Suicídio de jovem militante do ateísmo repercute no Facebook
No dia 28 de dezembro, por volta das 19h30, uma jovem morena colocou uma corda no
pescoço e se matou. Órfã de pai, Roberta Baêta (foto) tinha 17 anos, era bipolar, sofria
de depressão e em outras ocasiões já teria tentado o suicido. Morava em
Conselheiro Lafaiete (MG).
A sua morte tem repercutido no Facebook, onde ela tinha um perfil que usava para sua militância
ateísta. O perfil até ontem continuava disponível, mas alguém deletou as postagens e as fotos.
Entre as fotos, havia registros da participação dela em manifestações a favor do Estado laico,
por exemplo. Entre os textos, estava a transição de “Ex-freira Elizabeth, 73, conta como virou
militante ateísta”, publicado por este site em novembro de 2012.
Amigos de rede social de Roberta conseguiram tirar cópia de alguns textos e fotos um pouco antes
de serem deletados e com eles criaram uma página de homenagem à jovem.
Em um dos textos, Roberta reclama da rejeição que vinha sofrendo por ser ateia. “Estou cansada de
gente que simplesmente me exclui de suas vidas ao saber que sou ateia, sem conhecer o meu caráter”,
escreveu. A página da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos no Face está dando destaque
à mensagem.
Somente um psiquiatra informado sobre o caso de Roberta pode avaliar até que ponto a pressão
familiar por ela ser ateia acentuou a sua depressão. Trata-se de uma questão delicada, porque
envolve a dor quase insuportável de uma família que perdeu uma jovem.
Pouco se debate o suicido porque, para a sociedade e imprensa, o assunto é incômodo e
virou tabu — acredita-se que evidenciá-lo é uma forma de encorajar outros a se matarem.
A sua morte tem repercutido no Facebook, onde ela tinha um perfil que usava para sua militância
ateísta. O perfil até ontem continuava disponível, mas alguém deletou as postagens e as fotos.
Entre as fotos, havia registros da participação dela em manifestações a favor do Estado laico,
por exemplo. Entre os textos, estava a transição de “Ex-freira Elizabeth, 73, conta como virou
militante ateísta”, publicado por este site em novembro de 2012.
Amigos de rede social de Roberta conseguiram tirar cópia de alguns textos e fotos um pouco antes
de serem deletados e com eles criaram uma página de homenagem à jovem.
Em um dos textos, Roberta reclama da rejeição que vinha sofrendo por ser ateia. “Estou cansada de
gente que simplesmente me exclui de suas vidas ao saber que sou ateia, sem conhecer o meu caráter”,
escreveu. A página da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos no Face está dando destaque
à mensagem.
Somente um psiquiatra informado sobre o caso de Roberta pode avaliar até que ponto a pressão
familiar por ela ser ateia acentuou a sua depressão. Trata-se de uma questão delicada, porque
envolve a dor quase insuportável de uma família que perdeu uma jovem.
Pouco se debate o suicido porque, para a sociedade e imprensa, o assunto é incômodo e
virou tabu — acredita-se que evidenciá-lo é uma forma de encorajar outros a se matarem.
Não deveria ser assim porque o assunto exige mais atenção, tendo em conta que o suicido no Brasil
é a terceira causa de morte entre os jovens de 15 a 19 anos. A taxa de incidência nessa faixa etária
onde Roberta se encontrava se multiplicou por dez de 1980 a 2000, de acordo com dados do Instituto
de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP.
Os suicidas geralmente dão “avisos” de que pretendem se matar, o que pode ser entendido como
pedidos de ajuda, de socorro. No caso de Roberta, além de postagens no Face, ela deu avisos
explícitos nas vezes em que teria tentado pôr fim a sua vida, embora agora, aposteriori, fique fácil dizer isso.
é a terceira causa de morte entre os jovens de 15 a 19 anos. A taxa de incidência nessa faixa etária
onde Roberta se encontrava se multiplicou por dez de 1980 a 2000, de acordo com dados do Instituto
de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP.
Os suicidas geralmente dão “avisos” de que pretendem se matar, o que pode ser entendido como
pedidos de ajuda, de socorro. No caso de Roberta, além de postagens no Face, ela deu avisos
explícitos nas vezes em que teria tentado pôr fim a sua vida, embora agora, aposteriori, fique fácil dizer isso.
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