sábado, 28 de fevereiro de 2015

Bancada comunista quer manter regras do seguro-desemprego




Em reunião com ministros do governo Dilma sobre ajustes econômicos, parlamentares defenderam direitos dos trabalhadores e tributação de grandes fortunas.
Bruno Trezena/Ascom Jandira Feghali
Bancada comunista se reúne com ministros para tratar de pacote econômico
A Bancada do PCdoB na Câmara dos Deputados se reuniu com ministros do governo Dilma, na manhã de quinta-feira (26), para tratar das Medidas Provisórias 664 e 665, que mudam as regras na concessão da pensão por morte e do seguro-desemprego, respectivamente. As MPs fazem parte das ações anunciadas pelo Executivo no final de 2014 para gerar uma economia nos cofres públicos de R$ 18 bilhões em 2015.
O encontro ocorreu no Palácio do Planalto e teve a participação dos ministros Miguel Rossetto (Secretaria Geral), Pepe Vargas (Relações Institucionais), Nelson Barbosa (Planejamento), Carlos Gabas (Previdência) e Manoel Dias (Trabalho). A ideia é articular apoio das bancadas na Câmara para as propostas apresentadas pelo Executivo.
O PCdoB é a primeira legenda na Câmara a ser recebida pela equipe ministerial no debate sobre o pacote fiscal anunciado pelo Ministério da Fazenda. A Bancada tem se posicionado publicamente contrária aos ajustes nos direitos sociais do trabalhador, principalmente no que se refere ao seguro-desemprego. A posição não foi diferente na reunião.
A deputada líder do PCdoB, Jandira Feghali (RJ), reconheceu o esforço do governo em aproximar o diálogo do Parlamento, mas criticou a proposta de aumentar o acesso ao seguro-desemprego de 6 para 18 meses.
“A massa trabalhadora, principalmente a jovem, não pode ser atingida pelo ajuste fiscal com tamanha violência. É preciso sinalizar o ajuste também para os mais ricos”, disse Jandira, adiantando a proposta de tributação de grandes fortunas.
Para ela, “há caminhos para que se possa tributar com justiça quem tem mais patrimônio no país”, como o PLP 10/2015. “O modelo tributário progressivo é urgente. Hoje, o cidadão tem um fusca e paga IPVA de 4%, mas quem compra um helicóptero ou uma lancha nada paga”, enfatiza.
Os deputados Aliel Machado (PR) e Davidson Magalhães (BA) reforçaram a posição da liderança na mesa. Para Aliel, a juventude será a maior atingida. “Ampliar a carência é permitir que essa faixa etária fique de fora do auxílio.”
O vice-líder do governo na Câmara, deputado Orlando Silva (SP), mostrou a necessidade de esclarecer à população as medidas a serem tomadas. “Não se pode permitir que o discurso seja o da oposição ou de parte da mídia, que distorce a decisão tomada pelo governo nos ajustes econômicos”, afirma.
A Bancada sinalizou a necessidade de flexibilizar algumas regras e considerou apoiar as modificações na pensão por morte e na expansão ao Sistema Único de Saúde (SUS) da perícia médica em acidente de trabalho. Uma nova reunião ainda deve ser feita na próxima semana para continuidade do debate. Também estiveram presentes os deputados Alice Portugal (BA), Carlos Eduardo Cadoca (PE), Chico Lopes (CE), Daniel Almeida (BA), Jô Moraes (MG), João Derly (RS), Luciana Santos (PE), Rubens Pereira Jr (MA) e Wadson Ribeiro (MG).
*Com informações da assessoria da parlamentar
Por: Da Redação 

Rumo ao dia 13 de março

Rumo ao dia 13 de março


CUT

Cidade de Rio Grande faz ato em defesa da Petrobrás, antecipando manifestações que vão ocorrer em todo o Brasil

Escrito por: Isaías Dalle • Publicado em: 18/02/2015 - 15:23 • Última modificação: 19/02/2015 - 12:05
Marcelo CarliniPopulação foi à praça para defender soberania
No último dia 12 de fevereiro, a população da cidade de Rio Grande (RS) parou suas atividades para realizar um ato em defesa da Petrobrás. A mobilização foi convocada por sindicatos filiados à CUT, de diferentes ramos de atividade – professores, bancários, metalúrgicos, portuários, servidores municipais e comerciários – e teve participação de entidades como o MST, Levante Popular, CTB e Conlutas.
A produção de plataformas de petróleo, iniciada na cidade no primeiro mandato do ex-presidente Lula, é hoje a principal atividade econômica do município de 207 mil habitantes. No entanto, o processo de investigação sobre a Petrobrás já desacelerou a indústria naval rio-grandina, e as plataformas P75 e P77, já encomendadas, estão com a fabricação temporariamente suspensas.
“A população sabe, e demonstrou isso nas ruas, que a Petrobrás é um patrimônio que faz girar a economia dessa cidade e do Brasil inteiro, e por isso deve ser defendida por todos”, diz Marcelo Carlini, diretor da CUT-RS. “Não podemos permitir que a investigação sobre corrupção sirva para estagnar a empresa e atrapalhar toda a cadeia produtiva, como querem setores oportunistas na oposição, no mercado e na imprensa”, completou.
No próximo dia 13 de março, a CUT vai organizar atos em diferentes cidades do Brasil com o mesmo objetivo das manifestações em Rio Grande: defender o combate à corrupção ao mesmo tempo em que reitera a necessidade de preservar a empresa e, assim, garantir que o dinheiro obtido na exploração do petróleo, das camadas pós e pré-sal, e do gás seja majoritariamente investida no País e na educação pública.”Há setores que pretendem inviabilizar a Petrobrás e assim privatizar a operação. Precisamos alertar a população sobre isso”, diz Carlini.
O prefeito municipal, Alexandre Lindenmeyer (PT), participou do ato.
Ao final, as entidades publicaram o manifesto a seguir:

Rio Grande parou em defesa da Petrobras, do pólo naval e dos empregos

Nesse 12 de fevereiro, ao final de um vitorioso dia de luta em que a cidade de Rio Grande parou, milhares de trabalhadores cruzaram seus braços para refletir e se posicionar sobre a grave situação que ameaça a cidade e o País.
Há quase um ano o País acompanha uma operação policial que detectou evidências de crimes, pelos quais são investigadas pessoas que participaram da gestão da Petrobrás e de empresas fornecedoras. A ação contra a corrupção tem o nosso mais firme apoio. Queremos o esclarecimento dos fatos e rigorosa punição dos culpados.
É urgente denunciar, no entanto, que esta ação tem servido a uma campanha visando à desmoralização da Petrobras, responsável por investimentos e geração de empregos em nossa cidade, no Estado e no Brasil.
Não vamos abrir mão de exigir o esclarecimento de todas as denúncias, o julgamento e a punição dos responsáveis; mas não temos o direito de ser ingênuos nessa hora: há poderosos interesses contrariados pelo crescimento da Petrobras. Há setores ávidos por se apossar da empresa, de seu mercado, suas encomendas e das imensas jazidas de petróleo e gás. Estamos atentos aos setores que ameaçam desviar o sentido dessa luta.
Cabe ao governo não vacilar diante de pressões indevidas, garantir o início imediato da construção da P75 e P77, a manutenção da produção e conteúdo local, a garantia dos investimentos sociais e a destinação da riqueza oriunda do petróleo para a maioria do povo brasileiro, particularmente à saúde e à educação pública.
Estão em jogo os interesses da esmagadora maioria da nação. Esta é a dimensão da luta que iniciamos hoje.
Desde já, como continuidade desta mobilização vitoriosa, anunciamos a constituição de um amplo comitê unitário em defesa da Petrobrás, do Polo Naval e dos empregos em nossa cidade. Sua tarefa é imediatamente dar início à preparação da mobilização convocada nacionalmente para o dia 13 de março pela CUT com os movimentos sociais em torno da defesa dos direitos e da Petrobrás, não ao PL4330 da terceirização, entre outras.
O futuro de Rio Grande depende da mais ampla mobilização!
Nenhum retrocesso, nenhum direito a menos!

Dia 12 de fevereiro de 2015, cidade de Rio Grande.

http://www.cut.org.br/noticias/rumo-ao-dia-13-de-marco-55ee/

CUT convoca trabalhadores e trabalhadoras para Jornada de Lutas e dia de mobilização no 13 de março



26 de fevereiro de 2015
cutPágina 13 divulga, abaixo, a convocatória da CUT para a jornada de lutas do próximo período, assinada por Sérgio Nobre, secretário geral, e Wagner Freitas, presidente da CUT. Confira:


A CUT conclama as trabalhadoras e os trabalhadores militantes e dirigentes de todo o país para uma grande Jornada de Lutas contra a retirada de direitos, a ameaça de desemprego, com amplas mobilizações de massa, desde as bases, em defesa dos direitos da classe trabalhadora, da Petrobras, da Reforma Política e do nosso modelo de desenvolvimento, de sociedade e Estado, com inclusão social e valorização do trabalho, expressos na Plataforma CUT da Classe Trabalhadora.
Do final de fevereiro até o 1º de maio, ocuparemos as estradas, ruas, praças, escolas, hospitais, fábricas, na cidade e no campo, e também o Congresso Nacional com amplas mobilizações, para que nossa palavra de ordem chegue a todos os locais de trabalho e ecoe por todo o país: “Direitos devem ser ampliados, nunca diminuídos”. Nesse período deveremos priorizar as seguintes ações:

1ª) Manifestações em frente às “DRTs” – 2 de março
Organizar as manifestações em frente às Superintendências Regionais do Trabalho (“DRTs”), no próximo dia 2 de março, nas capitais em conjunto com as demais Centrais Sindicais, por empregos e direitos. Nossa luta é contra medidas que retiram e dificultam o acesso da classe trabalhadora a direitos econômicos e sociais. É também uma luta contra as demissões imotivadas e contra a elevada rotatividade do trabalho em diversos setores.

2) Ato Nacional em defesa da Petrobras, dos Direitos e da Reforma Política – 13/3
Toda nossa atenção e empenho deverão estar voltados para a realização, no dia 13 de março, do Ato Nacional em defesa da Petrobrás, dos Direitos e da Reforma Política. Esse ato assume uma importância crucial na atual conjuntura. Esses atos, promovidos pela CUT, em conjunto com a FUP e Movimentos Sociais deverão ser feitos em todo o país (em especial nas capitais).
No centro de nossas mobilizações, orientando nossas bases, deve estar a Resolução da Executiva da CUT de 10 de fevereiro de 2015: A CUT reafirma sua posição contrária às MPs 664 e 665 e defende uma proposta de política tributária que taxe os ricos, não os/as trabalhadores/as.  A Petrobras é nossa, pertence ao povo brasileiro. Foi conquistada na luta e será defendida na luta.  Jamais aceitaremos sua privatização. Seus recursos devem ser aplicados no desenvolvimento do país, em especial na educação. Corrupção se combate com Reforma Política e esta se faz através de uma Constituinte Exclusiva e Soberana em relação ao poder econômico, aos partidos e ao governo. Manteremos também vigilância no Congresso Nacional para impedir que nossos direitos sejam retirados, com especial atenção ao PL4330 da terceirização. Pressionaremos para que o governo nos ouça e atenda nossas reivindicações.
Temos a tarefa de engrossar nossas fileiras CUTistas com ampla visibilidade nas mobilizações previstas para o próximo período, algumas em conjunto com as demais Centrais Sindicais, conforme o calendário de lutas abaixo. Destacamos (em negrito) as atividades com prioridade imediata para a CUT:

24/2    –    Lançamento do Manifesto em Defesa da Petrobrás – Rio de Janeiro (CUT/FUP)
25/2    –    Negociação das Centrais Sindicais com o Governo – pressão via redes sociais
02/3    –    Dia de Mobilização Nacional das Centrais Sindicais nas Superintendências Regionais do Trabalho (“DRTs”) – atos conjuntos em todas as capitais 
03/3    –    Lançamento pela CUT do Dossiê sobre Terceirização – Congresso Nacional – Brasília/DF
04/3    –    Abertura Política do 12º CONCUT – 19h – Auditório Petrônio Portela – Brasília
09h às 17h: Seminário sobre Economia e Política
19h: Solenidade de Abertura Política do 12º CONCUT
08/3     –    Dia Internacional da Mulher – atos em todo o país
09 a 11/3–    Jornada de Lutas da Agricultura Familiar
13/3    –    Ato Nacional em defesa da Petrobrás, dos Direitos e da Reforma Política – atos da CUT, com a FUP e Movimentos Sociais em todo o país (em especial nas capitais)
18/3    –    Ato das Centrais Sindicais no Congresso Nacional
9/4    –    9ª Marcha da Classe Trabalhadora com todas as Centrais Sindicais – São Paulo/SP
1º/5    –    Dia Internacional das trabalhadoras e dos trabalhadores com atos da CUT em todo o país

Orientamos nossas Estaduais e Ramos da CUT para que se organizem para as manifestações, com as seguintes ações:
•    realizar Plenárias Organizativas da Jornada de Lutas, para organizar os atos, convocando as demais Centrais e movimentos sociais, conforme o calendário de lutas acima;
•    organizar mobilizações de rua, em locais estratégicos e de visibilidade, que permitam dialogar com os/as trabalhadores/as sobre a atual conjuntura;
•    dar grande visibilidade à nossa Jornada de Lutas, nos espaços públicos, nos locais e trabalho, na mídia e nas redes sociais ampliando nosso poder de pressão junto aos/às governadores/as e deputados/as estaduais e federais, bem como a formação de nossas/os trabalhadoras/es das bases e da opinião pública;
•    produzir materiais próprios que dialoguem com a base, com as diversas categorias e com as questões locais e estaduais;
•    informar a Secretaria Geral Nacional sobre as atividades programadas pelo email cut@cut.org.br.

Companheiras e Companheiros: para enfrentarmos a atual conjuntura, devemos aumentar nossa capacidade de pressão pela garantia de emprego e ampliação de nossos direitos: “Direito não se reduz, se amplia, Somos Fortes, Somos CUT!”
Saudações CUTistas,

Vagner Freitas
Presidente

Sergio Nobre
Secretário-Geral
http://www.pagina13.org.br/sindical/cut-convoca-trabalhadores-e-trabalhadoras-para-jornada-de-lutas-e-dia-de-mobilizacao-no-13-de-marco/

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Josef Stálin – O pai dos povos




Josef Stálin


Jossif Vissarionóvich Dzugasvili  Stálin  nasceu em 21 de dezembro de 1879 em Gori, província de Tífilis, Geórgia, região da Transcaucásia. Seu pai, Vissarion Ivanovich era filho de camponês pobre, tornou-se sapateiro autônomo e, depois, operário de uma fábrica de calçados. Sua mãe, Catarina Gueorguievna, filha de servo (camponês pobre).

A Rússia era o país mais atrasado da Europa, tinha como base a agricultura caracterizada pelo latifúndio e regime de servidão. Mas nas últimas décadas, o capitalismo avançava, lutas operárias vinham acontecendo, formando-se um campo fértil às idéias revolucionárias. Círculos clandestinos para estudo e divulgação do marxismo foram formados por intelectuais. O desafio era como fundir a teoria marxista com o movimento operário, o que foi conseguido por Lênin (V. A Verdade, nº  49), com a União de Luta pela Emancipação da classe operária de São Petersburgo.  Em 1898 fundou-se o Partido Operário Social-Democrata da Rússia ( POSDR).
No seminário de Tífilis, Stálin conheceu a literatura marxista, entrou em contato com grupos ilegais, organizou um círculo de estudos e ingressou no POSDR no ano de sua fundação, sendo expulso do seminário no ano seguinte, em razão de suas atividades.
A partir de então, dedicou-se inteiramente à atividade revolucionária, editando publicações clandestinas, redigindo textos e artigos e fazendo a propaganda do marxismo entre os operários.
O lutador e o dirigente
No levante operário de 1905, as divergências dentro do PSODR se clarificaram: de um lado, os mencheviques, defendendo meios pacíficos de luta e, de outro, os bolcheviques que propunham transformar a greve operária em insurreição armada. Stálin defendeu esta posição firmemente na Primeira Conferência Bolchevista de toda a Rússia, ocasião em que se encontrou com Lênin pela primeira vez e, juntos, redigiram as resoluções do Encontro.  A insurreição aconteceu em dezembro de 1905 e foi derrotada.
Stálin redobrou o trabalho de base, concentrando suas atividades na região petrolífera de Baku: “Dois anos de atividade revolucionária entre os operários da indústria petrolífera temperaram-me como lutador e como dirigente. Conheci pela primeira vez o que significava dirigir grandes massas operárias”.
Em 1912, na Conferência de Praga (Checoslováquia), dada a impossibilidade de realizá-la na Rússia, os bolcheviques decidem organizar-se em partido independente, afastando completamente os mencheviques e adotando o nome POSDR (b), isto é, bolcheviques. Stálin estava na prisão, de onde fugiu pouco depois, participando com Lênin da criação do PRAVDA (A Verdade). Indicado para dirigir o grupo bolchevique na Duma (parlamento russo), foi detido mais uma vez e enviado para longínqua cidade da Sibéria, de onde só sairia com a revolução (burguesa) de fevereiro de 1917.
A jornada de luta dos operários, que acontecia desde o início do ano de 1917, se amplia e obtém a adesão de um grande número de soldados sublevados em razão das precárias condições em que enfrentavam os alemães (1ª guerra mundial). A insurreição culmina com a derrubada do czarismo e constituição de um governo burguês, provisório. Livre,  Stálin se desloca para Petrogrado e no dia 16 de abril está à frente de uma delegação operária, recebendo Lênin (retornava do exílio) na estação Finlândia. Uma semana depois, realizou-se a sétima Conferência e ele foi eleito para o birô político do Partido Bolchevique.
Organizam-se os soviets (conselhos) de operários, camponeses e soldados, que em pouco tempo instauram uma situação de dualidade de poder. Lênin propõe a passagem da revolução democrático-burguesa para a revolução socialista e em julho/agosto realiza-se o II Congresso do Partido. Al-guns delegados defenderam que não era o momento para esse salto, por falta de apoio dos camponeses ou mesmo porque só era possível construir o socialismo com a vitória da revolução nos países euro-    peus. Stálin pronunciou: “ …É necessário desprezar essa idéia caduca de que só a Europa pode nos indicar o caminho. Há um marxismo dogmático e um marxismo criador. Eu me situo no terreno do segundo”. Esta era também a visão de Lênin e da esmagadora maioria dos bolcheviques, o que tornou possível a revolução socialista de outubro.
Stalin esteve à frente de todos os preparativos para a insurreição e integrou o grupo que conduziu o Comitê Militar Revolucionário. O levante começou no dia 6 de novembro, à noite.  No dia 7,  rapidamente, as tropas revolucionárias tomaram os principais pontos de Petrogrado e o Palácio de Inverno, onde se tinha refugiado o governo provisório. Quando o II Congresso dos Soviets se instalou naquele mesmo dia, proclamou: “… apoiando-se na vontade da imensa maioria dos operários, soldados e camponeses e na insurreição triunfante levada a cabo pelos operários e a guarnição de Petrogrado, o Congresso toma em  suas mãos o poder”.
No período de 1917 a 1924, Stálin atua ao lado de Lênin na condução do Partido e dos negócios do Estado. Durante a guerra contra-revolucionária desencadeada pela burguesia e pelos latifundiários russos, e pelos exércitos de uma dezena de potências estrangeiras, destacou-se como estrategista militar, principalmente nas frentes onde havia insegurança ou indisciplina. Sempre envolvendo a massa popular da região, Stálin conseguia debelar o foco do problema e devolver a confiança e o ânimo às tropas vermelhas que voltavam a obter êxitos.
Transformando o sonho em realidade
Em  (1922), no XI Congresso, Stálin, que sempre esteve ao lado de Lênin, foi eleito para o cargo de secretário-geral e assumiu a tarefa de organizar a união livre e voluntária dos povos, vindo a constituir a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Com o agravamento da saúde de Lênin, Stálin assumiu a direção do XII Congresso, propugnando o combate à tendência de retorno ao capitalismo, por má interpretação da Nova Política Econômica ( NEP) em alguns setores da economia e propôs um programa que acabasse com a desigualdade econômica e cultural entre os povos da URSS.
Lênin faleceu no dia 21 de janeiro de 1924. No XIV Congresso (1925), definiu-se como caminho para fortalecer o socialismo na URSS: “Transformar nosso país, de um país agrário num país industrial, capaz de produzir com seus próprios meios, as máquinas e ferramentas necessárias”. Não havia unanimidade quanto a essa estratégia, à qual se opunham os dirigentes Kamenev e Zinoviev, que propunham maior fortalecimento da agricultura e um ritmo de crescimento industrial mais lento.   Trostki também se opunha, argumentando que Stalin estava desviando energias para o desenvolvimento econômico interno, em vez de canalizá-la para a revolução proletária mundial. Na concepção de Stálin,  a melhor forma de contribuir com a revolução mundial, de fortalecer o internacionalismo proletário, seria fortalecendo o socialismo na URSS.
Para implementar a industrialização, a URSS só podia contar com as próprias forças. Havia de contar com o entusiasmo da classe trabalhadora e eliminar ideológica e organicamente os setores que se opunham à aplicação das resoluções do Congresso. “Não se podia alcançar a industrialização sem a destruição ideológica e orgânica do bloco trotskista-zinovievista” ( Stálin, Instituto Mel).
A luta contra os kulaks e os restauradores do capitalismo
O XV Congresso realizado em 1927 constatou os êxitos da industrialização. Stálin ressaltou que era necessário avançar, superando o único obstáculo existente ainda, o atraso na agricultura e indicou a solução: “passagem das explorações camponesas dispersas para grandes explorações unificadas sobre a base do cultivo comum da terra com técnica nova e mais elevada”. Destacou que essa agrupação deveria se dar pelo exemplo e pelo convencimento, não pela coerção dos pequenos e médios agricultores.
A Revolução de 1917 havia eliminado o latifúndio, transformando-o em sovkozes (fazendas estatais) e incentivava os pequenos camponeses a se organizarem em cooperativas, os kolkhozes. Agora, tratava-se de intensificar essa campanha e de neutralizar os camponeses ricos (kulaks), setor que se fortalecera durante a Nova Política Econômica (NEP).
Dentro do Partido, um grupo liderado por Bukharin, Rikov e Tomski se opôs à repressão aos kulaks, defendendo um processo gradual e pacífico de coletivização da terra. Stálin avaliava que o grupo pretendia na verdade restaurar o capitalismo e agia como agentes dos camponeses ricos e promoveu “o esmagamento dos capitulacionistas”. Em 1927, em comemoração ao XII aniversário da Revolução, escreveu: “O ano transcorrido foi o ano da grande virada em todas as frentes de edificação socialista”. Com a liquidação dos kulaks, procedeu-se à coletivização total do campo.  Stálin criticou excessos praticados em alguns lugares onde se impuseram medidas para as quais os camponeses não estavam preparados e ensinou aos militantes: “…não se pode ficar à retaguarda do movimento, já que retardar-se significa afastar-se das massas, mas tampouco deve-se adiantar, já que isto significa perder os laços com as massas” (J. Stálin, Problemas do Leninismo).
Com base nos resultados alcançados, o informe dado por Stálin no XVI Congresso (1930) afirmou: “nosso país entrou no período do socialismo”. O congresso aprovou o primeiro plano qüinqüenal, cuja meta era a reconstrução de todos os ramos da economia com base na técnica moderna. Eis o balanço apresentado por Stálin no XVII Congresso (1934): “…Triunfou a política de industrialização, da coletivização total da agricultura, da liquidação dos Kulaks, triunfou a possibilidade de construção do socialismo num só país”. É lançado o segundo plano qüinqüenal, que prevê realizações em todos os ramos da economia e nos campos da cultura, das ciências, da educação pública e da luta ideológica.
Em quatro anos e três meses, o plano estava cumprido. Afigurava-se agora a necessidade de uma revolução cultural no sentido de capacitar quadros oriundos do proletariado para que dominassem a técnica e assumissem funções de direção no governo soviético. A partir do apelo de Stálin, surge o movimento stakanovista “ iniciado na bacia do Donets, na indústria do carvão, se espalhou por todo o país. Dezenas e centenas de milhares de heróis do trabalho deram exemplo de como se devia assimilar a técnica e conseguir aumentar a produtividade socialista do trabalho na indústria, na agricultura e no transporte”. (Stalin, Instituto Mel).
Em 1936, o XVIII Congresso dos sovietes aprovou a nova constituição da URSS, a constituição do socialismo, garantindo não apenas liberdades formais como as constituições burguesas, mas “amplíssimos direitos e liberdades aos trabalhadores, material e economicamente, assegurados por todo o sistema da economia socialista que não conhece as crises, a anarquia nem o desemprego”.
O XVIII Congresso ocorreu em 1939. Enquanto os soviéticos comemoravam êxitos, os países capitalistas viviam profunda crise e Hitler já ocupava as nações vizinhas da Alemanha. Em relação à política externa, o congresso aprovou a orientação de Stálin no sentido de se continuar aplicando a política de paz e de fortalecimento das relações com todos os países, não permitindo que a URSS seja arrastada a conflitos por provocadores.
Em nível interno, a tarefa lançada foi a de ultrapassar nos 10 ou 15 anos seguintes os países capitalistas no terreno econômico. No seu informe ao XVIII Congresso, Stálin concluía que “É possível construir o comunismo em nosso país, mesmo no caso de se manter o cerco capitalista”.
Comandando a guerra contra Hitler e o nazifascismo
O ano de 1940 registrou um aumento sem precedentes da produção na URSS e em 1941, quando o povo soviético se preparava para comemorar novas vitórias, Hitler rompeu o pacto e invadiu o território socialista. Para centralizar a defesa e coordenar a luta de libertação nacional, o Conselho de Comissários do Povo criou o Comitê de Defesa do Estado, nomeando Stálin seu presidente. O povo respondeu com toda disposição e os invasores, que acreditavam dominar a URSS em dois meses, fracassaram.  Em 1944, se retiravam humilhados.
“Para Berlim!”, bradou Stálin, e o Exército Comunista foi libertando do jugo capitalista os países da Europa Oriental, até erguer a Bandeira Vermelha na capital alemã no dia 9 de maio de 1945.
A URSS foi o país que mais sofreu com a agressão nazista, tanto em perdas econômicas quanto em humanas, mas, poucos anos depois, já se recuperava e alcançava os níveis anteriores de produção na indústria e na agricultura, apesar da guerra fria (corrida armamentista, boicote econômico) lançada pelas potências capitalistas, especialmente os EUA, rompendo o acordo assinado na conferência de Ialta que resultara na criação da ONU.
No dia 5 de março de 1953, morreu Stálin, deixando uma lacuna jamais preenchida na URSS e enlutando também o movimento comunista em todo o mundo. Em toda a União Soviética, os operários fizeram cinco minutos de silêncio e  em Moscou, 4 milhões e meio de pessoas acompanharam o enterro do seu herói e líder. Também, em vários países os operários pararam para se despedir de Stálin.
Sobre uma infinidade de acusações lançadas sobre Stálin pela burguesia mundial e pelos dirigentes russos após o XX Congresso do PCUS, fala o genial arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer: “Foi tudo invenção capitalista”.

Retirado do Jornal A Verdade, nº 51

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), vai mobilizar o Nordeste contra o golpismo


O governador do Maranhão, Flávio Dino (PcdoB), anunciou que vai mobilizar governadores do Nordeste pela "defesa constitucional" do mandato de Dilma, contra o que chama de “golpismo”:
"Não é saudável que a polarização política chegue a este ponto. A Constituição tem regras e não cabe, neste momento, falar em impeachment porque não há espaço para a construção de tese jurídica de crime de responsabilidade", disse.

A reunião deve acontecer em até 15 dias, segundo ele. A oposição articula pelas redes sociais uma manifestação contra o governo no dia 15 de março.

A declaração e apoio de Dino foi feita após encontro com a presidente Dilma em Brasília. Na ocasião, ele defendeu que a Petrobras o projeto de construção da refinaria em seu Estado.

Leia aqui reportagem de Tania Monteiro sobre o assunto.

Com o 247

O Reich tropical: a onda fascista no Brasil






Do site Carta Capital

O germe do ódio está às soltas no Brasil pronto para linchar física e moralmente todo aquele que não for branco, heterossexual, rico e cheio de bens de consumo

A história do início do século 21 parece repetir a do século 20. De um lado, insurgências populares eclodem aqui e acolá. De outro, há o claro crescimento da extrema direita conservadora. Mas há uma diferença significativa, e profundamente preocupante, entre o passado e o presente. Desencantada de sua história e imersa em pequenos conflitos que causam grandes desgastes, a esquerda hoje está muito mais fraca do que há cem anos*.
O desequilíbrio entre uma esquerda enfraquecida e uma direita que detém o monopólio do capital financeiro e informacional, sem sombra de dúvidas, pesa para um único lado.
Se Celso Russomanno (PRB) e o Pastor Feliciano (PSC) não tivessem sido os deputados mais bem votados em São Paulo, e se o Rio de Janeiro não tivesse escolhido Jair Bolsonaro (PP) em primeiro lugar, eu poderia jurar que o deputado mais votado no Rio Grande do Sul, Luis Carlos Heinze (PP), que declarou que “quilombolas, índios, gays e lésbicas: tudo o que não presta” era um caso isolado de uma possível patologia gaúcha. Mas infelizmente não é.
Desde junho de 2013, muito tem se falado em guinada à direita ou da onda conservadora. O que poucos mencionam, no entanto, com a devida clareza necessária, é que tem emergido uma multidão raivosa e fascista. Essa hipótese se baseia nos fatos que elenco abaixo, os quais se indicam uma tendencia de violência física e moral a diferença e a diversidade.
Há uma sequência de eventos que não podem ser analisados separadamente. Primeiramente, logo após as Jornadas de Junho, veio o ódio e o racismo destilado aos integrantes do rolezinho – ódio este que senti na pele por ter sido agredida de todas as maneiras possíveis quando escrevi o Etnografia do Rolezinho. Não me surpreendeu, portanto, que 82% da população de São Paulo achassem que a força policial deveria agir para impedir o movimento dos jovens – segundo revelou uma pesquisa da época. Depois fomos brindados com o episódio da apresentadora do SBT Rachel Sheherazade, que defendeu publicamente o linchamento do adolescente negro e menor de idade que cometeu um assalto. Nessa linha, o aumento de casos de gays espancados no Brasil acontece paralelamente a torcidas de futebol que gritam “macaco, macaco”, e que trazem à tona uma população que se solidariza mais com uma criminosa branca do que com o agredido negro.
Dando apoio ideológico a esse circo de horrores, angariando milhões de leitores com o sensacionalismo vulgar disfarçado de conteúdo, colunistas das piores – mas igualmente poderosas – revistas do Brasil aplaudem muitos desses eventos e estimulam a disseminação da mentira, ao inferir que, se nada for feito, a ditadura comunista irá imperar sob o reinado de pobres e gays. Controlando os aparatos hegemônicos da mídia e disseminando mentiras, os grupos dominantes elegeram a mais conservadora bancada de sua história – ato que não poderia ter sido plenamente realizado sem a eclosão incontrolável de ofensas criminosas aos nordestinos. Finalmente, mas não menos importante, o recente caso da suspeita de ebola desvelou crimes de racismo, xenofobia e intolerância humana de uma vez só.
O fascismo brasileiro é mais complexo do que o italiano ou o nazismo alemão. Ele é mais difícil de identificar, possui um ódio mais pulverizado direcionado uma massa ampla e difusa. É animado por uma mídia suja, uma polícia violenta, um movimento religioso fanático e uma elite sui generis que, na teoria, defende o liberalismo, mas na prática age para defender privilégios.
Ao passo que os italianos e alemães viam seu povo como superior, o fascismo idiossincrático à brasileira não idolatra a si próprio, mas sim aqueles países que lhes barra na imigração.
A semente do fascismo tropical está presente em todas as classes, em todas as regiões. Há quem diga que ele piorou após Junho de 2013. Há quem acredite que sempre foi assim e que ele apenas mostrou sua cara como tendência da polarização. Há quem diga que se trata apenas de um resultado das leves mudanças das estruturas da profunda desigualdade brasileira ou mesmo do limbo entre Junho de 2013 e as eleições de 2014. Em qualquer uma das hipóteses, o germe do ódio está às soltas no Brasil pronto para linchar física e moralmente todo aquele que não se enquadra establishment masculino, branco, heterossexual, rico, bem-sucedido e cheio de bens de consumo.
A ameaça comunista é uma mentira. A ameaça fascista é uma realidade.
Eu gostaria de encerrar minha coluna olhando para frente, elencando algumas atitudes que me parecem urgentes para a esquerda, ou para todos aqueles que entendem que a universalidade da humanidade está em sua capacidade de produzir a diferença.
Primeiro, me parece fundamental não eleger Aécio Neves (PSDB), que se alia às piores figuras dessa nova bancada. Isso não significa que as alianças de Dilma Rousseff (PT) sejam menos sórdidas. A diferença é que o PT ainda tem uma base forte calcada nos movimentos sociais. Para os petistas à esquerda, o dever de casa é, depois do susto, lutar para reconstruir suas antigas bandeiras. Para a esquerda não petista, partidária ou anarquista, é preciso ampliar sua base popular. Em ambos os casos, como eu disse há poucos dias nas minhas redes sociais, ficar xingando a tudo e a todos de coxinha me parece uma estratégia burra para quem é minoria neste País.
Contra a onda fascista, a esquerda precisa se fortalecer, se entender, reconhecer suas fragilidades, ocupar os meios de comunicação de massa, ampliar a base de diálogo, ouvir a população e falar para ela, reconstruir seus heróis e lembrar que nenhum aparato dominante é mais forte do que o genuíno sonho por justiça social.
*Agradeço a Bolívar Marcon Pinheiro Machado por este insight e a todos/as que comentaram este tema recentemente em minhas redes sociais.

Exército Vermelho salva a humanidade do monstro nazifascista

Do 

A Verdade



No capitalismo, as guerras são fruto da concorrência entre as classes dominantes de diferentes nações pelo domínio do planeta. Na primeira guerra mundial, formaram-se dois blocos imperialistas opostos: Alemanha, Itália e Japão, vencidos, de um lado; Grã-Bretanha, França e EUA, vencedores, do outro.
O sol nasce vermelho
Algo novo, entretanto, surgiu durante a 1ª guerra mundial: a revolução socialista de outubro de 1917, na Rússia; nova cisão ocorria no mundo, agora dividido em dois sistemas adversos: o capitalismo e o socialismo.
Os dois blocos capitalistas passaram a ter um objetivo comum: a destruição do primeiro estado operário-camponês da história, em vista da restauração do capitalismo em escala global.  Esse fim é que levou o bloco vencedor, especialmente os EUA, a investir na economia alemã 15 bilhões de marcos em seis anos (1924-1929).
Quando o hitlerismo se firma na Alemanha e explicita seu intento de domínio mundial, as potências capitalistas dominantes não tratam de combatê-lo. Ao contrário, fecham os olhos às suas agressões e até incentivam o monstro nazista a direcionar seu ataque para a União Soviética (URSS).
Em 1939, a URSS propôs a Inglaterra e França um pacto para ações militares conjuntas se os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), bloco nazifascista, iniciassem a guerra na Europa. Não houve rejeição formal, mas nenhum passo foi dado por parte dos países capitalistas para concretizar o pacto. Ao contrário, França e Inglaterra firmaram com Alemanha e Japão acordos de não-agressão. Deixada sozinha, em agosto de 1939, a URSS assinou com a Alemanha um tratado de não-agressão. Os dirigentes sabiam que mais cedo ou mais tarde Hitler romperia o acordo, mas conseguiram ganhar algum tempo para reforçar melhor sua capacidade de defesa.
De 1938 a 1941, Hitler ocupou  Áustria,  Checoslováquia, Polônia, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Noruega, Grécia, Iugoslávia e finalmente a própria França.   Na Europa central e oriental, a Alemanha fascista adquiriu imensa quantidade de material de combate, freios de transporte, matéria- prima e materiais estratégicos, tornando-se forte o suficiente para atacar a URSS.
Hitler, no livro Mein Kampf proclamara: ”…tratando-se de obter novos territórios na Europa,deve-se adquiri-los principalmente á custa da Rússia”.
A invasão hitlerista foi impiedosa. ’’Fuzilavam em massa as pessoas (mulheres, crianças, idosos, montavam campos de morte, deportavam para trabalho forçado na Alemanha. Por onde passavam, não deixavam pedra sobre pedra’’. Era a política do extermínio. “Eu tenho o direito de destruir milhões de homens de raça inferior que se multiplicam como vermes’’ (Hitler).
Em resposta, o governo, o PCUS, o povo soviético lançou a palavra de ordem: ’’Morte aos invasores fascistas, tudo para a frente! Tudo para a vitória!“  Às fileiras do Exército Vermelho se integraram milhões de homens. Criaram-se também inúmeros regimentos de milícia popular contando 2 milhões de combatentes.
Formou-se, ainda na retaguarda uma força guerrilheira massiva. A dedicação e bravura do povo soviético comoveram o mundo e foram decisivas para quebrar a resistência capitalista (EUA,Inglaterra,França). Formou-se finalmente o bloco aliado, antifascista, a frente única dos povos pela democracia.
Caíra por terra a idéia de Hitler de que a ocupação da URSS seria um passeio uma ‘’guerra relâmpago’’ Os nazis não imaginavam a resistência que encontrariam nas principais cidades: Leningrado, Stalingrado, Kiev e Moscou, entre tantas.  Homens, mulheres, idosos e crianças ergueram-se como muralha inexpugnável.
Os feitos do povo soviético repercutiram no mundo inteiro, levando um jornal burguês como o STAR, de Washington, a publicar: ”Os sucessos da Rússia na luta contra a Alemanha hitleriana revestem-se de grande importância não só para Moscou e o povo russo, como também para Washington, para o futuro dos Estados Unidos. A história renderá homenagens aos russos por terem suspendido a guerra relâmpago, pondo em fuga o adversário”.
Em junho de 1942, os invasores avançam,  mas encontram uma barreira instransponível em  Stalingrado. Durante quatro meses de combate, os invasores perderam 700.000 soldados e oficiais, mais de mil tanques, 2 mil canhões e morteiros, 1.400 aviões. Os invasores eram tecnicamente superiores, mas em novembro de 1942, os números já se invertiam em favor dos soviéticos. Os alemães estavam com 6.200.000 soldados, os soviéticos com 6.600.000; 5.000 tanques invasores contra 7.000 soviéticos; 51.000 peças e morteiros contra 77.000.
Na derrota do Stalingrado, os nazis perderam 1,5 milhões de soldados e oficiais. ’’… Do ponto de vista moral, a catástrofe que o exército alemão sofreu nos acessos de Stalingrado teve um efeito sob o peso do qual ele não pôde mais reerguer-se’’ (A segunda guerra mundial, B.Lideel Hart).
Depois, ocorreu a vitória do Cáucaso e se iniciou processo de expulsão em massa dos ocupantes nazistas. ’’A União Soviética pode orgulhar-se das suas heróicas vitórias”, escreveu o presidente dos EUA, Franklin Roosevelt, acrescentando: “…os russos matam mais soldados inimigos e destroem mais armamentos do que os outros 25 estados das Nações Unidas no conjunto”.
O final de 1943 marca a virada na frente soviética e na Segunda Guerra em geral. O movimento contra o nazifascismo consolidou-se e ampliou-se em todo o planeta. A guerra estava decidida, embora os hitleristas ainda tenham resistido um ano e meio.
Em junho de 1944, com o exército nazi batido em todas as regiões da URSS, as tropas anglo-americanas desembarcaram no Norte da França, dando início à 2ª frente proposta pelo governo soviético desde o início da invasão.
Pode-se dizer que a essa altura a guerra estava decidida, diante da derrota alemã na Rússia. O próprio Winston Churchil, primeiro-ministro britânico, reconhece o papel fundamental dos soviéticos, no discurso pronunciado na Câmara dos Comuns em julho de 1944: ’’… Considero meu dever reconhecer que a Rússia mobiliza e bate  forças muitíssimas maiores que as enfrentadas pelos aliados no Ocidente, que há longos anos, ao preço de imensas perdas ela suporta o principal fardo da luta em terra’’.
Um Exército Libertador
Apesar de imensas perdas, o Exército Vermelho avançou no encalço dos alemães pela Europa Oriental a dentro, fustigando os nazistas e auxiliando as forças populares da resistência a derrotarem os ocupantes e seus colaboradores internos. Repúblicas democrático-populares foram instaladas com os partidos comunistas à frente na Polônia, Hungria, Iugoslávia, Checoslováquia, Romênia, Bulgária.
Para Berlim’’! Era a palavra de ordem do exército libertador. Não foi um passeio. A resistência nazista, embora enfraquecida, produzia encarniçados e sangrentos combates.
Os russos vitoriosos, não mataram, não pilharam, não se vingaram dos crimes cometidos pelo exército alemão no solo soviético. Ao contrário, alimentaram os famintos, organizaram a assistência médica, o funcionamento dos transportes, a distribuição de água e de energia elétrica. A 2 de maio de 1945, o Comando Supremo alemão assinou o ato de capitulação incondicional das forças armadas.
Sob novos céus
Terminada a guerra na Europa, era preciso voltar-se para a Ásia. O Japão, aliado dos nazistas dominavam milhões de pessoas na China, na Coréia, nas Filipinas. Apesar de as forças armadas dos EUA e da Inglaterra vir imprimindo sucessivas derrotas, as forças japonesas ainda eram numerosas e fortes. De vez em quando, elas atacavam as fronteiras da URSS e torpedeavam navios soviéticos em alto-mar.
No dia 8 de maio de 1945, a União Soviética declarou guerra ao Japão e começou a ofensiva  de 8 para 9 de agosto. Nesse mesmo dia, o primeiro-ministro japonês, Teiichi Suzuki afirmou: “…A entrada da URSS na guerra hoje de manhã põe-nos definitivamente numa situação sem saída e torna impossível continuar a guerra”. Estava certo. No final do mês, o Exército nipônico havia perdido 677 mil soldados e oficiais: 84 mil mortos e 593 mil prisioneiros.
Ao contrário do que muitos pensam, e a historiografia burguesa busca difundir, não foram as bombas estadunidenses lançadas no início de agosto contra Hiroshima e Nagasaki que provocou a capitulação japonesa. A guerra continuou normalmente depois do ataque bárbaro e covarde. A rendição resultou do destroçamento do exército nipônico pelas tropas soviéticas.
Se alguém duvida, leia o testemunho do general Chenault, que chefiou as forças dos EUA na China: “…A entrada da URSS na guerra contra o Japão foi o fator decisivo para o fim da guerra no Pacífico, o que sucederia mesmo sem o emprego de bombas atômicas. O rápido golpe desferido pelo Exército Vermelho sobre o Japão fechou o cerco que pôs finalmente o Japão de joelhos”.
O Exército Vermelho contribuiu ainda para a expulsão dos nazistas da China e da Coréia. O sacrifício do povo soviético foi inestimável. Mas valeu a pena porque livrou a Humanidade da besta nazista. Foi também a vitória do socialismo que saiu da Segunda Guerra triunfante em toda a Europa Oriental e na China.
Por todos, valeu a carta de agradecimento enviada pelo povo coreano a José Stalin, comandante supremo das forças soviéticas: “…Os combatentes soviéticos chegaram não como conquistadores, mas como libertadores. Emancipada da escravidão, a nossa pátria respirou livremente. O céu apareceu-nos radioso. A nossa terra floresceu. Jorraram canções de liberdade e felicidade…
José Levino, historiado
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http://averdade.org.br/2011/09/exercito-vermelho-salva-a-humanidade-do-monstro-nazifascista/