sexta-feira, 22 de julho de 2016

Escola Sem Partido e a geração de zumbis


Por Leonardo Sakamoto, em seublog:

Educar por educar, passando apenas dados e técnicas, sem conscientizar o futuro trabalhador e o cidadão do papel que ele pode vir a desempenhar na sociedade, sem considerar a realidade à sua volta, sem ajudá-lo a construir um senso crítico e questionador sobre o poder, seja ele vindo de tradições, corporações, religiões ou governos, é o mesmo que mostrar a uma engrenagem o seu lugar na máquina. A um tijolo, em qual parte do muro deve permanecer.

Uma das principais funções da escola deveria ser “produzir'' pessoas pensantes e contestadoras que podem – no limite – colocar em risco a própria sociedade do jeito que a conhecemos, fazendo ruir a estrutura política e econômica montada para que tudo funcione do jeito em que está.

Em outras palavras, educar pode significar libertar ou enquadrar. Pode ajudar às pessoas a descobrirem como quebrar suas próprias correntes ou ser o pior cativeiro possível, fazendo com que vítimas se tornem cães de guarda de seus agressores.

Que tipo de educação estamos oferecendo? Que tipo de educação precisamos ter? Que tipo de educação um movimento como o “Escola Sem Partido'', e tantos outras propostas de fundamentalistas, quer implantar?

Presos na cortina de fumaça da suposta doutrinação, empobrecemos um pouco mais o debate sobre educação. Ganha quem aposta que o resultado de toda essa confusão será a contenção dos pequenos avanços civilizatórios da área nos últimos anos.

Pois, como bem disse Paulo Freire, todos somos orientados por uma base ideológica. A discussão é se a nossa é includente ou excludente. Mas se as pessoas que mais precisariam fazer essa reflexão chamam Paulo Freire de “lixo'', será uma grande caminhada até que percebam o tamanho da corrente que prende seus pés.

As ideologias mais violentas, inclusive, são as que se vendem com um discurso de que não são ideologias. Que se mostram como a saída “lógica'' e “natural'', sendo que não há caminhos lógicos e naturais em se tratando de humanidade. O que existe é debate. Muito debate.

Pois quando pede-se que o professor ou a escolas se omite ou é proibido de analisar o mundo sobre um ou mais pontos de vista, dizendo que isso só serve para doutrinação, a ideologia hegemônica na sociedade ocupa silenciosamente o espaço deixado. E, na prática, ensina aos jovens que tudo está bem quando, na verdade, ele desesperadoramente sente o contrário.

Em algumas sociedades, pessoas que protestam, discutem, debatem, discordam, mudam são úteis para fazer um país crescer. Por aqui, são vistas com desconfiança, chamadas de mal-educadas e vagabundas e acusadas de serem resultado de uma educação que não deu certo.

Para muita gente aqui no Brasil, bom mesmo é quando, da fornada, sai um outro tijolo para o muro, igualzinho ao anterior. E ao anterior. E ao anterior…

Com tanta coisa importante para discutir, com tanta ação urgente para tomar, nos pegamos imobilizados numa falsa questão, sustentada por argumentos frágeis e para lá de questionáveis.

E o futuro, aquele que nunca chega, vai ficando a cada dia mais distante.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Casa Arrumada – Carlos Drummond de Andrade


carlos drummond andre casa arrumadaCasa Arrumada
Casa arrumada é assim: Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não centro cirúrgico, um cenário de novela. Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas… Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo: Aqui tem vida…
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar. Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha. Sofá sem mancha? Tapete sem fio puxado? Mesa sem marca de copo? Tá na cara que é casa sem festa. E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde. Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante, passaporte e vela de aniversário, tudo junto…
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda. A que está sempre pronta pros amigos, filhos… Netos, pros vizinhos… E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia.
Arrume a casa todos os dias… Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo para viver nela… E reconhecer nela o seu lugar.
Texto “CASA ARRUMADA” [Carlos Drummond de Andrade]

Doleira beneficiada por Moro faz ensaio sensual de tornozeleira para a Veja

dO DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO



Nelma à vontade,mesmo de tornozeleira
Nelma à vontade, mesmo de tornozeleira
Do blog de Marcelo Auler:
Pelas informações do jornal O Estado de S.Paulo de domingo (17/07), graças às delações premiadas, quinze dos condenados pela Operação Lava Jato já reduziram suas penas em 326 anos Isso corresponde a 28% dos 1.149 anos de prisão sentenciados pelo juiz Sérgio Moro.
Sorte maior, porém, teve a doleira Nelma Kodama. Com uma primeira condenação de 15 anos e investigada em mais 15 inquéritos ainda em andamento, mesmo sem ter delatado ninguém nas investigações da Lava Jato, teve a prisão domiciliar antecipada em três meses por Moro. Foi uma decisão atípica, em um despacho cujo teor está sendo mantido em segredo, como ele determinou:
“Por ora mantenho o sigilo sobre estes autos em relação a terceiros”.
Com isso, desde o final de junho ela está em casa, em São Paulo. Aproveitando-se da tornozeleira eletrônica de uso obrigatório, estreou como modelo em um ensaio fotográfico para a revista Veja.
(…)
Aguardam-se os próximos capítulos desta “novela” da doleira. Quem sabe ela não surgirá nas revistas masculinas apenas com a tornozeleira, única peça que não pode despir, sob o risco de voltar para detrás das grades?
Para antecipar o benefício da doleira, Moro, que já admitiu que a presa tem a “personalidade voltada para o crime”, substituiu a prisão preventiva que ele havia decretado em domiciliar.
(…)

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Neurocirurgião preso por fraude no SUS era militante anti-corrupção

terça-feira, 19 de julho de 2016

Socialismo e Comunismo



Ideologias Políticas Contemporâneas


FONTE:HTTPS://2BGALOIS.WORDPRESS.COM/SOCIALISMO-E-COMUNISMO/

Muitos se confundem acerca da diferença entre comunismo e socialismo. Há quem pense que as duas desempenham as mesmas idéias, outros acreditam que um é continuação do outro. O Comunismo e o socialismo, em teoria, não se diferenciam. Essa diferença surge quando uma dessas expressões foi postas em prática. Mais adiante, explicaremos melhor essas correntes de pensamento, no decorrer da pesquisa.
Socialismo
O socialismo refere-se a um modo de organização social criado no século XIX em oposição ao liberalismo e ao capitalismo. Naquela época, a realidade existente era a do trabalhador submisso, baixos salários e longas jornadas. Então, o socialismo propõe o extermínio da propriedade privada dos meios de produção, a tomada do poder por parte do proletariado, controle do Estado e divisão igualitária da renda, ou seja, proporcionar a todos um modo de vida mais justo.

Apesar de terem sido originadas no século XIX, somente no século XX entraram em vigor. O primeiro país a implantar esse regime político foi a Rússia, a partir de 1917, quando ocorreu a Revolução Russa, momento em que o governo monarquista foi retirado do poder e instaurado o socialismo. Após a Segunda Guerra Mundial, esse regime foi introduzido em países do leste europeu, nesse mesmo momento outras nações aderiram ao socialismo em diferentes lugares do mundo, a China, Cuba, alguns países africanos e outros do sudeste asiático.
No século XX, a idéia de socialismo proposta por Marx(um dos principais filósofos do movimento) ganhou força política. Todavia, em vários países do mundo onde isso ocorreu, houve divergências sobre a melhor forma de transformar o socialismo em realidade. Lênin, um dos líderes socialistas russos, sugeriu, a partir de 1917, uma revolução radical, que estabeleceria a “ditadura do proletariado”. Por outro lado, houve socialistas que discordavam de Lênin, pois queriam mudanças menos drásticas e defendiam outros modelos socialistas, como a social-democracia e até o nacional-socialismo, isto é, o nazismo.
Assim, desde a Revolução Russa, em 1917, socialismo e comunismo passaram a representar duas coisas bem diferentes. O socialismo constituiu-se numa doutrina menos radical do que o comunismo, propondo uma reforma gradual da sociedade capitalista, de modo a chegar a um modelo em que exista equilíbrio entre o valor do capital e o do trabalho, para reduzir a distância entre ricos e pobres. O comunismo, ao contrário, defende o fim da ordem capitalista, através de uma revolução armada, almejando o fim da burguesia.

Nessa definição são inclusas muitas correntes ideológicas, como:
  • Socialismo Utópico
  • Social-democracia
  • Socialismo científico
  • Comunismo
  • Anarquismo
Socialismo Utópico (utopia significa sonho, algo ideal, mas não necessariamente possível)
Os seus principais precursores são Robert Owen(considerado o pai do socialismo utópico), Saint-Simon e Charles Fourier que visavam a formação de uma sociedade de perfeição suprema, onde se defendia a possibilidade de criação  de uma organização onde as classes sociais vivessem em paz ao buscarem interesses comuns que estivessem acima da exploração ou da busca constante pelo lucro. Mais especificamente, O francês Saint Simon defende um tipo de socialismo planificado, em que o mercado deve ter algum tipo de controle estatal. Já Charles Fourier é contrário a essas idéias e defende um sistema de trabalho em cooperativas, em que os empregados fossem donos das fábricas e repartissem o lucro entre si. Para Robert Owen, os trabalhadores deveriam se organizar em cooperativas, sem salário, retirando de sua produção aquilo que necessitassem para sua sobrevivência. Como essas idéias pareciam impossíveis de darem certo, aos olhos dos homens daquele período, Owen foi tachado de “socialista utópico”.
Socialismo Científico
Os pensadores importantes que se enquadram nessa corrente de pensamento são os conhecidos Karl Marx e Friedrich Engels.
Após o declínio do socialismo, a partir de 1991 com a queda da União Soviética, o sistema perdeu força no mundo, atualmente poucos países são socialistas, é o caso da China, Vietnã, Coréia do Norte e Cuba.
Comunismo
Comunismo é um sistema econômico que nega a propriedade privada dos meios de produção. Além disso, preconiza o fim da luta de cl
asses e a construção de um regime político e econômico que possibilite o estabelecimento da igualdade e da justiça social entre os homens. Num sistema comunista os meios de produção são socializados, ou seja, a produção da sociedade é propriedade da mesma.
Os filósofos alemães Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) são apontados como os precursores das formulações teóricas e doutrinárias do comunismo. Uma de suas principais obras fundadoras desta corrente política é “O Manifesto do Partido Comunista” .
Historicamente, porém, as concepções e ideais de uma sociedade comunista remontam ao período da Antigüidade clássica, a partir do pensamento do filósofo grego Platão (428 ou 427 a.C.). Em um de seus livros mais importantes, intitulado “A República”, Platão concebe um modelo ideal de sociedade a partir da supressão da propriedade privada e da família.
De acordo com Platão, o fim da propriedade privada levaria ao fim do conflito entre o Estado (concebido como a manifestação do interesse público) e cada cidadão em particular (concebidos como a manifestação dos interesses privados). A abolição do núcleo familiar, por sua vez, teria como resposta uma maior devoção ao bem público. Nos séculos seguintes (que abrangem os períodos da Idade Média e Moderna), a ideologia comunista sofreu constantes reformulações.
Marx e Engels defendiam a abolição da propriedade privada, e a consequente orientação da economia de forma planeada, embora algumas vertentes do socialismo e do comunismo, chamadas de anarquistas, defendam um socialismo baseado na abolição do estado.
A palavra comunismo apareceu pela primeira vez na imprensa em 1827, quando Robert Owen se referiu a socialistas e comunistas. Robert Owen foi o primeiro autor a considerar que o valor de uma mercadoria deve ser medido pelo trabalho a ela incorporado, e não pelo valor em dinheiro que lhe é atribuído. Segundo ele, os comunistas e socialistasconsideravam o capital comum mais benéfico do que o capital privado. Owen atacou violentamente o sistema de concorrência capitalista, e propôs a criação de comunidades cooperativas como alternativa. As palavras socialismo e comunismo, criadas por ele, foram usadas como sinônimos durante todo o século XIX.
Do ponto de vista político e econômico, o comunismo seria a etapa final de um sistema que visa à igualdade social e à passagem do poder político e econômico para as mãos da classe trabalhadora. Para atingir este estágio, dever-se-ia passar pelo socialismo, uma fase de transição onde o poder estaria nas mãos de uma ditadura, que organizaria a sociedade rumo à igualdade plena, onde os trabalhadores seriam os dirigentes e o Estado não existiria.

Vídeo documentário: O Apocalipse Nazista De Adolf a Hitler - Redescobrindo a Segunda Guerra Mundial






1929. A Alemanha, fortemente afetada pela crise econômica internacional, está caindo em desespero.

Sangrentas brigas entre nazistas e comunistas são iminentes. O medo do "perigo vermelho" coloca milhares de eleitores nos braços de Hitler.

A democracia está em risco, e não há ninguém para defendê-la. Em 1933, Hitler é nomeado chanceler.

A ditadura nazista espalha sua sombra pela Alemanha. Hitler agora é o Führer. Ao mesmo tempo em que diz querer paz, ele prepara-se para a guerra -- o Apocalipse



Redescobrindo a Segunda Guerra mundial

A série narra a história da Segunda Guerra Mundial utilizando imagens feitas por cinegrafistas amadores; cenas ultra-secretas, mas já liberadas; e jornais cinematográficos que não foram exibidos naquela época.

As imagens redescobertas foram colorizadas para dar aos telespectadores a sensação de como foi vivenciar a guerra. A força da série consiste na tentativa de contar a história da Segunda Guerra Mundial de uma maneira nova, utilizando imagens singulares de uma forma que o público nunca viu antes.

Vídeo: HITLER na perseguição contra comunistas, socialistas e marxistas




O partido de Hitler era o NSDAP – “NazionalSozialitisch Deutsche Arbeiter Partei” (Partido Nacionalsocialista Operário Alemão). O “NazionalSozialismus” era abreviado como “Nazismus” e considerado a versão alemã do nazi-fascismo. Na Espanha os fascistas se chamavam “falangistas”, na Croácia “ustaches”, na Romência, “guardas-de-ferro”, no Brasil “integralistas”, e na Itália, “fascistas”.

A ideologia nazi-fascista era um amalgama de racismo, machismo, conservadorismo, militarismo, anti-semitismo, anti-marxismo e expansionismo. A organização partidária de Hitler recebeu forte apoio financeiro e político dos principais capitalistas alemães, com exceção daqueles que origem judaica.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Golpistas acabam com programa Mais Médicos; Raúl Castro convoca doutores de volta a Cuba



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O médico cubano Sael Castelo Caballero (Foto: Araquém Alcântara)

Governo de Raúl Castro convoca médicos de volta a Cuba

O blog teve acesso a um comunicado emitido hoje (domingo, 17 de julho) pelo governo de Raul Castro convocando 1672 médicos cubanos que atuam no programa Mais Médicos para que retornem à ilha.
O governo de Cuba já estabeleceu inclusive um cronograma: os médicos cubanos que estão atuando no programa cujos contratos vencem este ano devem retornar a Havana até o dia 9 de novembro. Muitos profissionais estão chateados porque acreditavam poder renovar o contrato e permanecer no Brasil por mais três anos. Não se sabe ainda se eles serão de fato substituídos por outros.
A nota oficial do ministério da Saúde de Cuba diz que “de 1 a 2 de novembro retornarão à pátria em dois vôos, um por dia, com o fim da missão, os 347 médicos que restam do grupo de 400 (alguns já retornaram e outros, por outras causas, já não estão na missão). De 4 a 9 de novembro sairão em um vôo diário, da mesma forma, os 1325 médicos que restam do grupo dos 2000 (alguns já retornaram à pátria e outros, por outras causas, já não estão na missão)”. A nota não faz referência aos outros cubanos que atuam no Mais Médicos, cerca de 11 mil no total.
Os médicos cubanos foram proibidos de comentar com os colegas brasileiros o conteúdo do comunicado, que não deixa claro se  o contrato com o governo brasileiro, sob a presidência de Michel Temer, será mesmo renovado, com a vinda de outros médicos em substituição a estes. “Ficam terminantemente proibidos comentários na presença do pessoal brasileiro. Esclarecemos que o Brasil esteve na melhor disposição de prorrogar o contrato com os mesmos médicos, mas devido a estratégias de trabalho, o Ministério da Saúde de Cuba não aprovou que a renovação do contrato fosse com os mesmos médicos”, diz  a nota.
O blog ainda não conseguiu contato com a Embaixada de Cuba em Brasília para mais detalhes. Ainda na nota, o governo cubano explica que as mudanças se devem a “razões políticas”. Os cubanos deixariam o país imediatamente após o término do contrato, em agosto, mas a saída foi prorrogada para novembro para que a população assistida pelos cubanos não fique sem médicos durante as Olimpíadas ou no período eleitoral.
“Todas estas mudanças obedecem a razões políticas, porque todos sabemos, pela experiência com a Venezuela, que não é muito positivo que no meio de um evento internacional, como são as Olimpíadas, se gerem manifestações por parte da população reclamando por atenção médica. A outra situação que nos une é o tema das eleições.”
O governo cubano também estabelece regras para que os médicos retornem à ilha: devolver os tablets cedidos pelo ministério da Saúde brasileiro e que os profissionais deixem o Brasil sem nenhuma dívida. Também se refere ao limite de peso para as compras de cada um dos médicos cubanos: eles podem levar, no máximo, 45 quilos de bagagem nos vôos da Cubana de Aviación.
Dois médicos do programa se queixaram ao blog que preferiam permanecer no Brasil por mais três anos, conforme previa a medida provisória enviada ao Congresso em abril pela presidenta afastada Dilma Rousseff. A MP previa a prorrogação, por até três anos, dos contratos de profissionais estrangeiros no programa Mais Médicos. No contrato original estava previsto que, se os médicos cubanos quisessem renovar a permanência, teriam de se submeter à revalidação dos diplomas. A medida assinada por Dilma atendia à reivindicação da AMB (Associação Brasileira de Municípios), que pedia um posicionamento do governo federal sobre o programa Mais Médicos e especificamente a continuidade da manutenção da parceria com a OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde), que representa os médicos cubanos.
“Com a medida provisória, esperávamos ficar mais três anos. Esse limite de tempo nunca existiu por parte de Cuba. Na Venezuela, por exemplo, os médicos ficam cinco, dez anos, e depois renovam o tempo de permanência. O que não podemos compreender é que, se nós já conhecemos a população, já aprendemos a língua, já estamos aqui e queremos continuar, por qual razão Cuba está tomando essa medida de nos levar de volta?”, questiona um dos médicos ouvidos pelo blog, sob a condição de anonimato.
Perguntei a eles se têm a intenção de pedir asilo ao Brasil ou se pretendem voltar para Cuba. “Queremos voltar para Cuba, sim, mas queremos –a grande maioria de nós, com certeza– continuar trabalhando mais três anos no Brasil. Não vemos razão para voltar e sermos substituídos por outros médicos.” O comunicado do governo cubano deixa claro que, ao voltarem, os profissionais não poderão deixar a ilha em novas missões pelos próximos cinco anos.
Na quinta e sexta passadas, em reuniões na sede da OPAS, em Brasília, a vice-ministra de Saúde Pública de Cuba, Marcia Cobas Ruiz, reiterou a intenção do governo de Raul Castro de continuar com a cooperação com o Brasil, mas disse que alguns termos do acordo necessitam ser revistos, inclusive o reajuste na remuneração dos profissionais. “Respeitaremos o compromisso firmado entre a OPAS e o Brasil, mas há uma série de fatores a serem revistos e acordados entre as partes. A desvalorização do câmbio nos últimos três anos foi maior do que o previsto e não houve nenhum reajuste. Também gostaríamos de avaliar a possibilidade de uma remuneração diferenciada para os profissionais que estão trabalhando em áreas isoladas e de maior risco, entre outras considerações”, disse Cobas.
A vice-ministra confirmou que a decisão do governo “é que os médicos que estão no Brasil retornarão a Cuba ao fim do seu contrato e outros médicos virão para substitui-los”. Explicou, porém, que, diante do momento delicado que o Brasil está vivendo com os jogos olímpicos, o vírus Zika e as eleições municipais, o governo de Cuba se comprometeu a só retirar os médicos a partir de novembro, após as eleições.
Os representantes dos municípios demonstraram preocupação em relação à possibilidade de saída dos médicos cubanos, que atuam, em sua maioria, em lugares onde os profissionais brasileiros se recusavam a trabalhar antes da criação do programa –as aldeias indígenas, por exemplo. Após a reunião, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Antonio Carlos Nardi, disse que iria solicitar à OPAS a permanência dos médicos cubanos. “É um pedido dos gestores municipais e estaduais e principalmente da população que criou vínculo com esses médicos. Vamos fazer o possível para que eles fiquem, mas se não for possível, tentaremos substitui-los rapidamente”. Resta saber se haverá médicos brasileiros dispostos a isso.
Leia abaixo o comunicado do governo cubano, na íntegra:
Nota Oficial del Ministerio de Salud Publica de Cuba
Los médicos del primer grupo (400) que llegaron en agosto del 2013 y del segundo (2000) correspondientes a octubre de ese mismo año, continuarán trabajando ininterrumpidamente hasta el 31 de octubre del 2016.
Salidas previstas de la siguiente manera:
– Del 1 al 2 de noviembre retornarán a la patria en dos vuelos, uno diario, con fin de misión, los 347 médicos que quedan del grupo de los 400 (algunos ya han retornado a la patria y otros por otras causas ya no están en la misión) – Del 4 al 9 de noviembre saldrán en un vuelo diario de la misma manera los 1325 médicos que restan del grupo de los 2000 (algunos ya han retornado a la patria y otros por otras causas, ya no están en la mision)
Nota aclaratoria: Los fines de misión siempre serán entre los días 1 y 10 del mes correspondiente y los vacacionistas siempre después del 15 del mes en que corresponda.
Todos estos cambios obedecen a razones políticas porque todos conocemos por experiencia en Venezuela, que no es muy positivo que en medio de un evento internacional, como lo es las olimpiadas, se generen manifestaciones por parte de la población en reclamación a atención médica. La otra situación que se nos une es el tema de las elecciones.
Como los colaboradores regresan exactamente con 36 meses de mision, una vez en Cuba no es posible depositarles en su cuenta del Banco Popular de Ahorro, la divisa correspondiente a los 2976 reales de estipendio porque eso sería un décimo tercer salario y no se contempla para una bolsa de estudio. Sólo eso hubiese sido permisible si hubiesen salido a los 35 meses de la misión. Al grupo de los 400 se les continúa pagando a pesar de pasarse de los 36 meses porque se encuentran trabajando en la misión.
– Es de estricto cumplimiento el control sanitario internacional y declarar casos febriles.
– Reiteramos que el Tablet entregado, es propiedad del Ministerio de Salud en Brasil y no del colaborador, este junto al RNE (Carné de identificación de extranjero) así como la tarjeta del Banco de Brasil, se entrega en el polo de salida. (Todos los vuelos de fin de misión serán por Brasilia)
– El hecho de que sea un fin de misión, no altera las normas de peso en Cubana de aviación. Hemos sido bastante flexibles ( 40 y 5).
– Del 5 al 10 de agosto, el grupo de los 400 debe presentarse a la Receita Federal para solicitar un documento de prórroga de VISA temporal y lo mismo es válido para el grupo de los 2000, que debe presentarse del 5 al 10 de octubre. (Al respecto serán orientados por sus coordinadores de OPAS en su debido momento).
– Queda terminantemente prohibido irse con deudas de Brasil. Para esto las prefeituras depositarán las ayudas de costo.
Todo médico que termine la misión y retorne a la patria, debe esperar un término de 5 años para volver a salir a cumplir misión, lo cual se aclara en la bolsa de colaboración y dicha medida responde a las afectaciones que han existido en el Sistema de Salud Cubano.
Queda terminantemente prohibido comentarios en presencia del personal brasileiro. Aclaramos que Brasil estuvo en la mejor disposición de prorrogar contrato con los mismos médicos pero debido a estrategias de trabajo, el Ministerio de Salud de Cuba no aprobó que la renovación del contrato fuese con los mismos médicos.
Se adjunta un audio donde se escucha claramente a nuestra viceministra Marcia Cobas, aclarando sobre esta decisión, la cual es irrefutable e irreversible.
En relación a los diplomas del curso de especialización en Salud de la familia, muchos están pendientes de recibirlo pero en caso de que se aproxime el fin de misión, la indicación es que escriban a la Universidad para que les hagan llegar el mismo a la dirección de sus correos de informed en Cuba.
Rogamos de favor que cualquier duda contacten de inmediato a sus coordinadores de OPAS, que son los que pueden darles la información de una forma segura y oficial. Por favor, no hagan uso de las redes sociales para estos fines.
Felicidades por el deber cumplido y retornen a la patria con la gran satisfacción de haber podido ayudar al pueblo brasileiro y mantener en alto el nombre de la patria. 17 Jul. 2016