Até clientes foram proibidos de entrar no Pátio Cianê ontem
Nas portas do estabelecimento, seguranças barravam pessoas que aparentavam ser jovens e só permitiam a entrada aos que conseguiram provar com a carteira de identidade ter mais de 18 anos.
Leandro Nogueiraleandro.nogueira@jcruzeiro.com.br
Apesar do "rolezinho" agendado pelas redes sociais não ter ocorrido ontem, no Pátio Cianê Shopping, as pessoas que aparentavam ser jovens foram proibidas de entrar, a não ser que comprovassem com documento que tinham mais de 18 anos de idade, ou estivessem acompanhadas de maior responsável. Até clientes com 18 anos de idade ou mais que não portavam documentos foram proibidos de ingressar.
No Shopping Cidade, um pai reclama que o filho de 14 anos foi coagido, ameaçado e ridicularizado por seguranças devido à aparência, já que é skatista. A versão do shopping é que o garoto foi abordado por policiais e uma oficial de Justiça, já que teria sido identificado como um dos organizadores do "rolezinho".
O estudante Ricardo Silva, 17 anos, tinha saído da aula de natação na ACM e antes de voltar para casa resolveu entrar no Pátio para conferir se havia alguma livraria para adquirir uma publicação. Ele estava só e mesmo assim foi impedido de entrar. "Isso é uma bobagem. Acho que não vou querer entrar mais nesse shopping", declarou.
A cabeleireira Giulia Nuno, 19 anos, também foi impedida de entrar devido à aparência jovem e falta de documento para comprovar a idade. Ela queria visitar uma loja de roupas com tema rock and roll, onde costuma comprar camisetas e shorts.
O ex-aprendiz que trabalhava nos Correios, Roger Maia, 18 anos, é do Paraná, estava visitando os primos menores de idade e resolveu ir conhecer o shopping com eles. Como não levou o documento foi proibido de entrar. "O que é rolezinho?", perguntou aos familiares quando um desconhecido que passou e o viu dando entrevista perguntou se ele ia fazer o "rolezinho". Roger declarou que pretendia passear e comer um lanche e se disse indignado com a proibição, já que em Londrina nunca enfrentou tal situação nos shoppings que frequenta.
A estudante Brenda Santana Silva, 15 anos, mora há três dias em Sorocaba. Veio de Itabuna, na Bahia, e foi impedida de entrar no shopping em companhia de uma única amiga. Questionada sobre a impressão que ficou de Sorocaba no terceiro dia morando neste município, declarou que é uma cidade chata. Júlio Uguetto, 19 anos, que estava em frente ao shopping reclamou que viu jovens loiras e de olhos claros saindo do estabelecimento, o que o fez opinar que há discriminação com as pessoas que vivem nas periferias.
O ambientalista Jair Vieira Rodrigues, 35 anos, é o pai do menino de 14 anos, que segundo ele, foi coagido e ameaçado por seguranças do Shopping Cidade. Segundo o ambientalista, o adolescente teria recebido ameaças de tiro de munição de borracha e pagamento de multa. Diz que quando foi buscar o garoto, o encontrou em uma sala com a mulher que se apresentou como oficial de Justiça e seguranças. Declarou que vai processar o shopping com base no Estatuto da Criança e do Adolescente. O shopping diz que o menino foi abordado pelos policiais dentro do shopping porque o nome dele constava na liminar como um dos organizadores do "rolezinho". O ambientalista ressalta que o garoto não cometeu qualquer crime para ter sido abordado daquela forma.
http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia/526450/ate-clientes-foram-proibidos-de-entrar-no-patio-ciane-ontem
...as pessoas que aparentavam ser jovens foram proibidas de entrar, a não ser que comprovassem com documento que tinham mais de 18 anos de idade, ou estivessem acompanhadas de maior responsável. Até clientes com 18 anos de idade ou mais que não portavam documentos foram proibidos de ingressar.
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