sábado, 25 de junho de 2011

Cálice....

Cálice

Chico Buarque

Composição: Chico Buarque e Gilberto Gil

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor e engolir a labuta?
Mesmo calada a boca resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa?
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada, prá a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

De muito gorda a porca já não anda (Cálice!)
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, Pai, abrir a porta (Cálice!)
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade?
Mesmo calado o peito resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Talvez o mundo não seja pequeno (Cale-se!)
Nem seja a vida um fato consumado (Cale-se!)
Quero inventar o meu próprio pecado (Cale-se!)
Quero morrer do meu próprio veneno (Pai! Cale-se!)
Quero perder de vez tua cabeça! (Cale-se!)
Minha cabeça perder teu juízo. (Cale-se!)
Quero cheirar fumaça de óleo diesel (Cale-se!)
Me embriagar até que alguém me esqueça (Cale-se!)

Autoritarismo dos tucanos-PSDB no Paraná....Beto Richa, o "Piá de prédio...

Beto Richa calou o Esmael por 75 dias. É o geito tucano de governar..

Saiu no Blog do Miro:

Justiça derruba censura ao Blog do Esmael


O Blog do Esmael (http://esmaelmorais.com.br) publicou há pouco um post inaugurando o fim de uma censura, promovida pelo governador Beto Richa (PSDB), que durou 75 dias. Era o único caso de censura no país em que o blog foi retirado do ar, contrariando a Constituição Federal e as recentes decisões do Superior Tribunal Federal.


A seguir o post:


“Em consonância com despacho da justiça do Paraná, este blog volta à normalidade depois de 75 dias fora do ar. Quero agradecer a solidariedade de blogueiros, advogados, lideranças dos movimentos sociais e da frente política.

Para evitar constrangimentos de parte a parte, este blog cumprirá a decisão da Justiça na íntegra – como já vinha cumprindo – até a resolução final, pelos meus advogados, do imbróglio resultante das eleições de 2010.

Este blogueiro reafirma o compromisso de apenas discutir políticas públicas, como sempre fez, e o desinteresse pelas questões pessoais de quem quer que seja.

Portanto, voltemos à lida!”



O sucesso do tuitaço pela banda larga


Por Altamiro Borges

Segundo informa Lúcia Berbert, do sítio Tele.Síntese, o tuitaço promovido nesta terça-feira, dia 21, em defesa da banda larga de qualidade e barata para todos foi um sucesso. Ele alcançou os Trending Topics Brasil (espécie de ranking dos assuntos mais falados no microblog), com mais de três mil postagens sob a hashtag #MinhaInternetCaiu, e obteve 1474 twitters só na hora do pique (entre 16h e 17h), além de cerca de 1600 pessoas que aderiram à campanha no Facebook.


O tuitaço foi organizado pela campanha “Banda Larga é um direito seu”, que reúne cerca de 60 entidades que lutam pela democratização da comunicação no país. A mobilização virtual serviu como pressão sobre o governo federal para garantir a implantação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que corre risco de retrocessos devido à ação lobista das poderosas operadoras de telefonia, as teles. As entidades defendem a reabertura imediata das negociações com o governo sobre o PNBL e o Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU), que deve ser assinado na próxima semana pela presidente Dilma Rousseff.

sexta-feira, 24 de junho de 2011


A VIDA DE UM PLAYBOY TUCANO ...Aécio neves- PSDB...

A queda de Aécio e a imprensa em Minas

No último domingo acordei ao som das gargalhadas do meu irmão. Ao perguntá-lo o motivo de tanta alegria às 7 da manhã, fui informada que Aécio Neves havia caído do cavalo. A princípio, pensei que fosse piada. Após uma olhada rápida no twitter, descobri que não havia nenhuma figura de linguagem na queda do senador tucano. O acidente lhe custou cinco costelas e a clavícula direita quebradas.

Por Luana Diana dos Santos*, no blog Viomundo

Na padaria não havia outro assunto. Enquanto tomava meu cafezinho acompanhado por um pão com manteiga, observava um grupo de senhores de meia idade organizarem um ‘bolão’ dos motivos do tombo do ex-governador. Sei que é pecado rir da desgraça alheia, mas foi difícil me conter diante das apostas: “O cavalo deve ter sido presente do Serra”…; ”A eguinha ‘pocoPó’ se rebelou contra a tucanada”…risos….

Saciada a minha fome, dei uma folheada no Estado de Minas, o maior jornal das Gerais. Buscava uma foto, alguma notícia em relação ao quadro de saúde de Aécio. Não encontrei absolutamente nada. É aí que a queda do tucano perde a graça.

A falta de notícias quanto ao que realmente aconteceu com o neto de Tancredo na tarde de sábado é apenas mais um capítulo do clima de cerceamento que vive a imprensa mineira. No episódio que ficou conhecido como #Aéciodevassa ocorreu a mesma coisa. Nem uma mísera linha sobre o assunto no jornal. Por aqui, qualquer fato que desagrade Aecim ou o Governo, hoje liderado pelo também tucano, Antonio Anastasia, fica de fora dos veículos impressos e televisivos. Quando divulgados, são feitos de maneira deturpada e tendenciosa.

Desde o dia 8 de junho, quando nós professores da Rede Estadual de Ensino entramos em greve reivindicando a implementação do piso salarial nacional (recebemos um piso de R$ 550,00!), tenho comprado o Estado de Minas diariamente a fim de acompanhar as notícias sobre o movimento. Até o momento foram divulgadas não mais que meia dúzia de parágrafos sobre a paralisação dos profissionais da educação, e mesmo assim com o intuito de desmoralizar ainda mais a nossa classe. Infelizmente, a pouca visibilidade dada pelo periódico à nossa luta é motivo de comemoração pelo Sindicato dos Professores. No ano passado, foram necessários exatos 60 dias para que uma nota saísse no jornal.

A censura exercida pelos tucanos sobre a imprensa mineira causaria inveja até na turma do DOPS. Na quarta-feira passada, 15, cerca de 700 professores se reuniram em frente à Cidade Administrativa, fechando a Linha Verde, via de acesso ao Aeroporto de Confins. Na voz do Diretor de Segurança da sede do Governo, veio o recado de Anastasia: “Liberem a Linha Verde e o Governador deixará a imprensa noticiar a manifestação de vocês!”. No dia seguinte haviam 3 linhas (3!) sobre a ato no Estado de Minas e uma matéria de 30 segundos no noticiário local.

As restrições à liberdade de expressão em Minas é tão pesada que virou documentário. Alunos do curso de jornalismo da Universidade Federal de Minas Gerais realizaram um vídeo onde profissionais de rádio e televisão denunciam as dificuldades encontradas para a veiculação de matérias contrárias aos interesses de Aécio e cia. Alguns jornalistas que ousaram romper com a tirania psdbista foram demitidos. Á época da realização da pesquisa, Aécio Neves era o governador do Estado. Dias depois do documentário ganhar a internet, começou a circular uma nova produção – “Olha só como se constrói uma mentira e a distorção do fatos. Jornalistas negam censura”. Essa era a chamada do vídeo. Aecim é realmente muito danado!

Conversando com uma grande amiga que trabalhou durante 25 anos no Estado de Minas, soube que 50% dos recursos do jornal são provenientes de contratos publicitários com o Governo Estadual, num momento em que a tiragem e o número de assinantes decresce vertiginosamente. O Deputado Carlin Moura, do PCdoB, já havia feito a mesma denúncia no ano passado. Encaminhada ao Ministério Público Estadual, se juntou aos milhares de processos que encontram-se engavetados.

Dedilhando este texto lembrei-me de Lima Barreto, um dos meus escritores preferidos. Barreto costumava dizer que no Brasil muitos jornais não passavam de meros diários oficiais à serviço dos interesses do governo. Em Minas, o pensamento barretiano permanece atualíssimo.

Como boa mineira, não perco a fé. Não há motivos para perdermos as esperanças de que em breve teremos uma imprensa livre e democrática, que atenda de fato aos interesses dos cidadãos. A liberdade é o lema da nossa bandeira. O sucesso do 2º Encontro de Blogueiros Progressistas sinaliza que novos tempos estão por vir.

* Luana Diana dos Santos é cronista, historiadora e professora da Rede Estadual de Ensino de Minas Gerais

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Manuela d’Ávila: É preciso atitude política com foco nos desafios

Entrevista Manuela

Manuela: "vamos construir uma gestão com eficiência e transparência, valorizando e potencializando as vocações de Porto Alegre"



“Porto Alegre merece ter uma administração que pensa o futuro, mas melhora o presente de sua população”. É com o pensamento voltado para as necessidades de hoje e o olhar atento para o planejamento de novos desafios que a deputada federal, Manuela d’Ávila (PCdoB-RS) resume as principais bandeiras de sua pré-candidatura à Prefeitura de Porto Alegre em 2012.

Por Mariana Viel

Em entrevista ao Vermelho, ela falou da responsabilidade de representar as ideias do PCdoB. Durante a última reunião do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil – realizada em São Paulo, nos dias 4 e 5 de junho – a pré-candidatura de Manuela d’Ávila, para a Prefeitura da capital do Rio Grande do Sul, foi definida como uma das prioridades do partido para as eleições do próximo ano.

“Nosso partido tem se destacado nas administrações em que está à frente por construir políticas públicas focadas na participação, no desenvolvimento e no diálogo, e esta será uma das marcas que iremos levar para a disputa em Porto Alegre” afirmou a parlamentar – que atualmente preside a Comissão de Direitos Humanos e Minorias, na Câmara Federal.

A deputada federal mais votada da história do Rio Grande do Sul – com quase meio milhão de votos – falou ainda da possibilidade, de sua candidatura, reeditar a aliança que elegeu Tarso Genro governador do Rio Grande do Sul, em 2010. “Promoveremos – nós, PSB, PT, PRB –, a partir de agosto, um ciclo de debates cujos temas são as novas ideias para organizarmos a cidade que queremos”.

Aos 29 anos, Manuela – que iniciou sua trajetória política no movimento estudantil – ressaltou que as questões que envolvem a juventude serão sempre prioridades. “Um país soberano, uma nação e uma cidade se consolidam com desenvolvimento e, para isso, é preciso que nossos jovens tenham chances de estudar, trabalhar e crescer”.

Vermelho: Durante recente reunião do Comitê Central, realizada entre os dias 4 e 5 de junho, o PCdoB deliberou sua pré-candidatura à Prefeitura de Porto Alegre em 2012 como uma das prioridades do partido. Como você recebeu notícia?
Manuela d’Ávila: Com muita responsabilidade e comprometimento. Representar as ideias do PCdoB, a perspectiva que temos para os municípios é um desafio enorme. Vivemos um período intenso de transformações em nosso país e o PCdoB ocupa papel de destaque nesse cenário. Representar isso em uma possível candidatura é um orgulho e encaro com muito respeito pela história que construímos permanentemente. Nosso partido tem se destacado nas administrações em que está à frente por construir políticas públicas focadas na participação, no desenvolvimento e no diálogo, e esta será uma das marcas que iremos levar para a disputa em Porto Alegre.

Vermelho: Quais são os preparativos e as articulações necessárias para a concretização de sua candidatura em 2012?
Manuela: Esse é um momento de avaliação e conversas. Há uma possibilidade de reeditarmos a aliança que elegeu Tarso Genro governador do Rio Grande do Sul, em 2010. Além disso, promoveremos – nós, PSB, PT, PRB –, a partir de agosto, um ciclo de debates cujos temas são as novas ideias para organizarmos a cidade que queremos. No dia 4 de julho, data do lançamento da nossa Conferência, apresentaremos este projeto com datas e temas. Visitaremos, também, todos os bairros de Porto Alegre para ouvirmos a população (participação) e conheceremos experiências bem sucedidas nacionais e internacionais. Temos feito estudos e debates bastante importantes, pensando de que forma podemos, de fato, contribuir para uma cidade melhor, para resgatar o protagonismo que Porto Alegre sempre teve. Tudo isso para pensarmos a Porto Alegre que queremos.

Vermelho: A notícia sobre sua pré-candidatura já foi divulgada por veículos de imprensa estaduais e nacionais. Como foi a repercussão e como os seus eleitores receberam a notícia?
Manuela: Muitos perguntam sobre isso nas ruas, nas redes sociais. Há bastante manifestações de apoio e a maioria demonstra simpatia porque acredita e quer uma mudança de atitude e de visão de cidade. Mas tenho um mandato bastante desafiador e que segue em ritmo muito acelerado. O ano de 2011 começou com o desafio de presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias; há pouco ainda coordenava a bancada federal gaúcha. Esses são os motivos principais das conversas com a população. O nosso olhar está muito voltado para o presente.

Vermelho: Sob o seu ponto de vista, quais seriam as maiores diferenças entre a pré-candidatura de 2012 e a de 2008?
Manuela: São quatro anos de muito trabalho, em que pude conhecer experiências bem sucedidas de administração, em que fortalecemos a forma do PCdoB de governar - respeitando e incluindo a população, visando ao desenvolvimento, garantindo políticas públicas. As trocas e os diálogos desses quatro anos têm sido muito enriquecedores e a comprovação disso pode ser vista nas cidades administradas pelo PCdoB. Além disso, eu me dediquei, pessoalmente, ao estudo de soluções para os problemas que a cidade vive.

Vermelho: O PSB declarou no último dia 4 de junho apoio à sua candidatura. Com a união das forças de esquerda em Porto Alegre pode contribuir para a construção de um novo governo municipal?
Manuela: O PSB é aliado leal e nosso parceiro em diversas lutas em defesa do povo e do desenvolvimento do país. Na eleição do governador Tarso unimos a esquerda em torno de um objetivo comum e vencemos. Essa união foi decisiva porque trouxe de volta ao Rio Grande do Sul a unidade política, há anos inexistente. Reeditar essa unidade na eleição em 2012 tem a mesma importância, pois reforça que todos temos um mesmo objetivo, programa, ideal e conceito de cidade. Concretamente, o cenário político aponta que, em 2008, quando estivemos separados, perdemos a eleição em Porto Alegre; o mesmo aponta que, em 2010, quando juntos, vencemos as eleições para o governo estadual. Esse alinhamento político recolocou o Rio Grande no centro das principais ações do país. O mesmo precisa acontecer com Porto Alegre. A cidade precisa se situar no calendário do país e a unidade política potencializa isso.

Vermelho: Você foi apontada recentemente pela Revista Época como uma das 40 personalidades com menos de 40 anos mais influentes do Brasil. Em sua opinião, quais são as características políticas e pessoais que conferem a você essa influência nacional?
Manuela: Diálogo, atitude e transparência. A política ainda é vista em nosso país sob o prisma da corrupção, do vale tudo, do descrédito. Quanto tu te colocas de frente para as pessoas, mostra teu trabalho e o seu resultado, quando ouves, troca, recebe críticas e abre um canal permanente de comunicação, o resultado é esse. Acabo por envolver as pessoas na minha rotina e eles conseguem acompanhar meu dia todo (especialmente pelo twitter), conhecem minha opinião sobre os principais temas. Consolidamos uma relação transparente mesmo quando divergimos. Mas não basta diálogo e transparência. É preciso atitude. E atitude política com foco nos desafios, nos grandes projetos e não em pequenas disputas. Por isso acredito que a combinação desses três fatores é chave para esse apontamento da revista Época.

Vermelho: Quais os diferenciais e benefícios que uma administração comunista pode trazer para Porto Alegre?
Manuela: A inovação e a ousadia. Porto Alegre já esteve à frente de outras capitais por diversos fatores e a participação popular é uma delas. Perdemos esse protagonismo e é preciso recuperá-lo. Como? Valorizando o que temos de mais importante, ao mesmo tempo em que inovamos. E essa inovação se dá em diversas áreas, mas é preciso ousar. Porto Alegre merece ter uma administração que pensa o futuro, mas melhora o presente da sua população; que propõe grandes obras e soluções viárias, mas garante transporte de qualidade hoje e viabiliza ciclovias. Precisamos explorar o potencial esquecido de cidade sustentável, investir em ações de combate à lentidão da administração pública e desburocratizar rotinas. Revitalizar o centro histórico e bairros abandonados também é ação urgente, assim como o estímulo a setores dinâmicos de serviço, gerando emprego e desenvolvimento. Muitas dessas são propostas simples e inovadoras. Simples porque são possíveis, inovadoras porque ainda não fora feitas. Mas tem muito mais, certamente.

Vermelho: Quais serão as bandeiras da sua candidatura?
Manuela: Uma gestão que organiza a cidade para as pessoas poderem investir e viver melhor, com serviços qualificados (transporte e limpeza), com debate sério e diálogo permanente. Uma gestão com participação, porque considero importante ouvirmos a comunidade sobre as políticas públicas voltadas para a saúde e a educação. Uma gestão que potencializa as vocações de Porto Alegre como cidade da tecnologia e da cultura. Desde 2008 propomos novas soluções para os velhos problemas, Porém, não houve avanços para população e eles ainda vivenciam os mesmos problemas, alguns agravados por denúncias de desvios de verbas da saúde e dos programas voltados para a juventude (como o Projovem). Nós vamos construir uma gestão com eficiência e transparência, valorizando e potencializando as vocações de Porto Alegre.

Vermelho: A bandeira da juventude continua em evidência em seu mandato e será uma prioridade para Porto Alegre?
Manuela: Juventude é prioridade sempre. Um país soberano, uma nação e uma cidade se consolidam com desenvolvimento e, para isso, é preciso que nossos jovens tenham chances de estudar, trabalhar e crescer. Eles são parte fundamental do projeto de uma Porto Alegre melhor, mais avançada, com perspectivas de futuro e, especialmente, com um presente organizado, planejado. Para aproveitarmos o potencial imenso dos jovens - que são nosso presente -, temos de dar a eles o que fazer, opções. Precisamos, para isso, de uma cidade inovadora e moderna.

terça-feira, 21 de junho de 2011


O Reacionário golpista do Paraná!


Alvaro Dias não declarou R$ 6 milhões à Justiça

Recordação de um tucano:

Álvaro Dias (PSDB-PR) não declarou R$ 6 milhões à Justiça Eleitoral


A revista
Época (aqui -para assinantes) mostrou que o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) omitiu de sua declaração de bens à Justiça Eleitoral R$ 6 milhões em aplicações financeiras.

Em 2006, Dias informou que tinha um patrimônio de R$ 1,9 milhão dividido em 15 imóveis: apartamentos, fazendas e lotes em Brasília e no Paraná. O patrimônio dele, porém, era pelo menos quatro vezes maior.

A omissão desses dados à Justiça Eleitoral é questionável mas não é ilegal. A lei determina apenas que o candidato declare "bens". Na interpretação conveniente, a lei não exige que o candidato declare "direitos", como contas bancárias e aplicações em fundos de investimento.

Álvaro Dias diz que o dinheiro não consta em sua declaração porque queria se preservar. "Não houve má intenção", afirma.

O dinheiro não declarado seria fruto da venda de uma fazenda de 36 hectares em Maringá (PR) por R$ 5,3 milhões. As terras, presente de seu pai, foram vendidas em 2002. O dinheiro rendeu em aplicações, até que, em 2007, Álvaro Dias comprou um terreno no Setor de Mansões Dom Bosco, em Brasília, uma das áreas mais valorizadas da capital. No local, estão sendo construídas cinco casas, cada uma avaliada em cerca de R$ 3 milhões.


E NINGUÉM FALA ABSOLUTAMENTE NADA!!!!!!!!!

domingo, 19 de junho de 2011

Albert Einstein: Por que o socialismo?
albert einstein comunista






Albert Einstein comunista? Você deve está surpreso. Por razões óbvias a mídia esconde essa informação de nós. Mas ao vasculhar o site marxists.org me deparei com o texto abaixo. Um dos textos mais bonitos sobre socialismo que já li. Compartilho com vocês esta agradável surpresa.



POR QUE O SOCIALISMO?

Albert Einstein

É aconselhável que alguém que não é um especialista em assuntos econômicos e sociais expresse suas opiniões acerca do tema do socialismo? Creio, por uma quantidade de razões, que sim.

Consideramos primeiramente a questão desde o ponto de vista do conhecimento científico. Poderia parecer que não há diferenças metodológicas essenciais entre a astronomia e a economia: os cientistas de ambos os campos tentam descobrir leis de aceitabilidade geral para um grupo circunscrito de fenômenos com o objetivo de fazer a interconexão destes fenômenos tão claro quanto for possível. Mas na realidade tais diferenças existem. O descobrimento de leis gerais em economia se complica pela circunstância de que os fenômenos econômicos observados são freqüentemente influenciados por muitos fatores que são muito difíceis de avaliar separadamente. Além disso, a experiência que se acumulou desde o princípio do chamado período civilizado da história humana tem sido — como é sabido — grandemente influenciada e limitada por causas cuja natureza não são de nenhum modo exclusivamente econômicas. Por exemplo, a maior parte dos Estados na história devem sua existência à conquista. Os povos conquistadores se estabeleceram, legal e economicamente, como a classe privilegiada do país conquistado. Atribuíram-se o monopólio da posse da terra e designaram para o sacerdócio alguém de suas fileiras. Os sacerdotes, com o controle da educação, fizeram da divisão de classes da sociedade uma instituição permanente e criaram um sistema de valores mediante o qual dali em diante o povo foi, em grande medida inconscientemente, guiado em sua conduta social.

Mas a tradição histórica é, por assim dizer, de ontem; em nenhuma parte temos realmente superado o que Thorstein Veblen chamou de “a fase depredadora” do desenvolvimento humano. Os feitos econômicos observáveis pertencem a esta fase e suas leis não são aplicáveis a outras fases. [Primeiro] Dado que o propósito real do socialismo é superar e avançar além da fase depredadora do desenvolvimento humano, a ciência econômica em seu estado atual não pode deixar muita luz sobre a sociedade socialista do futuro.

Segundo, o socialismo está dirigido para um fim social-ético. A ciência, sem embargo, não pode criar fins nem, ao menos, induzí-los nos seres humanos. Mas os fins em si mesmos são concebidos por personalidades com elevados ideais éticos — estes propósitos não são rígidos senão vitais e vigorosos — são adotados e levados adiante por aqueles muitos seres humanos que — quase inconscientemente — determinam a lenta evolução da sociedade.

Por estas razões, deveríamos estar atentos a não sobreestimar a ciência e os métodos científicos quando se trata de problemas humanos, e não deveríamos assumir que os especialistas são os únicos que têm direito e expressar-se sobre as questões da organização da sociedade.

Inumeráveis vozes têm afirmado desde já algum tempo que a sociedade humana está passando por uma crise, que sua estabilidade está gravemente prejudicada. É característico desta situação que alguns indivíduos se sintam indiferentes, ou integrados, ou hostis ao grupo que pertencem, seja ele grande ou pequeno. Para ilustrar este ponto, deixem-me registrar aqui uma experiência pessoal. Recentemente discuti com um homem inteligente e bem disposto a ameaça de outra guerra, a que em minha opinião colocaria seriamente em perigo a existência da humanidade, e comentei que somente uma organização supranacional poderia proteger-nos daquele perigo. Depois, o homem, calmamente e friamente, me disse: “Por que você se opõe tão profundamente ao desaparecimento da raça humana?”

Estou seguro que apenas um século atrás ninguém teria afirmado tão levianamente algo semelhante. É a declaração de um homem que se esforçou em vão para alcançar um equilíbrio interior e basicamente perdeu a esperança de alcançá-lo. É a expressão de uma solidão e isolamento de que muita gente sofre hoje em dia. Qual é a causa? Tem uma saída?

É fácil fazer estas perguntas, mas é difícil respondê-las com alguma segurança. Devo tratar, contudo, da melhor maneira que se pode, mesmo eu sendo consciente da ação de nossos sentimentos e esforços que podem ser contraditórios e obscuros e que não podem ser expressados em fórmulas fáceis e simples.

O homem é, ao mesmo tempo, um ser solitário e um ser social. Como ser solitário, busca proteger sua própria existência e aqueles que são mais próximos, para satisfazer seus desejos pessoais e desenvolver suas habilidades inatas. Como ser social, busca conquistar o reconhecimento e o afeto de seus semelhantes para compartilhar o seu prazer, confortá-los com sua solidariedade e melhorar suas condições de vida. Só a existência destes esforços, freqüentemente em conflito, podem dar conta do caráter especial do homem, e sua combinação específica determina até que ponto um indivíduo pode alcançar o equilíbrio interior e contribuir para o bem estar da sociedade. É bem possível que a força relativa destes dois impulsos diversos esteja, basicamente, fixada pela herança. Mas a personalidade que finalmente emerge está em grande medida formada pelo entorno em que o homem se encontra durante o seu desenvolvimento, pela estrutura da sociedade em que cresce, pela tradição desta sociedade, e por sua valoração de diversos tipos de condutas. O conceito abstrato “sociedade” significa para o indivíduo a soma de suas relações, diretas e indiretas, desde os seus contemporâneos até as gerações anteriores. O individuo é capaz de pensar, sentir, atuar, e trabalhar por si mesmo, mas sua dependência da sociedade é tanta — em sua existência emocional e intelectual — que é impossível pensar nele, ou compreendê-lo, fora do marco da sociedade. É a “sociedade” quem lhe proporciona comida, roupas, ferramentas de trabalho, linguagem, as formas de pensamento, e a maior parte do conteúdo do pensamento; sua vida se faz possível graças ao trabalho e às conquistas dos muitos milhões, contemporâneos e antepassados, que estão escondidos detrás da pequena palavra “sociedade”.

É evidente então que a dependência do indivíduo pela sociedade é um feito natural que não pode ser abolido — exatamente como no caso das formigas e das abelhas. Sem dúvida, enquanto todas as ações das formigas e das abelhas estão fixadas até o menor detalhe por instintos rígidos e hereditários, os capatazes sociais e as interrelações dos seres humanos são muito variáveis e suscetíveis à mudança. A memória, a capacidade de realizar novas combinações, o dom da comunicação oral têm feito possíveis desenvolvimentos nos seres humanos que não são ditados por necessidades biológicas. Estes desenvolvimentos se manifestam nas tradições, nas instituições e nas organizações; na literatura; nos avanços científicos e nos engenhos; nas obras de arte. Isto explica como ocorre que, em certo sentido, o homem possa influir sobre sua vida através de sua própria conduta e que neste processo o pensamento e os desejos conscientes são muito importantes.

O homem adquire ao nascer, por meio de herança, uma continuação biológica que é fixa e inalterável, que inclui os impulsos naturais que são característicos da espécie humana. Ademais, adquire durante sua vida uma constituição cultural que adota da sociedade por meio da comunicação e através de muitas outras formas. É esta constituição cultural que, com o passar do tempo, está sujeita às mudanças e que determina em grande medida a relação entre o indivíduo e a sociedade. A antropologia moderna nos ensinou, usando o estudo das chamadas culturas primitivas, que o comportamento social dos seres humanos pode apresentar grandes diferenças, dependendo dos padrões culturais prevalecentes e dos tipos de organização que predominam na sociedade. É nisto que podem fundar suas esperanças aqueles que se esforçam em melhorar as condições dos homens: os seres humanos não estão condenados, por sua constituição biológica, a aniquilarem-se uns aos outros, ou à mercê de um destino cruel e de castigos.

Se nos perguntamos como deveriam ser transformadas a estrutura da sociedade e a atitude do homem para fazer a vida tão satisfatória como possível, deveríamos estar conscientes de que somos incapazes de modificar certas condições. Como foi mencionado antes, a natureza biológica do homem não está, a todos efeitos práticos, sujeita à mudanças. Ademais, as condições criadas pelos desenvolvimentos tecnológicos e demográficos dos últimos séculos chegaram para ficar. Nos locais com população relativamente densa, com os produtos que são necessários para sua existência, uma profunda divisão do trabalho e um aparato altamente centralizado são absolutamente necessários. Os tempos – que em perspectivas parecem tão idílicos – em que homens ou grupos pequenos podiam ser completamente auto-suficientes se foram para sempre. É apenas um leve exagero dizer que a humanidade já constitui uma comunidade planetária de produção e consumo.

É alcançado agora o ponto aonde posso indicar brevemente o que para mim constitui a essência da crise de nosso tempo. Está relacionado com o individuo e sua relação com a sociedade. O indivíduo está mais consciente do que nunca de sua dependência da sociedade. Mas não sente esta dependência como um traço positivo, como um laço orgânico, como uma força protetora, mas uma ameaça a seus direitos naturais, ou a sua existência econômica. Por outro lado, sua posição na sociedade é tal que os impulsos egocêntricos de sua constituição são constantemente acentuados, enquanto que seus impulsos sociais, naturalmente mais débeis, se deterioram progressivamente. Todos os seres humanos, em qualquer posição da sociedade, sofrem este deterioramento progressivo. Involuntários prisioneiros de seu próprio egocentrismo se sentem inseguros e privados do mais inocente e simples desfrute da vida. O homem só pode encontrar o sentido da vida, curta e perigosa como é, consagrando a sociedade.

A anarquia econômica da sociedade capitalista de hoje em dia é, em minha opinião, a verdadeira fonte dos males. Vemos diante de nós uma enorme comunidade de produtores cujos membros se esforçam incessantemente em privar o outro dos frutos de seu trabalho coletivo — não pela força mas cumprindo inteiramente as regras legalmente estabelecidas. A este respeito é importante dar-se conta de que os meios de produção — isto é: toda a capacidade produtiva necessária para produzir bens de consumo assim como bens de capital adicionais — podem ser — e em sua maioria o são efetivamente — a propriedade privada de alguns indivíduos.

Para simplificar, na discussão que se segue chamarei “trabalhadores” os que participam na propriedade dos meios de produção, apesar de isto não corresponder ao uso corrente do termo. Usando os meios de produção, o trabalhador produz novos bens que transformam-se em propriedade do capitalista. O ponto essencial deste processo é a relação entre o que o trabalhador produz e o que lhe pagam, ambos medidos em termos de valor real. Em quanto o contrato do trabalho é “livre”, o que o trabalhador recebe está determinado não pelo valor real dos bens que produz mas por suas necessidades mais básicas e pela necessidade de força de trabalho por parte dos capitalistas em relação ao número de trabalhadores competindo por empregos. É importante entender que nem sequer na teoria o salário do trabalhador é determinado pelo valor do que produz.

O capital privado tende a se concentrar em poucas mãos, em parte devido à competência entre os capitalistas, e em parte porque o desenvolvimento tecnológico e a crescente divisão do trabalho alentam a formação de unidades maiores de produção em detrimento das menores. O resultado destes desenvolvimentos é uma oligarquia do capital privado cujo enorme poder não pode ser controlado efetivamente nem sequer por uma sociedade política democraticamente organizada. Isto é assim porque os membros dos corpos legislativos são selecionados pelos partidos políticos, em grande medida financiados ou de alguma maneira influenciados por capitalistas privados que, por todos efeitos práticos, separam o eleitorado da legislatura. A conseqüência é que os representantes do povo não protegem suficientemente os interesses dos grupos não privilegiados da população. Por outra parte, nas condições atuais os capitalistas privados controlam, direta ou indiretamente, as principais fontes de informação (imprensa escrita, rádio, educação). É então extremamente difícil, e por certo impossível na maioria dos casos, que cada cidadão possa chegar às conclusões objetivas e fazer uso inteligente de seus direitos políticos.

A situação prevalecente em uma sociedade baseada na propriedade privada do capital está então caracterizada por dois princípios mestres: primeiro, os meios de produção são propriedade de indivíduos, e estes dispõem deles como melhor lhes parecer; segundo, o contrato de trabalho é livre. Supostamente, não existe sociedade capitalista pura, neste sentido. Em particular, deve-se assinalar que os trabalhadores, por meio de grandes e amargas lutas políticas, tem conseguido uma forma um tanto melhorada do “livre contrato de trabalho” para certas categorias de trabalhadores. Mas, tomada como um todo, a economia atual não difere muito do capitalismo “puro”.

Esta mutilação dos indivíduos é o que considero o pior mal do capitalismo. Nosso sistema educativo como um todo sofre este mal. Uma atitude exageradamente competitiva se inculca no estudante, que é treinado para adorar o êxito da aquisição como uma preparação para sua futura carreira.

Estou convencido de que há somente uma forma de eliminar estes graves malefícios: através do estabelecimento de uma economia socialista, acompanhada por um sistema educacional que seja orientado para fins sociais. Em tal economia, os meios de produção são propriedade da própria sociedade e utilizados de maneira planejada. Uma economia planejada, que ajuste a produção às necessidades da comunidade, distribuiria o trabalho entre todos aptos a trabalhar e garantiria os meios de vida de todos, homem, mulher e criança. A educação do indivíduo, além de promover suas próprias habilidades inatas, intentaria desenvolver em um sentido de responsabilidade por seu próximo, em lugar da glorificação do poder e do êxito em nossa sociedade atual.

Sem embargo, é preciso recordar que uma economia planificada não é todavia o socialismo. Uma economia planificada como tal pode ser acompanhada pela completa escravização do indivíduo. A realização do socialismo requer a solução de alguns problemas sócio-políticos extremamente difíceis: “como é possível, considerando a muito abarcadora centralização do poder, conseguir que a burocracia não seja todo poderosa e arrogante? Como podem proteger os direitos do indivíduo e mediante ele assegurar um contrapeso democrático ao poder da burocracia?”

Ter claras as metas e problemas do socialismo é de grande importância nesta época de transição. Dado que, nas circunstâncias atuais, a discussão livre e sem travas destes problemas são um grande tabú, considero a fundação desta revista [N2] um importante serviço público.

Notas:

[N1] Este texto, originalmente intitulado “Why Socialism?”, foi escrito por Einstein para o primeiro número (1949) da revista marxista estadunidense Monthly Review.

[N2] A revista marxista estadunidense “Monthly Review”.



Primeira Edição: Monthly Review, nº 1, maio 1949.

Origem da presente Transcrição: Monthly Review.

Tradução: Rodrigo Jurucê Mattos Gonçalves para o Marxists Internet Archive, Janeiro 2007.

HTML de: Fernando A. S. Araújo.

Fonte: http://marxists.org/portugues/einstein/1949/05/socialismo.htm