O que aprendi sendo xingado na internet

Do Portal Vermelho



  
Em O que aprendi sendo xingado na internet, que será lançado nesta segunda-feira (6), às 19 horas na Livraria Cultura, do Conjunto Nacional, em Brasília (DF), o jornalista e cientista político Leonardo Sakamoto usa seu conhecimento e experiência para traçar um diagnóstico e fazer uma reflexão sobre o ódio e a intolerância que por vezes dominam as redes sociais, construindo ao mesmo tempo uma espécie de guia para não nos tornarmos massa de manobra nas mãos de grupos e pessoas com más intenções.

Para Sakamoto, a comunicação cara a cara está sendo preterida em detrimento do diálogo virtual e, com isso, "a internet pode se tornar um púlpito de onde se fala, mas não se ouve".

Sem as interferências e complexidades do diálogo real, a tela de um computador ou de um tablet serve como anteparo e escudo protetor para que o interlocutor emita qualquer tipo de opinião, com uma segurança garantida e sem ter que "sentir" o outro e, quem sabe, ser convencido a mudar de opinião - como, muitas vezes, acontece quando se fala cara a cara.

Dividido por temas, como "somos educados a tomar partido", "boatos são eternos", "falta Lexotan na água desse povo" e "odiar é fácil. Difícil é dialogar", Sakamoto abrange, de forma direta e simples, os principais sintomas de um período conturbado.

"Se a internet é uma selva, você tem aqui o seu guia de sobrevivência. Minha geração cresceu com uma ferramenta preciosa nas mãos sem entender para o que ela serve", escreve o ator e escritor Gregório Duvivier, que assina a orelha da obra.

Sem pretensões literárias ou aprofundamento teórico e acadêmico, Sakamoto mostra como, por exemplo, o Facebook pode ser usado para conquistar votos e analisa como vivemos em uma 'lógica binária, como ele define: "é de esquerda? Tem que fazer voto de pobreza. É de direita? Chicoteia os empregados". Com a intenção de ser um guia, O que aprendi sendo xingado na internet é mais do que isso: é uma radiografia dos tempos radicais e intolerantes em que estamos mergulhados.

Sobre o autor

Leonardo Sakamoto é paulistano. Jornalista e doutor em ciência política pela Universidade de São Paulo, cobriu conflitos armados em diversos países e o desrespeito aos direitos humanos no Brasil.

Professor de jornalismo na PUC-SP e pesquisador visitante do Departamento de Política da New School, em Nova York, é também conselheiro do Fundo das Nações Unidas para Formas Contemporâneas de Escravidão e diretor da ONG Repórter Brasil. É blogueiro no portal UOL, escrevendo diariamente sobre direitos humanos. 
 

De Brasília, com agências 

Comentários

  1. Sakamoto usa seu conhecimento e experiência para traçar um diagnóstico e fazer uma reflexão sobre o ódio e a intolerância que por vezes dominam as redes sociais, construindo ao mesmo tempo uma espécie de guia para não nos tornarmos massa de manobra nas mãos de grupos e pessoas com más intenções.

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