segunda-feira, 29 de agosto de 2016

O golpe e a cobertura repulsiva da Globonews


Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

É repulsiva a cobertura da Globonews sobre o julgamento final do Senado sobre o golpe.

Não sou masoquista. Não vejo a Globonews porque não aprendo nada sobre jornalismo e desaprendo sobre caráter.

Mas fiquei algum tempo ali por razões excepcionais: o julgamento.

Ouviu alguma coisa estranha? Sou eu vomitando.

Nesta sexta houve um episódio exemplar.

Renan e Gleisi tiveram uma treta, como todos sabem.

Gleisi disse que o Senado não tinha autoridade moral para julgar Dilma, e Renan deu uma patada nela. Caiu sua máscara - fajutíssima desde cedo, é claro - de ‘magistrado imparcial’.

Como a Globonews tratou o assunto?

Lewandowski chamou um intervalo.

O comando das transmissões voltou à sede da Globonews, no Rio. Eis que a âncora chama três repórteres presentes em Brasília.

A primeira era Andreia Sadi, afilhada de Aécio e casada com um primo dele, também jornalista de política da Globo.

Logo em seguida, foi Renata Lo Prete. E mais Cristiana Lobo.

As três, sorridentes, narravam em tom de furo uma conversa com Renan no cafezinho do Senado. Pareciam amiguinhas no recreio do colégio.

O furo: Renan disse que recebeu um telefonema de Gleisi depois da encrenca e não atendeu.

Falo como jornalista: três repórteres da Globonews para ouvir Renan e ninguém para ouvir Gleisi?

Claro que Renan estava se gabando. O subentendido é que Gleisi ligara para pedir desculpa. Era isso que as três comadres da Globonews procuravam transmitir, para ajudar a imagem de Renan.

Mas foi isso mesmo? Gleisi deixou recado? Queria dizer o quê? Mais tarde, ela reafirmou, num dos grandes momentos desta fase final de julgamento, que o Senado não tem autoridade para julgar Dilma. Esta a frase que enfureceu Renan.

Mas repare.

Três comadrinhas tomando café com Renan e trazendo suas fofocas autocongratulatórias e ninguém com Gleisi.

Logo depois, dois compadres se juntariam a elas. Os repórteres Valdo Cruz e Gerson Camarotti. Formou-se um quinteto, e todos falando a mesma língua pró-Renan e prógolpe. Nunca tinha visto Valdo Cruz, um jornalista que me pareceu da minha geração, formada nos anos 1980: mas que repórter patético. A Globo lotou suas redações de tipos assim, fâmulos dos patrões, gente cuja missão é apenas defender a plutocracia.

Não é jornalismo. Ou especificamente: é jornalismo de guerra. Você junta um monte de pseudojornalistas para enganar o povo.

Não existe nada remotamente parecido com equilíbrio e isenção. Uma concessão pública é usada pela família Marinho para promover lavagem cerebral no público que vê a Globonews.

Ainda ontem, no Twitter, o jornalista Glenn Grenwald citou as três maiores pragas brasileiras.

A primeira delas era a Globo. Vinham depois o PMDB e Gilmar Mendes.

Mas no topo do pódio, com a medalha de ouro da infâmia pendurada no peito, reinava a Globo.

Um comentário:

  1. É repulsiva a cobertura da Globonews sobre o julgamento final do Senado sobre o golpe.

    Não sou masoquista. Não vejo a Globonews porque não aprendo nada sobre jornalismo e desaprendo sobre caráter.

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