“Por isso que não gosto de brasileiro, tampouco de preto”. Foi demitido por justa causa



Extra-Hipermercado


O gerente do Hipermercado Extra, localizado na Rua Maracaju, região Central de Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, decidiu nesta terça-feira (14/01) demitir por justa causa, o funcionário J. W., por este ter proferido a um cliente, palavras ofensivas e racistas.
O fato aconteceu nesta segunda-feira (13/01), na loja da rede da Rua Maracaju, e envolveu um cliente, identificado pelas iniciais G. R. L., de 51 anos de idade, que havia ido ao local para fazer compras.
Segundo o cliente e as testemunhas, G. R. L. teria perguntado ao funcionário sobre um determinado produto que estava em falta na gôndola do estabelecimento, tendo recebido como resposta, que o produto estava em falta, e que mesmo que tivesse no depósito, não iria buscá-lo.
O cliente, que é da raça negra, achou o funcionário negligente e irônico, e pediu a outro funcionário que fosse chamar o gerente do estabelecimento.
Assim que chegou ao local, o gerente presenciou a discussão entre cliente e funcionário, tendo este último dito: “Por isso que não gosto de brasileiro, tampouco de preto”.
Revoltado com o fato, G. R. L. decidiu sair do estabelecimento, enquanto o gerente falava com o funcionário, chamando-lhe a atenção. O cliente se dirigiu a uma Delegacia de Polícia Civil aonde registrou um Boletim de Ocorrência (BO), por injúria e racismo. No BO foi descrito o produto que o cliente procurava na loja, um óleo automotivo.
O cliente ainda prestou queixa na Delegacia do Consumidor (Decon), mas segundo o delegado titular, Gomides Ferreira dos Santos, como a denúncia é relacionada a crime de injúria, e não de consumo, a mesma deverá ser tratada na esfera criminal.
“Apesar de ter ocorrido a situação dentro do hipermercado não será tratada a denúncia como a investigação de um crime contra o consumidor. A injúria em questão trata-se de uma opinião pessoal do funcionário e o cenário extrapola o de uma relação de consumo. Não tem a ver com a aquisição de um produto ou com o fato de ter sido dentro do estabelecimento”, disse o delegado titular da Decon.
Em nota, a direção do Hipermercado Extra lamentou o ocorrido, e reafirmou o compromisso da empresa, de tratar todos os clientes de forma respeitosa.
A seguir, na íntegra, a nota de esclarecimento divulgada pela Assessoria de Comunicação do Extra sobre o incidente:
“O [Hipermercado] Extra pauta suas ações no respeito ao cliente e repudia veementemente qualquer ato discriminatório. A rede promove treinamento dos seus colaboradores [funcionários] para o cumprimento do Código de Ética da companhia, e o fato apontado não corresponde ao padrão operacional exigido pela empresa. A rede lamenta o ocorrido e informa que o fato é isolado e já foram tomadas as providências cabíveis com relação ao colaborador [funcionário].
Extra Hipermercados – Grupo Pão de Açúcar”


Fonte: Campo Grande Noticias
http://www.geledes.org.br/racismo-preconceito/racismo-no-brasil/22783-por-isso-que-nao-gosto-de-brasileiro-tampouco-de-preto-foi-demitido-por-juta-causa


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