sexta-feira, 1 de julho de 2016

Dez versões da Internacional Comunista, do Brasil ao Japão

Do Ópera Mundi

A Internacional é internacional: escrita em francês, a letra é de 1871; a versão famosa é a russa (também em remix); mas a melhor é a japonesa
Em homenagem a Jacob Gorender, a editora Boitempo fez circular o primeiro vídeo abaixo, em que, ao final de uma conferência, o historiador marxista, já com dificuldades para ouvir e levantar-se, esforça-se para pôr-se em pé para acompanhar a Internacional.
A letra, escrita originalmente em francês, de 1871, é de Eugène Pottier, um dos revolucionários da Comuna de Paris. A música, de Pierre de Geyter, é de 1888. Depois, muitas traduções, algumas adaptações e temos um hino realmente internacional.
No Brasil, consta que a música, adotada como hino por partidos comunistas, socialistas e social-democratas de todos o planeta (mas, claro, não todos) foi bastante difundida a partir da Greve Geral de 1917, liderada por lideranças sindicais anarquistas (o PC brasileiro só seria fundado em 1922).
A MÚSICA
1. Gorender fica em pé para cantar a Internacional. [a partir de 39min50seg]

2. Garotos podres - a Internacional punk rock.


3. Provavelmente, a versão mais tocada: a Internacional em russo.

4. A versão russa remixada.

5. Em inglês, versão do Partido Comunista Norte-Americano, que vale também pela foice, martelo e engrenagem estilizadas.

6. Em espanhol, à capela, trecho do filme Terra e Liberdade (1995), de Ken Loach.


7. Em francês, com legenda, preparada para a campanha eleitoral de Mélénchon.

8. Compagni, também em italiano.


9. A gloriosa versão vietnamita.

10. E para todos os comunistas japoneses! (de longe, a melhor)

A LETRA
De pé, ó vitimas da fome
De pé, famélicos da terra
Da ideia a chama já consome
A crosta bruta que a soterra
Cortai o mal bem pelo fundo
De pé, de pé, não mais senhores
Se nada somos em tal mundo
Sejamos tudo, ó produtores

Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional
Senhores, Patrões, chefes supremos
Nada esperamos de nenhum
Sejamos nós que conquistemos
A terra mãe livre e comum
Para não ter protestos vãos
Para sair desse antro estreito
Façamos nós por nossas mãos
Tudo o que a nós nos diz respeito
Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional
O crime de rico, a lei o cobre
O Estado esmaga o oprimido
Não há direitos para o pobre
Ao rico tudo é permitido
À opressão não mais sujeitos
Somos iguais todos os seres
Não mais deveres sem direitos
Não mais direitos sem deveres
Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional
Abomináveis na grandeza
Os reis da mina e da fornalha
Edificaram a riqueza
Sobre o suor de quem trabalha
Todo o produto de quem sua
A corja rica o recolheu
Querendo que ela o restitua
O povo só quer o que é seu
Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional
Nós fomos de fumo embriagados
Paz entre nós, guerra aos senhores
Façamos greve de soldados
Somos irmãos, trabalhadores
Se a raça vil, cheia de galas
Nos quer à força canibais
Logo verás que as nossas balas
São para os nossos generais
Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional
Pois somos do povo os ativos
Trabalhador forte e fecundo
Pertence a Terra aos produtivos
Ó parasitas deixai o mundo
Ó parasitas que te nutres
Do nosso sangue a gotejar
Se nos faltarem os abutres
Não deixa o sol de fulgurar
Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional

Um comentário:

  1. A letra, escrita originalmente em francês, de 1871, é de Eugène Pottier, um dos revolucionários da Comuna de Paris. A música, de Pierre de Geyter, é de 1888. Depois, muitas traduções, algumas adaptações e temos um hino realmente internacional.
    No Brasil, consta que a música, adotada como hino por partidos comunistas, socialistas e social-democratas de todos o planeta (mas, claro, não todos) foi bastante difundida a partir da Greve Geral de 1917, liderada por lideranças sindicais anarquistas

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