terça-feira, 28 de abril de 2015

Partido Comunista se torna a segunda força eleitoral no Japão

Do Portal Vermelho


Que as ideias de esquerda estão ganhando espaço eleitoral em diferentes países europeus, não é novidade. A ascensão do Syriza na Grécia ou do Podemos na Espanha são provas desta mudança política em direção a posições anticapitalistas. No entanto, este desenvolvimento tem começado a extrapolar para fora da Europa.


  
Especificamente, o Partido Comunista do Japão está rompendo as barreiras na preferência dos eleitores.

Esta formação política obteve um grande resultado nas eleições municipais que foram realizadas durante este fim de semana. O Partido Comunista Japonês bateu recordes de votos no plano nacional. O Partido liderado por Kazuo Shii tornou-se o segundo maior na conservadora sociedade japonesa.

Nenhuma pesquisa previu o boom da esquerda entre o eleitorado.

Pesquisas recentes mostram que quase 50% dos japoneses preferem o comunismo e acreditam que o capitalismo leva à pobreza e à fome. Diante deste quadro, o Partido Comunista tornou-se o segundo no Japão, o que alarmou analistas e investidores.

Segundo a revista semanal de ultradireita The Economist, “nunca se imaginou que os comunistas japoneses poderiam chegar ao poder…”.

A principal proposta do PC do Japão e o ponto central de seu programa de governo é o desmembramento da economia de mercado. Outras propostas incluem o fim da aliança com os Estados Unidos, o fechamento das centrais nucleares e a aprovação de medidas fiscais confiscatórias contra empresas.

Apesar da relevância, a notícia ficou praticamente escondida nos principais meios de comunicação europeus, norte-americanos e brasileiros. Os eleitores japoneses foram às urnas nas eleições locais com a menor abstenção já registrada e o Partido Liberal Democrático (LDP), o parceiro dominante na coalizão governista do Japão, chegou a uma vitória previsível, ganhando mais de metade das prefeituras. Mas o que surpreendeu mesmo foi o volume de votos no Partido Comunista Japonês (PCJ), que agora emerge como a maior força de oposição do país.

O PCJ conquistou 136 assentos, batendo o Partido Democrático do Japão (PDJ, de centro) – que governou o país há apenas cinco anos, ficando em quarto lugar, atrás do Komeito, parceiro de coligação do PLD. O resultado seguiu ganhos notáveis feitos pelos comunistas em uma eleição geral ocorrida em dezembro, quando levou mais de 6 milhões de votos.

Embora o Partido Comunista não tenha chegado perto de tomar o poder (o seu melhor desempenho eleitoral ainda foi em 1979, quando ganhou 39 assentos de um total de 511 no Congresso), segue agora como uma força relevante na política japonesa. O partido tem mais de 300 mil membros.

Fonte: Correio do Brasil


Um comentário:

  1. O PCJ conquistou 136 assentos, batendo o Partido Democrático do Japão (PDJ, de centro) – que governou o país há apenas cinco anos, ficando em quarto lugar, atrás do Komeito, parceiro de coligação do PLD. O resultado seguiu ganhos notáveis feitos pelos comunistas em uma eleição geral ocorrida em dezembro, quando levou mais de 6 milhões de votos.

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