Paulo Bernardo se rende à Veja
Por Altamiro Borges
Não é para menos que Paulo Bernardo foi tratado pela revista como um "daqueles raros e bons petistas que abandonaram o radicalismo no discurso e na prática". Ao ser bajulado pelo principal veículo da oposição golpista no país - não se sabe ainda por quais interesses escusos -, o atual ministro conseguiu a repulsa das forças de esquerda. Num artigo contundente, o jornalista Breno Altman sintetizou bem esta rejeição:
No momento em que a mídia tucana aperta o cerco contra o governo Dilma, tentando surfar na onda dos protestos que agitam o país, o ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, deu uma entrevista à asquerosa revista Veja que beira a total rendição. Na famosas "páginas amarelas" deste pasquim golpista, ele criticou a proposta de regulação democrática dos meios de comunicação, deturpando de forma canhestra o que está sendo defendido, e atacou duramente os militantes do seu próprio partido. A entrevista causou revolta entre os petistas e muitos - inclusive alguns dirigentes partidários - já exigem sua imediata exoneração do governo.
Paulo Bernardo explicitou a sua posição contrária à regulação da mídia exatamente quando os movimentos sociais, liderados pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), coletam assinaturas para um projeto de lei de iniciativa popular com este objetivo. A proposta obteve o apoio formal da direção nacional do PT, que conclamou a militância a aderir à campanha, e inclusive já foi assinada pelo ex-ministro da Secretária de Comunicação (Secom) no governo Lula, o jornalista Franklin Martins. Mesmo assim, o atual ministro - um dos fundadores do PT - rechaçou a ideia e desrespeitou a militância petista.
"A militância extrapola e eu posso dizer que está errada, que está falando besteira. Se ela não gosta da capa da revista, da manchete de jornal, quer que eu faça a regulação. Não vai ter regulação para isso", afirmou. Vale lembrar que o projeto de lei de iniciativa popular não propõe qualquer medida contra jornais e revistas. Ele defende o fim do monopólio nas concessões públicas de rádio e tevê e propõe mecanismos de maior diversidade na radiodifusão, garantindo o que já está inscrito na Constituição Federal, mas que nunca foi regulamentado. O ministro sabe disto, mas jogou na confusão para agradar os donos da Veja.
Não é para menos que Paulo Bernardo foi tratado pela revista como um "daqueles raros e bons petistas que abandonaram o radicalismo no discurso e na prática". Ao ser bajulado pelo principal veículo da oposição golpista no país - não se sabe ainda por quais interesses escusos -, o atual ministro conseguiu a repulsa das forças de esquerda. Num artigo contundente, o jornalista Breno Altman sintetizou bem esta rejeição:
"A maior expressão de quinta-colunismo no primeiro escalão atende pelo nome de Paulo Bernardo e ocupa o cargo estratégico de ministro das Comunicações. Não bastasse vocalizar o lobby das grandes empresas de telefonia e a pauta dos principais grupos privados de comunicação, resolveu dar entrevista às páginas amarelas da revista 'Veja' desta semana e subscrever causas do principal veículo liberal-fascista do país".
"A maior expressão de quinta-colunismo no primeiro escalão atende pelo nome de Paulo Bernardo e ocupa o cargo estratégico de ministro das Comunicações. Não bastasse vocalizar o lobby das grandes empresas de telefonia e a pauta dos principais grupos privados de comunicação, resolveu dar entrevista às páginas amarelas da revista 'Veja' desta semana e subscrever causas do principal veículo liberal-fascista do país".
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