
sábado, 1 de maio de 2010

Prêmio "O Corvo do Ano" 2010
Carlos Lacerda foi o fundador do PIG. Ex-comunista – como convém a um extremista de direita – publicou um livro denunciando o Partido Comunista. Passou a ser o principal líder golpista, renomado por ser dos que literalmente batia nas portas dos quartéis (chamados de “vivandeiras de quartel”), insuflando o golpe nos seus inflamados golpes e discursos no Congresso.
Pró norteamericano militante, anti-nacionalista, anti-getulista, frontalmente contra o movimento sindical e todos os movimentos populares, adepto militante da SIP (Sociedade Interamericana de Prensa, vetusto lugar de coordenação da imprensa mais reacionária, pró-EUA e golpista do continente, até hoje) – Lacerda tinha todo o perfil do reacionário de carteirinha.
Entre outras sandices antidemocráticas, disse: “Getúlio não dever ser candidato à presidência, se for, deve ser derrotado; se ganhar, não deve tomar posse, se tomar posse, deve ser derrubado por um golpe”. Chamava JK de “ladrão” e outras coisas mais dessa ordem, típicas de uma revista semanal, herdeira atual do Lacerda.
Foi chamado de “corvo”, pelo cheiro de carniça de tudo o que tinha a ver com ele – golpe, ditadura, massacre de mendigos no Rio, imprensa de direita, denuncismo dos “subversivos”. Acreditava que o golpe – que ele tanto pregou – tinha sido feito para tirar seus maiores adversários nas eleições programadas para 1965, JK e Brizola, deixando o campo livre para que fosse eleito ou praticamente nomeado pelos militares.
Enganou-se e terminou a vida penosamente: quando seus ideais se realizavam, com um governo em que seu companheiro de partido, a UDN, Juracy Magalhaes, primeiro ministro de Relações Exteriores da ditadura afirmava “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil” (sic), um governo que escancarou a entrada de capitais externos, prendeu, torturou, fuzilou, desapareceu os que considerava “subversivos”, o corvo não tinha lugar. Morreu sem pena nem glória, como um “corvo”.
Hoje vários jornais e jornalistas se candidatam a ser os corvos dos tempos atuais. Vamos fazer a lista dos candidatos e no fim do ano decidiremos quem merece o prêmio, numa batalha que, desde já, sabemos que será muito dura, tantos e tão medíocres são os candidatos.
Arrisco um primeiro candidato: Otávio Frias Filho, pela “ditabranda”, pelas acusações falsas, pelo silêncio sobre o que não lhe agrada.
Indiquem vocês os outros candidatos, controlemos seus desempenhos – frenéticos em ano de campanha eleitoral – e no fim do ano decidiremos quem merece o prêmio “O corvo do ano” 2010

O senador E PASTOR EVANGÉLICO Marcelo Crivella (RJ) saudou o PCdoB na sessão desta quarta-feira (28) em que o Senado homenageou o transcurso dos 85 anos da agremiação comunista, fundada em 25 de março de 1922. Em seu pronunciamento, Crivella ressalvou que, embora seja evangélico, reconhece a importância da pregação comunista do PCdoB para o desenvolvimento social do Brasil.
- Alguns dirão: ‘Mas o senhor é cristão, um homem da Bíblia, um homem do Evangelho’. Mas não há cartilha mais comunista que o Evangelho – sustentou, elogiando a luta histórica da militância do PCdoB por um Brasil mais justo. Crivella destacou ainda a luta do PCdoB contra sistemas políticos arraigados no passado e ainda presentes no quadro sociopolítico do Brasil, como o poder do latifúndio e do coronelismo. Lembrou ainda o enfrentamento do PCdoB à permanência da prática da escravização dos bóia-frias, “querecebem apenas o trabalho e não usufruem da riqueza”.
Fonte: Agência Estado
quinta-feira, 29 de abril de 2010

OS LOUCOS E INSENSATOS DO MST | ||
Trafegava ontem (22.04) pela BR 324 (Salvador - Feira de Santana) e vi a marcha do MST pela rodovia. Saíram de Feira de Santana e a previsão de chegada a Salvador é na segunda-feira (26.04). São mais de 100 km de caminhada. Fala-se em 5 mil ou 6 mil participantes. Vi muitos jovens e mulheres participando da marcha.
Segunda a imprensa local, "a manifestação tem como objetivos cobrar mais agilidade na reforma agrária no País e cobrar do governo a realização de obras negociadas em manifestações anteriores, como a construção de casas e escolas em 120 assentamentos no Estado. A marcha também tem o caráter de protesto contra a criminalização dos movimentos sociais e contra a impunidade no campo, afirmou o deputado estadual Valmir Assunção (PT), que integra a marcha. Com ele, estão outras lideranças do partido na Bahia, como o vice-presidente estadual da legenda, Weldes Valeriano. Na programação dos participantes, estão previstas caminhadas pela manhã e atividades culturais - como curso de formação política e exibição de filmes - nos outros períodos". (leia mais...)
Antes de encontrar os membros do MST em caminhada, parei em um posto para abastecer o carro e puxei conversa com o frentista sobre a marcha. Comecei perguntando se estavam muito na frente e ele me respondeu que tinham passado por ali na manhã anterior e que àquela hora (às nove horas, mais ou menos) já deveriam ter levantado acampamento e estavam novamente na pista. Em seguida, tentou me confortar argumentando que era feriado, o trânsito não estava intenso e talvez não encontrasse muito engarrafamento. Respondi que não me incomodava muito, pois o MST tinha o direito de lutar e de se manifestar. Ele se animou para continuar a conversa e alegou que também gostava do MST e da coragem deles, mas não gostava quando se tornavam violentos, destruíam plantações e casas das fazendas invadidas.
Desejei bom dia de trabalho ao frentista e segui viagem. Depois que passei por aquela multidão de homens e mulheres, caminhado em duas filas indianas, cantando e demonstrando que estavam voluntariamente naquela caminhada, pensei comigo mesmo: são mesmo loucos e insensatos! Ora, são mais de 100 km de caminhada e nesta época do ano costuma chover muito no recôncavo baiano. Loucos e insensatos, mesmo!
Mais na frente, lembrei-me da observação do frentista com relação à violência do MST e pensei: também, o que se pode esperar de loucos e insensatos? Que vão entrar com muito cuidado nas fazendas que ocupam, cuidar bem da casa, deixar tudo limpo e arrumado? Não, nada disso. São loucos e insensatos!
Mas o que os levou à loucura e à insensatez? Por que tantos jovens, moças e rapazes, já perderam a razão e os bons modos ainda na flor da idade?
Esta doença é hereditária e foi causada por mais de 500 anos de exclusão e opressão. No início, os índios, depois os negros, depois os posseiros e pequenos colonos foram excluídos da terra e lançados ao léu. Agora, séculos depois, tornaram-se "sem-terra"e marcham pelas rodovias do país, moram em acampamentos, ocupam fazendas, derrubam laranjais, queimam sedes luxuosas, matam bois para comer a carne... São uns loucos e insensatos.
Sendo assim, diferente dos "doutores da lei", eles não sabem distinguir os vários tipos de posse, não sabem distinguir posse de propriedade e, muito menos, o que sejam os tais "interditos proibitórios." Para eles, interessa somente a terra e os alimentos que dela brotam. Terra, portanto, não se confunde com posse e, muito menos, com propriedade. Terra é mãe e produz alimentos, é o local, o espaço sagrado e detentor das possibilidades de continuidade da espécie humana sobre o planeta. Propriedade, de outro lado, é mera abstração, conceito, idéia, pedaço de papel, registro em cartório...
Não compreendem os loucos e insensatos do MST, enfim, por que tantos "letrados" andam dizendo por aí que a "propriedade" é um direito sagrado. Ora, sagrada é a terra, e não a propriedade dela! Esse destino místico da terra, porém, não se realiza com pastos e pisadas de bois ou eucalipto para virar celulose, mas com a presença do homem, como se pertencessem um ao outro, plantando e colhendo, no cio da terra, alimentos para o mundo. O homem, portanto, não pode impor qualquer função ou amarras à terra, pois ela já tem desde sempre o seu destino inafastável, que é oferecer a vida ao homem que lhe habita.
Pensando bem, aliás, o que seria da vida, da liberdade e do mundo sem os loucos e os insensatos?
Salvador, 22 de abril de 2010 |
quarta-feira, 28 de abril de 2010
DIA DOS TRABALHADORES
1º de Maio: centrais promovem três grandes manifestações em SP
Na zona oeste de São Paulo, em trecho da Avenida Marquês de São Vicente, o 1º de Maio Unificado com CTB, UGT e Nova Central. Ali perto, no Memorial da América Latina, a CUT e seu 1º de Maio Latino-Americano. Por fim, na Praça Campo de Bagatelle, zona norte, o 1º de Maio Unitário envolvendo Força Sindical e CGTB.
Escolhida, uma vez mais, como principal palco das celebrações nacionais do Dia Internacional do Trabalhador, São Paulo se prepara para receber três grandes atos no próximo sábado (1º/5). Mais de 2 milhões de pessoas devem passar pelas comemorações.A ex-ministra Dilma Rousseff, pré-candidata à Presidência da República apoiada pela base aliada ao governo Lula, é aguardada nos três eventos. Já o presidenciável tucano José Serra foi convidado pela CUT e pela UGT para participar de suas respectivas manifestações — mas não deve comparecer.
Na celebração mais representativa, novamente CTB, UGT e Nova Central se uniram para promover um 1º de Maio Unificado. Desta vez, as centrais elegeram seis bandeiras de lutas: redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução de salário; ratificação da Convenção 158 da OIT (que proíbe demissões imotivadas); fim do Fator Previdenciário; direito à igualdade de oportunidade; desenvolvimento nacional com valorização do trabalho; e 70 anos do salário mínimo.
Haverá também programação artística e cultural. O 1º de Maio Unificado promete “o maior concerto sertanejo já organizado na capital”, com várias duplas do gênero, além de shows da sambista Leci Brandão e do padre Fabio de Melo. A expectativa das centrais é levar ao ato um público superior aos 200 mil reunidos no Dia do Trabalhador do ano passado.
Com o lema “Reduzir a Jornada e Ampliar Direitos”, Força Sindical e CGTB também vão unidas para o que chamam de “comemoração unitária do 1º de Maio em São Paulo”. O evento conjunto terá apresentações musicais durante todo o dia de sábado, além de sortear 18 automóveis zero quilômetro e um apartamento. No ato político, lideranças e entidades ligadas às duas centrais vão se concentrar em três reivindicais: redução da jornada para 40 horas, diminuição dos juros e fim dos leilões do pré-sal
O 1º de Maio da CUT envolve atividades e debates políticos como o Seminário Sindical Internacional, dirigido às entidades sindicais e sociais. Para celebrar a integração de 20 países da América Latina, a programação inclui ainda a exposição Trabalhador Latino-Americano, ato ecumênico, feira gastronômica, mostra artesanal, lançamento de livros e shows — quase tudo temático. A principal atração musical é o mineiro Milton Nascimento, que prestará tributo à grande cantora argentina Mercedes Sosa, falecida em outubro de 2009.