O pau-de-arara na Ditadura Militar
Em 2012, o pesquisador Marcelo Zelic, ao revisar uma extensa documentação sobre o período da Ditadura Militar e os povos indígenas, acabou encontrando um vídeo com uma cena que lhe chamou a atenção. Durante a parada militar de Belo Horizonte, que mostrava a formatura da primeira turma de alunos da Guarda Rural Indígena, um homem aparecia sendo carregado em um “pau-de-arara”, um dos instrumentos d e tortura mais utilizados da época. Segundo o fotojornalista Rodrigo Dias, a imagem, “não menos terrível do que se parece, trata-se na realidade de uma demonstração de como torturar”. A unidade de segurança que estava sendo formada era uma estratégia do regime militar para continuar seus planos de expansão ao interior das reservas amazônicas e pantaneiras sem a resistência das tribos, segundo Marcelo. Já havia, na época, grupos que denunciavam mortes e até genocídio de indígenas pela ditadura. Uma dessas denúncias e talvez a mais grave é o caso do genocídio de quase 2 mil índios Waimiri-atroa