Faustão e o crime da Globo
Por Altamiro Borges
Em pleno domingo (23), o apresentador Fausto Silva decidiu utilizar uma concessão pública de televisão, a TV Globo, para fazer proselitismo político, atiçar os protestos de rua e ainda tentar pautar os movimentos juvenis. "Muitas vezes eu ouvia falar que o jovem brasileiro fica na internet, o jovem brasileiro é alienado… Alienado é o cacete!", afirmou a estrela global, em clima de comício. Para ele, as mobilizações devem prosseguir, principalmente "contra a corrupção", e devem incidir inclusive nas eleições do próximo ano.
Em pleno domingo (23), o apresentador Fausto Silva decidiu utilizar uma concessão pública de televisão, a TV Globo, para fazer proselitismo político, atiçar os protestos de rua e ainda tentar pautar os movimentos juvenis. "Muitas vezes eu ouvia falar que o jovem brasileiro fica na internet, o jovem brasileiro é alienado… Alienado é o cacete!", afirmou a estrela global, em clima de comício. Para ele, as mobilizações devem prosseguir, principalmente "contra a corrupção", e devem incidir inclusive nas eleições do próximo ano.
"Esses garotos foram inteligentes, foram corajosos, motivaram todo mundo. Começou com a passagem de ônibus. Mas isso é um pingo de água que transbordou. Aqui cada um tem um assunto pra falar, contra a corrupção, pela honestidade e competência… Outra coisa: acabou aquele negócio no ano que vem: ganha a Copa, você ganha a eleição. Copa do Mundo é uma coisa, eleição é outra coisa... Por isso eu falo aqui há 500 anos: urna não é penico. Se todo mundo tiver consciência, como a grande maioria que foi às manifestações, vamos fazer o Brasil um país digno para todo mundo".
O discurso de Faustão não tem nada de ingênuo. A poderosa emissora, a quem ele serve e que já causou tantos estragos ao Brasil, tenta capitalizar o descontentamento das ruas e orientar seus próximos passos. O seu alvo principal é o governo Dilma. "Quem está mandando sabe que a chapa está quente, está fervendo", enfatizou no programa dominical. Ele ainda instigou sua despolitizada platéia. "O Brasil está bem na saúde?", perguntou, para ouvir o coro do seu auditório: "Não!". Depois, ele questionou sobre educação, transporte e segurança para ouvir a mesma resposta negativa. Já no quadro "Dança dos Famosos", durante o programa, o ator Tiago Abravanel gritou "acorda Brasil" e a atriz Bárbara Paz repetiu a palavra de ordem. Pareceu algo ensaiado!
A iniciativa do apresentador global impactou até setores da própria mídia. O colunista Maurício Stycer, do UOL, registrou no título do seu artigo que "Faustão quebra regra da Globo e faz manifestação política no meio do programa". Para o jornalista, "o pronunciamento surpreendeu. Primeiro, porque a Globo, como quase todas as empresas, não permite que seus contratados façam manifestações políticas no ambiente de trabalho. E também porque, como outras celebridades que tomaram posições semelhantes nos últimos dias, o apresentador sempre evitou declarações de cunho político".
Mas não cabe surpresas! A golpista Rede Globo, que num primeiro momento satanizou os protestos - é só lembrar o discurso hidrófobo de Arnaldo Jabor contra os "vândalos", que "não valem 20 centavos" -, agora tenta pegar carona nas manifestações. Seu objetivo é pautar e enquadrar o movimento para servir aos seus interesses políticos e econômicos de classe. Isto explica porque na maioria dos protestos pelo país afora um dos principais gritos dos manifestantes é "O povo não é bobo; fora Rede Globo".
Pena que o governo Dilma até agora não acordou para este tema tão delicado para a democracia nativa. Em outros países do mundo, uma concessionária pública que cometesse o crime estrelado por Fausto Silva seria exemplarmente punida com a suspensão da sua outorga!
O discurso de Faustão não tem nada de ingênuo. A poderosa emissora, a quem ele serve e que já causou tantos estragos ao Brasil, tenta capitalizar o descontentamento das ruas e orientar seus próximos passos. O seu alvo principal é o governo Dilma.
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