sábado, 26 de novembro de 2016

PUTIN: "A MEMÓRIA DE FIDEL FICARÁ PARA SEMPRE NOS CORAÇÕES DOS CIDADÃOS RUSSOS".



"Eu expresso para todo o povo cubano nossas mais profundas condolências pela morte do líder revolucionário, nosso irmão Fidel Castro. O nome deste estadista notável é considerado um símbolo de toda uma época na história moderna do mundo. uma Cuba livre e independente foi construída por ele e seus colegas, tornou-se um membro influente da comunidade internacional e serviu como um exemplo inspirador para muitos países e povos",
"Este homem forte e sábio sempre olhou para o futuro com confiança. Ele personificava os altos ideais de um político, cidadão e patriota, sinceramente acreditou na justiça do que ele fez e ao qual dedicou toda a sua vida. Sua memória permanecerá para sempre dentro dos corações dos cidadãos russos", Putin concluiu desejando a família de Castro "coragem e firmeza" em face dessa grave perda".

Morre Fidel Castro, líder da revolução cubana


26 de Novembro de 2016 - 6h32 

Morreu Fidel Castro, histórico líder da revolução cubana


O líder histórico da Revolução cubana, Fidel Castro, faleceu na noite desta sexta-feira (25), aos 90 anos. A triste notícia foi anunciada pelo presidente Raúl Castro, por meio de um comunicado na televisão, em rede nacional. O chefe de Estado explicou que o corpo de Fidel será cremado atendendo a seu próprio pedido.


Divulgação
 
“Com profunda dor, compareço aqui para informar ao nosso povo, aos amigos da nossa América e do mundo que hoje, 25 de novembro, às 10h29 da noite, faleceu o Comandante em Chefe da Revolução Cubana Fidel Castro Ruz. Cumprindo a vontade expressa do Companheiro Fidel, seus restos mortais serão cremados. Nas primeiras horas da manhã deste sábado (26), a comissão organizadora dos funerais dará ao nosso povo uma informação detalhada sobre a organização da Homenagem póstuma ao fundador da Revolução Cubana”, disse um comovido Raúl Castro.

Uma das pessoas mais influentes no século XX, e também das mais carismáticas, que marca a identidade coletiva de Cuba, Fidel tinha feito os 90 anos em 13 de agosto e estava afastado da Presidência desde 2006. Emocionado, o irmão mais novo, Raúl - que assumiu o posto em seu lugar - terminou o anúncio da sua morte com a frase: "Até a vitória, sempre".

FIdel tinha sido visto pela última vez em público em 15 de novembro, quando recebeu o presidente vietnamita, Tran Dai Quang. Em abril, havia feito um discurso no encerramento do Congresso do Partido Comunista Cubano, no qual falou indiretamente sobre a morte - e seu legado.

"Em breve vou fazer 90 anos, isso nunca me tinha passado pela cabeça e não foi fruto de um esforço, foi capricho da sorte. Em breve serei como todos os outros. A vez chega a todos, mas ficam as ideias dos comunistas cubanos como prova de que neste planeta, se se trabalha com fervor e dignidade, se podem produzir os bens materiais e culturais de que os seres humanos precisam e devemos lutar sem trégua para os obter", disse, na ocasião.

Vindo da pequena ilha, Fidel tornou-se uma das personalidades mais conhecidas no mundo. Líder da Revolução Cubana em 1959, derrubou a ditadura de Fulgêncio Batista, apoiada pelos EUA.

Nascido em 1926, sua carreira política se iniciou em dezembro de 1976. Durante três décadas, Castro - "a estrela mais vermelha do mapa latino-americano e caribenho" - foi presidente do Conselho de Estado e do Conselho de Ministros de Cuba, assim como comandante-em-chefe das Forças Armadas Revolucionárias.

Nesses 90 anos de vida, dedicou-se à sua pátria, à revolução cubana, à emancipação dos trabalhadores, às grandes causas da humanidade, à paz e cooperação entre os povos. Uma voz enérgica na denúncia dos crimes do imperialismo e das injustiças do mundo, na interpretação e formulação sobre as questões políticas e socioeconômicas de seu tempo. Um farol para povos que defendem a liberdade, independência, autodeterminação, progresso social, justiça e o socialismo.

Confira aqui o especial que o Vermelho preparou em homenagem aos seus 90 anos.








 Do Portal Vermelho, com agências

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Comunismo: O PCdoB e o caminho da luta armada



A complexidade dos fenômenos que se entrelaçaram na reorganização do Partido Comunista do Brasil em 1962 e a definição do caminho a seguir constituem um dos capítulos mais decisivos da história dos comunistas no Brasil. O advento do golpe de 1964 acrescentou mais obstáculos àquela encruzilhada diante da qual era preciso tomar decisões rápidas e ousadas.
Mao Tse-tung recebe João Amazonas e Lincoln Oest
A conclusão é lógica. Ao cunhar o slogan “O Partido do socialismo com a cara do Brasil” para comemorar seus 90 anos, o Partido Comunista do Brasil vincou o traço nacional que o acompanha desde 1922. É uma distinção importante porque, em sua trajetória, os comunistas foram falsamente acusados de pertencerem a uma organização sem raízes no país. Esse argumento foi um dos utilizados nas campanhas da década de 1940 para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassar o registro legal do Partido. Mas o determinante nessa lembrança de que o socialismo precisa ter a cara do Brasil é a compreensão desenvolvida sobre como a teoria marxista deve ser aplicada depois que diferentes modelos se esgotaram, deixando um vazio teórico imediatamente detectado pelas organizações revolucionárias.
O Partido Comunista do Brasil, apesar das suas notórias inclinações para as questões nacionais, ao longo de sua história elaborou teses que transitaram por diferentes modelos de socialismo. Por óbvio, o paradigma soviético, em seus primeiros períodos, foi o mais idealizado. Quando, em 1956, os principais dirigentes do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) propuseram o que diziam ser outro caminho para o socialismo, no Brasil houve o conhecido choque de opiniões que levou à criação do Partido Comunista Brasileiro e à reorganização do Partido Comunista do Brasil — agora um PCB, outro PCdoB.
Acusados pelos líderes do PCUS de serem instrumentos dos chineses na divisão do movimento comunista brasileiro, os dirigentes do PCdoB reagiram dizendo, na resposta a Krushev publicada no jornal A Classe Operária de 1º de agosto de 1963, que “os fatos demonstram sobejamente que a cisão teve como causas principais fatores de ordem interna.” Não era apenas uma proclamação. Até então, o Partido Comunista do Brasil, conhecido pela sigla PCB, mantinha uma unidade estabilizada desde a Conferência da Mantiqueira, realizada em 1943. Havia um núcleo dirigente, cujas figuras centrais, com exceção de Luis Carlos Prestes — além dele, marcaram essa época como dirigentes mais destacados João Amazonas, Maurício Grabois, Diógenes Arruda Câmara e Pedro Pomar —, marcharam unidas na reorganização de 1962.
João Amazonas e Lincoln Oes saem pelo mundo
Ao fazer o movimento para se afastar da nova orientação do PCUS, era natural que se aproximassem, no âmbito do movimento comunista internacional, de quem fazia oposição aos soviéticos — os comunistas da China e da Albânia. Mas antes eles deixaram claro que o problema era mais de ordem interna do que externa. O fundo da polêmica apareceu com a virada teórica proclamada pela “Declaração de março” e ratificada nas “Teses para discussão” do V Congresso, que ocorreria em 1960. A apologia do desenvolvimento do capitalismo, sem a distinção entre a burguesia nacional interessada na luta contra o imperialismo e os setores ligados ao capital monopolista de fora e sem valorizar o papel das massas como protagonistas decisivos no processo político, foi o centro do debate.
Com o norte definido pelo programa da reorganização, o PCdoB buscou estabelecer relações externas e não se isolar no cenário mundial. Havia a correta compreensão de que o cenário internacional se refletia de forma marcante na conjuntura interna. Ainda em 1962, João Amazonas e Lincoln Oest — este também dirigente do PCdoB — sairiam pelo mundo, começando pela América Latina, para estabelecer laços de solidariedade. Chegaram à China, onde foram recebidos por Mao Tse-tung. Na volta, relataram que, em muitos países, sentiram o clima hostil pela propagação da versão do novo PCB sobre as divergências entre os comunistas brasileiros.
Outro dirigente que valorizava as relações internacionais era Pedro Pomar. Quando a guerrilha liderada por Fidel Castro triunfou em Cuba, em 1º de janeiro de 1959, ele foi saudar a vitória e ver a experiência de perto. Esteve no país por duas semanas e meia e voltou entusiasmado. Segundo ele, tudo que dizia respeito à Revolução Cubana, a seus problemas e dificuldades, em uma palavra, ao seu destino, interessava profundamente às forças populares e patrióticas do Brasil. Demonstrava a pujança e o crescimento da luta libertadora e democrática na América Latina. Para Pedro Pomar, o exemplo da Revolução Cubana alentava a luta que os comunistas travavam pela emancipação nacional e social do povo brasileiro. A vitória do povo cubano era parte integrante daquela luta dos brasileiros e, como tal, precisava ser defendida.
Visitas de dirigentes do PCdoB a Cuba
O primeiro contato dos cubanos com os comunistas que reorganizariam o Partido Comunista do Brasil ocorreu quando Carlos Danielli, ainda no histórico PCB mas já em processo de afastamento cumprindo “missão” no estado do Espírito Santo, em abril de 1961, chefiou uma delegação de comunistas que visitou a ilha revolucionária. A visita coincidiu com a invasão do país por mercenários organizados pelos Estados Unidos na Praia Girón. Danielli e outros visitantes se apresentaram como voluntários e passaram uma noite de arma na mão, prontos para entrar em ação caso fosse necessário.
Em novembro de 1961, antes da “expulsão” do novo PCB, os comunistas que estavam contestando o rumo imprimido pelos dirigentes eleitos no V Congresso fundaram uma editora, a Edições Futuro, no Rio de Janeiro, que lançou, como primeiro título, a obra A Guerra de Guerrilhas, de Ernesto Che Guevara — a primeira do guerrilheiro famoso publicada no Brasil — prefaciada por Maurício Grabois. No primeiro semestre de 1962, a editora lançou De Moncada à ONU, traduzida por Pedro Pomar, com discursos de Fidel Castro, e a Segunda Declaração de Havana. Pedro Pomar escreveu o prefácio. Em abril de 1962, Grabois e Amazonas também visitaram Cuba e conversaram com Fidel Castro e Che Guevara, e com dirigentes comunistas da Coréia, da Albânia e da China. Pouco tempo depois, em agosto de 1962, Carlos Danielli, acompanhado de outro dirigente do PCdoB, Ângelo Arroyo, voltou ao país.
Para os dirigentes comunistas que reorganizaram o Partido, as relações internacionais sempre foram prioridade. Quando o debate das “Teses” ao V Congresso atingiu altas temperaturas, Pedro Pomar escreveu que era de enorme significação para o curso da política brasileira o exame do caráter da nova época que vivia a humanidade — a questão da guerra ou da paz e outros problemas de princípios. Mas a direção do Partido, segundo ele, subestimava a análise da situação internacional. Em 1963, ele e outro comunista, Consuelo Calado, visitaram a Tchecoslováquia, foram ignorados pelos dirigentes comunistas locais e seguiram para a Albânia e a China, onde foram bem recebidos.
Troca de farpas era aberta
O interesse da China pelo PCdoB, e vice-versa, era crescente. Na crise estabelecida com o XX Congresso do PCUS, em 1956, uma prolífica publicação de documentos mostrou o abismo que se formara entre a China e a União Soviética. Na mesma margem, ficaram o Partido Comunista da China (PCCh), o Partido do Trabalho da Albânia (PTA) e o PCdoB. A reação dos chineses às críticas de Kruschev a Josef Stálin dava bem a medida da distância que separava os dois contendores. Em outubro de 1961, o XXII Congresso do PCUS se prestou a novos ataques ao histórico líder soviético, vigorosamente rebatidos pelo representante chinês, Chou En-lai.
A troca de farpas era aberta. Quando Kruschev subiu à tribuna e começou a criticar em termos violentos a Albânia, Chou En-lai, que também era primeiro-ministro do seu país, retirou-se ostensivamente da sala de debates. Os soviéticos, em um lance teatral, chegaram ao extremo de retirar do túmulo de Lênin os restos mortais de Stálin, enquanto o representante chinês homenageava a sua memória, depositando uma coroa de flores na sepultura.
A produção de documentos, de parte a parte, também crescia vertiginosamente. O dossiê das divergências ia-se avolumando e, em 14 de junho de 1963, ganhou novo e precioso reforço: os comunistas chineses publicaram, em 25 pontos, as suas “proposições a respeito da linha geral do movimento comunista internacional”. O documento apontou as vastas regiões da Ásia, da África e da América Latina como convergentes nas contradições do mundo, onde a dominação imperialista estava mais fraca.
Os comunistas da China denunciavam o “revisionismo soviético” de uma forma que se mostravam continuadores do marxismo-leninismo, ao contrário do grupo de Kruschev. E todas as organizações que se manifestavam nessa linha eram apoiadas pelo PCCh. Um editorial do Diário do Povo de março de 1963 dizia, parafraseando o Manifesto do Partido Comunistade Marx e Engels, que os soviéticos temiam a verdade. “Um espectro ameaça o mundo: o espectro do autêntico marxismo-leninismo, e ele os assusta. Vocês não têm fé no povo, e o povo não tem fé em vocês. Vocês estão divorciados das massas. É por isso que temem a verdade”, cutucou. Em junho do mesmo ano, fracassou o último encontro sino-soviético para tentar a reconciliação e as comportas de toda a documentação acumulada foram abertas. A contenda era acompanhada com lupa pelo PCdoB.
Luta armada desponta no horizonte
Com o golpe de 1964, o acúmulo de experiências internacionais foi um ponto decisivo para a definição do caminho a seguir. Em junho daquele ano, o Comitê Central do PCdoB iniciou o debate sobre a tática de deslocamento do trabalho para o campo. Em agosto, aprovou a resolução divulgada com o título O Golpe de 1964 e seus ensinamentos, avaliando que o ocorrido era resultado dos avanços de um projeto estratégico dos setores mais reacionários internos a serviço do imperialismo norte-americano. Era hora de procurar novas formas de resistência. A luta armada era uma possibilidade que despontava no horizonte.
A direção do PCdoB chegou à conclusão de que para discutir profundamente a forma de enfrentar a ditadura era necessário convocar uma Conferência — a VI, realizada em julho de 1966 em São Paulo. A Conferência debateu e aprovou a linha política, contida no documento União dos brasileiros para livrar o país da crise, da ditadura e da ameaça neocolonialista. A certa altura do texto, o PCdoB apontou a guerrilha como uma das principais formas de luta contra a ditadura. “A ideia de que é indispensável empunhar armas para libertar o país do atraso e da opressão vem ganhando força”, diz o documento. “A luta revolucionária em nosso país assumirá a forma de guerra popular”, definiu a Conferência. “As forças armadas populares, inicialmente débeis, crescem e tornam-se fortes e superiores às do adversário. (...) Sendo parte integrante do povo, têm nele a fonte de sua invencibilidade.”
O PCdoB afastara-se de Cuba quando o governo de Fidel Castro optou pelo alinhamento com a União Soviética. Estava estudando as experiências de guerras populares na China e no Vietnã. O estudo da guerra popular no campo passou a ser uma prioridade. Muitos militantes do Partido foram para a China, onde receberam instruções político-militares. As relações políticas com os comunistas chineses e albaneses se estreitaram com sucessivas visitas de dirigentes do PCdoB àqueles países.  
Preparar o Partido para grandes lutas
Em fevereiro de 1968, o Comitê Central publicou o documento para estudo denominado Salve a grande vitória da guerra popular, de autoria de Lin Piao, um dos dirigentes da República Popular da China, com a sistematização das experiências política e militar chinesas dos vinte e dois anos da revolução naquele país. Em maio, o Comitê Central aprovou dois documentos. O primeiro, denominado Alguns problemas ideológicos da revolução na América Latina, posicionava-se a favor da China e da Albânia, e contra os Estados Unidos e a União Soviética. No aspecto ideológico, criticou o “fidelismo” e afirmou que “cada povo fará a sua revolução”. 
No segundo documento, denominado Preparar o Partido para grandes lutas, o PCdoB, com base nas mobilizações estudantis que tomavam corpo, disse que “o desprendimento e a energia da mocidade, bem orientada, são fatores de radicalização das lutas”. Mas alertava que “as zonas rurais constituirão as vastas áreas de manobra para os destacamentos armados do povo e nestas zonas encontrava-se o maior potencial revolucionário”. Outro texto, com o título A política estudantil do PCdoB, orientou os militantes naquele ano de grandes embates com a ditadura, quando greves e manifestações estudantis desafiaram os golpistas.
No começo de 1969, o PCdoB realizou uma reunião ampliada do Comitê Central na qual aprovou o documento Guerra popular — caminho da luta armada no Brasil, que expôs, “nos aspectos essenciais”, a concepção “da luta armada em que todo o povo brasileiro se empenhará para livrar o país da ditadura e do domínio imperialista norte-americano”, e o Manifesto ao povo, denunciando o banditismo da repressão e conclamando a unidade nacional para “derrubar os opressores”. A reunião também definiu que o PCdoB deveria ter “no interior (sic) o centro de gravidade do seu trabalho” e que “as forças armadas populares terão, durante muito tempo, de se orientar pelos princípios da defensiva estratégica e guiar-se por uma política correta”. E isso queria dizer, entre outras coisas, que o centro de atividades do Partido seria a luta armada – a “quinta tarefa”, como ficou conhecida na ordem de atividades definida pela direção do PCdoB. A primeira era a construção partidária.
Atualidade do pensamento de Lênin
A luta armada começava a sair da pena e a ser preparada efetivamente. Ao longo do ano de 1970, três documentos foram aprovados pelo Comitê Central para marcar a linha política do PCdoB. O primeiro, publicado em abril e escrito por João Amazonas e Maurício Grabois nas selvas do Araguaia, denominado Atualidade do pensamento de Lênin, foi a primeira manifestação pública de divergências com o Partido Comunista da China sobre a tese do “Pensamento de Mao Tse-tung” como uma “nova etapa do marxismo”. O segundo, de julho, com o título Mais audácia na luta contra a ditadura, aprofundava o movimento de revolucionarização iniciado no ano anterior. E o terceiro, de dezembro, intitulado Desenvolver ações mais vigorosas, orientou a militância para o “espírito de oposição das massas” com vista a “acelerar a preparação da luta armada”.    
Em setembro de 1971, Pedro Pomar voltou a visitar a Albânia e a China. Na volta, trouxe boas impressões do pequeno país dos Bálcãs, mas o que vira no gigante asiático o deixara encabulado. Encontrou-se com dirigentes comunistas chineses, demorou em longas trocas de opiniões com o primeiro-ministro Chou En-lai e visitou locais onde conversou com o povo. Disse à direção do PCdoB que vira indícios que aumentavam as convicções sobre erros dos chineses apontados no documento Soluções ilusórias, de janeiro de 1971, comentando os acontecimentos no Peru, na Bolívia e no Chile, países que faziam movimentos de distanciamento dos ditames norte-americanos, elogiados pela China. No Peru e na Bolívia, militares tomaram o poder e adotaram medidas nacionalistas. No Chile, vencera as eleições presidenciais o socialista Salvador Allende, que se declarara marxista.
Segundo João Amazonas, o PCdoB olhava com reservas para algumas posições dos comunistas chineses fazia um bom tempo. Quando escrevera, com Maurício Grabois, em plena selva do Araguaia, em abril de 1970, o texto Atualidade do pensamento de Lênin, um dos objetivos era contestar a tentativa chinesa de substituir o leninismo pelo "Pensamento de Mao Tse-tung". “O centenário do nascimento de Vladimir Ilitch Lênin é uma oportunidade para reverenciar a memória deste profundo pensador revolucionário e para ressaltar a grandiosidade de sua obra e a atualidade de sua doutrina”, escreveram. Era uma resposta à tese de que o “Pensamento de Mao Tse-tung” correspondia a uma terceira etapa do marxismo, aprovada no IX Congresso do PCCh, realizado em 1969, ao qual Maurício Grabois, que estava na China, não fora convidado a participar.
Grande atraso para a China
Em junho de 1971, A Classe Operária publicou um extenso documento, com o título “Duzentas milhas de demagogia”, segundo Amazonas uma resposta aberta à tese chinesa sobre o pretenso caráter antiimperialista da posição de governos reacionários e entreguistas que adotavam a fórmula das duzentas milhas de águas territoriais. “Pouco a pouco, vão se tornando claros os verdadeiros objetivos dos militares brasileiros ao estender o mar territorial para duzentas milhas. É cada vez maior o número daqueles que se perguntam: como pretendem defender os interesses nacionais no mar os generais que realizam uma descarada e aberta política de entrega do país aos imperialistas estrangeiros, principalmente norte-americanos? Se não defendem as riquezas existentes na terra, como defenderão os recursos do mar? A atitude dos militares brasileiros não passa, pois, de demagogia barata, de tentativa de engodo para encobrir a verdadeira traição aos interesses de nosso povo”, diz o texto.
Pedro Pomar saiu das conversas com os dirigentes chineses desanimado. Não sentira firmeza no apoio ao PCdoB em sua fase da luta armada e percebeu que o ecletismo era um traço típico das concepções políticas dos comunistas da China. Vira no lugar da dialética uma precária argumentação de que existia um equilíbrio orientando a política externa, proposição que ficaria famosa como a teoria dos três mundos. Os teóricos chineses dessa tese, segundo Pedro Pomar, se especializaram em panegíricos com seus laudatórios trabalhos que tentavam fundamentar uma nova etapa do leninismo. Mas, apesar das turras que se acentuariam nos anos seguintes, o rompimento do PCdoB com o “Pensamento de Mao Tse-tung” só ocorreria abertamente a partir de 1977.
As relações do PCdoB com os comunistas chineses hoje são amistosas. Eles mesmos agora têm posição fechada de que a chamada “Revolução Cultural”, ponto alto da aplicação de uma linha política radicalizada inicialmente apoiada por Mao Tse-tung, foi um grande erro e se constituiu em um grande atraso para a China.
___________
Editor do Portal Grabois

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Galáxia pode ter 17 bilhões de 'Terras', diz estudo





Galáxia pode ter 17 bilhões de 'Terras', diz estudo



Imagem artística mostra diferentes tipos de planetas na Via Láctea detectados pelo Kepler  Foto: AP
Imagem artística mostra diferentes tipos de planetas na Via Láctea detectados pelo Kepler 


Até uma em cada seis estrelas pode abrigar em sua órbita um planeta do tamanho da Terra, segundo uma pesquisa divulgada nesta semana. Com base nesse dado, os autores da pesquisa afirmam que pode haver um total de 17 bilhões desses planetas em toda a galáxia. A pesquisa, divulgada no encontro semestral da Sociedade Astronômica Americana, na Califórnia, foi baseada em análises de possíveis planetas revelados pelo telescópio espacial Kepler.
A equipe responsável pelo Kepler também anunciou 461 novos candidatos a planetas, elevando a 2.740 o número total de planetas já identificados. Desde seu lançamento, em 2009, o telescópio Kepler vem observando uma parte fixa do céu, captando mais de 150 mil estrelas em seu campo de visão. Ele detecta a diminuta redução na luz que chega de uma estrela quando um planeta passa em frente a ele, no que é chamado trânsito.
Mas essa é uma medida difícil de se fazer, com a luz total mudando apenas frações de porcentagem. Além disso, nem toda redução se deve a uma estrela.
'Correções'
O astrônomo François Fressin, do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica - que descobriu o primeiro planeta do tamanho da Terra - começou a tentar descobrir não somente quais candidatos detectados pelo Kepler podem não ser planetas, mas também quais planetas podem não ser visíveis ao Kepler. "Temos que corrigir duas coisas. Primeiro, a lista de candidatos do Kepler é incompleta", disse Fressin à BBC.
"Nós somente vemos os planetas que estão em trânsito pelas suas estrelas hospedeiras, estrelas que por acaso têm um planeta que está bem alinhado para que nós o vejamos. Para cada um deles, há dezenas que não estão nessas condições", explica.
"A segunda grande correção é na lista de candidatos - há alguns que não são planetas verdadeiros transitando sua estrela hospedeira, são outras configurações astrofísicas", diz. Isso pode incluir, por exemplo, estrelas binárias, nas quais uma estrela orbita outra, bloqueando parte da luz conforme as estrelas "transitam"umas às outras.
"Nós simulamos todas as possíveis configurações em que podíamos pensar - e descobrimos que elas poderiam representar apenas 9,5% dos planetas Kepler, e que todo o resto são planetas genuínos", explicou Fressin.
Os resultados sugerem que 17% das estrelas hospedam um planeta com tamanho até 25% superior ao da Terra, com órbitas fechadas que duram apenas 85 dias ou menos - semelhante ao do planeta Mercúrio. Isso significa que a galáxia abrigaria ao menos 17 bilhões de planetas do tamanho da Terra.
Zona habitável
O estudo divulgado por Fressin foi complementado pelos resultados de uma pesquisa do astrônomo Christopher Burke, do Seti Institute, que anunciou a descoberta de mais 461 candidatos a planetas.
Desse montante, uma fração substancial tem o tamanho da Terra ou não são muito maiores - planetas que até agora vinham sendo particularmente difíceis de serem detectados.
"O que é particularmente interessante é que quatro desses novos planetas - com menos de duas vezes o tamanho da Terra - estão potencialmente na zona habitável, a localização em torno de uma estrela onde poderia potencialmente haver água líquida para sustentar a vida", disse Burke à BBC.
Um dos quatro planetas, batizado de KOI 172.02, tem apenas uma vez e meia o diâmetro da Terra e orbita uma estrela semelhante ao Sol - no que seria a versão mais próxima já descoberta de uma "gêmea" da Terra.
"É muito animador, porque estamos realmente começando a aumentar a sensibilidade a essas coisas na zona habitável - estamos realmente só chegando à fronteira dos planetas que podem potencialmente ter vida", diz Burke. William Borucki, um dos líderes da missão do Kepler, se disse "encantado" com os novos resultados.
"A coisa mais importante é a estatística - não encontramos somente uma Terra, mas cem Terras, que é o que veremos com o passar dos anos com a missão Kepler - porque ele foi desenvolvido para encontrar várias Terras", disse.
 http://noticias.terra.com.br/ciencia/galaxia-pode-ter-17-bilhoes-de-terras-diz-estudo,83fb46137561c310VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html

Vírus que faz pessoa pensar ser especialista em política já atinge 50 milhões de brasileiros

“O vírus gosta de se hospedar especialmente em pessoas sem nenhum senso politico, e se fixa no hipotálamo direito, que geralmente fica desocupado.” afirma Camila que também trabalha como caixa de supermercado.


Do site Sensacionalista
O Kallabokakara vírus vem se espalhando assustadoramente entre os brasileiros, é o que explica a especialista politica Camila Matoso, da Universidade Federal do Amazonas.
“O vírus é transmitido através do mosquito aedes-polytics que deposita suas fezes nos teclados de computadores e telas de celulares e é absorvido pelos dedos dos usuários de redes sociais”.
O vírus chegou a se espalhar por países como Grécia, Egito, Reino Unido e Estados Unidos mas em nenhum pais se tornou uma epidemia tão forte quanto no Brasil.
“O vírus gosta de se hospedar especialmente em pessoas sem nenhum senso politico, e se fixa no hipotálamo direito, que geralmente fica desocupado.” afirma Camila que também trabalha como caixa de supermercado.
O sintoma principal é a expressão de opiniões infundadas sobre assuntos políticos, econômicos e sociais sempre sem considerar fatos e estatísticas. Erros gramaticais também são comuns em casos de contágios.
“Caso apresente algum desses sintomas, é recomendado procurar um livro imediatamente”, aconselha a especialista.
Pedro Esteves

Biografia de Lênin, o gênio do proletariado


“Simples como a verdade, no rosto brilhavam e flamejavam 
aqueles olhos agudos de combatente infatigável contra as mentiras e os males da vida” (Maximo Gorki)
Do site A Verdade

Lênin em agosto de 1887
1870 – 10 de abril no calendário antigo, 23 no atual: nasce Vladimir Ilich Ulianov na pequena cidade de Simbirsk (Ulianovsk) situada a 1.500 Km de S. Petersburgo, então capital do vasto império russo. Sob a tirania dos Romanov, a Rússia era, autocraticamente, governada pelo czar (imperador) Alexandre II.
1879 – Freqüentando o Liceu de Simbirsk (1879-1887), Vladimir Ilich conheceu cedo as obras dos grandes escritores russos: Pushkin, Gogol, Turgueniev, Tolstoi, Dostoievski, Bielinski, Herzen, Tchernichévski… Os dois últimos organizaram a primeira sociedade secreta de oposição ao czarismo: Vontade do Povo.
1887 – Alexandre Ulianov (Sacha), ir-mão de Vladimir, é enforcado, em março, aos 21 anos, por ter preparado as bombas que não chegaram a matar o czar. Em agosto, Ilich inicia o curso de Direito na Universidade de Kazã, sendo expulso, em dezembro, por participar de discussões sobre aspectos retrógrados do regimento da Universidade. Com sua prisão, dá-se o seu batismo revolucionário.
1891 – Permitido somente prestar exames, sem direito a freqüentar a Universidade de S. Petersburgo, Vladimir Ilich Ulianov estudou sozinho todas as matérias do curso de direito, bacharelando-se com as melhores notas entre 134 estudantes regulares do curso.
Primeiras ações na clandestinidade
1894 – Clandestinamente, foi impresso seu primeiro livro, Quem são os “Amigos do Povo” e como lutam contra eles os Social -Democratas, no qual V. I. Ulianov desenvolveu a tese da aliança do operariado com o campesinato.
Lênin com 22 anos
1895 – Ilich consegue aglutinar os diversos círculos marxistas de S. Petersburgo numa única organização política – União de Luta pela Libertação da classe operária -, que invadida, foi destruída pela Okhrana (polícia política secreta czarista). Vladimir é preso juntamente com outros membros da organização.
1897 – sem julgamento, IIich é condenado a três anos de desterro na aldeia siberiana de Chuchenskoe, onde, além de se dedicar ao estudo de várias línguas, escreveu mais de trinta trabalhos importantes, terminando, inclusive, o Desenvolvimento do Capitalismo na Rússia. Em Chuchenskoe, Vladimir se casa com Nadejda Krupskaia (Nádia), professora que conhecera num círculo de S. Petersburgo, também condenada ao desterro.
1900 – em janeiro, findo o desterro, Ulianov dirige-se para Ufá. O POSDR (Partido Operário Social-Democrata Russo), fundado em Minsk, em 1898, por insistência de Ilich na realização de seu I Congresso, aprova a publicação de um jornal que seria o seu órgão oficial. Vladimir decide publicá-lo no exterior, devido à truculenta repressão da Okhrana na Rússia.
Em dezembro, quase inteiramente elaborado por Ulianov, é lançado em Munique, sul da Alemanha, o primeiro número do Iskra (A Centelha), que trazia, no cabeçalho, a epígrafe: Da centelha saltará a chama.
1901- A revista Zariá (Aurora), editada pela redação do Iskra, publica parte do artigo A Questão Agrária e os Críticos de Marx, assinado por Lênin, pseudônimo derivado de Lena, o grande rio navegável da Sibéria. Daí em diante, embora ele tenha usado outros pseudônimos, o mundo passou a conhecer Vladimir Ilich Ulianov como Lênin.
1902/16 – Nos quinze anos que precederam a revolução socialista de 1917, Lênin viveu praticamente fora da Rússia, com exceção de pequeno período durante a primeira Revolução russa (1905-1907). “Líder puramente por virtude do intelecto”, como se referiu a ele John Reed, Lênin causou a todos que o conheceram a indelével impressão de ser portador de um cérebro muito privilegiado.
1902 –  foi publicado, em Stuttgart, o seu livro Que Fazer?.
O bolchevismo se organiza em Partido de novo tipo
Lênin em 1897
Em 1903, na cisão do POSDR, durante seu II congresso, concluído em Londres, surge o “partido de novo tipo”, bolchevique, revolucionário, liderado por Lênin. “O bolchevismo existe como corrente de pensamento político e como partido político desde 1903”, ele escreveu, mais tarde, em Esquerdismo, doença Infantil do Comunismo.
Em agosto de 1914, o imperialismo (especialmente o alemão) deflagrou a Primeira Guerra Mundial, que causou milhões de mortos e incontáveis desgraças às massas populares. Conclamando os povos a declararem guerra à guerra, Lênin redigiu um grande manifesto, propondo a conversão da guerra imperialista em guerra civil: as armas deveriam voltar-se não irmão contra irmão, trabalhadores assalariados de um país contra outro, mas contra os governos burgueses, reacionários e opressores. “O fim das guerras, a paz entre os povos, o fim das pilhagens e violência – tal é o nosso ideal”, deixou o líder bolchevique consignado em A Questão da Paz. ” O desarmamento é o ideal do socialismo”, escreveu em Sobre a Palavra de Ordem do Desarmamento.
Sem interromper suas atividades político-partidárias, Lênin ministrou numerosas conferências em várias cidades européias, e escreveu, em 1915/16, uma série de livros e trabalhos: Cadernos Filosóficos, continuação de Materialismo e Empiriocriticismo  de 1908, O Socialismo e a Guerra, A Revolução Socialista e o Direito das Nações à Autodeterminação, Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo, terminado no verão de 1916, em Zurique, sua última cidade fora da Rússia.
“Espero, herr Ulianov, que na Rússia o senhor não tenha de trabalhar quanto aqui” – disse seu locador, despedindo-se; ao que Lênin redargüiu: – “Creio, herr Kammerer, que em Petrogrado irei ter muito mais trabalho!”
O Poder para o Proletariado: “Paz, Terra e Pão”!
1917 – Às 23 horas de 3 de abril, Lênin chega à estação Finlândia da capital pátria. Milhares de trabalhadores agitam bandeiras vermelhas, saudando-o com entusiásticas aclamações. O Líder discursa: “Camaradas! . O povo precisa de paz, o  povo precisa de pão, o povo precisa de terra. Eles lhes dão guerra, fome e nada de pão – deixam os proprietários continuarem controlando a terra… Precisamos lutar pela revolução … Viva a revolução socialista mundial!” .
“Foi extraordinário”, afirma o escritor N. Sukhanov, que não era bolchevique. Rodeado pelo povo, Lênin é conduzido à sede do Partido, e, daí, com Krupskaia, dirige-se à casa da irmã Ana, onde depara, sobre a cama do quarto que lhes fora preparado, um cartaz: “Proletários de todo o mundo, uni-vos!”.
Lênin em agosto de 1918
Entre a queda do czar (fevereiro/1917) e a tomada do poder pelos bolcheviques em outubro, a Rússia viveu uma revolução social de baixo para cima sem precedente na história da humanidade.
Na fria noite de 24 de outubro, saindo de vez da clandestinidade, Lênin vestiu o velho sobretudo e, enrolando um cachecol no pescoço, encaminhou-se para o Instituto Smolny, Estado-Maior da revolução, onde pôs-se a dirigi-la pessoalmente: ordenou à Guarda Vermelha que ocupasse todas as posições estratégicas da capital. Afinal chegara o momento para o qual criara o mais eficiente partido revolucionário do mundo.
Na manhã de 25 de outubro de 1917, com exceção do Palácio de Inverno, sede do governo provisório, as principais instituições de Petrogrado (S. Petersburgo) estavam sob o controle da Guarda Vermelha. À noite, o Palácio de Inverno foi tomado de assalto, vencendo, assim, sem morticínio, num país que contava cerca de 150 milhões de habitantes, a Revolução Socialista de outubro, primeira revolução proletária do planeta.
À tarde de 26 de outubro, ante o II Congresso dos Soviets, reunido no Smolny, Lênin vê aprovados, por unanimidade, os seus dois primeiros decretos soviéticos: Sobre a Paz e Sobre a Terra. Este abolia a propriedade latifundiária da terra sem qualquer indenização, constituindo-se no ponto de partida de uma nova era para a Rússia. O Decreto Sobre a Paz estigmatizou a guerra como o maior crime contra a humanidade.
Elegendo o Conselho de Comissários do Povo, com Lênin a presidi-lo, o II Congresso dos Soviets de toda a Rússia escolheu, entre outros, para o Comissariado (Ministério) das Nacionalidades, Stálin; Trostky para o das Relações Exteriores, encerrando-se seus trabalhos ao som de A Internacional.
O povo soviético derrotou 14 países capitalistas
Lênin fala à tropa
1918/23 – no dia 4 de janeiro de 1918, o Pravda publicou um dos documentos mais notáveis da História Universal, a Declaração dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado, redigida por Lênin, que destacava a principal tarefa do poder Soviético: a eliminação da exploração do homem pelo homem.
Em março, por questões estratégicas, o governo transfere-se para Moscou, que se torna a capital da nova República, passando Lênin a residir e trabalhar no Kremilin (cidadela).
Dizendo ser necessário “estrangular a criança bolchevique no berço”, Winston Churchill anuncia uma “campanha de 14 estados” contra a Rússia soviética, desencadeando-se, então, de meados de 1918 a meados de 1921, uma guerra de intervencionistas estrangeiros e contra-revolucionários (guardas brancos), custando à recém-fundada República milhões de vidas e incalculável devastação econômica.
O desempenho de Lênin, durante a guerra civil e intervenção militar estrangeira, foi excepcional. Sob sua direção, traçavam-se operações militares, forjando-se nos combates o Exército Vermelho. Possuindo uma profunda compreensão da psicologia das massas, o líder soviético a todos cativava: “Tudo para a frente, tudo para a vitória!” era sua palavra de ordem.
Apesar do enorme trabalho de organização e defesa do Estado, ele inaugurou a III Internacional (Comintern), em março de 1919. No verão desse ano, falando a estudantes, finalizou sua conferência “Sobre o Estado” com as palavras: “E quando no mundo já não houver possibilidade de explorar… já não acontecer que uns se fartam enquanto outros passam fome… atiraremos essa máquina para o monte de sucata. Então, não haverá Estado e não haverá exploração.”.
Derrotadas pelo Exército Vermelho todas as forças estrangeiras e contra-revolucionárias que tentaram sufocar o nascente socialismo na Rússia, Lênin encheu-se de legítimo orgulho: “Resistimos contra todos.” E, implantada, em 1921, a NEP (Nova Política econômica), elaborada por ele, reforçou-se a aliança do operariado com o campesinato, consolidando-se o Poder Soviético, premissa indispensável de todo o desenvolvimento posterior da Rússia socialista.
Mas em conseqüência do imenso esforço e trabalho que até então realizara, passados trinta anos sem descanso, Lênin entrou em profunda estafa, adoecendo no inverno de 1921. Escreveu a Máximo Gorki: “Terrivelmente cansado. Insônia. Vou tratar-me.” .
Submetendo-se a rigoroso tratamento médico, o líder soviético melhorou no decorrer de 1922, ditando seus últimos trabalhos no início de 1923. Suas obras completas estão reunidas em 55 alentados volumes.
Para sempre na luta dos oprimidos
Escultura de Lênin
1924 – No dia 21 de janeiro de 1924, após o jantar, Lênin recolheu-se em seu quarto, na casa de repouso em Gorki, aldeia próxima a Moscou, onde convalescia. De repente, sua temperatura subiu bruscamente, a respiração tornou-se difícil, ficou inconsciente, sucumbindo a um derrame cerebral – eram 18 horas e 50 minutos.
A notícia propagou-se rapidamente pelo mundo. Sun-Yan-Sen finalizou emocionado discurso fúnebre, ao receber a notícia de sua morte: “Na memória dos povos oprimidos, tu viverás durante séculos, grande homem!”  O médico e empresário norte-americano, Armand Hammer, que assistiu aos funerais do líder da primeira revolução socialista vitoriosa da Terra, escreveu: “Nenhum rei, imperador ou papa recebeu uma derradeira homenagem como aquela.”  Embalsamado, Vladimir Ilich Ulianov encontra-se na Praça vermelha, centro de Moscou.
Marco da História Universal, o mundo jamais será o mesmo após Lênin, símbolo do passado, do presente e do futuro na luta pela libertação.
Elio Bolsanello
(autor do livro  LÊNIN – Biografia Ilustrada)
* Publicado em A Verdade número 49.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Caminhoneiro que fez greve contra Dilma chora de arrependimento: hoje ganho menos e não quero trabalhar até os 65 anos

Plantão Brasil

O fim do governo Dilma Rousseff foi marcado por greves de caminhoneiros pedindo sua saída. Rodovias foram bloqueadas, estradas fechadas e o pedido era um só: "fora, Dilma".

O caminhoneiro Bruno Marques de Souza, de São Marcos - RS,diz estar frustrado com o presidente Michel Temer (PMDB). “Ele se envolveu com corruptos e não anunciou nenhuma medida a favor dos trabalhadores", desabafa.

Bruno, que participou de uma greve em novembro de 2015, conta que comemorou o Impeachment de Dilma com amigos mas que muitos estão mudando de opinião. "A gente era feliz e não sabia, antes não faltava trabalho, agora as coisas estão difíceis", conta.

A maior frustração de Bruno, no entanto, não é por conta da crise, e sim pelas atitudes do presidente. Temer apoia a reforma previdenciária que aumenta a idade mínima de aposentadoria para 65 anos.

"E essa reforma dele? Ele se aposentou aos 55 e quer que eu fique dirigindo até os 65 anos? Assim não dá". Neste momento da entrevista, Bruno derrama algumas lágrimas e desabafa: "eu achei que o problema era o PT, mas agora tá muito pior".

O caminhoneiro, de 33 anos, disse não ter esperanças de que as coisas melhorem. "Só vai piorar, esse presidente é pior que o Aécio. Eu votei na Dilma, não votei nele. Me arrependi, confiei nesse presidente e gostaria de voltar atrás. Não me meto mais com política", desabafa, antes de encerrar a entrevista. "Chegou um frete, é pouco mas tem que aproveitar".

Vídeo: Discurso final de 'O Grande Ditador" - Charlie Chaplin



... Não vos entregueis a esses brutais ... que vos desprezam ... que vos escravizam ... que arregimentam as vossas vidas ... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como um gado humano e que vos utilizam como carne para canhão! Não sois máquina!
Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar ... os que não se fazem amar e os inumanos.





O Ultimo Discurso

Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar - se possível - judeus, o gentio ... negros ... brancos.
Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo - não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar ou desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover todas as nossas necessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma do homem ... levantou no mundo as muralhas do ódio ... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, emperdenidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas duas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.
A aviação e o rádio aproximaram-se muito mais. A próxima natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem ... um apelo à fraternidade universal ... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhões de pessoas pelo mundo afora ... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas ... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: "Não desespereis!" A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia ... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem os homens, a liberdade nunca perecerá.
Soldados! Não vos entregueis a esses brutais ... que vos desprezam ... que vos escravizam ... que arregimentam as vossas vidas ... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como um gado humano e que vos utilizam como carne para canhão! Não sois máquina!
Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar ... os que não se fazem amar e os inumanos.
Soldados! Não batalheis pela escravidão! lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas é escrito que o Reino de Deus está dentro do homem - não de um só homem ou um grupo de homens, mas dos homens todos! Estás em vós! Vós, o povo, tendes o poder - o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela ... de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto - em nome da democracia - usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo ... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.
É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos.
Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontres, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo - um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergues os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos.
Charles Chaplin

Contra PT, shoppings chiques de São Paulo estão recrutando Papai Noel verde e amarelo



Desesperados com o avanço do comunismo no Brasil, coxinhas-fascistinhas, frequentadores(as) dos shoppings centers, tem se manifestado nas ruas ( sempre de verde e amarelo, é claro) e nas redes sociais contra Papai Noel fardado de vermelho que ,  na visão deles, nada mais  é  do que karl Marx, o pai do comunismo disfarçado de o "bom velhinho"....

Do site Sensacionalista


Jurista que “puxou a orelha” de Moro em audiência é sumidade entre criminalistas

Jurista que “puxou a orelha” de Moro em audiência é sumidade entre criminalistas

Do site Justificando


    Jurista que “puxou a orelha” de Moro em audiência é sumidade entre criminalistas
O “puxão de orelha” que recentemente viralizou nas redes sociais como a mais tensa audiência da Lava Jato encabeçada pelo Juiz Sérgio Moro trouxe ao conhecimento do público um respeitado conhecido do Direito Penal no país: Juarez Cirino dos Santos.
Terça-feira, 22 de novembro de 2016

Professor Titular de Direito Penal da Universidade Federal do Paraná, Cirino destaca-se como pioneiro e maior nome da Criminologia Radical, a qual relaciona o crime e controle do Estado como processos estruturais e institucionais decorrentes do capitalismo e a relação entre explorador e explorado. Seu livro “Curso de Direito Penal” é aclamado pela academia como uma das grandes obras já produzidas pela intelectualidade brasileira.
“O melhor Curso de Direito Penal já escrito. Sim, de todos os tempos. Sim, em todo o mundo. “O” livro que você precisa, mas pode chamar de bíblia dos criminalistas críticos. É antes/depois de Cirino (aC/dC)” – exaltou nas redes sociais o Professor de Direito Penal da Universidade de São Paulo, Maurício Stegemann Dieter, sobre o livro escrito por Cirino sobre o Direito Penal Crítico.
Cirino representa o ex-presidente Lula, ao lado dos advogados Cristiano Zanin Martins e José Roberto Batochio, na ação que discute o apartamento no Guarujá. Os outros dois advogados também tiveram falas de destaque na discussão com o magistrado.

Ao fim da discussão, meio jurídico exalta Cirino

A discussão entre Cirino e o Juiz Federal foi sobre as perguntas do magistrado às testemunhas que iam além da acusação. No Processo Penal, tanto acusação, quanto a magistratura estão limitados aos fatos descritos na denúncia, que é um documento processual que descreve do que a pessoa está sendo acusada. A restrição à acusação inicial é conhecida como princípio da correlação.
Ao ser interpelado por Cirino pela “fuga” do tema, Moro apenas retrucava dizendo que poderia sair da correlação pois “há um contexto”. “Mas qual é o contexto? Só existe na cabeça de vossa excelência. O contexto, para nós, é a denúncia” – retrucou o Professor e Advogado.
“O que houve é que ele não se limitava a esclarecer as perguntas feitas às testemunhas, mas queria trazer fatos novos, que não tinham sido objeto de denúncia ou de depoimentos e, por isso, ele violava os princípios do contraditório e da ampla defesa” – explicou Cirino na saída do julgamento. 
O episódio circulou nas redes sociais e foi muito bem recebido pelo meio jurídico. Uma aula de resistência ao autoritarismo, afirmou o Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Salo de Carvalho.
Já o Professor da PUC/RS, Aury Lopes Júnior, também destacou o trabalho de Cristiano Zanin e Batochio ao lado de Cirino – “três grande advogados e reconhecido juristas em ação: Cristiano Zanin Martins, Juarez Cirino Dos Santos e José Roberto Batochio. Mostrando como ser combativo, sem perder a postura e a dignidade, e não pactuar com a prepotência. Pena que quando falta autoridade no argumento, sobram argumentos de autoridade, culminando com um corte do microfone. Mas nada disso cala uma defesa competente”.

Coluna no Justificando

Cirino assina uma coluna no Justificando, onde publica artigos sobre direito criminal e atualidades. No seu último artigo, o Professor destacou a transferência da política tradicional para a Vara Federal de Curitiba onde ele travou o caloroso debate:
A estratégia política das classes dominantes, percebida como alternativa real de reconquista do Poder Executivo, é a novidade da luta de classes na sociedade brasileira: a possibilidade de deslocar o cenário de campanha política das praças públicas para alguns órgãos da justiça criminal brasileira – ou melhor, a transferência dos tradicionais comícios populares em palanques públicos para o espaço judicial monocrático da 13ª Vara Federal Criminal do Juiz Sérgio Moro, de Curitiba – escreveu.
* Matéria editada às 19h para correção de informaçã