O atual diretor Brennan da CIA, figura de proa do programa de torturas da CIA e consigliere de Obama, está no campo Clinton/anti-Trump. Os ex- diretores da CIA Hayden e Panetta são apoiadores publicamente assumidos de Clinton, bem como Michael Morell, rei das torturas e ex-vice-diretor da CIA.
Tudo isso considerado, não surpreende que a CIA lidere a campanha anti-Rússia. A tarefa da Agência agora é implantar na opinião pública nos EUA a ideia de que a intervenção dos russos empurrou a eleição nos EUA na direção de Trump. O objetivo é deslegitimar a vitória de Trump aos olhos da ‘mídia’ e do público e – muito mais importante – também aos olhos dos Super Eleitores que votam no Colégio Eleitoral.
A CIA é fortemente apoiada pelas mesmas mídia-empresas dominantes que promoveram Clinton durante toda a campanha. (São os mesmos, não por acaso, que também promoveram, antes, a campanha de ‘divulgação’ das “Armas de Destruição em Massa” de Saddam, que jamais existiram.)
Se 37 Super Eleitores Republicanos, eleitos pelos eleitores de seus estados para votar em Trump, forem convencidos a mudar o voto e/ou abster-se, Trump
deixará de ter os 270 votos necessários. E toda a eleição do novo presidente passaria a ser serviço dos Deputados da Câmara de Representantes.
No caso de os Super Eleitores elegerem Trump, ainda assim haverá uma possibilidade de que membros da Câmara de Representantes e do Senado venham a questionar oficialmente a votação, o que provocaria atrasos e investigações no Congresso e idas e vindas de processos judiciais.
Embora os conservadores não tenham qualquer genuíno apoio do eleitorado norte-americano, eles têm controle fortemente implantado sobre partes significativas do Congresso e do ‘comentariato’ dos ‘especialistas’ que trabalham para os meios de comunicação de massa. Muitos neoconservadores de linha duríssima como Robert Kagan, Max Boot e o conselho editorial do
Washington Post fizeram abertamente campanha a favor de Clinton. Num de
seus spots de campanha , Clinton até aparece ao lado de luminares Republicanos ativos no Congresso, como Lindsay Graham, Sasse e Flake.
A maioria na Câmara de Representantes e Senado pode bem se pôr contra Trump, se a situação ficar realmente crítica. Mas seja qual for o resultado, com certeza haverá furiosa disputa judicial, com ações de um lado para o outro, e prevejo que a coisa termine na Suprema Corte.
Como tentativa de adiar a guerra judicial, a posse de Trump pode ser adiada pela ordem que Obama deu à comunidade de inteligência, de que produza uma consolidação/revisão formal das informações acessíveis sobre a intervenção russa, até 20 de janeiro. Não por acaso, é a data da posse do novo presidente dos EUA!
Eis do que realmente se trata:
Se o processo Congressional ou legal em torno da eleição de Trump for adiado, aquela situação pode arrastar-se por muito tempo. A camarilha que governa Washington pode muito bem sobreviver com um presidente Pence interino, Trump não poderá dar nem palpites em questões de governo. (E Clinton poderá talvez, nesse caso, atuar como vice-presidenta interina, ou ser oficialmente reconhecida e diplomada como titular da presidência?)
A intervenção/ação da mídia-empresa, contra Trump, é pesadíssima.
Mas em primeiro lugar tenham em mente que não há prova, ZERO PROVA, de que a Rússia tenha realmente feito coisa alguma que tenha a ver com informações vazadas do Comitê Nacional Republicano ou Podesta ou outra fonte qualquer de vazamentos e com a publicações de e-mails por vários veículos, dentre os quais, Wikileaks.
Tudo que ouvimos e vimos até agora são rumores e diz-que-diz. Para mim, como profissional de Tecnologias de Informação (TI) com longa experiência, o caso é ridículo, risível, do ponto de vista técnico, exatamente como Murray
explica aqui. Se os supostos
hackeamentos aconteceram – e nem isso está confirmado –, os métodos que foram usados são tão elementares e conhecidos, que praticamente qualquer pessoa poderia ter capturado os mesmos
e-mails. Não há sequer um traço de prova até agora, nem medianamente aceitável, do ponto de vista técnico, que prove que “a Rússia
hackeou os
e-mails“.
Mas apesar de tudo, lá está o
NYT incansável, a repetir enorme pacote de matérias para
informar à opinião pública que “a Rússia fez todo o crime, sem pular uma etapa”, sem qualquer prova, baseado só em rumores sem base factual distribuídos pela
CIA e ‘pareceres’ emitidos por não profissionais de Tecnologia da Informação – empregados da tal Crowdstrike, empresa autopromovida de TI que o Comitê Nacional Democrata contratou e paga.
Antes, o
Washington Post publicara
acusações diretas da interferência russa, citando como fonte funcionários “não identificados”. Agora
NBC News completa a ‘notícia’ com “funcionários da inteligência que dizem” que a operação de hacking foi comandada pessoalmente por Putin. A matéria vem assinada por dois
hackers aliados do sistema e velhos conhecidos, Bill Arkin e Ken Dilanian
conhecidos por nada jamais publicar que não tenha sido aprovado pela CIA. Mais uma matéria dessa dupla, e seremos ‘informados’ que Vladimir Valdimirovich em pessoa metralhava os teclados dos computadores
hackers.
Muitos veículos e editoriais seguiram cegamente essas “matérias”.
Embora eu preferisse a Hillary, nem ela e nem o Trump são my president. Temo que haja atrasos ao mesmo tempo em que as relações entre EUA e Rússia tendem a melhorar. Não concordo com as posições desse fanfarrão (considero-o imprevisível), mas, se de fato o novo presidente dos EUA resolver se voltar mais para a política interna, cada país vai ter que tomar conta de seus próprios problemas. Pode ser perigoso não termos mais a ajuda da "polícia do mundo", mas, ao mesmo tempo, haverá menos intervencionismos catastróficos como ocorreu no Iraque (2003), no apoio à Primavera Árabe e na questão síria. Por outro lado, é possível que o mundo talvez entre numa fase de desglobalização, o que poderá justificar as desigualdades salariais entre trabalhadores de outros países já que a globalização produz o seu efeito colateral para os planos dos empresários internacionais de posteriormente igualar direitos em diversas áreas.
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