sábado, 22 de outubro de 2011

Dilma resiste e segura ministro


Por André Barrocal, no sítio Carta Maior :

A presidenta Dilma Rousseff reuniu-se na noite desta sexta-feira (21) com o ministro do Esporte, Orlando Silva, que é acusado de corrupção, e decidiu, ao menos por ora, mantê-lo no cargo. Em nota oficial divulgada depois da conversa, Dilma disse mais uma vez que o governo não condena sem provas e tem a presunção de inocência como princípio. “Não lutamos inutilmente para acabar com o arbítrio e não vamos aceitar que alguém seja condenado sumariamente”, afirmou.

Na reunião, Orlando reafirmou que é inocente e esta sendo acusado sem provas por pessoa que já foi presa e deve mais de R$ 3 milhões ao ministério do Esporte. Disse ainda que o partido dele, o PCdoB, também envolvido na denúncia do policial militar João Dias Ferreira – a sigla seria o destino final de dinheiro supostamente desviado – é alvo de “mentiras” e “calúnias”, sentiu-se “ferido com tamanha acusação” e deposita confiança nele, Orlando.

O próprio ministro fez um relato da conversa, em entrevista coletiva à imprensa. “A presidenta Dilma recomendou que eu continue o meu trabalho”, declarou Orlando Silva.

O PM João Dias disse à revista Veja que existe um esquema de desvio de verba no ministério, a partir de convênios do programa Segundo Tempo, para abastecer o PCdoB. Mas não apresentou provas materiais. Em depoimento à Polícia Federal (PF), ele reafirmou a acusação, mas também sem apresentar provas.

Neste fim de semana, a revista deve trazer nova reportagem com a transcrição de uma gravação que João Dias teria feito de conversa com autoridades do Esporte, na qual se constatariam irregularidades.

O delegado da PF e deputado federal pelo partido do ministro do Esporte Protógenes Queiroz (SP) disse que João Dias usa a revista, com o objetivo de criar um clima político contra Orlando e a favor de si mesmo e, assim, influenciar a análise das supostas provas pela polícia e o Ministério Público (MP).

Nesta sexta (21), o chefe do MP, Roberto Gurgel, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito para apurar as denúncias feitas contra Orlando Silva. O próprio ministro tinha pedido a investigação - fez o mesmo com a PF e a Comissão de Ética da Presidência.

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