segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Moro cometeu crime e deve ser preso, diz professor de Direito da USP



  
“O poder judiciário está, sim, acovardado, a ponto de ter modificado o princípio de presunção da inocência”, disse criticando a decisão do Supremo que autorizou a prisão de pessoas condenadas em segunda instância. Shecaira destacou trecho do artigo que o juiz Sérgio Moro escreveu sobre a Operação Mãos Limpas, da Itália, no qual ele ressaltou que os responsáveis pelas investigações fizeram largo uso de vazamentos para imprensa.

“Então ele [Moro] já sabia qual era o caminho: ele dá uma decisão e vaza para a imprensa simpatizante, das seis famílias que dominam a mídia”, criticou, lembrando que o golpe civil-militar de 1964 também foi midiático. “E hoje um golpe está em curso no país. E não nos resta outra saída a não ser irmos às trincheiras em defesa do estado democrático de Direito”.

Depois de citar parte da lei de interceptação telefônica, ele foi enfático ao defender que a quebra do segredo de Justiça é crime. Um dia após Moro tornar públicas conversas pessoais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a presidenta Dilma Rousseff, Shecaira defendeu que o “todo poderoso” juiz de Curitiba cometeu, sim, um crime, e deve ser punido por isso.

“O sigilo ser quebrado pelo próprio juiz, invocando o interesse da nação – e não é ele que interpreta os interesses da nação, pois nem foi eleito pelo povo – significa que ele cometeu um crime e isso tem que ser levado às barras dos tribunais”, pregou, sob aplausos efusivos da plateia, que gritava “Moro na cadeira”.

Segundo o professor, na “manifestação branca” do último domingo na Avenida Paulista, não estava a verdadeira população brasileira, porque a população negra não estava lá. “Quem aqui está ao lado da verdadeira população brasileira, estamos pela legalidade e pela prisão do juiz Sérgio Moro”, encerrou.

 



Por Railídia Carvalho e Joana Rozowykwiat, do Portal Vermelho
Vídeo: Jornalistas Livres

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