A potência do não: Nise da Silveira e Mary Wollstonecraft
Do Portal Vermelho “A senhora vai aprender as novas técnicas de tratamento. Vamos começar pelo eletrochoque”, o psiquiatra apertou o botão e um jovem paciente entrou em convulsão. A expressão de terror foi se aprofundando no rosto dele, até que seu olhar ficasse parado. Vítreo. Vazio de tudo. Antes que ele pudesse se recuperar, foi levado para a enfermaria. Por Daniela Lima*, blog da Boitempo Reprodução A atualidade do pensamento de Nise e Mary nos lembra de que, mesmo os direitos já conquistados, não são permanentes Logo trouxeram outro paciente para outra aplicação de choque. O psiquiatra se virou para a senhora a quem pretendia ensinar e disse: “aperte o botão!”. Ao que ela respondeu: “não aperto!”. Era 1944 e Nise da Silveira tinha acabado de ser readmitida no serviço público após oito anos de perseguição e afastamento. Durante esses anos todos que passei afastada, entrou em voga na psiquiatria uma série de tratamentos e medicamentos novos que antes não se usavam. Aquele