sábado, 27 de junho de 2015

O que é ser comunista: quatro atitudes

Do Portal Vermelho



Milite | Contribua | Divulgue | Estude
Milite

Atuação consciente e organizada

A ação consciente para a mudança e melhoria das condições de vida e trabalho é premissa fundamental do marxismo. A essência da teoria fundada por Marx e Engels é a transformação do mundo, buscando vida harmônica na sociedade e na natureza, a práxis.
Nas condições do capitalismo, essa atuação, para ser conseqüente e eficaz, tem que ser social, tem que envolver a ação conjunta das classes sociais interessadas na transformação da sociedade. Tem que ser partidária. Foi essa compreensão que levou o proletariado a organizar-se em partido político e desenvolver alianças com outras classes e setores sociais descontentes com o capitalismo.

Em longa trajetória histórica, o proletariado organizou-se no Partido Comunista, buscando a conquista do poder político em aliança com o campesinato, e colocando o socialismo como a tarefa fundamental para levar a sociedade a um estágio superior de organização e convivência, sem exploração do homem pelo homem e sem classes sociais: o comunismo. O Partido Comunista é um instrumento de transformação da sociedade. Expressa a vontade coletiva dos proletários no seu projeto revolucionário. É a atuação consciente dos que compreendem que, sozinhas, as pessoas são impotentes para transformações de grande magnitude nas relações econômicas, culturais, sociais etc.

Militar no Partido Comunista significa atuar organizadamente com outras pessoas que objetivam a transformação revolucionária da sociedade. Hoje significa retomar o processo revolucionário, inaugurado pela Comuna de Paris em 1871 e iniciado pela Revolução Russa de 1917 visando a superação sa sociedade capitalista. Significa, na atuação cotidiana, ter a perspectiva programática do socialismo - envolver o encadeamento de um conjunto de lutas políticas, econômicas e sociais que objetivam a substituição do capitalismo por uma forma superior de organização social.

A militância comunista se dá através da participação numa organização do Partido - e desenvolvemos hoje um empenho especial para que todos os comunistas façam parte de um organismo partidário. Coletivamente, os comunistas, tendo como referência seus objetivos, analisam a sua área de atuação, estabelecem planos e metas a serem alcançadas. Buscam resposta para a solução dos problemas do dia-a-dia do povo, vinculando esses problemas com a perspectiva de mudança da sociedade. Fazem o elo entre a luta específica e o objetivo programático, o socialismo.

Em nosso país, hoje, a atuação cotidiana envolve a luta para garantir a continuidade do ciclo progressista aberto em 2002 com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República, no sentido de promover o aprofundamento das mundanças e a defesa de um projeto nacional de desenvolvimento, caminho para se alcançar o objetivo estratégico e programático do PCdoB: a conquista de uma república democrática, popular e socialista. Além disso, a atuação do PCdoB também está voltada para o trabalho de conscientização e organização constante dos trabalhadores e da população para a luta social, econômica e política transformadora.

A atuação no organismo partidário é a chave para a mobilização do povo em todo o lugar, visando a construção do projeto revolucionário. O Partido Comunista, além de ser o instrumento político e ideológico da transformação radical da sociedade, é também a forma organizada superior de atuação do proletariado na luta pelo poder político. Por isso, militar no PCdoB é fundamental. É a ação política consciente, coletiva e organizada para a construção de uma nova sociedade, digna, justa, socialista. Daí o nosso empenho: nenhum filiado fora de organismo partidário; nenhum filiado sem militância.


Contribua

Contribuição militante, um dever partidário

Reza os nossos estatutos no seu artigo 9º que a contribuição financeira do membro do partido é expressão do seu compromisso com a organização partidária, seus ideais e sua luta. Ao longo dos últimos anos, essa norma não foi exigida, deixando-se que cada militante se comportasse de acordo com sua vontade. A repetição desse comportamento, da não exigência do pagamento, por parte das direções, acabou gerando uma situação onde o que, a princípio, era lacuna a ser preenchida, virou uma "cultura", hábito, e não contribuir regularmente com o Partido, para a maioria dos seus membros, passou a ser norma.

Com o lançamento do Sistema Nacional de Contribuição Militante (Sincom), instalou-se uma viva discussão acerca da contribuição militante, e o Partido, através do carnê e de outros instrumentos, colocou nas mãos dos militantes cadastrados um mecanismo eficiente e simples, para que esse efetivasse sua contribuição.

O Sincom e os esforços empreendidos ultimamente mostram que conseguimos colocar na "agenda" das discussões partidárias a questão da contribuição militante como uma questão político-ideológica, indicadora do grau de organicidade do nosso Partido e reveladora do grau de adesão ideológica para com o Partido por parte da militância.

A implantação do Sistema Nacional de Contribuição Militante vem revelando-se uma complexa atividade partidária onde a mudança da "cultura" do não é necessário contribuir, para a de "é necessário contribuir" exige um grande tensionamento do coletivo partidário e um importante grau de mobilização das direções e bases.


Divulgue

Divulgar nossa proposta política para setores amplos da população

Um partido produz idéias, teses, projetos, programas; elabora propostas para toda a sociedade, e não apenas para o coletivo partidário, para sua militância. Um partido como o nosso procura soluções para os graves problemas que afetam a convivência humana. Elas só serão efetivas, só poderão ser aplicadas, se houver amplo consenso a respeito de sua necessidade, de que elas são oportunas e que haja possibilidade de sua aplicação. Muitas vezes, necessidade e oportunidade andam juntas - os problemas fazem parte do cotidiano, incomodam a vida (e comprometem a sobrevivência) da ampla maioria das pessoas, e muitas vezes todos compreendem que é preciso encontrar soluções para eles. O que falta, na maioria das vezes, é a consciência - na população - da possibilidade de aplicar soluções comumente encaradas como utópicas, inatingíveis ou mesmo fora de propósito.

Este é o papel da divulgação - a difusão, entre as pessoas, de idéias capazes de resolver de forma radical os problemas que parecem insolúveis. Idéias que partem de uma vanguarda organizada, do Partido. Idéias que, por contraporem-se às idéias das classes dominantes, quase sempre parecem andar no contra-fluxo do sentimento geral mas que, quando divulgadas com criatividade, com clareza, levando-se em conta os ambientes humanos onde circulam, podem ser compreendidas e incorporadas aos instrumentos de luta das classes populares, dos democratas, dos nacionalistas, daqueles que defendem o progresso social.

As ideias centrais dos programas e documentos do Partido Comunista do Brasil são desse tipo e voltadas à divulgação dessa natureza. O Programa Socialista para o Brasil objetiva a construção de um novo Brasil, justo e voltado para as necessidades de nosso povo. São documentos de natureza estrutural e, assim, permanentes. Há outros documentos, voltados à luta política imediata, conjuntural, à denúncia do neoliberalismo e da crise atual do capitalismo, a mais grave desde a grande depressão de 1929.

Todos eles, voltados para o futuro ou para a luta imediata, partem de uma só concepção, a consciência da necessidade de mudanças profundas, de natureza revolucionária, na sociedade brasileira.

São essas idéias que, como sementes, só poderão frutificar se forem amplamente difundidas, contribuindo para forjar um novo consenso social, para criar a consciência de que os graves problemas nacionais só poderão ser resolvidos quando o povo tomar a história em suas mãos.

Estude

Militância exige estudo!

"A prática é a base do conhecimento, no entanto, é a teoria que
generaliza a experiência, revela as leis objetivas em atuação e
dá ao homem a consciência da necessidade."
(J. Amazonas, in Os desafios do socialismo no século XXI) 

Os comunistas sempre se caracterizaram por seu amor ao saber. A militância no partido é, de certo modo, também a busca por ampliar o horizonte de nossos conhecimentos científicos e aquisições culturais. Isso constitui o alimento espiritual da luta em prol do socialismo científico. Dá-nos os conhecimentos indispensáveis acerca da luta de classes e impulsiona-nos à frente da luta dos trabalhadores e do povo, o que confere à militância política um papel de expansão da personalidade e das aptidões de cada um de nós. Somos mulheres e homens de cultura, dispostos a apreender criticamente o que de mais universal nos foi legado pela criação humana.

Estudar é o meio fundamental de adquirir os conhecimentos indispensáveis, em ligação com os desafios da luta em cada situação. Por isso, estudar e lutar, lutar e estudar, são elementos constitutivos de nossa militância. Quando se tem esses conhecimentos essenciais, aumenta a convicção no projeto emancipador, não somos levados como folhas ao vento em meio às tempestades da luta de classes, nem somos presa fácil do ativismo que tudo almeja e nada alcança.

Estudar parece difícil – e de fato o é, no início. É a batalha por escalar as montanhas escarpadas do saber. Mas se se têm consciência de sua importância, com vontade, prática e ajuda coletiva, se transforma num saudável hábito. Como todas as atividades humanas, quanto mais organizado, mais eficientes os resultados. Então, o estudo se beneficia de estabelecer objetivos e metas razoáveis, meios adequados a cada um, conforme seu ponto de partida. Afinal, que dificuldade insuperável pode haver, na vida de um militante, dedicar, digamos, 2, 3 ou 5 horas semanais voltadas especificamente a uma leitura planejada? Pode-se perceber que, ao longo de um ano, muito progresso terá sido alcançado desse modo.

O valor fundante da condição de comunista se encontra na teoria formulada por Marx e Engels, desenvolvida por Lênin e outros revolucionários. Aí estão os pilares da ciência social avançada. São obras clássicas, que concentram os fundamentos científicos e ideológicos de nossa concepção da vida e da história da luta de classes. Mas eles não são tudo: exigem desenvolvimento criador aplicado à realidade do Brasil e do mundo neste fim de século. Por isso, é preciso estudar também os fundamentos de nossa formação econômica e social, conhecer os elementos formadores de nossa pátria e da rica experiência de luta de nosso povo. Essa é uma importante forma de desenvolver o marxismo, fazendo-o corresponder à nossa realidade contemporânea e às exigências reais de emancipação dos brasileiros. Os documentos partidários são o principal manancial da análise marxista-leninista sobre a realidade brasileira. São um tesouro ao alcance de todos nós, já que fomos todos nós que os aprovamos em nossas instâncias de direção. Estão aí para serem estudados com regularidade e freqüência.

Já se vislumbra os primeiros alvores de que a terrível onda neoliberal encontrará resposta dos trabalhadores e dos povos. Precisamos preparar o partido para grandes embates que virão, retomando o ideal socialista renovado em meio à tendência transformadora que crescerá. A hora é propícia para estudar mais e mais, para enriquecer a luta com perspectivas mais elevadas. É felicíssima a iniciativa da campanha realizada no Partido. Orientações práticas já estão sendo dadas pela Comissão Nacional de Formação. Tomemos em nossas mãos o desafio.





PCdoB - Partido Comunista do Brasil

Governo Flávio Dino (PCdoB) é aprovado por 74,4% dos maranhenses


De acordo com levantamento divulgado neste fim de semana, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), aumentou o nível de confiança do eleitorado. Ele foi aprovado por 74,4% da população maranhense na primeira pesquisa do Instituto DataM, após cinco meses de administração do Estado. 
Foto: Márcia Xavier
Flávio Dino
Governo Flávio Dino é aprovado por 74,4% dos maranhenses
Flávio Dino foi o primeiro governador comunista eleito no Brasil. Ele obteve, em 5 de outubro de 2014, mais de um milhão e oitocentos mil votos, e foi eleito com 63,52% dos votos válidos dos maranhenses. Comparando com a pesquisa, uma boa parte dos que não votou no Dino, agora aprova o seu governo.

Comparações
O levantamento confirmou a pesquisa realizada pelo Instituto Exato, em abril deste ano, que apontava que a aprovação do governo Flávio Dino havia aumentado de 72% para 74%. Os índices de não aprovação praticamente se mantiveram nos mesmos patamares de 23%. O saldo da diferença entre os que acham ótimo/bom e ruim/péssimo manteve-se praticamente inalterado, variando de 27 para 26 pontos.

“Considerando que o governo ainda não realizou nenhuma campanha publicitária e sofre forte oposição de um aparato midiático poderoso, o índice de aprovação, passados cinco meses, mostra que a população tem muita confiança na figura do governador Flávio Dino”, salienta o relatório.

O relatório da pesquisa destaca que a aprovação se dá em todas as regiões pesquisadas, sendo mais elevada no sul do estado, em que chega a 82%. Os patamares de aprovação do governo Flávio Dino são em média 10% superiores aos votos obtidos em outubro do ano passado e os índices de reprovação bem inferiores ao somatório do que foi alcançado pelos demais candidatos.

A pesquisa DataM ouviu 3 mil pessoas em 33 municípios de todas as regiões do Estado, entre os dias 8 e 15 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.


Do Portal Vermelho, com informações Jornal Pequeno

Venezuela determina que 50% das candidaturas sejam de mulheres

Do Portal Vermelho

O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) da Venezuela aprovou, na última quinta-feira (25/06), um regulamento que determina que as candidaturas para as eleições parlamentares deverão ter uma composição paritária e alternada de 50% para cada sexo. A oposição criticou veementemente a decisão e ressaltou que denunciará o organismo eleitoral nacional e internacionalmente diante da medida.


  
A presidente do CNE, Tibisay Lucena, afirmou que se trata de uma “reivindicação justa, histórica e necessária”. O regulamento aprovado por ela determina que “as candidaturas deverão ter uma composição paritária e alternada de 50% para cada sexo, nos casos em que não seja possível aplicar a paridade, [a lista] deverá ter no mínimo 40% e no máximo 60% de cada sexo”, ressaltou.

A regra vale para os candidatos principais e também para os suplentes.

“Esse é um momento muito importante para o fortalecimento dos direitos políticos das mulheres e não é outra coisa que os direitos humanos que se fortalecem com essas medidas positivas, assim como a democracia”, disse Lucena.

A chefe do poder eleitoral lembrou ainda que em 2008 o CNE exigiu que as organizações políticas do país adotassem a igualdade de gênero para as eleições daquele ano, o que elevou a participação feminina em até 42% nas instâncias legislativas estaduais.

Repercussão
As pré-candidatas do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) ressaltaram os avanços trazidos pela medida. De acordo com o partido, entre os pré-candidatos que disputarão as primárias neste domingo (28/06), 586 são mulheres e 586 são homens. Além disso, dos 1.162 postulantes, 63% são jovens, com idade entre 21 e 30 anos.

Os setores opositores, no entanto, criticaram a medida. A MUD (Mesa da Unidade Democrática), que já realizou suas primárias, apresentou uma lista com 87 candidatos, sendo que apenas 11 deles são mulheres, ou seja, 12,64%. Diante deste fato, o secretário-geral da organização, Jesús Torrealba, afirmou que rechaça a medida e que a condenará nas instâncias nacionais e internacionais.

O coordenador da MUD em Zulia, Gerardo Antúnez, afirmou que o regulamento é uma “manobra contra a unidade democrática do país”. E manifestou estranheza pelo fato de o CNE ter informado a medida após a primária opositora.


Fonte: Opera Mundi

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Richa (PSDB) entrega ônibus, mas não conta que são do programa de Dilma

Do Portal Vermelho

O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB) fez cortesia com o chapéu alheio. Nesta terça-feira (23), o tucano distribuiu 20 novos ônibus escolares que irão transportar 5.770 estudantes de 20 municípios do estado, um programa do governo federal, mas, no entanto, o governador não citou um detalhe, que os veículos foram doados pela União. 


 Beto Richa entrega ônibus escolar, mas não conta que são do MEC Beto Richa entrega ônibus escolar, mas não conta que são do MEC
Tanto nas redes sociais, como na página virtual oficial da Agência Estadual de Notícias, do governo do estado, nenhuma referência ao governo federal – que pagou a conta.

O valor total do investimento é de R$ 5,1 milhões (cada ônibus custa R$ 255 mil), recursos do Programa Brasil Profissionalizado, convênio com o Fundo Nacional de Desenvolvimento Educacional (FNDE) do Ministério da Educação.

Segundo o blogueiro Esmael Moraes, a entrega dos ônibus é mais um esforço do Palácio Iguaçu para retomar a “agenda positiva” do governo, que amarga perto de 100% de rejeição.
 

Com informações do Blog do Esmael

Dallari: Direita intolerante sofre, pois não consegue chegar no Lula

Do Portal Vermelho

A abordagem “distorcida” da Operação Lava Jato pelos meios de comunicação tem intenções políticas e as prisões preventivas, como as dos executivos da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, na sexta-feira (19), em muitos casos não se justificam. Para o jurista Dalmo Dallari, especializado em Direito Constitucional, “em última análise, a intenção é atingir o Lula, porque Lula já está sendo visto como provável candidato à sucessão da Dilma”.


Segundo Dallari, há um "tratamento distorcido, absolutamente politizado” na Lava JatoSegundo Dallari, há um "tratamento distorcido, absolutamente politizado” na Lava Jato
Para ele, “esta direita intolerante, vingativa, feroz, deve estar sofrendo muito. Até agora não conseguiram chegar no ex-presidente Lula. Eles têm essa intenção, mas não estão conseguindo e, pelo que foi revelado, não irão conseguir também. Não há elementos para isso”, diz.

Do ponto de vista jurídico, Dallari entende que está exagero nas decretações de prisões preventivas. Como diversos juristas, ele não vê justificativa para as medidas. “(Os presos) são pessoas que têm domicílio fixo, são facilmente encontráveis, e não há perspectiva de que queiram fugir do país, nem teriam interesse nisso. Acho que isso também caracteriza um exagero, é o tratamento politizado. Especialmente do Paraná vem vindo esta ação exagerada.”

A advogada da Odebrecht, Dora Cavalcanti, se manifestou na sexta-feira (19), refutando a necessidade da prisão de seus clientes. “As medidas de busca e apreensão, e sobretudo as prisões cumpridas hoje, são absolutamente desnecessárias e, exatamente por isso, manifestamente ilegais", declarou à imprensa. "O STF já teve oportunidade de reiterar que a prisão preventiva é uma medida de exceção e não pode e nem deve ser convertida em uma antecipação de pena."

Dallari afirma estar acompanhando a nova fase da Lava Jato pela imprensa, mas diz que os fatos precisam ser encarados com “muita reserva”. Segundo ele, está havendo um “tratamento distorcido, absolutamente politizado”, e a intenção politizadora é também desgastar o governo Dilma Rousseff.

“É evidente a intenção de politizar. Eu diria que por parte da grande imprensa, que é essencialmente grande empresa. Há interesses econômicos envolvidos nisso e evidente intenção de obter proveito político.”

Em nota divulgada nesta terça (23), a Ordem dos Advogados do Brasil, seção São Paulo, afirmou que a legislação federal garante que “documentos contidos em escritórios de advocacia ou departamentos jurídicos de qualquer empresa são protegidos por sigilo que os torna invioláveis, até mesmo por mandado judicial, salvo quando o advogado é o alvo da investigação ou a ele é imputado o crime que se apura”.

Airton Martins da Costa, representante da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB-SP, disse em matéria publicada no portal Brasil 247, que os documentos apreendidos no departamento jurídico da Odebrecht, na sexta-feira, é uma violação do juiz Sergio Moro, da Justiça Federal do Paraná. "O juiz não deveria permitir a entrada no escritório jurídico da empresa já que não havia nos autos indicação de ato ilícito cometido por advogado."

Na nota, a entidade declara ainda que, “ao defender as prerrogativas profissionais da advocacia, a OAB SP coloca-se a favor da ordem jurídica do Estado Democrático de Direito e das garantias constitucionais, em nada buscando prejudicar ou obstruir o avanço de investigações de casos de corrupção e outros crimes”.

A defesa do ex-presidente do PT, João Vaccari Neto, também contesta a ausência de critérios legais para a negativa ao pedido de revogação do decreto de prisão preventiva do dirigente partidário. Vaccari est´preso em Curitiba desde 15 de abril. Segundo seu advogado, Luiz Flávio Borges D'urso, a Polícia Federal, o Ministério Público e o juiz Sérgio Moro não indicaram nenhum resquício de prova que pudesse sustentar o teor das delações premiadas que levaram à decretação da prisão.

"Só palavras isoladas, sem confirmação probatória. Na decisão que indefere a liberdade do Sr. Vaccari, basta ler, pode-se verificar que os argumentos para se manter o Sr. Vaccari preso são pueris, pois nada trazem de elemento de prova, a indicar a materialidade do delito, condição esta indispensável para a decretação de uma prisão preventiva", afirma D'Urso, em documento divulgado hoje.

Licitações
No sábado, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se manifestou em defesa da legalidade e da Constituição. Ele afirmou ser “absolutamente ilegal e ofensiva à Constituição Federal a tese de que empresas apenas investigadas, ou acusadas de ilícito, tenham de ser afastadas a priori de licitações ou mesmo ter seus contratos rescindidos".

Juridicamente, a tese de Cardozo é a mesma defendida pelo então secretário estadual de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, na Assembleia Legislativa paulista, em depoimento de setembro de 2013. Questionado sobre por que as empresas suspeitas de participar do cartel do metrô e trens metropolitanos continuavam a participar de projetos metroferroviários, Fernandes afirmou que as elas só poderiam “ser cortadas depois de trânsito em julgado (de processos judiciais). Não é simples rescindir contratos", declarou na ocasião.
 

Fonte: Rede Brasil Atual

terça-feira, 23 de junho de 2015

Em nota de solidariedade, senadores do PT denunciam “sórdida campanha” contra Lula


Do site PT No Senado
    EX-PRES LULA MST 01Lula: no exterior, o rosto do Brasil; internamente, alvo de ódio dos ressentidosA bancada do PT no Senado divulgou nesta terça-feira (23) a seguinte
    Nota de Solidariedade ao Presidente Lula
    Luiz Inácio Lula da Silva, nosso querido Lula, é uma das raras e fantásticas lideranças que conseguem transcender os limites de sua origem social, de sua cultura e do seu tempo histórico. Ele figura no rol escasso dos líderes que rompem os limites, mudam a realidade, fazem a diferença na vida das pessoas, fazem História.
    Lula se fez contra os terríveis limites históricos, econômicos, sociais e políticos que lhe foram impostos. É aquela criança pobre do sertão nordestino que deveria ter morrido antes dos cinco anos, mas que sobreviveu. É aquele miserável retirante que veio para São Paulo buscar, contra todas as probabilidades, emprego e melhores condições de vida, e conseguiu.
    Lula é aquele candidato que não deveria ter vencido as eleições, mas venceu. 

    Lula é aquele eleito que não deveria ter tomado posse, mas tomou. Lula é aquele presidente que devia ter fracassado, mas teve êxito extraordinário.
    Lula é uma afronta às elites que sempre apostaram num Brasil para poucos, num Brasil de exclusão e de desigualdades. Lula é, sobretudo, esse fantástico novo Brasil que ele próprio ajudou a construir. O Brasil para todos os brasileiros. O Brasil da inclusão, da igualdade e da solidariedade.
    No cenário mundial, ninguém põe em dúvida a liderança de Lula como exemplo no combate à pobreza, à fome e às desigualdades. Lula é, de fato, o grande inspirador internacional das atuais políticas de inclusão social, reconhecido por inúmeros governos de diferentes matizes políticos e ideológicos. 
    Lula é o rosto do Brasil no mundo.
    No Brasil, entretanto, há hoje uma sórdida campanha de deslegitimação dessa grande liderança. Uma campanha que dispensa argumentos racionais. Uma campanha baseada apenas no ódio espesso dos ressentidos.
    Entendemos perfeitamente que alguns tenham medo de serem derrotados de novo por Lula em 2018. Mas esse medo não pode dar vazão a atitudes pouco republicanas e francamente antidemocráticas. 
    Tentam transformar suas virtudes em vícios e suas ações pelo Brasil em crimes. Insinuam de forma leviana, acusam sem provas, distorcem, mentem e insultam. No vale-tudo contra Lula, vale até mesmo usar o recurso torpe de expor seu defeito físico, o que revela incurável defeito de caráter.
    Falta, sobretudo, respeito ao presidente mais bem avaliado da história do Brasil. Desrespeitar Lula é desrespeitar o povo brasileiro, pois sua ascensão pessoal se confunde com a ascensão social e política da nossa população antes excluída.
    Tentam fazer hoje contra Lula o que fizeram contra Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart. Usam cínica e seletivamente da imprescindível luta contra a corrupção para tentar destruir um projeto nacional e popular que elevou o Brasil e o seu povo. Um projeto que propicia o efetivo combate aos desvios e que vem livrando o Brasil da grande corrupção da miséria e das desigualdades.
    A bancada do PT no Senado manifesta sua total e irrestrita solidariedade ao grande presidente Lula, vítima de campanha pequena e sórdida de desconstrução de uma imagem que representa o que o Brasil tem de melhor: sua gente.
    A bancada também entende que Lula está muito acima dessa mesquinhez eleitoreira. Lula não será apequenado pelos que se movem por interesses menores e pelo ódio. Lula é tão grande quanto o Brasil que ele ajudou tanto a construir. Lula carrega em si a solidariedade, a generosidade e a beleza do povo brasileiro.
    Para esse povo e por esse povo, Lula fez, faz e fará História.

    É hora de reagir em defesa de Lula


    Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

    A ideia de que a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva será a próxima etapa da Operação Lava Jato encontra-se em todas as mentes. O que falta para a prisão de Lula, pergunta-se, depois da absurda prisão do presidente da maior empreiteira brasileira?

    Simples: falta reagir.
    Falta deixar claro que toda iniciativa para colocar Lula atrás das grades vai além de toda decência e representa um ataque inaceitável à liberdade e à democracia. É o ponto culminante de uma investigação que teve início com um prova ilícita, avançou por medidas que não respeitam o direito de defesa nem a presunção da inocência, através de delações premiadas e prisões provisórias destinadas a quebrar a resistência dos detidos, técnica condenada pelos mais respeitados juristas do Brasil e do mundo, inclusive da Suprema Corte dos EUA.

    Vamos abandonar determinadas ilusões, também. Fazendo uma simples análise para ajudar a pensar: se Lula for feito prisioneiro, correrá alto risco de uma condenação criminal. Neste aspecto, cumpre recordar, a Polícia Federal, o Ministério Público e o juiz Sérgio Moro permanecem invictos. em matéria de condenação. Num processo onde as partes não demonstram isenção nem distanciamento das próprias convicções, não perderam nenhuma. Mesmo quem fez delação premiada não escapa de ser condenado, ainda que a uma pena menor. Alguém tem o direito de pensar, assim, em Lula em 2018? Na boa?
    Vamos acordar, gente.
    Vamos mostrar que uma eventual prisão de Lula se trata uma medida absurda e injusta que irá representar o primeiro passo para um retrocesso que todos sabem como começa e, ao contrário do que é costume dizer, também sabem como termina.

    Basta ler os trabalhos do professor da PUC-SP Pedro Serrano – já escrevi sobre eles aqui neste espaço – mostrando que vivemos um tempo de golpes de Estado sem tanques nem fuzis. Os regimes de exceção, hoje, tem aparência de normalidade. São produzidos por medidas judiciais disfarçadas em cumprimento da lei e da defesa da ordem, quando não passam de uma tentativa de se fazer política por outros meios – sem voto, é claro.
    A tentativa de criminalizar as relações entre Lula e os empresários, depois que ele deixou o governo, sugerindo aí qualquer demonstração de mau comportamento ou coisa pior, é apenas uma demonstração de subdesenvolvimento mental e ignorância política.
    Vamos falar claro: pela liderança internacional que conquistou, pelos espaços que teve competência de abrir para a venda de produtos e serviços brasileiros durante seus oito anos de mandato, quando mudou o eixo de nossa diplomacia comercial, Lula tem todo direito de fazer isso. Deveria ser aplaudido, até, pois chegou numa altura da vida na qual seria mais fácil descansar e se divertir - além de receber homenagens de vez em quando, não é mesmo?
    As viagens internacionais de Lula são um serviço que ele presta ao país e nosso futuro. Tem a ver com interesses nacionais, expressão que a maioria de seus adversários nunca soube o que significa mas é cada vez mais decisiva nessa época de globalização e interesses imperiais.

    Imagine se Barack Obama resolvesse fingir que nada tem a ver com a venda de aviões da Boeing.
    Será que Bill Clinton, fora da Casa Branca, será criticado por defender medidas de interesse de grandes corporações norte-americanas em suas viagens pelo mundo? Em fazer palestras onde defende ideias como solidariedade e colaboração?
    Detalhe: vamos criticar Lula porque ele fala do combate contra a fome? É oportunismo?
    Ronaldo Reagan e George Bush, pai, se mobilizaram na década de 1980 para defender a indústria de informática dos EUA. Abriram o mercado brasileiro, numa pressão violenta que incluiu sanções duras contra nossa economia - e foram aplaudidos, sem muito silencio nem o esperado pudor, pela mesma turma que hoje critica Lula.
    Pense nos alemães, grandes exportadores de tecnologia limpa - com auxílio de Angela Merkel, é claro. Ou no pacote de investimentos chineses.
    É sempre bom lembrar que não há prova nenhuma contra Lula. O que se quer é humilhar e ofender. Dar-lhe um tratamento indecoroso e mostrar que seus adversários tem força para isso. Enfim, o que se quer é, enfim, dar uma lição neste tipo que não conhece o seu lugar. Você sabe do que estou falando.

    Tudo o que se insinua a respeito de Lula pode-se demonstrar nas relações entre Fernando Henrique Cardoso e grandes empresários na saída do governo.
    O que há é uma vontade de mostrar que seus adversários estão acima da Lei e do Direito. Sim, meus amigos. Mais uma vez, é disso que se trata. Isso porque Lula não é uma pessoa física. É uma história, um personagem que ajuda a dar sentido para o Brasil.
    “Prendo e arrebento,” dizia João Figueiredo, o general-presidente da ditadura que mandou prender Lula, 35 anos atrás.
    Naquela época, as greves operárias que Lula comandava e inspirava serviram de teste político para uma abertura que queria uma democracia sem trabalhadores nem ao povo pobre. Em 2015, a situação se repete. As pressões contra Lula irão definir os direitos da maioria dos brasileiros definir seu destino pelos próximos anos.

    O governo, longe dos mais pobres


    Por José Antonio Lima, na revistaCartaCapital:

    O ponto central da pesquisa Datafolha que apontou a impopularidade da presidenta Dilma Rousseff em um nível semelhante ao de Fernando Collor em 1992 está na distribuição por renda da insatisfação.

    O Datafolha mostrou que a gestão de Dilma é considerada ruim ou péssima por 62% dos eleitores que têm renda familiar mensal de até dois salários mínimos. Desde a última pesquisa, divulgada em março, este número cresceu cinco pontos percentuais, fora da margem de erro, portanto, indicando o desgaste da petista neste contingente dos eleitores.

    O conjunto que ganha até dois salários mínimos é decisivo na eleição pois corresponde a 43% do eleitorado. É o maior grupo nas divisões por renda da pesquisa. Cinco dias antes do segundo turno do pleito presidencial de 2014, o Datafolha apontava Dilma com uma vantagem expressiva sobre Aécio Neves (PSDB) entre esses eleitores. Eram 21 pontos percentuais à frente do tucano: 55% a 34%.

    Este dado é bastante preocupante para o PT. Como demonstra o cientista político André Singer no livro Os sentidos do Lulismo, esses eleitores passaram a se identificar com o PT depois da primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, quando os programas sociais colocados em prática pelo ex-presidente começaram a surtir efeito. Este grupo foi fundamental na reeleição de Lula em 2006 e nas vitórias de Dilma em 2010 e 2014.

    Desde o início do segundo governo Dilma, entretanto, o apoio da massa mais pobre ao PT começou a ruir. Grupo particularmente sensível ao aumento do desemprego e da inflação, já verificados em estatísticas oficiais, e a algumas medidas do ajuste fiscal imposto pelo Planalto, esses eleitores têm demonstrado insatisfação crescente. Antes da eleição, apenas 15% afirmavam que o governo era ruim ou péssimo, ante os 62% verificados agora.

    Completa o quadro a insatisfação dos eleitores com renda familiar mensal entre dois e cinco salários mínimos, que correspondem a outros 38% do eleitorado. Cinco dias antes do segundo turno em outubro passado, Aécio vencia Dilma dentro da margem de erro, por 46% a 43%, mas apenas 20% das pessoas dessa faixa de renda avaliavam o governo como ruim ou péssimo. Desde então, esse número foi a 46% em fevereiro e chegou a 69% em maio, a maior porcentagem entre todas as faixas de renda.

    Como mostrou reportagem recente de André Barrocal, o governo está ciente da gravidade do quadro e trabalha com a expectativa de Dilma reverter parte da queda da popularidade apenas a partir de 2017. A brusca queda na popularidade também afeta as pretensões eleitorais de Lula. Padrinho político de Dilma, sua imagem sofre desgaste por conta dela. Caso o governo não consiga reverter essa situação, em 2018 a chance de o PT ganhar a eleição pela quinta vez seguida parece bastante comprometida.

    Por que a direita cresceu no Brasil?


    Por Emir Sader, naRede Brasil Atual:

    Em primeiro lugar, é importante compreender que a direita sempre teve força no país. Chegou a perder força quando perdeu o governo central, mas manteve espaços de poder – inclusive no governo, mas principalmente na mídia e nas instâncias de controle econômico na sociedade. Em segundo porque, apesar do seu modelo econômico ter fracassado, levando à vitória de propostas políticas e de modelo económico-social contrárias às suas, a direita conta com a hegemonia das ideias conservadoras e egoístas na sociedade. O “modo de vida norte-americano” deitou raízes profundas na sociedade, em todas as camadas sociais e, com ele, o egoísmo, o individualismo, o consumismo, a discriminação, o racismo, a falta de solidariedade social.

    Esses valores têm no monopólio privados dos meios de comunicação uma maquina para sua propagação. Criam e multiplicam na sociedade valores negativos, de egoísmo e de discriminação em relação aos pobres e aos mais vulneráveis.

    Mas esses mecanismos já existiam. O que fez com que a direita se fortalecesse a partir das últimas eleições?

    O alinhamento total dos meios de comunicação e do grande empresariado contra o governo e o PT levaram a uma campanha brutal de desqualificação, semeando o ódio e o preconceito. A campanha teve efeito, levando a que a vitória da Dilma – que se projetava como tranquila – se desse numa margem apertada e a que os candidatos de esquerda, tanto a governos de estado quanto ao Parlamento fossem atingidos.

    Como resultado, o ódio semeado contra o governo levou a campanha de desqualificação do novo mandato da Dilma e a um Congresso mais conservador.

    Mas esses fatores forem multiplicados por erros graves de condução política por parte do governo e do PT. Tudo se deu como se o governo Dilma tivesse terminado antes do final do seu mandato e tivesse demorado para começar. Nesse vazio, uma candidatura que representa o pior do PMDB se articulou intensamente, durante alguns meses, e tornou-se favorita para presidir a Câmara dos Deputados, diante dos olhares paralisados do governo e do PT.

    Quando essa candidatura se havia tornado amplamente favorita, a má atuação do governo e do PT coroou-se com o lançamento de uma candidatura própria, sem nenhuma chance de vitória e que facilitou a ação da oposição, ao apresentar o candidato “governista” que a oposição necessitava. Foi uma derrota anunciada e acachapante, desmoralizante mesmo para o governo e para o PT, que ficou fora de cargos importantes na mesa e nas comissões.

    Ao mesmo tempo, o governo lançou um plano de ajuste que tocava nos direitos dos trabalhadores, apesar das promessas em contrário durante a campanha eleitoral. O governo não conseguiu convencer da necessidade do ajuste, de que não afetava os trabalhadores e de que conduziria à retomada do crescimento, dado ainda mais desmentido pelas seis subidas das taxas de juros desde as eleições.

    Os seis primeiros meses do novo mandato foram totalmente ocupados pelo tema do ajuste e dos cortes correspondentes, que o governo não conseguiu convencer de que não tocavam nas políticas sociais. Uma política “maquiavélica” ao contrário: as coisas ruins foram reiteradas durante seis meses e as boas, quando surgiram – pacote de investimento em infraestrutura, acordos com a China – foram anunciadas como relâmpagos e desapareceram.

    Com efeito, mudou radicalmente a correlação de forças políticas no pais. O governo e a esquerda passaram à defensiva e perderam completamente a capacidade de iniciativa. Propostas como as que a Dilma apresentou depois das manifestações de junho de 2013, assim como a de uma Assembleia Constituinte, ficaram totalmente inviabilizadas. Ao contrário, foram aprovadas ou avançam projetos de retrocesso aberto – maioridade penal, terceirização, PEC da bengala, sobre o pré-sal etc.

    O resultado não poderia ser mais devastador em termos de perda de popularidade: não ganhou setores do “mercado” e perde apoio nos setores populares. O governo está sendo devastado pelas campanhas da mídia, sem ter ainda avançado nas medidas de democratização dos meios de comunicação, que, ainda que limitadas, poderiam remediar a situação.

    segunda-feira, 22 de junho de 2015

    Aécio tem 35%, Lula, 25%, e Marina, 18%, diz pesquisa Datafolha

    Pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (21) pelo jornal “Folha de S.Paulo” mostra os seguintes percentuais de intenção de voto em duas simulações da corrida presidencial:
    Cenário 1
    Aécio Neves (PSDB): 35%
    Luiz Inácio Lula da Silva (PT): 25%
    Marina Silva (PSB): 18%
    Eduardo Paes (PMDB): 2%
    Luciana Genro (PSOL): 2%
    Eduardo Jorge (PV): 2%
    Branco/nenhum: 11%
    Não sabe: 5%
    Cenário 2

    Luiz Inácio Lula da Silva (PT): 26%
    Marina Silva (PSB): 25%
    Geraldo Alckmin (PSDB): 20%
    Eduardo Paes (PMDB): 3%
    Luciana Genro (PSOL): 3%
    Eduardo Jorge (PV): 2%
    Branco/nenhum: 14%
    Não sabe: 7%
    O Datafolha fez 2.840 entrevistas em 174 cidades na quarta-feira (17) e na quinta (18).
    A margem de erro do levantamento é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

    Camargo Correa doou até aeroporto a FHC, mas não pode doar a Lula

    Do Blog da Cidadania


    ifhc

    Estadão e Folha de São Paulo divulgaram informação repassada pela notória banda antipetista da Polícia Federal cujo objetivo é, claramente, o de manchar a biografia do ex-presidente Lula e, assim, enfraquecê-lo politicamente, por temor de que se candidate à sucessão de Dilma Rousseff.
    As matérias desses jornais relatam doações ao instituto Lula que empresas privadas fazem comumente a ex-presidentes. José Sarney e Fernando Henrique Cardoso, com ajuda da iniciativa privada, criaram institutos após deixarem o poder e nunca ninguém implicou com eles.
    O instituto FHC, por exemplo, foi inaugurado em 2004 com um acervo de mais de 10 mil livros e um caixa de cerca de R$ 10 milhões.
    Desde que deixou a Presidência da República, em janeiro de 2003, FHC se dedicou a arrecadar recursos para criação de seu instituto. Chegou a promover um jantar do qual participaram banqueiros e empreiteiros.
    O instituto Fernando Henrique Cardoso ainda ganhou dos empresários um andar inteiro em um antigo prédio do centro de São Paulo, onde funcionava o Automóvel Clube. Um imóvel de 1.000 m2 com biblioteca e auditório.
    Segundo reportagem da revista IstoÉ publicada em 1999, quando FHC ainda era presidente, a fazenda que ele e Sergio Motta compraram em sociedade no município mineiro de Buritis ganhou da mesma Camargo Correa que a mídia acusa de fazer doação ao Instituto Lula, “Um presente que todo fazendeiro gostaria de ter”.
    A revista relatou que “Em vez de avançar a cerca sobre a propriedade alheia, como de hábito no meio rural”, a Camargo Corrêa mantinha “sempre aberta a porteira” que separava sua fazenda da “gleba presidencial”.
    Haveria, à época, um “intenso movimento entre as duas propriedades”, as fazendas de FHC e da Camargo Correa”, com “pessoas saindo da fazenda Córrego da Ponte, de FHC, entrando na Pontezinha, da Camargo Corrêa, e voltando à Córrego da Ponte”.
    Para a revista, a “atração na Pontezinha” era “uma ampla pista de pouso” que costumava “receber mais aviões tripulados pela corte do presidente do que jatinhos de uma das maiores empresas do País”.
    “Nunca vi avião nenhum da Camargo Corrêa pousando ali. Mas da família de Fernando Henrique não para de descer gente”, teria relatado o fazendeiro Celito Kock, vizinho de FHC e Camargo Correa.
    A pista construída na fazenda da empreiteira tinha 1.300 metros de comprimento e 20 metros de largura, asfaltados. E estacionamento com capacidade para 20 pequenas aeronaves.
    À época, a pista foi avaliada em R$ 600 mil e começou a ser construída no dia 1º de julho de 1995 e foi concluída em 30 de setembro daquele ano.
    A reportagem da IstoÉ ainda relatou, à época, que, apesar de ter os equipamentos necessários para a obra, a Camargo Corrêa encomendara serviço à Tercon – Terraplanagem e Construções, que, meses antes, fora contratada pela Camargo Corrêa para fazer a ampliação do Aeroporto Internacional de Brasília
    Por fim, a reportagem em questão relatou que “Dois habitués na pista da Pontezinha”, fazenda da Camargo Correa contígua à fazenda de FHC, eram Luciana Cardoso, filha do então presidente da República, e seu marido, Getúlio Vaz.
    Detalhe: isso ocorreu enquanto FHC era presidente da República e tinha a caneta que contratava empreiteiras. A assessoria de imprensa da Presidência da República, inclusive, confirmou, à época, a utilização da pista pelos familiares do presidente.
    Fatos como os supracitados jamais geraram reportagem alguma dos jornalões supracitados. A imprensa desprezou solenemente todas as doações de banqueiros e empreiteiros ao instituto FHC. Sempre. E forammuitos milhões.
    Após FHC deixar o poder, seu Instituto chegou a ganhar um programa na TV Cultura. E, como se não bastasse, recebeu doação de 500 mil reais da Sabesp. Além das milionárias doações privadas, o Instituto FHC recebeu DINHEIRO PÚBLICO!
    Nunca houve qualquer questionamento da imprensa.
    Mas o Instituto Lula não pode receber doações privadas. Vira escândalo.
    O pior é que as reportagens da Folha e do Estadão não relatam nem sequer investigação da Polícia Federal sobre a doação da Camargo Correa ao Instituto Lula. A banda antipetista da PF deparou com essas doações e repassou a informação à imprensa com o único objetivo de constranger o ex-presidente e gerar boatos.
    O Instituto Lula divulgou as perguntas do Estadão, na íntegra, e a resposta que deu. Confira, abaixo.

    Assessoria de Imprensa do Instituto Lula
    Perguntas enviadas pelo jornal O Estado de S. Paulo
    1) A que se referem os pagamentos da empresa Camargo Corrêa para o Instituto Lula e para o LILS? Que serviços eleitorais o Instituto prestou?
    2) Os serviços prestados pela LILS são referentes a palestras do ex-presidente Lula? Há registros?
    3) Por que o Instituto Lula emite bônus eleitorais como em 2012?
    4) Os serviços prestados têm relação com contratos da Petrobrás?
    5) As doações/contribuições/bônus pagos têm relação com o PT?
    Resposta do Instituto Lula
    Recebemos nesta terça-feira (9), do jornal O Estado de S. Paulo, às 17h14 com prazo de resposta até as 19h30, às perguntas abaixo. Segue a íntegra da resposta e depois as perguntas enviadas pelo jornal.
    “Os valores citados no seu contato foram doados para o Instituto Lula para a manutenção e desenvolvimento de atividades institucionais, conforme objeto social do seu estatuto, que estabelece, entre outras finalidades, o estudo e compartilhamento de políticas públicas dedicadas à erradicação da pobreza e da fome no mundo. A Camargo Corrêa já manifestou publicamente que apoiou o Instituto, em resposta a matéria de 2013 da Folha de S. Paulo:
    http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/03/1250451-instituto-diz-que-objetivo-de-lula-e-o-interesse-da-nacao.shtml.
    Os três pagamentos para a LILS são referentes a quatro palestras feitas pelo ex-presidente, todas elas eventos públicos e com seus respectivos contratos.
    O Instituto Lula não prestou nenhum serviço eleitoral, tampouco emite bônus eleitorais, o que é uma prerrogativa de partidos políticos, portanto deve ser algum equívoco.
    Essas doações e pagamentos foram devidamente contabilizados, declarados e recolhidos os impostos devidos.
    As doações ao Instituto Lula e as palestras do ex-presidente não têm nenhuma relação com contratos da Petrobrás.”

    Os cem anos de Carlos Marighella, revolucionário e poeta

    Do Portal Vermelho


    “É preciso não ter medo,/ é preciso ter a coragem de dizer./ O homem deve ser livre...” – estes versos do poema Rondó da Liberdade exprimem com perfeição a personalidade heroica e destemida de seu autor, o revolucionário comunista Carlos Marighella, cujo centenário foi comemorado em 5 de dezembro 2014.

    Carlos Marighella deixou uma marca indelével na luta do povo brasileiro ao longo do século 20. Teórico marxista, militante da luta popular, dirigente partidário, deputado Constituinte em 1946, ele foi também um poeta notável que, nos bancos escolares, costumava escrever suas provas em versos.

    Filiado ao Partido Comunista do Brasil desde 1934, conheceu as prisões (saiu da cadeia em 1945, anistiado no final do Estado Novo) e ganhou o ódio da direita e dos conservadores. Fez parte da geração que, na década de 1930, resistiu ao desmantelamento do Partido Comunista pela polícia política; em 1945 juntou-se aos que reorganizaram o Partido, tornando-se um de seus quadros mais destacados. Na Assembleia Nacional Constituinte notabilizou-se pela defesa intransigente e radical da democracia, contra a obstinada resistência oligárquica que pretendia um estado de direito apenas formal e de escassa participação popular.

    Nos debates comunistas de meados da década de 1950, foi sensível aos argumentos da ala revolucionária que resistia ao revisionismo que tomou de assalto a direção do Partido. Mas não aderiu à reorganização de 1962, permanecendo no velho PCB mais alguns anos, até divergir em 1966, descontente com a moderação ante a ditadura militar; foi expulso em 1967 e, no ano seguinte, organizou a principal organização da resistência armada urbana contra a ditadura, a Ação Libertadora Nacional (ALN), da qual foi teórico e dirigente.

    A ditadura o considerou, naqueles anos, seu inimigo nº 1, e caçou-o até a emboscada montada na capital paulista pelo facínora símbolo da tortura e da repressão, Sérgio Fleury, sendo assassinado sem chance de defesa em 4 de novembro de 1969. “O assassinato deste conhecido revolucionário é mais uma ação vergonhosa e covarde que se acrescenta à onda de inomináveis violências que a ditadura militar vem cometendo. A história do Brasil registra poucos crimes políticos tão infames, tão friamente planejados” como este, indignou-se a nota em que o Partido Comunista do Brasil condenou aquele crime, publicada no jornal comunista A Classe Operária.

    Carlos Marighella é um dos heróis do povo, e a recuperação oficial de sua memória teve início em 1996, quando o governo federal reconheceu a responsabilidade do Estado por seu assassinato. E avança agora quando, na 53ª Caravana da Anistia, em Salvador (BA), sua cidade natal, ele será oficialmente anistiado e o Estado brasileiro, pela voz dos representantes da Comissão da Anistia, pedirá perdão pelo crime cometido em 4 de novembro de 1969.

    A anistia a Carlos Marighella, o pedido de perdão por seu assassinato e a inauguração do memorial Marighella Vive, são importantes passos das autoridades brasileiras para a reconciliação da nação com sua memória de luta e resistência democrática, nacional e anti-imperialista. É o sentido da luta pela revelação das atrocidades cometidas durante a ditadura militar de 1964 simbolizada na aprovação da Comissão da Verdade – os brasileiros tem o direito de saber quão covarde foi a repressão e perseguição policial aos democratas e comunistas, de honrar o heroísmo da resistência, e de cultuar aqueles que tombaram ante a ferocidade do arbítrio.

    O revolucionário Carlos Marighella anotou seus sonhos de liberdade na forma de versos. E transformou sua própria vida em defesa dos trabalhadores, da democracia e da nação, em um poema épico que os brasileiros precisam conhecer e difundir.