilustre visitante, foi a voz pública que sutilmente dissentiu do pacto de adulação. Sobre ela, porém, caíram representantes do obscurantismo e o silêncio amolecido de quem deveria estar com os olhos bem abertos diante da escalada papista.

terça-feira, 23 de julho de 2013

A grosseria de Joaquim Barbosa


Por Altamiro Borges

O midiático presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, cometeu mais uma de suas grosserias ontem (22), na cerimônia de recepção ao papa Francisco, no Rio de Janeiro. Arrogante e metido a todo-poderoso, ele não cumprimentou a presidenta Dilma Rousseff num gesto escancarado de desfeita e de desrespeito às instituições democráticas.

Nos últimos dias, Joaquim Barbosa tem sido alvo de várias denúncias de irregularidades - como a compra de um apartamento em Miami (EUA), avaliado pela própria imprensa em US$ 1 milhão, e a montagem de uma empresa de fachada para ludibriar a Receita Federal. A sua aura de "paladino da ética" está definhando e, segundo notícias de bastidores, ele anda cada vez mais irritadiço. Isto talvez explique a sua grosseria na recepção ao papa. Ele ainda conta com seus bajuladores midiáticos, que apostam na sua candidatura presidencial em 2014 como expressão do novo udenismo moralista.

A Folha de hoje, por exemplo, até tentou salvar a imagem do presidente do STF. Segundo a coluna Painel, "quem acompanhou a solenidade de recepção ao papa classificou como 'pura distração' Joaquim Barbosa não ter apertado a mão de Dilma após cumprimentar o pontífice". Já Merval Pereira, o "imortal" da Globo, evitou criticar à desfeita do seu ídolo. Preferiu criticar o "proselitismo religioso" de Dilma na recepção ao papa no Palácio Guanabara. A imagem, porém, é mais forte do que os textos dos bajuladores oportunistas.

*****

Leia também:

Mensalão do Barbosão(STF):Barbosa recebeu R$ 580 mil em benefícios atrasados

*

O luxuoso banheiro de Joaquim Barbosa


Arquivos de Guerra – Colaboracionistas

© Contrasto-Magnum
Em todas as populações submetidas à ocupação nazista, muitos homens e mulheres trabalharam, com diferentes graus de aplicação, para favorecer e apoiar o projeto de Hitler de instaurar uma “nova ordem europeia”. O termo “colaboracionista” tem um signifi¬cado pejorativo, por indicar quem trabalha para o inimigo, quem adota um comportamento antipatriótico e trai seus compatriotas tramando na sombra. Os colaboracionistas não se consideravam vítimas, mas confraternizavam e faziam negócios com os opressores. Depois da libertação, a população em geral os desprezou e seu desejo de vingança se manifestou também com rituais de degradação e humilhação física, muitas vezes dos próprios vizinhos, para forçá-los a mostrar sua culpa em público e excluí-los simbolicamente da comunidade. No fim da guerra, os tribunais dos diversos países sancionarão legalmente a exclusão dos colaboracionistas da sociedade, punindo cerca de 130.000 pessoas na França, 100.000 na Bélgica e 110.000 na Holanda. Mas depois de poucos meses o rigor inicial começará a atenuar-se.

Fonte: História Ilustrada da II Guerra Mndial – Volume 3
Editora Larousse – www.larousse.com.br

Papa Francisco admite “rede de corrupção gay” no Vaticano


Do Ópera Mundi

Papa admite existência de rede de corrupção e “lobby gay” no Vaticano. Declarações foram dadas por Francisco na semana passada, segundo revista chilena

papa francisco gay
Papa Francisco admitiu existência de “rede de corrupção homossexual” (Foto: Agência France Press)
Conhecido por ser um crítico da corrupção, inclusive a de dentro da Igreja Católica, o papa Francisco reconheceu abertamente, pela primeira vez, a existência de uma “corrente de corrupção” e de um “lobby gay” no Vaticano, segundo divulgou nesta terça-feira (11/06) a revista chilena Reflexión y Liberación. A declaração teria ocorrido na última quinta (06/06), durante uma reunião com a CLAR (Confederação Latinoamericana e Caribenha de Religiosas e Religiosos).
No encontro, que durou quase uma hora, o papa admitiu a existência de uma “rede de corrupção homossexual”. “Na Cúria há gente santa, de verdade, há gente santa. Mas também há uma corrente de corrupção. Fala-se de um ‘lobby gay’ e é verdade. Temos que ver o que podemos fazer”, teria dito o pontífice. Esse lobby refere-se a um sistema de chantagens internas baseado em fraquezas sexuais que foi denunciado pela imprensa italiana em fevereiro.

As lutas de poder, os desvios de dinheiro e as relações homossexuais no Vaticano vêm sendo expostos na mídia há umtempo. A própria renúncia de Joseph Ratzinger foi atribuída, por vários veículos, ao horror e à tristeza que lhe teriam sido causados pela descoberta da existência desse grupo de poder homossexual e de suas possíveis chantagens a importantes membros da Cúria.
Segundo o jornal La Repubblica e a revista Panorama, ambos italianos, Ratzinger teria decidido renunciar ao cargo de papa após receber um relatório de 300 páginas sobre o assunto. Entretanto, até agora, a Santa Sé havia sempre rechaçado a existência de um “lobby gay”.
O papa Francisco, no entanto, admitiu ser uma pessoa “muito desorganizada” para realizar a reforma necessária na Cúria. “Sou uma pessoa desorganizada, nunca fui bom nisso. Mas os cardeais da comissão vão levá-la adiante”, afirmou, referindo-se à comissão montada por ele em março, para assessorá-lo na reforma do governo central da Igreja. A primeira reunião desses cardeais será realizada em outubro.
“A reforma da Cúria Romana é algo que quase todos os cardeais pediram nas congregações anteriores ao conclave. Eu também a pedi. A reforma não pode ser feita por mim…”, explicou o Papa.
Quando questionado sobre as declarações do pontífice, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse apenas que se tratou de uma reunião privada, sem dar maiores detalhes.


Joaquim Barbosa recebeu R$ 700 mil da UERJ sem trabalhar


Do Blog Pragmatismo Político



Consta ainda que Joaquim Barbosa estaria brigando para receber retroativamente pelos anos que permaneceu de licença não remunerada, de 2003 a 2008

Miguel do Rosário, em seu O Cafezinho
Primeiro ele pagou, com dinheiro público, as passagens de avião da repórter da Globo que foi à Costa Ricacobrir a sua palestra. Depois pagou, de novo com verba pública, passagens para vir ao Rio assistir o jogo entre Brasil e Inglaterra. Não precisou pagar ingresso porque ficou no camarote do Luciano Huck. Logo em seguida descobriu-se que seu filho arrumou um emprego na Globo, no programa de Luciano Huck.
A imprensa continua quieta. Ninguém quer decepcionar o “gigante” que, segundo o Datafolha, idolatra o presidente do STF.
Ninguém quer arranhar a imagem do “menino que mudou o Brasil”, criada pela grande mídia para endeusar o homem que se vendeu ao sistema.
A coisa não pára por aí. O laudo 2424, que investiga a relação entre o fundo Visanet, funcionários do Banco do Brasil e as empresas de Marcos Valério, traz uma denúncia séria: o filho de Barbosa teria trabalhado numa empresa que recebeu milhões da DNA Propaganda. Barbosa manteve o laudo em sigilo absoluto, apesar do mesmo trazer documentos que poderiam provar a inocência de Pizzolato – e prejudicar toda a denúncia do mensalão.

E agora, uma outra novidade: desde 2008, Barbosa usufrui de uma bela sinecura da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ): ganha sem trabalhar. O Estado do Rio já gastou mais de R$ 700 mil em salários para um cidadão que ganha muito bem no Supremo Tribunal Federal.
O Cafezinho, como de praxe, mata a cobra e mostra o pau. Estão aí os documentos que comprovam a situação de Barbosa. Ele deu aula na Uerj normalmente de 1998 a 2002. Em 2003, pede licença-prêmio e permanece até 2008 em licença não-remunerada. A partir desta data, porém, a vida sorri para Joaquim. Além do empregão no STF, da paixão súbita da mídia por sua pessoa, o reitor da UERJ lhe oferece uma invejável situação: passar a receber salários ebenefícios mesmo sem dar aulas ou fazer pesquisas.
Consta ainda que Barbosa estaria brigando para receber retroativamente pelos anos que permaneceu de licença não remunerada, de 2003 a 2008. Para quem acabou de receber R$ 580 mil em benefícios atrasados, não seria nada surpreendente se também conseguisse isso.
Os meninos do Movimento Passe Livre estão certos: definitivamente, não são apenas 20 centavos!
Os documentos que comprovam a situação de Joaquim Barbosa:
barbosa2
.
barbosa3
.
barbosa4
.
barbosa5
.
barbosa6
.
barbosa7
.
barbosa8
.
barbosa9