CAINDO A MÁSCARA! Neonazista Condenado Em 2016 Tinha Carta Enviada Por Bolsonaro Entre Itens Apreendidos
Em 2016, o jornal mineiro O Tempo falou da condenação de um neonazista em BH. Entre os itens encontrados com ele, uma carta enviada por Bolsonaro:
O homem que causou revolta em Belo Horizonte ao postar uma foto nas redes sociais em que simulava enforcar um morador de rua foi condenado a oito anos, dois meses e 20 dias de prisão pelos crimes de corrupção de apologia ao nazismo e corrupção de menor. A decisão é do Tribunal Regional Federal (TRF) da Primeira Região, seção Minas Gerais, em sentença publicada em 5 de maio. O homem poderá aguardar em liberdade e a defesa já anunciou que vai recorrer da decisão. Também foi condenado Marcus Vinícius Garcia Cunha, porém com prisão convertida em multa e serviços comunitários.
(…)
Em março de 2013, Antônio Donato Baudson Peret, também conhecido como ‘Tim’ e ‘Donato di Mauro’, publicou a polêmica foto com legenda “quer fumar crackinho, quer? em meio a praça pública cheia de criança? acho que não”. Ele apagou a imagem, mas internautas conseguiram compartilhar, gerando indignação em todo o país. O caso chamou atenção da Polícia Civil e do Ministério Público, que começou a investigar o homem, hoje com 27 anos. Como a foto ganhou repercussão, Donato fugiu, mas foi acabou preso em Americana (SP).
No perfil de Antônio foram encontradas dezenas de imagens e mensagens discriminatórias e preconceituosas, principalmente com divulgação de ideias nazistas, além de diversos posts veiculando símbolos relacionados ao nazismo e mensagens com conteúdo racista, incitação à violência e preconceito contra minorias.
Em outra imagem contundente, Antônio Donato aparece com Marcus Vinícius Garcia Cunha e o filho desse nos ombros. O trio faz a saudação nazista com os braços, enquanto a criança ostenta uma Cruz de Ferro, medalha de honra para militares nazistas na Segunda Guerra Mundial. Por conta disso, ambos foram denunciados também por corrupção de menores.
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Outro amigo de Donato, João Matheus Vetter de Moura também foi identificado pela polícia como neozista. Marcus Cunha e João Matheus chegaram a ser presos e tiveram a casa vasculhada em busca de provas. O trio foi solto cerca de seis meses depois.
O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu denúncia contra os três em abril de 2013, sendo o processo distribuído para a juíza Raquel Vasconcelos Alves de Lima, da 9º Vara Criminal Federal, que aceitou o pedido. Donato também foi denunciado pelo crime de racismo, em processo que está em andamento na Justiça Estadual.
Condenações
Antônio Donato foi condenado em dois crimes previstos na Lei 7.716/1989, parágrafo 20, que prevê prisão para quem “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. Na sentença, a juíza Alves de Lima imputou cinco vezes cada delito, chegando a um sentença de 5 anos e 10 meses de reclusão. Já em relação ao crime previsto no artigo 244 B do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), Donato levou mais 2 anos, um mês e 15 dias de reclusão em regime semiaberto.
“Temos situações muito mais graves e com penas aquém a essa. O próprio caso de racismo na UFMG, que foi muito mais contundente, não gerou o mesmo resultado. Foi uma brincadeira infeliz e de mal gosto, temos que reconhecer, mas não para esse rigor. Inclusive, levou uma pena maior que o pai da criança por conta da corrupção de menores.Querem colocá-lo como um exemplo para que tais situações sejam mais controladas na internet”, comentou o defensor de Donato, ressaltando que vai recorrer da sentença.
Marcus Vinícius Garcia Cunha também foi condenado pelos mesmos crimes de Donato. Em relação à apologia ao nazismo, Marcus levou dois anos, 10 meses e 15 dias de reclusão. Sobre a corrupção de menores, o pai do jovem recebeu um ano, um mês e 15 dias, totalizando três anos, 11 meses e 21 dias de reclusão. Porém, a magistrada converteu a prisão em multa e prestação de serviços à comunidade.
A magistrada determinou a devolução de bens pessoais dos três, como celulares, roupas camufladas e sapatos. Itens como livros sobre Hitler, uma carta enviada por Jair Bolsonaro, fichas de inscrição do movimento Pátria Livre e pen drives serão encaminhados ao MPF. Os objetos que fazem referência ao nazismo serão destruídos. Já João Matheus Vetter, teve o caso desmembrado para outro processo também TRF. Ele foi condenado e a defesa recorreu à Brasília. O processo segue em segredo de Justiça.
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