sexta-feira, 8 de agosto de 2014

PSDB, o partido com mais "fichas-sujas" (corruptos) do Brasil


PSDB, o partido com mais "fichas-sujas" (corruptos) do Brasil 

Miguel Baia Bargas

Até o PIG sabe – como mostra a reportagem abaixo publicada noUOL de sábado, dia 8  (2012, agora em 2014 a coisa só aumentou)–, mas finge que não sabe, repercute pouco e maquia a notícia. O PSDB, que a “grande imprensa” considera seus membros os bastiões brasileiros da moral, dos bons costumes e da anticorrupção, é o partido que tem mais pessoas fichas-sujas entre os candidatos a prefeito no Brasil.

O número deve aumentar, já que em 16 tribunais ainda há casos a serem julgados. Na divisão por partido, o PSDB é o que possui a maioria dos fichas-sujas, com 56 candidatos – o equivalente a 3,5% dos tucanos que disputam uma prefeitura; o PMDB vem logo atrás com 49; e o PT aparece na oitava posição, com 18 – 1% do total de seus postulantes a prefeito.

Como dizem por aí, FHC comprou a reeleição, comprou o PMDB, manipulou as pesquisas com o beneplácito da imprensa, mas escândalo é o “mensalão”. O “mensalão do PT”, claro. Porque o mensalão mineiro encabeçado por Eduardo Azeredo (PSDB/MG) e a privataria tucana não existem. É aquela velha máxima: “Se o PIG não repercutiu, a notícia não existe”.

Daniel Carvalho e Valmar Hupsel Filho

Os TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) barraram até agora a candidatura a prefeito de 317 políticos com base na Lei da Ficha Limpa, mostra levantamento da Folha nos 26 Estados do País.

O número deve aumentar, já que em 16 tribunais ainda há casos a serem julgados. Entre esses fichas-sujas, 53 estão no Estado de São Paulo.

Na divisão por partido, o PSDB é o que possui a maior “bancada” de barrados, com 56 candidatos – o equivalente a 3,5% dos tucanos que disputam uma prefeitura. O PMDB vem logo atrás (49). O PT aparece na oitava posição, com 18 – 1% do total de seus postulantes a prefeito.

Todos os candidatos barrados pelos tribunais regionais podem recorrer ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A presidente do tribunal, Cármen Lúcia, já disse que não será possível julgar todos os casos antes das eleições, mas sim até o final do ano, antes da diplomação dos eleitos.

Os nomes barrados pelos TREs irão aparecer nas urnas eletrônicas, mas todos os seus votos serão consideradossub judice até uma eventual decisão no TSE.

Exemplo: se o ficha-suja tiver mais votos, mas seu recurso for rejeitado, assume o segundo colocado na eleição.

Entre os barrados, destacam-se o ex-presidente da Câmara dos Deputados Severino Cavalcanti (PP/PE) e a ex-governadora Rosinha Garotinho (PR/RJ).

Severino tenta se reeleger prefeito de João Alfredo (PE) e foi enquadrado na lei por ter renunciado ao mandato de deputado federal, em 2005, sob a acusação de ter recebido propina de um concessionário da Câmara.

Já Rosinha Garotinho, atual prefeita de Campos (RJ), teve o registro negado sob a acusação de abuso de poder econômico e uso indevido de meios de comunicação durante as eleições de 2008.

A maioria dos barrados foi enquadrara no item da Lei da Ficha Limpa que torna inelegível aqueles que tiveram contas públicas rejeitadas por tribunais de contas.

De iniciativa popular, a lei foi sancionada em 2010, mas só passa a valer na eleição deste ano. A lei ampliou o número de casos em que um candidato fica inelegível – cassados, condenados criminalmente por colegiado ou que renunciaram ao cargo para evitar a cassação.

“A lei anterior era permissiva demais”, disse Márlon Reis, juiz eleitoral e um dos autores da minuta da Ficha Limpa. Para André de Carvalho Ramos, procurador regional eleitoral de São Paulo, os próprios partidos vão evitar lançar fichas-sujas.
http://novobloglimpinhoecheiroso.wordpress.com/2012/09/08/adivinhe-qual-e-o-partido-lider-de-candidatos-com-fichas-sujas/

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Direito de resposta e crimes da mídia


Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

A exatos dois meses das eleições, a polêmica em torno do direito de resposta já apareceu nas páginas dos grandes jornais – em apenas dois dias, a Folha de S. Paulo publicou três matérias envolvendo o assunto. Apesar de contar com legislação específica para o período eleitoral, o tema segue sem regras definidas para que o benefício seja garantido a todos os cidadãos brasileiros.

Histórias como a do padre paulistano Júlio Lancellotti e a do ex-ministro do Esporte Orlando Silva, que tiveram suas reputações colocadas em xeque mesmo considerados inocentes após os julgamentos de seus respectivos casos, mostram o quão prejudicial pode ser a falta de espaço e voz para que os cidadãos se defendam de ofensas, calúnias e difamações veiculadas na mídia.

Para Lancellotti, pároco da Igreja São Miguel Arcanjo, no tradicional bairro da Mooca, em São Paulo, “com a mesma rapidez que a imprensa constrói e consagra uma história ou um cidadão, ela os destrói”. O seu caso remete ao ano de 2007, quando a polícia civil de São Paulo abriu inquérito a fim de apurar uma denúncia de extorsão feita pelo padre: ele era forçado a pagar enormes quantias em dinheiro a um ex-detento da Fundação Casa sob ameaça de ser denunciado à imprensa por abuso sexual.

No dia 23 de maio de 2011, Anderson Batista e Conceição Eletério, casal responsável pelo esquema de extorsão, foram condenados pela Justiça a partir de imagens registradas em câmera que flagrou abordagem violenta ao padre. Mas para Lancellotti a repercussão deste fato nos meios de comunicação foi bem mais discreta que o “apedrejamento” promovido contra ele anteriormente, sem que pudesse fazer uso do direito de resposta.

“Quando denunciei o esquema e sofri acusações de pedofilia”, recorda Lancellotti, “a imprensa fez um acampamento em frente à minha casa e instalou um verdadeiro inferno”. Ele descreve os artifícios usados pelas equipes de reportagem, ansiosas por flagrá-lo em situação constrangedora:

“Chegaram a colocar um adesivo em cima da campainha de minha casa, de forma que ela não parasse de tocar e eu tivesse que sair, irritado, para desligá-la”, lembra, acrescentando que “também sacudiam o portão e jogavam restos de lanche”. Mesmo com sua absolvição, Lancellotti, conhecido por ser um histórico defensor dos moradores de rua, salienta que a cicatriz do “linchamento midiático” que sofreu é irreversível.

Em relação ao direito de resposta, ele afirma que, “para não ser injusto”, um ou outro veículo o procurou para escutá-lo, mas até mesmo cartas de personalidades renomadas brasileiras, em sua defesa, foram ignoradas pelos grandes jornais. “Quanto ao direito de resposta propriamente dito, acredito que é uma ilusão. Buscá-lo na Justiça é complicado e, até lá, a grande mídia publica o que ela quer e do jeito que bem entende”, dispara.

O caso do soteropolitano Orlando Silva, por sua vez, ilustra como a ausência do direito de resposta também atinge o mundo da política, no qual “os meios de comunicação guardam interesses próprios, tanto econômicos quanto ideológicos”. Em 19 outubro de 2011, a revista Veja publicou reportagem de capa acusando o então ministro do Esporte de receber propina, em plena garagem do Ministério, em Brasília, referente a um esquema de corrupção envolvendo uma organização não-governamental.

A única fonte da revista era João Ferreira Dias, ex-cabo da Polícia Militar com histórico de denúncias vazias contra figuras públicas, além de envolvimento em diversas ocorrências criminosas – em 2013, inclusive, foi preso por receptação em Samambaia, no Distrito Federal.

Ignorando a “ficha suja” da fonte e sem nenhuma evidência das acusações feitas, os grandes meios de comunicação amplificaram a denúncia da revista Veja, repercutindo ostensivamente o caso. A pressão resultou na derrubada

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

As banalidades na cobertura eleitoral


Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:

Abandonada há muitos anos pelos pesquisadores, a Teoria Matemática da Comunicação, elaborada em 1948 pelo matemático americano Claude Shannon, voltou a ser aplicada recentemente em estudos sobre as trocas de informações em sistemas digitais. Basicamente, trata-se de mensurar a eficiência do processo de transmissão do valor ou significado de mensagens, quando submetido aos efeitos da entropia, redundância, ruídos e imprevisibilidades.

O assunto é parte central das preocupações de programadores e criadores de aplicativos, que precisam de um máximo de resultado com o menor dispêndio de energia e da capacidade de armazenagem ou manipulação de dados. No entanto, continua sendo um campo de conhecimento desprezado pelos estudiosos da comunicação jornalística, que hipoteticamente deveriam levar em conta a eficiência de suas mensagens, num ambiente cada vez mais afetado pelas probabilidades de interpretação correta do enunciado.

Em muitos congressos de jornalistas, como o recente encontro promovido em São Paulo pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), o tema da precisão das informações é comumente situado no processo de coleta dos dados que irão compor uma reportagem. Por isso há sempre uma grande ênfase na organização de bancos de dados e em métodos para análise de valor das informações.

Associar o histórico de eventos semelhantes é tido como um dos métodos mais eficientes para a investigação jornalística. No entanto, quase sempre se ignora que tanto o fenômeno da entropia como seu contrário, a redundância, podem estar presentes na origem, ou seja, nos dados que o investigador vai buscar como sendo sua fonte primária.

Toda informação sofre alguma distorção ao ser retirada de sua origem e transposta para um novo contexto, e por isso se considera que não é a soma de informações que assegura a ordem orgânica do sistema, mas seu potencial de evitar a perversão produzida pela entropia. Por isso se ensina que evitar anomalias na ordem das informações pode ser mais importante do que coletar dados.

Material de campanha

O leitor habituado a abordagens diretas dos assuntos tratados diariamente pela imprensa deve estar se perguntando: o que isso tem a ver com a análise do jornalismo brasileiro?

Essa questão é respondida de maneira direta e muito mais simples pelo colunista Janio de Freitas (ver aqui) ao analisar o barulho que faz a imprensa brasileira com o fato de que autoridades convocadas a depor na CPI da Petrobras receberam treinamento especial antes de responder as perguntas dos senadores.

O articulista da Folha de S.Paulo observa que perguntas de aliados em comissões de todo tipo são feitas para isso mesmo: para facilitar a vida do depoente e, se possível, neutralizar os ataques dos adversários. Para isso se fazem os ensaios que os profissionais de comunicação chamam de media training – é o mesmo processo pelo qual os assessores de um entrevistado o preparam para tirar proveito das perguntas dos jornalistas.

É claro que esse treinamento é feito com base nas questões que estão em evidência, e que muito provavelmente farão parte dos interrogatórios e debates para o qual se está preparando. Nas entrevistas do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, por exemplo, é evidente o estilo recomendado por seus assessores, que criaram para ele o papel do administrador que está sendo constantemente surpreendido pelos fatos desagradáveis e prometendo que tudo será “rigorosamente apurado”.

No caso da Petrobras, como constata Janio de Freitas, o media training apenas mostra que os representantes da oposição não investigam nada – “apenas ciscam pedaços de publicações para fazer escândalo”.

Na opinião deste observador, é isso e algo mais: oposição e imprensa hegemônica se mesclam em perfeita simbiose, atuando em conjunto para criar constrangimentos ao grupo político que está no poder em Brasília.

O “manchetômetro” da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (citado aqui na sexta-feira, 1/8) demonstra o partidarismo predominante nos principais jornais de circulação nacional.

O jornalismo investigativo, se aplicado objetivamente no cotidiano com o mesmo entusiasmo que desperta nos alegres convescotes de acadêmicos e repórteres aposentados, com certeza ajudaria a imprensa a revelar os vícios da nossa República – em todas as instâncias. Mas o interesse não é investigar: é apenas produzir material de campanha.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

A estranha denúncia contra Petrobras


http://pigimprensagolpista.blogspot.com.br/
Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Falta sentido à mais recente denúncia sobre a Petrobras.

Não exatamente sobre a Petrobras, aliás. Sobre a CPI que investiga a compra da refinaria em Pasadena.

Segundo a Veja, um vídeo mostraria que os convocados tiveram acesso às perguntas. E teriam se preparado para elas.

A história contada pela Veja tem tons rocambolescos, e adjetivos furiosos. O vídeo, diz a revista, foi gravado por alguém com uma microcâmara escondida numa caneta.

Coisa de Bond. James Bond. Tanto mais que a motivação do autor, sempre segundo a Veja, permanece um mistério.

Bem, ajudar a campanha de Dilma certamente não foi a intenção do dono da caneta espiã.

A fragilidade do alegado escândalo se revela quando você sai da superfície e tenta entender a história.

Você pode perguntar: os convocados a depor tiveram acesso a perguntas de arquiinimigos do PSDB e do DEM?

Não.

Não tiveram.

Numa decisão bizarra para quem defendera a CPI com tanto ardor, tanto o PSDB quanto o DEM decidiram não indicar integrantes para a CPI da Petrobras.

Se tivessem feito, PSDB e DEM teriam absoluto controle sobre as perguntas consideradas cruciais para a compreensão do caso.

Mas abdicaram de participar da CPI, por algum estranho cálculo.

Examinemos agora as questões supostamente antecipadas.

Em qualquer sabatina, você se prepara exaustivamente para responder toda sorte de perguntas.

Isso se chama media training.

Muitas vezes, neste treinamento, há uma figura chamada de “advogado do diabo”. Ele faz a você as perguntas que seu pior inimigo faria.

É uma prática também comum para candidatos quando se preparam para um debate.

Que perguntas sobre o caso Pasadena não teriam sido previstas pelos convocados a depor em sua preparação para o depoimento?

É virtualmente impossível imaginar uma “pergunta surpresa” em situações como aquela.

Não é uma prova de vestibular, em que pode cair uma questão sobre a Revolução Russa ou outra sobre a Revolução Francesa.

Na CPI é um assunto só. E um treinamento competente deixa você preparado para a sabatina.

Um esforço genuíno de investigação jornalística se centraria não nas perguntas, mas nas respostas.

Elas foram inconvincentes? Trouxeram informações erradas? Se sim, quais são as falácias e onde está a verdade?

É um trabalho duro para jornalistas, muito mais árduo que bater bumbo em torno de um vídeo tirado de uma caneta.

Você só entende a opção pelo caminho fácil jornalístico à luz de, simplesmente, tentar gerar um escândalo à beira das eleições.

O objetivo, nestes casos, não é esclarecer o público e sim confundi-lo.

Não tem sido fácil transformar Pasadena num novo Mensalão, ou coisa do gênero.

Empresários e executivos acima de qualquer suspeita como Fabio Barbosa, Jorge Gerdau e Claudio Haddad faziam parte do Conselho de Administração da Petrobras na época da compra e a chancelaram.

Por que ninguém os entrevista sobre o assunto?

Porque não interessa. Porque não ajudaria naquilo que se deseja: inventar um mar de lama.

Petrobras desmonta a “fraude da Veja”


Por Altamiro Borges

Amestrados pela revista Veja, que obrou a capa “A fraude CPI da Petrobras”, os demotucanos seguem batendo bumbo. Eles exigem a apuração da “grave denúncia” sobre a ingerência no governo nos trabalhos da comissão parlamentar de inquérito. Desta forma, tentam sair da defensiva imposta pela descoberta do “aecioporto” – o aeroporto de R$ 14 milhões construído na fazenda do titio de Aécio Neves quando ele era governador de Minas Gerais. Neste jogo de cena, de puro diversionismo, a oposição conta com a ajuda do restante da mídia, que repercute e amplifica o novo factoide da Veja. A TV Globo, que escondeu ao máximo o “aecioporto”, agora volta à ofensiva contra a presidenta Dilma Rousseff.

Como já apontou o jornalista Janio de Freitas, uma das poucas vozes críticas da Folha, “as lideranças do PSDB e do DEM ficam à espera do que a imprensa publique, para então quatro ou cinco oposicionistas palavrosos saírem com suas declarações de sempre e com os processos judiciais imaginados pelo deputado-promotor Carlos Sampaio... Não pesquisam nada, não estudam, apenas ciscam pedações de publicações para fazer escândalo”. Nesta terça-feira (5), a própria direção da Petrobras divulgou uma nota que desmonta a “fraude da Veja”. Reproduzo-a na integra:

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Esclarecimento sobre matéria publicada na revista Veja

Leia nosso esclarecimento a respeito de matéria publicada pela última edição da revista Veja:

Sobre a matéria intitulada "A Grande Farsa", publicada pela revista Veja, esta semana, a Petrobras esclarece que tomou conhecimento das perguntas centrais que norteiam os trabalhos das CPI e CPMI da Petrobras, através do site do Senado Federal, nos dias 14 de maio e 02 de junho, respectivamente, onde foram publicados os planos de trabalho das referidas comissões. Nestes, além das perguntas centrais, constam também os nomes de possíveis convocados, e a relação dos documentos que servem de base para as investigações.

Convém ressaltar que tais informações, tornadas públicas pelas comissões de inquérito, por ocasião do início de seus trabalhos, possibilitam a elaboração de centenas de outras perguntas, propiciando à Petrobras a organização das informações necessárias para o melhor esclarecimento dos fatos pertinentes a cada eixo das investigações, quais sejam: Eixo 1 - Refinaria de Pasadena; Eixo 2 - SBM Offshore; Eixo 3 - Segurança nas plataformas; Eixo 4 – Superfaturamento RNEST.

A Petrobras informa que, após cada depoimento, as dezenas de perguntas feitas pelos Parlamentares são desdobradas em novas perguntas pela equipe da Petrobras de forma a subsidiar os depoimentos subsequentes.

Assim como toda grande corporação, a Petrobras garante apoio a seus executivos, e ex-executivos, preparando-os , quando necessário, com simulações de perguntas e respostas, para melhor atender aos diferentes públicos, seja em eventos técnicos, audiências públicas, entrevistas com a imprensa, e, no caso em questão, as CPI e CPMI. Tais simulações envolvem profissionais de várias áreas, inclusive consultorias externas, de modo a contribuir para uma melhor compreensão dos fatos e elucidação das dúvidas.

A Petrobras reafirma que continuará disponibilizando todas as informações referentes as suas atividades e reafirma seu compromisso com a transparência e ética que sempre nortearam suas ações.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Requião defende Lula e ataca o PIG (Partido da Imprensa Golpista)

Os fantasmas que apavoram FHC

Por Altamiro Borges

Em artigo no Estadão deste domingo (3), o ex-presidente FHC fez uma análise sombria da realidade e concluiu: “Vejo fantasmas? Pode ser, mas é melhor cuidar do que não lhes dar atenção”. De fato, ele teme vários fantasmas. Um deles é bem real: o povo brasileiro, que o rejeita – como apontam todas as pesquisas sobre a popularidade do seu reinado ou sobre sua capacidade de influenciar o eleitorado. Outro fantasma, até hoje contido, é o da abertura de investigações sobre as maracutaias do seu governo – como a compra de votos para a sua reeleição, a privataria das estatais e tantas outras. Mas o fantasma que FHC mais teme, sem dúvida, é o de uma quarta derrota consecutiva nas eleições presidenciais.

Seu artigo visa exatamente afastar este fantasma. “Ainda é cedo, mas há fortes indícios de que o PT perderá as próximas eleições. Em que Estado com muitos eleitores seus candidatos a governador se mostram competitivos?”, pergunta logo na abertura. FHC podia aproveitar para responder em que Estados o seu PSDB está bem das pernas. Os tucanos não têm candidatos fortes em importantes unidades da federação – como no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Bahia e tantos outros. Além disso, a sigla corre o risco de perder em Minas Gerais e no Paraná. No caso de São Paulo, o “picolé de chuchu” Geraldo Alckmin, blindado pela mídia tucana, parece imbatível. Mas não é!  

FHC prefere não falar sobre o quadro, este sim muito sombrio, no principal Estado da federação, com a crise de abastecimento de água, o caos no transporte público e os índices alarmantes de violência urbana. Em seu artigo, FHC também poderia citar os capachos do DEM – este, sim, um típico fantasma. Os demos tendem a desaparecer nas eleições de outubro, rumando para o inferno – se o diabo aceitar tão péssima companhia. No caso do PPS, do servil Roberto Freire, não valia realmente gastar tinta e papel! No computo geral, as eleições ainda estão indefinidas – nem começaram de fato. O que dá para dizer, porém, é que “há fortes indícios” de que a oposição neoliberal (PSDB, DEM e PPS) tende a encolher!

Temendo este fantasma, FHC faz um esforço prévio para se inocentar. Afirma que a “herança maldita” – “estigma que petistas ilustres quiseram impingir ao meu governo” – foi uma invenção. Cinicamente, o ex-presidente argumenta que elevou os juros, colocou o Brasil de joelhos diante do FMI e paralisou a economia, causando índices recordes de desemprego, para garantir a chegada tranquila do PT ao governo central. Ele jura que agiu como estadista, sem qualquer apego ao poder e à agenda eleitoral! Para FHC, a presidenta Dilma – com suas “taxas de rejeição nas nuvens, onde nem o céu é limite” – não demonstra a mesma disposição diante dos riscos de derrota nas eleições de outubro. Daí seus falsos temores:

“Agora, na eventualidade de vitória oposicionista (e, repito, é cedo para assegurá-la), que fazem os detentores do poder? Previnem-se ameaçando: faremos o controle social da mídia; criaremos um governo paralelo, com comissões populares sob a batuta da Casa Civil, que dará os rumos à sociedade; amedrontam bancos que apenas dizem o que todos sabem, etc. Sei que são mais palavras equívocadas do que realidades impositivas. Mas denotam um estado de espírito. Em lugar de se prepararem para "aceitar o outro", como em qualquer transição democrática decente, estigmatizam os adversários e ameaçam com um futuro do qual os outros estarão excluídos. Vejo fantasmas? Pode ser, mas é melhor cuidar do que não lhes dar atenção”.


http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/08/os-fantasmas-que-apavoram-fhc.html
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