sábado, 8 de fevereiro de 2014

SBT demite três comentaristas dos telejornais


SBT demite três comentaristas dos telejornais

Do UOL (PIG)

  • Reprodução
    Carlos Chagas, Denise Campos de Toledo e José Nêumanne Pinto, demitidos do SBT
    Carlos Chagas, Denise Campos de Toledo e José Nêumanne Pinto, demitidos do SBT
Foi comunicado no começo da noite de sexta-feira (7) a demissão dos jornalistas Denise Campos de Toledo, Carlos Chagas e José Nêumanne Pinto do jornalismo do SBT.
A ideia para saída dos três vinha amadurecendo desde o final do ano passado, quando houve a decisão da emissora de abrir mais espaço para informação nos diversos telejornais da casa.
Não existe, no corte desses profissionais, qualquer relação com os acontecimentos da última semana, que colocaram a apresentadora Rachel Sheherazade no olho do furacão, ao analisar o espancamento de um adolescente no Rio de Janeiro. Uma coisa que também não deixa de ser lamentável.
* Colaboração de José Carlos Nery
http://televisao.uol.com.br/colunas/flavio-ricco/2014/02/08/sbt-demite-tres-comentaristas-dos-telejornais.htm

Lula defende petistas presos e ataca ministros do Supremo


Ex-presidente diz que papel de juizes é falar nos autos do processo e não falar para a televisão

Do R7  (PIG)
Acompanhado do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva fez, neste sábado (8) em Ribeirão Preto (SP), uma defesa veemente do PT e dos filiados que foram presos após serem condenados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no escândalo do mensalão.
— O nosso partido está sofrendo. Temos companheiros presos, somos solidários e queremos justiça.
Lula ainda atacou, sem citá-los nominalmente, os ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa, do STF, por eles terem feitos declarações públicas sobre o processo após a condenação dos réus.
Em relação a Mendes, que declarou que doações feitas para o pagamento de multas de petistas condenados e presos poderiam ser fruto de lavagem de dinheiro, Lula disse que "o grande papel do ministro da Suprema Corte é falar nos autos do processo e não falar para a televisão o que ele pensa".
— Se quer fazer política, que entre para um partido.
Lula fez essas afirmações ao participar do lançamento da "Caravana Horizonte Paulista", marco do início da pré-campanha do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha ao governo de São Paulo. Lula também criticou o presidente da Corte, ministro Joaquim Barbosa, indicado pelo ex-presidente ao STF.
— Quando você indica alguém, você está dando um emprego vitalício e o cidadão, quando quer fazer política, diga [...] não aceito ser ministro, vou ser deputado, entrar para um partido político e mostrar a cara".
Lula cobrou julgamento justo, pediu que os eventuais culpados pagassem, "desde que haja provas", e garantiu que "foi nosso partido que não deixou sujeira embaixo do tapete".
O ex-presidente lembrou até mesmo do ex-presidente da República e ex-prefeito de São Paulo Jânio Quadros, que tinha como símbolo uma vassoura.
— São Paulo já teve candidato que andava com vassourinha para jogar sujeira embaixo do tapete, mas nós escancaramos a transparência no País.
O ex-presidente classificou o PT como "um dos maiores partidos de esquerda do mundo, sem dogmas", cujo compromisso, segundo ele, é ser ético e querer lutar para que as pessoas mais humildes conquistem cidadania.
— Não fizemos tudo que poderíamos ter feito, mas vamos fazer ainda mais. Entendemos mais de povo que os tucanos e ninguém fez mais por esse País do que o Partido dos Trabalhadores.
Após comentar que se empenhará para reeleger a presidente Dilma Rousseff e dizer que dedicará mais tempo à política e às eleições, Lula rebateu as críticas da oposição e de analistas à política econômica e ao crescimento da dívida bruta do País.
— Querem o aumento do desemprego para baixar a inflação e agora falam em dívida bruta, que nunca foi utilizada no discurso. Estão incomodados porque o governo colocou dinheiro do tesouro do BNDES na Caixa Econômica e no Banco do Brasil. No dia que o PT governar o Brasil e o Estado de São Paulo, a gente vai fazer muito mais que a gente já fez.
A declaração foi feita por Lula antes de elogiar Padilha e considerá-lo o mais bem preparado do partido para a disputa eleitoral no Estado.
http://noticias.r7.com/brasil/lula-defende-petistas-presos-e-ataca-ministros-do-supremo-08022014

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

SOB VAIAS NA REDE, SBT ENQUADRA SHEHERAZADE

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O que é Quinta Coluna?



O que é Quinta Coluna:

quin·ta·-co·lu·na 
substantivo de dois gêneros
1. Pessoa que ajuda o inimigo do seu paísem caso de guerra ou invasão.
2. Elemento inimigo que se introduz no interior de partido ou organização e que  fomenta manobras hostis.

Sinônimo Geral: TRAIDOR


Quinta coluna é um termo que significa grupos de pessoas que trabalham clandestinamente em um determinado país. Esse grupo poderá ajudar seu país de origem, em caso de uma guerra civil. A expressão também é usada para chamar qualquer pessoa que auxilia as pessoas que estão clandestinas.
Quinta coluna teve origem na Guerra Civil Espanhola, onde  o General Franco  referia-se a suas tropas como colunas, e quando quatro de suas colunas iam para Madri, ele acabou chamando os  militares madrilenhos que o apoiavam como quinta coluna.  A expressão foi novamente utilizada durante a Segunda Guerra Mundial, para chamar os soldados que apoiavam a política dos nazista e de seus aliados.
Quinta coluna não é utilizada apenas para militares, mas também pessoas que, dentro de uma guerra, agiam por meio de sabotagem e criação de boatos, onde a quinta coluna  tinha o poder de desmobilizar uma possível reação agressiva.
No Brasil, eram chamados de quinta coluna, aqueles que vinham lutar no país e acabam ficando por aqui, onde se incorporavam estrangeiros, descendentes de algum país em guerra, e que trabalham sabotando, enviando informações.

http://www.significados.com.br/quinta-coluna/

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Se mandando: Xuxa demite, faz inventário e prepara mudança para os EUA


Se mandando: Xuxa demite, faz inventário e prepara mudança para os EUA



Xuxa Meneghel, 50, apresentadora e empresária, está fechando seu escritório pessoal e dispensando funcionários. Além disso, Xuxa está fazendo uma espécie de inventário de todo seu acervo  --de figurinos a fotografias, de troféus a jóias, de imóveis a carros.
O motivo de tudo isso é que, sem programa, ela decidiu mudar para os Estados Unidos, onde deverá ficar ao menos até meados de 2015.
Segundo este blog  apurou, houve muito choro nos últimos dias, já que Xuxa teve de dispensar pessoas que trabalharam com ela durante anos.
Boa parte da equipe que trabalhava em seu programa na Globo também foi demitida pela emissora. Poucos tiveram a sorte de ser alocados para outras produções.
Uma equipe enxuta cuidará dos negócios de Xuxa no Brasil enquanto ela estiver fora. Atualmente, entre outras coisas, Xuxa lançou uma franquia de casas para festas de criança; ela também tem negócios no ramo de CDs, DVDs, além de uma infinidade de produtos licenciados com sua marca.
Sobre o inventário, a eterna rainha dos baixinhos pode estar de olho no futuro --quem sabe num eventual museu Xuxa; além disso também pretende desocupar muito espaço (e, obviamente, gastos em manutenção).

Enfim, depois de "cumprir sua missão" idiotizando uma geração inteira de 'baixinhos" e contribuir para o atual EXÉRCITO DE COXINHAs-ALIENADOS-ELEITORES DO PSDB E LEITORES DA VEJA, enfim, ela resolveu deixar nosso Brasil mais respirável....

Vídeo: Quem financia e USA os VIRA-LATAS ?

Quem financia e USA os VIRA-LATAS ?


anti_copaAo assistir o documentário os brasileiros precisam acordar para a possibilidade de sermos vítimas de uma revolução “delivery”, planejada por consultores estrangeiros interessados em desestabilizar o país.
Veja o Vídeo…

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Pastor fascista, Silas Malafaia perde ação que movia contra o ativista gay Toni Reis

Pastor Silas Malafaia perde ação que movia contra o ativista gay Toni Reis





Pastor Silas Malafaia perde ação que movia contra o ativista gay Toni Reis

Do site Notícias Gospel

Na última semana a justiça do Rio de Janeiro negou ao pastor Silas Malafaia o provimento ao recurso em processo que o religioso move contra o ativista gay e ex-presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) Toni Reis.
A decisão, proferida no último dia 29 pelo Colégio Recursal do Rio de Janeiro, é referente a uma queixa movida por Malafaia contra Reis depois que o ativista gay enviou ao Ministério Público Federal uma solicitação para averiguar uma eventual punição contra Silas Malafaia por ele ter dito em seu programa de TV, o “Vitória em Cristo”, que a Igreja Católica deveria “entrar de pau” por eles terem colocado imagens de santos católicos em um contexto erótico durante um desfile da parada gay.
Segundo o site LGBT Athos GLS, o advogado Paulo Iotti afirmou durante sua sustentação oral na audiência que a ABGLT, representada por Toni Reis, se limitou a solicitar que o Ministério Público (MP) estudasse o caso para ver se fala de Malafaia poderia ser vista como ilícita, o que, segundo ele, não pode ser considerado como um ato criminoso por se tratar do exercício regular de direito de denúncia.
O advogado argumentou também que o recuso apresentado pelo pastor não “havia contextualizado a situação”, argumentando que os modelos que representavam os santos católicos na parada gay não foram colocados em posturas eróticas e que a ação fazia parte de uma suposta campanha de prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) nominada “Nem Santo Te Protege. Use Camisinha”.
http://noticias.gospelmais.com.br/pastor-silas-malafaia-perde-acao-contra-ativista-gay-toni-reis-64802.html

Joaquim Barbosa tira foto em Miami com foragido brasileiro que quer Lula na cadeia

Do Blog do Rovai
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, está ladeado de Antonio Mahfuz, na foto publicada acima e que foi compartilhada no perfil do empresário no dia 22 de novembro do ano passado. Nenhum problema, se o empresário que vive em Miami não estivesse há 15 anos foragido do Brasil.
Quando fugiu, a sentença de prisão de Mahfuz estava decretada, por conta de um processo movido contra ele pelo seu principal credor, o banco Chase Manhattan.
Além disso, o parceiro de imagem de Barbosa é processado pelas suas irmãs, que o acusam de um golpe. Elas alegam no processo que a assinatura do pai, Elias, foi falsificada. E baseiam-se num laudo assinado pelo perito Jorge Paulete Vanrell.
Em Miami, onde o presidente do STF também tem um apartamento que comprou de forma heterodoxa, a partir de uma empresa que criou para não pagar impostos, o empresário pelo jeito não desistiu do Brasil. E tem opiniões bastante parecidas com parte da elite tupiniquim que clama por moralidade e justiça. E que idolatra Barbosa.
Veja na sequência a imagem e o comentário o que o empresário foragido postou no seu Facebook antes de publicar a foto em que aparece com o presidente do STF.
“Passo a passo se chega lá. Prisão de condenados do mensalão marca momento sem precedentes do Brasil!!!”

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Mano Brown reassume posto de comando, com Marighella


Racionais e o clipe sobre Carlos Mariguella, militante do Partido Comunista do    Brasil, entre a década de 30 até 1967, que ingressou na luta armada , tornando-se a principal liderança da Ação Libertadora Nacional (ALN) e uma das figuras mais combativas do regime militar, considerado por muitos o inimigo número 1 da ditadura.



Mano Brown reassume posto de comando, com Marighella


ATENÇÃO, ESTÁ NO AR A RÁDIO LIBERTADORA!NEM O FILME, NEM O VIDEOCLIPE PRECISARAM ESTREAR PARA A MÚSICA MARIGHELLA, PROVOCAR CRÍTICAS, OCUPAR ESPAÇOS EM REVISTAS E JORNAIS E CAUSAR PÂNICO NA PLAYBOYZADA.

NÃO É PRA MENOS. A COMBINAÇÃO LETAL DE MANO BROWN E MARIGHELLA DA RESPOSTA A UM VERSO ENTOADO A ANOS COMO UM MANTRA: “PRECISAMOS DE UM LÍDER NEGRO DE CRÉDITO POPULAR”.
POR TONI C.*




Mano Brown assistiu ao filme inteiro três vezes, gostou, não quis cobrar um centavo pelo trabalho. A trilha sonora inédita de encerramento do documentário que estréia em outubro, dirigido por Isa Ferraz, sobrinha de Carlos Mariguella é um soco seco no estomago de quem devora caviar.

Coisas do Brasil super-herói mulato 
“Você não está fazendo este filme para seus pares, quem precisa de heróis é minha gente”, Mano Brown falou à sobrinha do líder guerrilheiro.

A música virou hit na internet. Um frame do vídeoclipe dirigido por Juliana Vicente onde aparece Mano Brown, Edi Rock, Ice Blue, KL Jay e Dexter ambientados em 1972 com trajes e armados como num aparelho de resistência guerrilheira, se espalhou rapidamente pelas redes sociais como se fosse um panfleto subversivo em plena ditadura.

Reaja ao revés, seja alvo de inveja irmãoOs mais raivosos tenta insulta-lo de todas as formas: “tanto ele [Mano Brown] como Lula queriam ser brancos de olhos azuis”, “apedeutas”, ”suas rimas sem-teto e sem-verso”, ”apóstolo do ódio, pastor de bandidos que vive a cantar grunhidos para platéias de primitivos” foram comentários que lí no site da revista de maior circulação do país, também a mais mentirosa e nojenta. Não causa surpresa os comentários quando agente conhece a relação desta revista com o grupo de mídia racista que apoiou o Apartheid na Africa do Sul.

Entre as ofensas direcionada ao líder do Racionais Mc’s e de quebra servem a todo rapper, pobre, preto ou morador de periferia que contraria as estatísticas está este comentário veridico: “Mano Brown é o Marighella da atualidade”.

Brown comenta as semelhanças: ”Alguém me falou também que em algum detalhe ele parecia comigo. Na luta dele, na idéia. Somos os dois filhos de preto com italiano e minha família também vem da Bahia.”

Presta atenção que sucesso em excesso é cão O Racionais Mc’s se apresentou num festival internacional e publicaram no dia seguinte: “Como um soco na cara, surgiu nos telões a imagem da carteira de afiliação de Carlos Marighella ao PCB. Ao lado de seu rosto, a foice e o martelo ardiam impiedosamente nas vistas de um festival que representa tudo, menos o comunismo.”

Pânico na Zona Sul foi a carta de convocação para os guerreiros na periferia na década de 90. A música Marighellla é o Manual do Guerrilheiro Urbano quatro décadas depois.

Indigesto como o sequestro do Embaixador
No desbaratino eles chamam Luiz Carlos Marighella de arranca pernas, corta cabeças. Nossa saga tem sido contar cabeças e precisamos cada vez mais de gente cabeça. Corta-cabeças é Moreira César, que morreu quando achou que poderia destruir Canudos. A gravação do videoclip na ocupação Mauá levou força e esperança para os moradores que lutam por um teto.

“Aqui é como se fosse a unha encravada da cidade um problema que eles não tem sensibilidade de resolver como deveria.” Disse Mano Brown se referindo a ocupação Mauá, no centro de São Paulo, mas poderia muito bem estar falando sobre a Favela do Moinho, Sarau do Binho, Quilombo do Rio dos Macacos ou ao Pinheirinho, alvos da especulação imobiliária. “Não é o povo deles que está aqui que vai ser despejado e vai morar nas ruas” Brown morô a luta de classes.

No mesmo período Emicida é detido em Belo Horizonte após um show quando se manifestou com sua música “Dedo na Ferida” em favor das famílias despejadas na ocupação Eliana Silva.

Quero ver você trocar de igualA revista racista questiona: “e o direito da propriedade privada garantido na Constituição brasileira?”

Aí é necessário lembra-los que esta mesma Constituição, exige o cumprimento da função social da propriedade. Ah! também estabelece, na condição de direito fundamental, o direito social à moradia. Então viva a constituição!

Estava finalizando este artigo, quando recebi a visita ilustre de Milton Sales. O ex-produtor do Racionais acompanhado com Amaral Du Corre, ambos moradores da favela do Moinho, vítima de um incendio criminoso as vésperas do natal. Em janeiro, o ato em solidariedade aos moradores do Moinho foi palco de um reencontro entre Mano Brown que apresentou Milton Sales como seu mentor. ”Deus não lotiou e vendeu terra no sétimo dia. Como que o cara fala que é dono? Dono do que meu irmão?” discursou Milton no campo de terra no centro da favela.

Perguntei ao Miltão sobre a música Marighella. Ele acompanhou as gravações do videoclipe na ocupação Mauá e resume o que viu numa frase: “Mano Brown foi fino, tudo o que espero dele é aquela postura que ele assume com a música e o vídeoclipe Marighella”.

Concordei, artilheiro não deve jogar na zaga. A postos ao meu general, reconduzido ao posto de comando.

Aplausos é pra poucos*Texto originalmente publicado na Revista RAP NACIONAL N°5.

http://www.vermelho.org.br/hiphop/noticia.php?id_noticia=189162&id_secao=130 

Racionais MCs: Quatro Pretos Mais Perigosos do Brasil

Da revista Rolling Stones

Sem lançar disco há 11 anos, com opiniões contraditórias e quebrando as regras do jogo, o Racionais MC’s permanece como a única voz da música a mobilizar um exército de brasileiros
por ANDRÉ CARAMANTE
Olhar de Pedro Paulo Soares Pereira está fixado no horizonte do Capão Redondo, periferia sul de São Paulo. Apesar de ser primavera, o céu cinza-chumbo dá o tom àquela tarde fria de outubro. Sentado em uma cadeira plástica, com um caderno surrado apoiado na perna e contra o qual desliza o lápis mal apontado, ele está na varanda da Casa Azul, o porto seguro dele na Favela da Godoy. Ali, uma rede de proteção – invisível para quem não é da área –, formada por moradores e amigos, faz a triagem de quem, quando e como pode ter acesso a Pedro Paulo, chamado pela maioria de Brown e, pelas crianças, de “tio Brau”. Barulhos vindos da rua invadem a Blue House – como o anfitrião chama intimamente a propriedade comprada e reformada por ele com o dinheiro recebido de uma multinacional fabricante de material esportivo para gravar uma versão de “Umbabarauma” ao lado de Jorge Ben Jor – e se misturam a uma base sonora vertiginosa. Os graves pesados, interpostos com as risadas sinistras de um palhaço, partem de um computador ligado a duas pequenas caixas do modesto estúdio. Quando digo que, pelo reconhecimento do meio musical, ele poderia criar músicas no estúdio que quisesse, Pedro Paulo, 43 anos, retruca: “Estou onde quero estar, chapa”.
Duas semanas antes, ele estava no palco de uma casa noturna “de playboys”, a Royal – com Kleber Geraldo Lelis Simões, 44, Paulo Eduardo Salvador, 43, e Adivaldo Pereira Alves, 43, respectivamente DJ KL Jay, Ice Blue e Edi Rock –, cantando músicas que protestam contra tudo o que se via ali. Eles, “os quatro pretos mais perigosos do Brasil”, como sempre se autodenominam.
A justificativa veio no curto discurso antes de “1 por Amor 2 por Dinheiro”. “Vamos aos fatos. O que leva um homem a estar na rua domingo à noite? Você devia estar descansando, cara. Só há um motivo que me traz para a rua e um deles é esse aqui, ó”, declarou Brown, antes de KL Jay soltar o ruído de uma caixa registradora. Quando o questionei sobre o show, Brown foi sucinto: “Ele [Marcus Buaiz, dono da boate] não pagou pau pra mim e eu não paguei pau pra ele. Estávamos ali para fazer negócio”.
O fato é que o camisa 10 do Racionais MC’s defende hoje o trabalho do quarteto como um “produto” – para quase qualquer plateia, em quase qualquer lugar. E eles lidam com os riscos disso. “Tem de ter cuidado para não chapar. A Billie Holiday chapou. Fazia show com os brancos a venerando e sabia dos pretos enforcados por aquela plateia que a aplaudia”, divaga KL Jay, para quem o discurso ideológico continua ali, apesar da eficácia duvidosa junto àquele público. “Acho que os convencemos de que estamos certos, mas eles não assumem que estão errados [risos].”
O “show Robin Hood” (“quem tem mais paga um pouco mais para nos ver cantar; que tem menos paga menos ou nada”, diz Brown) foi a mais recente polêmica envolvendo o grupo, mas está longe de ter sido um momento tenso. Em 25 anos, eles pegaram em armas por ideologia, disseram não a uma indústria pré-estabelecida e deram um nó no modelo de sucesso. Há duas décadas, já haviam despertado discussões por terem angariado fãs bem-nascidos com Raio X Brasil (1993), que trazia “Fim de Semana no Parque” e “Homem na Estrada”. Parecem, portanto, suportar tranquilamente uma nova geração de admiradores abastados, um Lobão vociferante ou críticas por Edi Rock ter ido à Globo divulgar o trabalho solo dele.
Ao longo de 2013, fiz marcação cerrada para documentar o trabalho de Ice Blue, KL Jay, Edi Rock e Mano Brown e tentar entender por que o grupo, que não lança um álbum de inéditas há mais de uma década, ainda arrasta grandes públicos, seja na boate Royal, seja em palcos armados em chão de terra batida, como aconteceu no último dia 26, no Jardim Guacuri, extremo sul de São Paulo.
Vem daí a autodenominação dos quatro: o “perigo” está em conseguir mobilizar um gigantesco exército de brasileiros, para quem as letras batem no peito com força e sentimento de legitimidade. Sabe-se lá o que teria acontecido se tivessem participado da recente onda de protestos, dos quais se ausentaram por considerarem tudo muito nebuloso.
“Tem muita gente com muitos interesses aí”, diz Brown. “O que importa o que o Brown acha? A essa altura? Tá na mão do povo.” Para ele, o balanço das manifestações é positivo. “A gente cresceu vendo argentino fazendo panelaço e a gente, Carnaval. Agora, não. Então, é positivo. Deixou dúvidas no ar, mas é positivo.”

http://rollingstone.uol.com.br/edicao/edicao-86/racionais-mcs-quatro-pretos-mais-perigosos-do-brasil