segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Dr. Zequinha – Médico, Dirigente sindical, Comunista, 80 anos

 

Dr. Zequinha, protagonista de uma fotografia que rendeu ao seu autor, Edson Jansen, o Prêmio Esso de Fotojornalismo– em que enfrenta a cavalaria da polícia com um estilingue.




Fonte:

Dr. Zequinhahttps://pcdobpr.wordpress.com/2012/04/11/dr-zequinha-medico-dirigente-sindical-comunista-70-anos/, faz 70 anos : uma vida dedicada ao socialismo


Matéria  de abril de 2012

A famosa foto: Dr. Zequinha enfrenta a cavalaria da polícia com um estilingue - e só
A famosa foto: Dr. Zequinha enfrenta a cavalaria da polícia com um estilingue

No ano de 1968, o então reitor da UFPR, Flávio Suplicy de Lacerda, tomou uma decisão: a Universidade Federal do Paraná, uma instituição pública, passaria a cobrar por seu ensino. Cursos noturnos, em teoria voltados para estudantes que trabalhavam durante o dia para se sustentar, passariam a ser pagos. Esse novo sistema começaria a vigorar quando os calouros daquele ano fossem aprovados.

No dia do vestibular de 68, os estudantes da Universidade, sob liderança do DCE (Diretório Central dos Estudantes), da UPE (União Paranaense de Estudantes) e da UPES (União Paranaense de Estudantes Secundaristas) impediram a realização da prova no Centro Politécnico com sucesso, adiando o concurso. Suplicy insistiu em manter sua decisão e realizar uma segunda prova. Novamente, os movimentos estudantis se mobilizaram para impedir o vestibular, mas a presença da polícia montada fez com que a operação falhasse.

Um dos líderes desses jovens que em 1968 tomaram a Reitoria da universidade mais antiga do país era o jovem José Ferreira Lopes, mais conhecido por Zequinha – pelos amigos e pelos algozes. Membro do DCE e da UPE naqueles anos, foi testemunha de sentimentos e atitudes antagônicas, a coragem dos estudantes e a covardia das autoridades, chegou a ser preso e torturado, viu colegas sucumbirem à violência do Estado e, anos depois, voltou a cursar a profissão que fora forçado a abandonar, a Medicina, tornando-se o Dr. Zequinha.

Dr. Zequinha, protagonista de uma fotografia que rendeu ao seu autor, Edson Jansen, o Prêmio Esso de Fotojornalismo– em que enfrenta a cavalaria da polícia com um estilingue.

Hoje o jovem Doutor completa 70 anos com o mesmo ardor revolucionário de 42 anos atrás.

Paulista de Marília, onde nasceu em 11 de abril de 1942, de uma família de retirantes nordestinos.Militante da Ação Popular (AP) a partir de 1967, atuou na organização clandestina em São Paulo, em 1969, e no movimento operário de Belo Horizonte em 1970 e 1971, quando foi preso e duramente torturado. Filiado ao PCdoB em 1972, junto com a maioria da AP, morou e trabalhou em Jequié (BA), a serviço do partido, integrando um sistema de apoio à guerrilha do Araguaia. Em dezembro de 1976, após o assalto dos militares à reunião do Comitê Central do PCdoB, em São Paulo, no que ficou conhecido como a Chacina da Lapa, Zequinha perdeu contato com o partido.

De volta a Curitiba, em 1980, retomou o curso de Medicina, formando-se em 1984. De lá para cá vem participando intensamente da vida política do Estado, ocupando várias posições na direção estadual do PCdoB paranaense, inclusive a presidência, entre 1992 e 1995. Atualmente preside o partido em Curitiba e é vice-presidente do PCdoB no Estado.

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